quarta-feira, janeiro 31, 2007

 

Um ministro à altura!

O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou, com aquela convicção que lhe reconhecemos:

«Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da UE e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento»,

O Ministro não esclareceu se a sua afirmação era uma autocrítica ou correspondia ao seu modelo de socialismo ou era, apenas, mais um dos seus disparates.

Entretanto, o PS assegura que as declarações do “dito” não são «nenhum problema grave».

Cada governo tem o ministro que merece!

 

O triunfo dos media

O Tribunal Constitucional considerou que Luís Matos Gomes é «parte legítima» na discussão do poder paternal da menina Esmeralda. Pode, agora, este Pai de afecto contestar a sentença do tribunal de Torres Novas que atribuiu o poder paternal ao pai biológico.

Entretanto, Luís Matos Gomes continua em prisão preventiva, condenado a 6 anos de prisão, por não querer entregar ao pai biológico o bebé que há cerca de 5 anos adoptou.

Este pai de coração ficará necessariamente na história, como uma referência do modo de funcionamento da justiça. E o seu caso também levará para a história mais um triunfo dos media na luta pela justiça
.

 

A CIA em maus lençóis

Para um tribunal de Munique não vale tudo na luta contra o terrorismo e muito menos usar os mesmos métodos dos terroristas. Por isso, emitiu mandatos de captura aos elementos da CIA que terão raptado Khaled al-Masri na Macedónia e transportado para uma prisão secreta no Afeganistão, onde terá sido torturado.

É a segunda vez que um tribunal de um país europeu toma uma acção legal contra a política arbitrária de raptos e detenções extraordinárias efectuadas pela gestão Bush. Em Itália, um tribunal de Milão está também a apurar o envolvimento de 25 possíveis agentes da CIA no rapto de um clérigo muçulmano, em 2003.

A deputada Ana Gomes tem, entre nós, desenvolvido uma luta semelhante. Nem sempre essa sua luta tem sido compreendida. Uma subordinação acéfala à gestão Bush tem desprestigiado Portugal, comprometido a Europa e esvaziado de credibilidade a tão apregoada defesa dos direitos humanos.

 

Viva o 31 de Janeiro!

O 31 de Janeiro foi sempre uma data de exaltação cívica, associada ao ardor patriótico dos sargentos que foram traídos em 1891, na chamada Revolta do Porto.

Durante o fascismo, o exemplo dos generosos sargentos e dos intelectuais do Porto que se envolveram na Revolta, como Alves da Veiga, Basílio Teles, Sampaio Bruno, Rodrigues de Freitas e tantos outros, serviu de bandeira aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.

Evocar estes valores é exigir uma república mais democrática, que sirva melhor o povo, que seja mais justa no plano económico, social e político. É, ainda, reflectir sobre os erros da primeira república para aprender a evitá-los. É não permitir que servindo-se da democracia uma oligarquia partidária se vá apoderando do que a todos pertence.

Foram frustrados os sentimentos patrióticos daquela «gloriosa e sublime manhã de 31 de Janeiro» em que, no dizer de um dos patriotas, «um santo entusiasmo desbordou em todas as almas»?!...

Temos de lutar pelos ideais genuínos da república, apelando a que na nossa democracia haja mais república e mais república é dar voz aos que raramente têm voz.


Só, assim, é possível pôr cobro ao divórcio entre o Estado e a Nação, entre os políticos e a república.

Em nome da república, precisamos de um novo sobressalto cívico que evite o trespasse dos valores da democracia para a retórica manipuladora do «estado-espectáculo».

terça-feira, janeiro 30, 2007

 

Para mudar a lei: SIM

Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez
Sessão pública
Sábado, 03 de Fevereiro, 16 horas
Com:
Miguel Portas
Deputado Europeu do Bloco de Esquerda
António Alves
Movimento Cívico Jovens pelo SIM
Cecília Costa
Movimento Cívico Médicos Pela Escolha
Local:
Cozinha dos Frades
(CAMARA MUNICIPAL DE AMARANTE)

segunda-feira, janeiro 29, 2007

 

Contradições incompreensíveis!...

A campanha do referendo está aí, em força!

Os defensores do “Não”, para serem consequentes, deveriam ter por lema “Quem faz um filho, fá-lo por gosto”.

Não me parece que alguém, imaginariamente, possa dizer, que se pudesse pronunciar-se sobre o direito à sua vida, reivindicava nascer contra o desejo, a afectividade, o amor dos seus pais e, ainda, que pudesse crescer sem condições económicas, sociais e psicológicas que lhe permitisse um desenvolvimento com a dignidade inerente à sua condição de ser humano.

E se estes direitos são, imaginariamente, exigidos para nós, por que não os deixamos á consideração das mulheres grávidas?!...

A maioria dos defensores do “Não” nos seus argumentos, fazem lembrar o ministro japonês da Saúde, Hakuo Yanagisawa, que, de forma directa e sem rodeios, qualificou as mulheres como «máquinas de fazer crianças».

