sábado, julho 31, 2010

 

O que é preciso é um golpe de asa!!!


O País vai mal, mas não é culpa do País. A culpa está na falta de um “golpe de asa” que faça desaparecer os problemas. Se os alunos não estudam e há um elevado número de chumbos, o que se faria com um “golpe de asa”? Naturalmente, far-se-ia o que pretende a Ministra da Educação: acabar com as repetições e, consequentemente, acabar com os chumbos.



Se, no caso Freeport, é perdido o rasto a milhões de euros e todos os inquéritos, diligências, cartas rogatórias e coisas tais nada resolvem, e, ainda por cima, instituições internacionais acusam Portugal de estar ao nível de alguns países africanos no combate à corrupção, então que um “golpe de asa” faça desaparecer essas nuvens e acabe com demoradas burocracias em anos infindáveis. Declare-se, em Revisão Constitucional, apoiada pelo PS e pelo PSD, que a partir do nível de junta de freguesia, não há corrupção.


Um “golpe de asa” pode resolver tudo e é isso que precisamos. Naturalmente, ficarão sempre alguns problemas: o de saber se os procuradores devem estar ao nível dos advogados ou. num estrado mais acima, com cinco centímetros de altura, conforme recente polémica em Castro Daire.

O que é preciso é um golpe de asa!!!

sexta-feira, julho 30, 2010

 

Não sei se o exemplo é único

A RTP apresentou uma queixa-crime (pedindo 180 mil euros de indemnização), contra Cintra Torres, o jornal Público e o director do título, pela publicação, a 20 de Agosto de 2006, do artigo «Como se Faz Censura em Portugal». Nesse artigo é referido que «o gabinete do primeiro-ministro deu instruções directas à RTP para se fazer censura à cobertura dos incêndios: são ordens directas do gabinete de Sócrates».


O tribunal de 1ª. Instância arquivou este processo em 2007. A RTP recorreu para o Tribunal da Relação.

Na sentença, o juiz desta última Instância considerou: «a crítica à RTP não pode ser considerada ilícita por se referir à permeabilidade à pressão governamental a que se mostra recorrente» e, ainda, «totalmente improcedente» o pedido de indemnização.


Não podemos deixar de nos regozijar com esta sentença. O poder só por ser poder não pode impor razões. A crítica refuta-se com argumentos, tendo sempre presente que numa sociedade aberta a crítica é o ácido que corrói os erros. Sem abertura á crítica não há democracia. O poder está para servir enão para ser "temido e adorado"

 

Era previsível!

Estava escrito nas estrelas. O PSD desce, agora, dez (10!) pontos, na sondagem da Marktest para o Diário Económico e TSF mostra.



O estado de graça de Passos Coelho acabou e só a ele e ao seu staff pode agradecer. Sem nenhuma sensibilidade aos problemas dos portugueses, orientou a sua estratégia pelos cansados tacticismo que aprendera na JOTA.

Mas o pessoal quer que lhe resolvam os portugueses e não que os atirem para aventuras que desgraçaram outros povos. E quem não se lembra do Chile, após Allende?


PSD --- 37%


PS----33,3% ( regista uma subida de 24,1% em Julho para 33,3% em Julho).

quinta-feira, julho 29, 2010

 

O estílo faz o homem

Carlos Queiroz habituou-nos a muitas peculiares originalidades. Agora, depois de ser acusado de “alegados insultos a uma brigada anti-doping e ao presidente da Autoridade Anti-Dopagem, Luís Horta”, vitimiza-se, queixando-se de ser “vítima de linchamento público.”



Não sei por quê, mas faz lembrar aquela senhora dos tempos coloniais, muito flatulenta, que tinha a servi-la uma pretinha. Sempre que não conseguia segurar os vapores mal-cheirosos que saíam estrondosamente, virava-se para a sua negrinha serviçal e dizia em voz alta: “Sua porca!!!...” E dava-lhe cinco chicotadas.

quarta-feira, julho 28, 2010

 

Passos Coelho precisa de férias.