Mas, enquanto no Japão uma tal “tirada” provocou a ira das mulheres, levando a escritora Michiko Yoshinaga a afirmar que tais considerações demonstravam a «verdadeira face» do ministro (e aconselhou-o a tentar perceber as razões que impedem as japonesas de ter mais crianças), em Portugal, muitas mulheres ainda não deram conta de que o “Não” à despenalização da IVG é tratá-las como meras “máquinas” de fazer filhos.

O que está em causa neste referendo não é propriamente o aborto, mas saber se a mãe deve ou não criar os filhos que deseja, que quer amar e torná-los felizes.

Por isso:

Não se percebe por que os defensores do “Não” estiveram calados quando a reforma do Código do Trabalho reduziu a licença de maternidade!

Não se percebe por que os arautos do direito à vida consideram um crime a IVG e não se interrogam sobre as razões sociais, económicas e psicológicas que levam uma mulher a interromper a gravidez!

Não se percebe por que não se quer para todas as grávidas o mesmo “direito” que sempre teve quem tem dinheiro para procurar uma clínica para interromper com segurança uma gravidez indesejada!

Não se percebe por que se quer fazer da União Europeia uma referência para as leis do trabalho e já não se siga essa referência para as leis que regulam a IVG!

Nos 27 países da União Europeia, só Portugal, Malta, Irlanda e Polónia perseguem as mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez, o que é considerado uma “vergonha” e um “atraso cultural”.


Ser pela compreensão das circunstâncias que levam uma mulher a, dramaticamente, interromper a sua gravidez é dar o direito a “quem faz um filho, fazê-lo por gosto”.

É este o sentido do voto no “SIM”.

Dizer SIM é dar o direito á mulher a poder consubstanciar, sem medos, o seu contrato com a vida que tem em si, por forma a dar sentido á sua maternidade.

 

VIDA

Depois,
a Vida separando Nós-Dois
a confusão, os ruídos, os braços agitando-se
e o vapor levando para outros mares,
outros portos,
a graça, o mistério, o perfume e os cantares
da crioula que meus olhos beijaram a medo
no tombadilho daquele vapor francês.

Luís Romano - (Cabo Verde,1922)

Enviado por Amélia Pais

domingo, janeiro 28, 2007

 

A montaria de Ventosa

Fomos, ontem, à montaria da Zona de Caça Municipal de Ventosa.

Depois de passarmos a Torre de Vilharigues -- que alguns pensam ter sido erguida pelo Decepado que, recusando reconhecer a presença de Espanha, pretendeu anunciar que ali, bem perto, apareceria um dos melhores restaurantes da região, "A Eira do Bica”-- encontramos Ventosa, onde um cruzeiro assinala a independência nacional.

Como não poderia deixar de ser, onde põe a mão o prof. Paulo tudo surge bem organizado. Assim aconteceu com a montaria.


A mancha da batida, com portas estrategicamente bem localizadas e com segurança, situava-se numa zona serrana, a noroeste da extremidade do Caramulo, com uma lindíssima vista para o vale de Lafões.

Mal a matilha entrou no monte, um javali resolveu enfrentar um dos cães e, depois de levar a melhor, desapareceu. Foi o único que por ali andava.

Mas, numa Terra de paisagens soberbas que jeito faria andar por ali javalis?!...

Até D. Duarte que, por alguma razão, escreveu “ O Leal Conselheiro “ e instituiu em 1436 o Concelho de Vouzela, ficaria desapontado, se soubesse que num dia soalheiro de Inverno andavam por ali javalis a receber chumbos e balas de um grupo de monteiros.

É que o local, de longas e soberbas vistas, era mais próprio para a reflexão transcendental ou, então, para o descanso, como faz Afonso Bica, alapado com a sua carabina, do que para procurar um animal furtivo e feioso, quase sem pescoço, com curtas pernas e de cerdas compridas, donde exala um forte fedor!...

Aliás, penso mesmo que seria por ali, bem mesmo no alto de Ventosa, que, longe do pensamento javalisado, D. Duarte haveria sonhado com a conquista de Tânger.

Era, então, bem preferível descer à substância das razões cinegéticas e escutar Dona Leonor no seu apelo a que nos reuníssemos para o almoço. E foi isso que, por volta das 15 horas, fizemos.

Valeu a pena!!!...


Um suculento rancho servido à maneira de Ventosa perfumou-nos a alma e encheu-nos o estômago. Houve até discursos e sorteio de prendas oferecidas pelas Cutelarias Finas. E fomos privilegiados com a amiga presença do Agostinho, um dinossauro do poder local, socialista incorrigível, e do simpático pároco da Freguesia. Por ali também andou o Amigo André do “A Eira do Bica”, talvez a pensar como fazer levar a ementa daquele repasto para prato do dia do seu restaurante.

Foi uma jornada bem à maneira da gente boa das terras de Lafões.

Para o ano, lá estaremos!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

 

O "Imbatível"

Podia ter o título "O IMBATÍVEL", mas o nosso conterrâneo deu-lhe uma conotação mais oportuna.

Não percam o post,com o titulo "Aprendam", in:

http://www.oanonimoanonimo.blogspot.com/

quinta-feira, janeiro 25, 2007

 

Debate sobre a CORRUPÇÃO

O PS vai propor um debate sobre o combate à corrupção na Assembleia da República.