Mais valia entrar em férias do que andar numa azáfama improdutiva. Passo Coelho quis fazer esquecer a sua aliança com o PS no PEC e criou o facto político da Revisão Constitucional, agora lembrou-se de ressuscitar um novo Tratado de Tordesilhas com Espanha e amanhã o que será? Não se sabe, mas já deu para entender que o Jovem transmontano não acerta uma.


Entretanto, Sócrates vai aligeirando a sua carga negativa: jogou para canto o Freeport, vai receber, com o negócio da Vivo, 7.500 milhões de euros, não vai tardar em anunciar uma diminuição do deficit e mais próximo das eleições presidenciais proclamará uma diminuição de impostos.


Entre chicos-espertos, ninguém leva Sócrates. Não tardará e já ninguém mais se lembrará dos esforços apressados desse jovem bem vestido de madeixa ao vento que, de Vila Real, foi até Lisboa e conseguiu ser presidente do PSD.

sexta-feira, julho 23, 2010

 

Tornar o voto em branco num voto útil


A representação eleitoral está em deficit. Há muita gente que não se encontra representada em nenhum partido.


Neste sentido, se os votos em branco fossem contados, a distribuição proporcional fazia-se mais autenticamente: havendo menos deputados (os votos em branco contavam para uma espécie de partido, “o dos que não se sentem representados”), a repartição pelos partidos existentes representava melhor a base de apoio que de facto possuem.

A não eleição de deputados trazia uma vantagem política: seria para os partidos um sinal de que precisavam de corresponder melhor aos eleitores para não gerarem o descontentamento ou protesto que o voto em branco traduzia.

O voto em branco passava a ter um sentido claro, ser um voto útil, e não, como agora, que é inútil, não traduz nenhuma posição política clara.

Por outro lado, era importante o voto uninominal, em ciclos uninominais.

Subscreva a petição e divulgue-a pelo maior número de pessoas. Não há democracia sem cidadania. Faça partilhar esta petição entre os seus amigos.

http://www.peticaopublica.com/?pi=JBM 

 

O que nos revolta!...

A exaltação do cinismo é ver na TV, seja na “quadratura do círculo”, ou noutro espaço, indivíduos com três ou quatro empregos, milionariamente pagos, a dizerem que “justa causa” é o mesmo que “razão atendível” e que é preciso despir a Constituição da carga ideológica que vem de 75.


Fica-se com uma revolta interior difícil de exprimir. Então o neoliberalismo não é uma ideologia, não tem os seus critérios valorativos (o critério do interesse pragmático) a orientar comportamentos?!...

Ouvi há poucas horas um empregado do comércio dizer-me: «o patrão disse-me há bocado: este ano não há férias, se quiser férias vá-se embora». E o meu amigo respondeu-lhe: «Mas Você não me pode despedir!» Ao que o patrão retorquiu: «quer razão mais forte do que não poder pagar a outro empregado?!»


O coordenador da proposta do PSD tem razão para a “razão atendível” Recordemos que Paulo Teixeira Pinto saiu do BCP com uma indemnização de 10 milhões de euros e até final da vida (que se espera longa) terá uma pensão anual de 500mil euros. http://economia.publico.pt/Noticia/paulo-teixeira-pinto-recebeu-10-milhoes-a-cabeca_1317016. Fora os empreguitos que, entretanto, já tem, como o de livreiro e editor.

Se está a pensar que toda a “razão atendível” será como a sua, vive num outro mundo. Talvez o celestial, para onde se presume que quererão ir monárquicos crentes em Deus e da OPUS-DEI.

quinta-feira, julho 22, 2010

 

Um marco na história do Porto.

Sobre a apresentação do livro “Confronto - uma cooperativa cultural”, escrevi para o semanário “Grande Porto” o seguinte texto:

Um marco na história do Porto.