Deve-se ao sentido de estado de João Cravinho esta iniciativa. O pacote contra a corrupção que elaborou foi um sinal claro de que, para ele, o bem-comum, a dignidade do estado e a credibilidade da democracia estão acima dos jogos de poder dos partidos.

Diz o ditado popular que «quem não deve não teme» e a transparência obriga a que nenhum partido receie este debate e que o princípio do “ónus da prova” pertença a quem adquiriu riquezas aparentemente injustificadas. Ao contrário do que disse Sócrates, só assim o “estado de direito não ficará entre parênteses”.

A ideia de que o “ónus da prova” de enriquecimento ilícito deve caber ao Estado serve o encobrimento de muita gente: p.ex. serve para não se poder saber onde foi um candidato de um partido buscar dinheiro para pagar campanhas internas, que vão desde a sua candidatura a uma comissão política de uma concelhia ou a uma federação de um partido. É que houve passeios, p. ex., pelo rio Douro acima, jantares, etc., etc., que foram praticamente gratuitos e devia-se saber onde determinado candidato encontrou dinheiro para tanta despesa. E perceber se há ou não cumplicidades entre empresas e partidos, o que justifica um dirigente partidário estar a presidir a uma assembleia geral de uma empresa privada, etc.. Depois, há as eleições autárquicas, para a Assembleia da República, etc., onde os partidos gastam muito mais do que têm ou parece razoável. Finalmente, há obras públicas que ultrapassam injustificadamente orçamentos e enriquecimento rápido de políticos, empresários e personalidades que balançam entre partidos e entre empresas públicas, governo e empresas privadas. E, ainda, construções em áreas protegidas, revisões dos planos directores, aquisição de bens, entrega de serviços a privados, etc., etc., que aos olhos de toda a gente são suspeitas.

É preciso compreender por que tudo isto acontece impunemente, por que há tanta promiscuidade entre interesses públicos e interesses privados e criar mecanismos que ponham cobro aos ilícitos que constituem a corrupção. E neste debate, não deve haver tabus, quer em relação ao inventário das formas de corrupção no interior e fora dos partidos, na administração pública ou privada, quer em relação às propostas sugeridas pelo deputado João Cravinho ou outras.

Todos os relatórios sobre a corrupção dizem que Portugal não tem tomado medidas ajustadas para combatê-la; e, por isso, desperdiça meios que fazem falta ao desenvolvimento do País.

Precisamos de uma cultura cívica que premeie os cidadãos honrados e que puna os “chicos espertos”. Mas isso só é possível com reformas no interior dos partidos e no próprio Estado que promovam o mérito, o sentido do bem-comum e a ideia de que vale a pena defender causas e ser cidadão honrado e responsável.

Não há Estado de direito, nem desenvolvimento, nem cultura do mérito, nem democracia sem a transparência na vida económica, partidária e política.

 

DIA 1 DE FEVEREIRO PELAS 18.55h

Acção contra as alterações climáticas

(ORIGEM:FRANÇA PARA O MUNDO)


No dia 1 de Fevereiro de 2007, participe na maior mobilização dos cidadãos contra as alterações climáticas!

A Alliance pour la Planète (agrupamento de associações ambientais) lança um apelo simples a todos os cidadãos: 5 minutos de repouso para o planeta: toda a gente apaga as luzes no dia 1 de Fevereiro de 2007 entre as 19h55 e as 20h00 (entre as 18h55 e as 19h00, hora portuguesa).

Não se trata de economizar 5 minutos de electricidade apenas nesse dia, mas sim de chamar a atenção dos cidadãos, dos media e das instâncias de decisão para o esbanjamento de energia e para a urgência de passar à acção!

Cinco minutos de repouso para o planeta: não toma muito tempo, não custa nada e mostrará aos candidatos às eleições legislativas francesas de Junho de 2007 que as alterações climáticas são um tema que deve pesar no debate político.

Porquê no dia 1 de Fevereiro? Nesse dia sairá, em Paris, o novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas sob a égide das Nações Unidas.

Esse acontecimento terá lugar em França e não devemos perder esta oportunidade de pôr em destaque a urgência da situação mundial em termos de clima.

Se todos participarmos, esta acção terá um peso mediático e político real, alguns meses antes das eleições francesas!

Façam circular este apelo por todos os vossos contactos e redes!

Divulguem-no também no vosso site internet e nas vossas páginas de notícias.

Enviado por Amélia Pais

http://barcosflores.blogspot.com/
http://cristalina.multiply.com/

quarta-feira, janeiro 24, 2007

 

Uma posição respeitável.

Num debate sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) que decorreu ontem na Escola Superior de Educação de Viseu, o Bispo D. Ilídio Leandro afirmou que votaria "sim" no referendo ao aborto, se apenas estivesse em causa a despenalização das mulheres e não a liberalização da prática até às dez semanas.

E acrescentou: "Sem contradição nenhuma votaria 'sim'".

Eis uma posição que, embora no meu ponto de vista seja contraditória, me agrada, pela sua dimensão humana, registar. É muito diferente daquelas que, sem discutirem nem procurarem compreender o drama vivido pela mulher que interrompe a sua gravidez, lançam a acusação de crime e ameaçam logo com a excomunhão.

Viseu teve sempre grandes bispos!

Lembram-se daquele que dizia: «a religião deve ser como o sal na comida»?

 

Petição contra a TLEBS

Se ainda não subscreveu, está mesmo na hora...

http://www.ipetitions.com/petition/contratlebs/

A Petição CONTRA A IMPLEMENTAÇÃO DA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA TLEBS (TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO) vai ser entregue amanhã , quinta-feira, dia 25-01-2007, às Entidades destinatárias. Vai ser requerido o respectivo debate parlamentar na A.R.

A petição regista neste momento 8007 subscritores.

Seja o próximo a subscrevê-la.

Obrigado!

 

Faleceu o Historiador

António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques era Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Fez corrente com o seu método de investigar e a sua forma de interpretar a história. Não tinha uma concepção casuística, mas contextual e estrutural da história.

Foi condecorado com a Grande Cruz da ordem da Liberdade.

Desde muito novo esteve ligado à maçonaria e foi, depois do seu regresso do exílio, Vice-Grão-Mestre

Por participar nas greves académicas de 1962 foi afastado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, logo a seguir partiu para o exilo, ficando a leccionar nas universidades de Auburn, Flórida, Columbia, Minnesota e Chicago.

Regressou a Portugal pouco antes do 25 de Abril, mas só depois da Revolução dos Cravos teve direito a voltar a dar aulas na Universidade de Lisboa. Em 1976 tomou posse do lugar de professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, tendo sido Presidente da Comissão Instaladora da recém-criada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.

Escreveu mais de 60 volumes e mais de um milhar de artigos publicados em revistas, dicionário e enciclopédias.

É considerado um dos grandes especialistas em história da Idade Média portuguesa, como mostra a sua notável produção na área. Destacam-se das suas publicações, as seguintes obras: Hansa e Portugal na Idade Média; Introdução História da Agricultura em Portugal; A Sociedade Medieval Portuguesa (também traduzida para inglês); Guia do Estudante de História Medieval Portuguesa; Ensaios de História Medieval Portuguesa; Novos Ensaios de História Medieval Portuguesa; Portugal na Crise dos séculos XIV e XV; O «Portugal» Islâmico; História da Maçonaria; Política e Maçonaria.

Tive a honra de o conhecer: era uma pessoa distante nos primeiros contactos, mas depois extraordinariamente simpática e afável.


Onde quer que esteja, receba a minha admiração e respeito.

terça-feira, janeiro 23, 2007

 






Exílio






Quando a pátria que temos não a temos

Perdida por silêncio e por renúncia

Até a voz do mar se torna exílio

E a luz que nos rodeia é como grades

sophia mello breyner andersen

segunda-feira, janeiro 22, 2007

 

"As pregas do véu de ombros"

Fui, com o nosso amigo Ferreira (ilustre causídico de Cortegaça), à apresentação do livro “As pregas do véu de ombros” de Jorge Cunha, professor catedrático de Teologia Moral da Universidade Católica, editado por "Letras & Coisas".

“Letras & Coisas” é uma daquelas editoras que sobrevive com a colocação dos seus livros em livrarias de amigos. Não tem distribuidora e, por isso, a obra terá uma expansão muito reduzida.


E é pena!

Como referiu um dos seus apresentadores, Prof. Dr. Arnaldo Pinho, decano da Sé do Porto e um dos secretários de D. António Ferreira Gomes, trata-se de um romance ético que narra «os encontros, os logros, as revoltas e os caminhos daquele que foi o destino de D. António Ferreira Gomes. Destino intelectual e moral pouco comum, na Igreja e na sociedade portuguesa, semelhante a um Newman na Inglaterra do séc. XIX, ou a um Tomás More em tempos de Henrique VIII, ou ainda a quantos, em séculos anteriores, foram sujeitos a suspeitas, perseguições e falácias de nós bem conhecidas, desde Inácio de Loyola a S. João da Cruz e tantos outros…».

E acrescenta: “De facto, a condição de D. António Ferreira Gomes foi, permanentemente, um dilema exterior e interior entre poder e a consciência, entre ser e não ser, como diria Hamlet…».

Jorge Cunha coloca nas figuras que criou todo o enredo que constitui a trama histórica vivida por D. António. Com tal enredo, o romance consegue ilustrar a máxima, segundo a qual “a moral tem o seu padrão numa espécie de instinto da liberdade e do bem, antes de ser a conformidade com um padrão socialmente instituído.”

E é neste sentido que “As pregas do véu de ombros” se torna num romance ético, bem necessário para os tempos que decorrem.

Quem quiser conhecer mais de perto a luta de D. António Ferreira Gomes pelo reconhecimento dos direitos da consciência, terá de pedir o livro (que na capa tem um desenho do escultor José Rodrigues) a “Letras & Coisas”, Rua Pedras de Novais,253,h45, codex: 4450-767 Leça da Palmeira.


Infelizmente, a obra não estará nos escaparates dos hipermercados ou das FNACS.

 

Solidário com o sargento Luís Matos

Hoje vai ser debatido no “Prós & Contras” a questão da condenação de Luís Matos Gomes a 6 anos de prisão por não querer entregar ao pai biológico o bebé que há cerca de 5 anos adoptou.