Foi pequeno o Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett para acolher, na passada segunda-feira, todos os que quiseram revisitar a memória dos acontecimentos que tornaram, na década de 60, a Cooperativa Cultural Confronto numa escola do exercício da cidadania.

Tratava-se da apresentação do livro de Mário Brochado Coelho “Confronto - memória de uma cooperativa cultural, Porto 1966-1972”, editado pela Afrontamento. (É curioso que esta editora, como sublinhou José Sousa Ribeiro, surgiu dos lucros da venda de um outro livro escrito pelo mesmo autor, “Em defesa de Joaquim Pinto de Andrade” -- padre angolano, ligado à Confronto, irmão de Mário Pinto de Andrade, fundador do MPLA)

A Confronto inspirou-se no apelo das encíclicas de João XXIII, no espírito do Concílio Vaticano II e na Carta a Salazar de D. António Ferreira Gomes e tinha, como instituição similar, a Pragma, em Lisboa.

Estiveram na sua formação, Sá Carneiro (autor dos estatutos), Frei Bento Domingues e seu irmão, Mário Brochado Coelho, António Leite Castro, José Carlos Marques, Artur Santos Silva, o editor Mário Figueirinhas, António Melo, Leal Loureiro e outros.

Rapidamente, se tornou num marco de referência na luta pelas causas dos mais pobres, na defesa da liberdade e da justiça social. A ela aderiram católicos oriundos de meios operários e universitários, e, logo, se lhes juntaram grupos que promoviam a alfabetização, o teatro e a dinamização cultural nos bairros municipais. Associaram-se, em seguida, jovens regressados da guerra colonial, como Pedro Francisco e o saudoso César Oliveira, bem como intelectuais de esquerda desapontados com a linha política do comunismo.

É impossível descrever as inúmeras actividades promovidas pela Confronto. Fizeram-se conferências, promoveram-se debates, organizaram-se cursos, elaboraram-se e difundiram-se manifestos, como o “manifesto dos 118” (exigindo a demissão de Salazar), o “Direito à informação” (denunciando as prisões políticas), etc.

Personalidades de todo o País colaboraram com a Confronto: Arq. Teotónio Pereira, Armando de Castro, Lino Lima, Salgado Zenha, Jorge Sampaio, Mário Soares, etc.

A importância da Confronto na formação cívica e na reflexão sobre a situação do País, foi marcante. Pena é que os responsáveis por esta Cidade não saibam reconhecer o que de melhor tem a sua memória e ninguém da Autarquia tenha aparecido. Não basta citar Sá Carneiro, se nada se fizer para compreender a marca da exemplaridade, os sulcos que cavaram na vida as suas convicções. Hoje, no PSD, tudo isso seriam velharias. Os nossos Yuppies, chefiados por Passos Coelho, são homens do blá… bla´… e obcecados com o poder desprezam o que significa a fome, a miséria, etc.

Bem-haja, Mário Brochado Coelho, por nos trazer, em tempos de profunda crise de valores, o testemunho da Confronto!

Obs: Peço desculpa mas, embora me tenham dito que saía, não foi publicado. Talvez na próxima semana

terça-feira, julho 20, 2010

 

Falta-lhe substância.

Houve tempo em que toda a reflexão partia da seguinte metodologia: ver, julgar e agir.


Passo Coelho poderia chamar o seu staff e dizer: vamos ver, ministério por ministério, o que não funciona, o que causa desperdício, o que tem consequências perversas, seja na educação, na justiça, na economia, nas finanças, no parlamento, no nosso partido, etc.

Depois deste balanço, poderia pedir soluções: quais as melhores ideias para corrigir o que está mal, para evitar desperdício, para melhor ligar os eleitores aos eleitos, diminuir a pobreza, melhorar o desempenho, promover a qualidade das aptidões, dar resposta aos problemas, etc., etc.

Encontradas as melhores ideias, seguia para a última etapa: elaborar um caderno de propostas para um governo social-democrata retirar o País da crise.

Mas, como bom “jota”, resolveu dar um salto para o mais fácil: o blá…blá… sobre a Constituição. Já ninguém se lembrava desta carta magna que todos os dias é atropelada sem qualquer queixume. E, no seu blá…blá…encontrou uma justificação: vamos despir a Constituição dos resquícios socialistas (esquecendo que também são social-democratas) para ter uma constituição limpa de todas as ideologias e assim receber uma configuração que sirva de “fatiota” para qualquer governo.

Obcecado com esta falácia esqueceu que uma Constituição, assim despida, também recebe um formato ideológico: o do pragmatismo neo-liberal.

Passos Coelho conseguiu, assim, bem ao estilo “jota”, de quem se doutora numa universidade tipo independente, marcar uma agenda política: a partir de agora terá sindicatos, partidos, associações cívicas, em suma, toda a gente, mesmo do PSD, contra si.


Passos Coelho vai, com certeza, descer nas sondagens, começará a ter os seus correligionários a “ferrar-lhe” nas canelas e não demorará muito que tenha de regressar ao colo do seu barão Ângelo Correia.


Geralmente, é este o destino dos políticos plastificados, sem substância!

 

A caixa de Pandora

A revisão constitucional que Paulo Teixeira Pinto elaborou para o PSD está marcada pelo sindroma do “opus dei” à procura da salvação.


O direito ao Serviço Nacional de Saúde é substituído pela assistência caritativa, o Direito a não ser despedido sem justa causa fica ao critério do bom-samaritano das razões de coração, o Parlamento fica subordinado ao Presidente da República e os eleitores à insignificância do voto.

Nada de tornar o voto em branco num voto útil (com consequências no número de deputados), nada de abrir o parlamento a movimentos cívicos, nada dos ciclos uninominais que aproximassem os eleitos dos eleitores, nada de chamar os cidadãos a votos, nada de diminuir os privilégios da classe política.

O que interessa são os arranjinhos do poder da oligarquia que domina os partidos.

Passo Coelho, com esta proposta de Revisão Constitucional, abriu a caixa de Padora.

Nem a esperança vai conseguir salvar.

De Epimeteu que escondia os males do PSD acabou por se tornar numa nova frustração de esperanças para o PSD e seguir o caminho do socratismo. Mas muitos dirão: «para pior já basta assim!»

Por este andar nem será primeiro-ministro nem se aguentará muito tempo no seu partido.

Mas quem trai expectativas, renega o passado, despreza referências, não quer saber do legado dos seus pais, abandona os contributos valorativos que faziam a sua identidade e só se preocupa com o pragmatismo utilitarista, imediatista e interesseiro proclamado pelo neo-liberalismo, não merece outro destino.


Não vai demorar muito tempo e já ninguém se lembrará do rapaz da madeixa ao vento.

segunda-feira, julho 19, 2010

 

Exaltação do vazio.


Sócrates é mesmo insuportável. Ou se vitimiza ou lança a ameaça do lobo mau. Não consegue dar razões, argumentar…. Tira conclusões sem premissas. Além disso, usa e abusa da “lógica”: quem no passado fez um erro não dá garantias de no futuro fazer melhor. Só não aplica essa lógica à sua governação.

Por questões ecológicas, era bom que este homem fosse exercer outra actividade.

domingo, julho 18, 2010

 

estado da Nação.

José Sócrates e Passos Coelho já não dançam o tango. Agora fazem jogos florais.

Os problemas do País começam precisamente aqui, nos “jogos retóricos” que escondem a ausência de ideias para resolver a crise profunda em que vivemos. A reforma dos partidos é a mãe de todas as reformas.

Precisamos de gente que nos represente e não apenas a vontade dos directórios partidários, muitas vezes feita à custa de jogos de interesse que se desenvolvem no interior dos partidos.

Sem a reforma-mãe, que torne o voto nominal e faça contar o voto em branco para permitir que só seja deputado quem escolhemos, não é possível promover o mérito, o sentido de Estado e o bem-comum.