Temos de saudar esta iniciativa da RTP1. A democracia é “filha” do livre uso do confronto de palavras e este debate, para além de se justificar como um bom exemplo de serviço público da RTP, tem uma virtude: a necessidade de não deixar passar em branco um caso de aplicação da “Justiça” que nos revolta.

Se os magistrados de Torres Novas tivessem visto uma reportagem sobre as “Mães de Maio”, talvez se interrogassem sobre as razões que terão levado algumas crianças adoptadas pelos próprios torturadores dos seus pais biológicos a preferirem ficar com a família adoptiva que regressar à família biológica. A literatura sobre psicanálise da educação é pródiga em referir as marcas deixadas pelo significado da afectividade no relacionamento com uma criança.


Não podemos aceitar um positivismo jurídico que passa ao lado do saber feito de experiências ou da interdisciplinaridade. É que o direito só se legitima pelo sentido social da sua formulação e nenhuma Justiça pode virar costas à lógica dos afectos que desenvolve as razões da consciência que orientam comportamentos.

Revolta-nos que uma criança que, há cerca de 5 anos, desenvolve afectos com um pai do coração possa ser tratada como um embrulho que se despacha para um qualquer proprietário.

Por isso, nos repugna a condenação do pai adoptivo e todos os que conhecem a linguagem dos afectos, também eles se sentem injustiçados na mesma prisão do sargento Matos Gomes.

O sofrimento deste homem, a sua entrega à criança que adoptou, ficará na história como um exemplo de excelência dum Pai de Coração, enquanto o Tribunal que o julgou marcará mais um passo duma imagem que não dignifica a protecção dos Direitos da Criança, nem a justiça em Portugal. Imagem de que é reflexo a própria Associação Sindical dos Juízes, quando se mostra mais preocupada com a defesa dos seus filiados do que com o papel social que justifica a profissão que representam.

sábado, janeiro 20, 2007

 

Será de espantar?!...

Refere a SIC on line: «Uma série de peças processuais (em segredo de Justiça) sobre a investigação do caso "Apito Dourado" está na Internet, ao acesso de quem as quiser consultar».

E acrescenta: «O despacho sobre novos elementos de prova, assinado pela procuradora-geral-adjunta, Maria José Morgado, tem data desta semana, da passada terça-feira, dia 16. Dá conta da prova recolhida que conduziu à reabertura do processo que diz respeito ao encontro entre o FC do Porto e o Estrela da Amadora. No mesmo sítio encontram-se ainda inúmeras outras peças processuais sobre esta investigação. A SIC já confirmou a autenticidade dos documentos.Uma violação do segredo de justiça, que poderá ter consequências nos próximos dias».

Já não sei se é de espantar!... O Futebol sempre funcionou como um Estado dentro do Estado e, naturalmente, haverá gente interessada em desacreditar o trabalho da PGA.


Como reagirá o Ministério Público?!...

 

"O embrião não é pessoa humana"

Sempre disse que a interpretação da vida humana dada pela Igreja Católica acabaria por ter a mesma sorte que a concepção que esta tinha do Cosmos, no tempo de Galileu.

Hoje, noticia o “Público”: O Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, reconhece que «o embrião não é pessoa humana, porque não tem consciência». Foi já o primeiro passo para a Igreja se harmonizar com o que há muito defende a comunidade científica. Agora, é só uma questão de tempo.

Era bom que a Igreja reconhecesse que o referendo não visa liberalizar o aborto, mas resolver sobretudo o problema de jovens dos estratos sociais mais pobres que engravidam sem desejarem ser mães: são essas que não sabem o que são abortivos, não pensam em contraceptivos, nunca ouviram falar de apoio à família e olham para a gravidez como um azar de que é preciso “descartarem-se”. São estas que eventualmente podem ir para a cadeia, se a IVG não for despenalizada. Para as outras, o "aborto" já está hà muito tempo liberalizado.

 

O assessor apropriado

Marinho Neves, ex-assessor de Ferreira Torres na autarquia do Marco de Canaveses apareceu, hoje, no Canal 5 da TV, a “publicitar” um livrinho que escreveu há anos, intitulado “Golpe de Estádio”.

Diz o escriba que investigou tudo sobre a corrupção no futebol. Percebe-se, agora, o critério que terá levado Avelino a chamá-lo para o assessorar.

Desejamos-lhe boa viagem para apanhar a onda Carolina e vender uns livrinhos, já que, na altura, ninguém ligou ao “escriba”.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

 

O regresso do “JUSTICEIRO”

Paulo Portas com a “autoridade moral” que se lhe conhece (todos se lembram do tempo em que esteve na Universidade Moderna e no que por lá andou a fazer!...) tornou público (e isso é o que lhe interessava) ter feito um requerimento para questionar a Procuradoria-geral da República sobre a legitimidade da Dr.ª Maria José Morgado participar numa conferência organizada pelo grupo parlamentar do PS intitulada «Sim à Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez».

Paulo Portas entende que a Drª Maria José Morgado é PGA quando prepara o pequeno-almoço, sai com o marido ou vai às compras.

Só ele, enquanto Ministro, teve o direito de ser cidadão com o jet-set, ao entrar numa discoteca ou a dizer adeus no BMW do ministério à Cinha Jardim!