Sem essa reforma não são possíveis todas as outras reformas que precisamos para melhorar o estado da Nação.

terça-feira, julho 13, 2010

 

O papel do Intelectual



Vivemos uma profunda crise, com um desemprego galopante e uma abissal distancia entre ricos (cada vez mais ricos) e pobres (cada vez mais pobres). As consequências desta crise está longe de poder ser calculada. E não se vê quem mobilize e dê confiança aos portugueses. Faltam-nos líderes que rasguem novos caminhos.

Pensei, já que durante alguns dias não estarei na “margemesquerda”, sem nenhum pretensiosismo, colocar á discussão o papel do intelectual. Sirvo-me de um debate com Sartre (filósofo da existência que, trazido pelo meu amigo Sardo, esteve no Porto, logo a seguir ao 25 de Abril).
O modelo do intelectual engagé, comprometido com uma prática, parece ter desaparecido nos anos 80, com o “politicamente correcto”, o fim das ideologias, a corrida ao sucesso individual, o blá…blá… e o tornar a ética numa arma de arremesso.
Hoje, impera a vulgaridade, o tacticismo, os lugares comuns, o vazio de ideias e o niilismo.
Precisamos desse actor histórico, que desocultava na prática o embuste, rasgava estratégias, comprometia-se com a verdade, a justiça e a liberdade. E norteava-se sempre por viver, no mundo da vida, a aliança entre a moral e a política. E era assim que reduzia a distância entre pensamento e acção.
Sugiro, então, que ouçamos Sartre sobre o papel do intelectual

 

Ensino de português


Temos de esquecer estes senhores.

Maria do Carmo Vieira quer dar uma 'reguada' ao sistema de ensino português: através da Fundação Manuel dos Santos (presidida pelo sociólogo António Barreto), lançou esta semana o ensaio 'O ensino do Português.

http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1071906.html

 

Sócrates não pode continuar a assobiar para o lado.

O “rating” da dívida portuguesa voltou a descer. Agora em dois níveis: de Aa2 para A1. Significa que continua a degradar-se a dívida em percentagem do PIB e a dívida em relação às receitas. Por outras palavras, o PEC (programa de estabilidade e crescimento) está a ter consequências nefastas. Baseado na subida dos impostos (vão até 45% no IRS) está a impedir o consumo e com isso o crescimento económico e o desenvolvimento do País. Não adianta a Sócrates assobiar para o lado.

 

A cena mais linda do mundial de Futebol


domingo, julho 11, 2010

 

Viva La Espanha!

A selecção espanhola sagrou-se esta noite campeã do Mundo pela primeira vez na sua história.

Venceu a Holanda por 1-0



VIVA LA ESPANHA

 

Viva La Espanha Mix www.bandanavegantes.com


sexta-feira, julho 09, 2010

 

Futebol e política, ao mesmo nível

O futebol ficou ao nível da política e esta ao nível daquele. Em declarações (gravadas, segundo o “Sol”), Carlos Queiroz diz «Tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem».

Olhando para o espelho e intuindo as consequências, reflectiu e resolveu o assunto, como ele é resolvido na política. Atirou-se ao mensageiro e disse: a notícia é uma «desonestidade, uma vigarice, execrável, de uma baixeza que não tem limites».


Mas quando o ego é grande, pela boca morre o peixe. Precisamos de outro seleccionador: mais humilde e com mais sentido do papel que um seleccionador deve desempenhar.

quinta-feira, julho 08, 2010

 

Falar verdade

O semanário “GrandePorto” publicará amanhã o seguinte texto que escrevi:

Falar verdade.


Cavaco Silva aconselhou, há dias, os que quisessem conhecer a verdade sobre a situação económica do País, consultarem o site da sua Presidência. Em causa estava a polémica sobre a ideia de insustentabilidade da situação económica, declarada pelo Presidente da República.

As reacções não se fizeram esperar. Sócrates, para quem (presume-se!) a verdade não galvaniza os portugueses, confessou que “se sente sozinho a puxar pelo País”. Manuel Alegre, mais incisivo, defendeu o Primeiro-ministro, considerando que ao Presidente da República “cabem não palavras de depressão, que desmobilizem os portugueses, mas uma palavra de confiança”. Mário Soares, num tom mais “soft”, considerou que, na sua óptica, um Presidente da República deve apenas dizer o que pensa que devem fazer os governos e não entrar em diagnósticos.


Falar ou não verdade, dizer meias verdades (que também são meias mentiras) tornou-se num problema nacional.

Mas esta questão não é nova. Karl Popper, na sua magnífica obra “A sociedade aberta e os seus inimigos” defende que, em democracia, o que é fundamental é a consciência de responsabilidade e ser responsável é falar verdade e dar resposta às críticas. Alexandre Koyré, num texto intitulado “Reflexões sobre a mentira”, esclareceu que a mentira foi sempre uma “arma de guerra”: mentia-se ao inimigo para o poder vencer. Mas, impunha-se uma condição para usar a mentira: não fazer do embuste uma arma contra os amigos e aliados. Na paz, surge, na política, associada à propaganda. E refere Koyré: “se nada é tão refinado como a técnica de propaganda moderna, nada é tão grosseiro quanto o conteúdo das suas afirmações, que revelam um absoluto e total desprezo pela verdade. E mesmo pela simples verosimilhança. Desprezo que não tem igual senão nesse outro – que ele implica – pelas faculdades mentais daqueles a quem ela se destina”.

Na verdade, a palavra fez o homem, segundo a religião e a própria antropologia. Por alguma razão, se diz que uma pessoa honrada é um homem de palavra; isto é, não falta à verdade.

A importância da verdade nas relações intercomunicacionais é decisiva para a coesão social e o bom funcionamento das instituições. Toleramos o engano, aceita-se a verosimilhança, mas toda a gente repudia a mentira.

Nunca sentimos tanto desencanto, tanta frustração e ausência de energias para encarar o Futuro, como hoje. Nunca na política se mentiu tanto!

quarta-feira, julho 07, 2010

 

Alemanha -0; Espanha-1


Um golo de Puyol e a Espanha está na primeira final da sua história num Mundial. Defrontará a Laranja Mecânica no próximo Domingo.

terça-feira, julho 06, 2010

 

Holanda nas meias-finais.

A Laranja Mecânica está na meia-final: venceu o Uruguai por 3-2. O jogo foi frenético nos últimos tempos, com o Uruguai a meter o segundo golo. Van Bronckhorst, Sneijder e Robben assinaram os golos da Laranja Mecânica e Forlán e Maxi Pereira marcaram pelo Uriguai.

Parabéns Holanda, um País maravilhoso que desde as guerras religiosas se tornou o pais mais hospitaleiro da Europa. Que o digam os protestantes e os judeus!

 

O estilo faz o Governo

Diz o Ministro Santos Silva, num estilo socrático: «Nós amamos o estado providência».
A frase não é original. Faz lembrar o empreiteiro que jura fidelidade à mulher, depois de uma “facada” no matrimónio.

Com estilos diferentes pode dizer-se o mesmo, com o mesmo sentido..

 

Faleceu Matilde Rosa Araújo

Faleceu Matilde Rosa Araújo. Escreveu para as crianças. Dava aulas no Magistério Primário de Lisboa, quando também dei aulas no Magistério Primário do Porto. Já desapareceram estes estabelecimentos de ensino, mas Matilde Rosa Araújo continuou a ser uma referência pedagógica e didáctica. A sua escrita nada tem a ver com aquela literatura light que hoje faz escola. Preocupava-se com os direitos das crianças e escrevia comprometida com a construção de um mundo melhor. Esteve ligada à UNICEF. Foi premiada pelo melhor livro infantil pela Fundação Calouste Gulbenkian com o seu trabalho “Fadas Verdes”.