Paulo Portas invoca para si direitos que nega à PGA.

Percebe-se o que Paulo Portas pretende com o seu ruído.

Entretanto, o Procurador-Geral da República acaba de esclarecer que a intervenção de Maria José Morgado foi feita «na qualidade de cidadã e de jurista e não na de magistrada».

Pode, agora, Paulo Portas ficar com a «consciência do dever cumprido».

As televisões já fizeram eco do seu “trabalhinho”!

 

Nasceu em 19 de Janeiro:


«Celui qui n'a pas le goût de l'absolu se contente d'une médiocrité tranquille »

Paul Cézanne (1839-1906)

Enviado por Amélia Pais
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quinta-feira, janeiro 18, 2007

 

Uma sugestão para o segredo de Justiça


 

Terrorismo semântico

Escreve Vital Moreira no blog “Causa-nossa”

«Um pouco mais de coerência, pf.

Os partidários da não despenalização do aborto que continuam a falar do aborto como "morte de criança", "eliminação de um ser humano", etc. deveriam ser minimamente coerentes, exigindo que o aborto fosse punido como infanticídio ou homicídio, e não como um crime autónomo. Por que o não fazem, recuando assim perante o seu próprio terrorismo semântico? »

E Já, agora, dizemos nós, por que não pedem o julgamento das grávidas que abortam por acidente biológico? É que, seguindo a lógica desses senhores, pode haver um crime de homicídio por negligência.


Dizia-me há tempos uma personalidade muito importante da Igreja: «a Igreja também tem, no seu interior, inimigos: são os que têm necessidade de se mostrarem muito virtuosos e ultrapassam os limites do bom-senso».

De facto, o descrédito nunca veio do bom-senso. O bom-senso tem limites: só o disparate, o fundamentalismo, nunca os conhece.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

 

Onde está o aborto?

A campanha pelo não tornou-se numa cruzada contra hereges.

É isso que dá a entender o Cónego Tarcisio Fernandes Alves da Diocese de Portalegre ao afirmar que quem votar SIM pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez será excomungado.

Cita, para os devidos efeitos, o cânone 1398 do Código de Direito Canónico, onde se afirma que «quem provoca o aborto incorre numa excomunhão automaticamente».

Depreende-se que o voto no SIM à despenalização é o mesmo que “provocar um aborto”.

No Sr. Cónego a questão semântica (despenalização) ganha uma interpretação que falta à dimensão da piedade cristã e da sua confusão fica-se sem saber onde está o aborto!

 

Miguel Torga deixou-nos há 12 anos


















Recomeçar

Recomeça ...
Se puderes,
E os passos que deres,
Nesse caminho duro do futuro,
Dá-os em liberdade
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.



SEGREDO

Sei um ninho.
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...

Miguel Torga, in "Diário VIII"

Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, nasceu em 1907 em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra e escreveu, entre outros, “Contos da Montanha”, “Bichos”, “A Criação do Mundo”, “Senhor Ventura” ou “Vindima” e, na poesia, “Rampa”, “Abismo”, “Lamentação”, “Libertação” ou “Poemas Ibéricos”. Várias vezes nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, Miguel Torga tornou-se um dos mais conhecidos autores portugueses do século XX.

terça-feira, janeiro 16, 2007

 















Mesmo que partas, ficarei presente

Em tua sombra sempre. Nos umbrais

De minha vida a só, sei que jamais

Comandarei as emoções e a mente

Sem que o toque sereno, antes ausente,

De tua mão na minha dê sinais

De que estás junto a mim. Sei que por mais

Larga a distância , o coração fremente

Pulsa em dobro. Teu vulto transparece

No que faço e o que sou, e é certo, pois

Que o vinho sabe às uvas de sua messe.

E quando rogo a Deus por mim, depois

Ele escuta teu nome em minha prece

E em meu olhar vê lágrima de dois.

Elizabeth Barret Browning


Enviado por Amélia pais


segunda-feira, janeiro 15, 2007

 

Uma batida de caça em TÓ

Depois do jantar de caça, em Vouzela, parti no Domingo, às 5h da manhã, para Mogadouro, mais propriamente para a freguesia de TÓ. A montaria começava com o mata-bicho às 9h.

Chegamos à hora marcada ao velho solar do bisavô de um dos nossos amigos, onde, hoje, funciona a junta de Freguesia. Explicou-me o bisneto que, o seu antepassado era liberal e, como andava muitas vezes fugido, teve em cada aldeia a sua companheira e deixou muitos filhos por aquelas bandas. Percebi, então, o papel do liberalismo na repovoação das aldeias transmontanas. Foi muito mais eficaz que todas as medidas tomadas por D. Sancho I … Sempre me pareceu que há boas razões para ser republicano

A montaria tinha uma particularidade: no final, por volta das 13 horas, depois da missa de domingo, era servido um almoço não só aos montanheiros mas também a toda a população da Freguesia. Constituía uma forma de estimular a população a olhar pela caça no tempo do defeso.

O almoço constou de uma suculenta feijoada transmontana. No final, fomos convidados a ir tomar o café a um dos dois cafés da Terra. É que a sede da Junta não dispunha de máquina de café para não fazer concorrência aos estabelecimentos do ramo.

Terminada a faina, regressei com os meus amigos ao Porto. Como um deles desempenha o negócio formoso de importação de flores, pedi-lhe um ramo de rosas vermelhas lindíssimas, importadas do Quénia, e entreguei-o á minha legitima (e única). Foi um gesto simpático que me devolveu muita alegria. Pena é que já não tenhamos idade para repovoamentos… Mas... faz-se o que se pode!…

Espero, agora, a próxima jornada.

sábado, janeiro 13, 2007

 

Os valores “pegam de estaca”

A propósito da IVG o tema dos valores tornou-se moda. Diz-se que a vida é um valor fundamental, mas dela se desdenha nas situações de pobreza, de abandono de crianças, de pena de morte, de racismo e de xenofobia.

D. António Ferreira Gomes disse, um dia, que era melhor evitar os filhos que abandoná-los na rua e vê-los todos rotos, a pedir esmola. Isto foi recentemente referido por um médico católico e professor universitário, Albino Aroso Ramos, antigo Secretário de Estado da Administração de Saúde, que diz SIM à descriminalização da IVG.

É significativo que a assertividade em relação ao valor da vida não tenha consequências na defesa de políticas de vida, como o combate ao desemprego, à falta de habitação, de cuidados de saúde, de educação, etc. No entanto, para os católicos tão preocupados com a não despenalização da IVG, Jesus, no Novo testamento diz: «Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância». O que significará «vida em abundância», se não pensarmos nas condições económicas, sociais e culturais do viver?!...

Muitos pensam que é à escola que compete a tarefa de definir as estratégias de uma educação para os valores. Mas o sistema de ensino é, hoje, um reflexo da crise geral em que vivemos. Se fossem precisos exemplos desta situação, bastaria referir a leviandade com que foi integrado um excerto do regulamento do Big Brother num dos manuais da disciplina de Português e lembrar que esse manual, com um tal exemplo “educativo”, foi dos mais escolhidos no ensino secundário.

O império do interesse económico sobrepôs-se a tudo o que constituía âncoras de busca de um sentido para a vida e para o mundo. É neste contexto, que também foi esvaziado o valor do trabalho e o papel das organizações sindicais. O novo código do trabalho, desvalorizando as organizações dos trabalhadores, facilitando o desemprego e promovendo a mobilização e o trabalho precário, criou, sobretudo nos jovens candidatos ao primeiro emprego, um sentimento de insegurança relativamente ao futuro.

Uma direita que se diz católica apostólica romana e que, retoricamente, tantas laudes faz à instituição da família (em abstracto), despreza as circunstâncias que promovem a constituição duma família e a tornam numa sociedade de afectos.

Os esteios fundamentais da organização dos valores da solidariedade, da generosidade e do sentido da vida estão desvalorizados. Faltam as estacas de apoio ao desenvolvimento dos valores.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

 

O rosto da governação


Dois em UM
Obs: A fotografia, com a devida vénia, retirei-a de: http://www.oanonimoanonimo.blogspot.com/

quarta-feira, janeiro 10, 2007

 

Pelo SIM

Não impomos a ninguém as nossas convicções e, por isso, dizemos SIM à (DIVG) Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez.

 

Pos-scriptum

Noticia a Lusa -- “socialistas católicos com cartazes contra o aborto”.

De facto, o PS é o partido onde proliferam facções com muitas crenças particulares e poucas práticas de cidadania comuns.

E são tantas as facções, sem denominador de cidadania comum, que já ninguém sabe se a sigla “PS” significa partido socialista ou post-scriptum!

 










Quem tem consciência para ter coragem,
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem,
Inventa a contra-mola que resiste!

Quem não vacila mesmo derrotado,
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado,
Entre os dentes segura a primavera!

João Apolinário

Enviado por Amélia Pais

terça-feira, janeiro 09, 2007

 

Estar solidário com as mulheres pobres

Dia 11 de Fevereiro, os portugueses são chamados a pronunciar-se, pela segunda vez, em referendo, sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez.

Não está em causa ser ou não a favor do aborto, mas está em causa uma lei que mete na cadeia as mulheres que interrompem a sua gravidez. E é esta a questão que claramente deveria ser debatida pelos movimentos que fazem campanha neste referendo.

Mas a confusão entre o plano da cidadania e o plano da consciência moral já está a generalizar-se por uma retórica que mete no mesmo saco questões económicas, concepções filosóficas de vida, desertificação do in
terior, etc., etc.. E receio que a abundância de políticos que aproveitam o referendo para se mostrarem na televisão seja um factor de desmobilização da maioria dos portugueses.

O autismo dos partidos não os deixa perceber que, numa altura em que o povo dá sobejas provas de estar divorciado dos políticos, a causa da despenalização ganhava mais com a ausência destes nas campanhas pelo sim do que com a sua presença.

Receio que o povo, estando zangado com os políticos, não apareça nas urnas de voto; e, em vez de um SIM massivo pela descriminalização do aborto (como seria natural), surja uma enorme abstenção que deixará tudo na mesma, penalizando as mulheres pobres.