Recebeu outros prémios e foi distinguida pelo Prémio Carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores.

Estamos todos mais pobres e onde estiver Matilde Rosa Araújo receba a nossa admiração e o nosso agradecimento pelo testemunho da sua vida.

segunda-feira, julho 05, 2010

 

Preparam-se alternativas.

A falta de credibilidade de Sócrates e o desgaste que as suas trapalhadas têm provocado no Governo e na imagem do PS (acumuladas à crise) fez soar a campainha de alarme.

Almoços, jantares, telefonemas e encontros informais entre personalidades do PS já não escondem a necessidade de substituir a liderança do primeiro-ministro. E já não é só José Seguro que se coloca na linha de partida: há mais nomes e mais de acordo com a tradição socialista.



Passos Coelho com o seu neo-liberalismo tardio e a sua inconstância desconcertante que se cuide. As sondagens só indicam que é Sócrates o principal responsável pelo desgaste do Governo e do PS.
http://economico.sapo.pt/noticias/ferro-rodrigues-em-campo-para-encontrar-sucessor-de-socrates_93725.html

domingo, julho 04, 2010

 

Hoje é o “Dia do Vinho”.

É a míngua do consumo deste néctar que obrigou a criar esta efeméride. Pretende aproximar produtores a consumidores. Quando o vinho tinha privilégio sobre a cerveja, o Baco, a divindade que descobriu a arte de extrair da uva esse suco, comemorava-se aos fins-de-semana. Além disso, havia as sopas de vinho. O meu avô dizia-me que faziam muito bem aos ossos, mas tive sempre uma experiência contrária. Depois dessas celebrações, demorava imenso a chegar a casa, a rua ziguezagueava à minha frente, e tinha dificuldade em acertar com o buraco da fechadura. Mas ria-me muito e diziam-me: “vens bonito!”-- o que me dava mais piada. Outros tempos, outros mundos. Agora, só bebo um copito e sempre, quando conduzo, a recear o fundamentalismo dos testes de alcoolemia.
http://www.youtube.com/watch?v=2Y2N6HMmgM4

sexta-feira, julho 02, 2010

 
Holanda-2, Brasil-1

Foi um jogo de nervos, mas bem jogado. Felipe Melo foi expulso e traçou o rumo à selecção brasileira.


Parabéns à laranja mecânica.

quinta-feira, julho 01, 2010

 

Governação "em rosa"


Hoje, todo o político que se preze escreve um livro. A ex-ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, acaba de apresentar o seu livro sobre os quatro anos da sua governação. Os encómios de Sócrates fizeram chorar as tábuas que suportaram o evento. Só não se percebeu por que a demitiu. Mas, bem vistas as coisas, não se poderia esperar de Sócrates outra coisa. A sua tarefa é produzir “milagres de rosas”

 

Entalanço de Manuel Alegre


Manuel Alegre convidou conhecidos académicos, conotados com o PS, para os ouvir sobre a situação económica do País. Ouviu, naturalmente, o que esperava ouvir. Perguntaram-lhe o que tinha a dizer sobre as SCUT e respondeu:”sobre isso não falo”. Hoje, é o primeiro dia de todos os aumentos: combustíveis, bens, água, gás, luz e transportes. E é o primeiro dia da diminuição de todos os salários, pensões e apoios sociais. Por outro lado, o desemprego continua a aumentar bem como as competências para exercer uma profissão pelos novos candidatos (como já referiram alguns empresários), muito embora a Lourdinhas da “revolução educativa” queira fechar os olhos ao pessoal com a poeira que lança com o seu book.

Sobre tudo isto, o silêncio do Camarada é pesado. Manuel Alegre está entalado entre Sócrates (que procura não melindrar) e Cavaco (que procurar atacar). Mas uma candidatura que nada tem a dizer aos eleitores que decididamente não votam Cavaco nem irão votar em Sócrates, para que servirá? E esses eleitores não são uma minoria!

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