Não tenhamos dúvidas: abortar é um drama para todas as mulheres e a descriminalização visa, sobretudo, resolver o problema das mulheres pobres; as outras têm quem lhes indica, no país ou no estrangeiro, clínicas onde possam interromper a sua gravidez com segurança e á margem da lei. A
lgumas destas mulheres até podem "dar-se ao luxo", para consumo das "boas" consciência, de serem vitalmente asserivas no não.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

 

A escola tornou-se num local perigoso

Uma colega, orientadora de estágio, considerada muito competente, extraordinariamente dedicada, foi violentamente agredida por um aluno. Diz não mais regressar à escola. Casos semelhantes estão a acontecer em diferentes escolas. A autoridade dos professores desapareceu pela mão de uma ministra incompetente, rodeada de gente que ocupa direcções regionais, gabinetes e secretarias de estado que nunca exerceram verdadeiramente a profissão de professor.

Temos de confessar que o fascismo tinha uma política para o ensino (formar profissionais competentes e cidadãos obedientes); o regime democrático não a tem: nem forma cidadãos responsáveis, nem profissionais competentes. O nosso sistema de ensino tem vivido de rodriguinhos pedagógicos, da desvalorização crescente da autoridade dos professores, do desinvestimento na disciplina, da depreciação do valor do trabalho dos alunos na aprendizagem e da inflação de notas para não aturar pais de alunos.

O preço desta situação vai sendo pago com o descrédito do regime e o atraso do País.

domingo, janeiro 07, 2007

 

Dia de montaria

Ontem participei, como convidado, numa montaria organizada pela Casa do Pessoal da RTP. A jornada decorreu em Macedo de Cavaleiros

A cultura urbana despreza estas iniciativas, considerando-as, geralmente, bárbaras. No entanto, um dos maiores pensadores do século passado, José Ortega y Gasset, no seu ensaio”Sobre a caça e os touros” afirma que “a caça, no seu melhor estilo, fez que sempre fosse considerada como uma grande pedagogia, como um dos métodos preferidos para educar o carácter”.

Não é, como muita gente pensa, o objectivo da caçada matar, mas apoderar-se da rês.
Não se lhe pode atirar, se estiver parada e, fora dos períodos cinegéticos, o caçador deve saber olhar pela caça, protegendo-a de outros predadores e promovendo as melhores condições ao seu desenvolvimento.

O respeito por regras e pelos animais é o que define o bom caçador ou pescador. Aquele que envenena os rios não é um pescador e aquele que caça nos locais onde a caça è protegida ou durante o defeso, tem a desconsideração de todos os caçadores.

A montaria começou com um suculento mata-bicho e a animação dos “Caretos de Podence”. Depois, foi a entrada no perímetro de caça levados por autocarros e, em seguida, por potentes tractores para as portas da mancha da montaria. No final, houve o grande almoço, com o baile e a passagem de modelos vestidos pela Autuno, uma empresa que produz roupa de caça.


Caçaram-se 12 javalis, mas este vosso amigo só viu passar uma raposa. Foi a sorte que teve!

Encontrei velhos amigos e o dia foi ocupado com a felicidade de me sentir submerso na natureza, envolta num enorme nevoeiro.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

 

Hipocrisia e subserviência denunciadas


Não conheço Ana Gomes, mas admiro a sua coragem, a sua frontalidade, o nada ter a ver com o “pensamento correcto” (melhor definido como "pensamento de conveniência" ou "oportunista") dos seguidistas e carreiristas. Diz o que acha dever dizer e isso é mais relevante do que uma ou outra questão com a qual discordemos ou possamos ficar chocados.

Mais um vez veio denunciar a hipocrisia do Governo no caso da passagem de voos da Agência Central de Informações (CIA) dos Estados Unidos da América (EUA) pela base das Lages com detidos ilegais transportados para o inferno criado em Guantanamo.

Denunciou, agora o facto de, na Ilha Terceira, aos olhos de quem passava, os agentes da CIA procederem «à transferência de pessoas agrilhoadas».


A eurodeputada, que esteve nos Açores, considerou que esta nova informação vem nomeadamente confirmar as suspeitas já existentes acerca das «tremendas falhas dos serviços de controlo e fiscalização», que permitem «tudo o que toca à transferência de prisioneiros sonegados a um processo judicial».E criticou a subserviência dos governos de Portugal em relação aos EU, dando como exemplo, o facto de não ser «obrigatório que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tenha, antecipadamente, a lista de passageiros dos voos da CIA».

 

maus exemplos

Segundo o JN, um menino de 10 anos da Guatemala fez aquilo que não deveria fazer: imitou o que fizeram na execução de Saddam e morreu enforcado em Houston, no Estado norte-americano do Texas.

São as consequências de se imitar os mais poderosos do mundo e não perceber que eles só dão maus exemplos!

 

Flor que não dura








Flor que não dura
Mais do que a sombra dum momento
Tua frescura
Persiste no meu pensamento.
Não te perdi

No que sou eu,
Só nunca mais, ó flor, te vi
Onde não sou senão a terra e o céu.


Fernando Pessoa -Cancioneiro

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Enviado por Amélia Pais

quinta-feira, janeiro 04, 2007

 

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