terça-feira, julho 20, 2010

 

A caixa de Pandora

A revisão constitucional que Paulo Teixeira Pinto elaborou para o PSD está marcada pelo sindroma do “opus dei” à procura da salvação.


O direito ao Serviço Nacional de Saúde é substituído pela assistência caritativa, o Direito a não ser despedido sem justa causa fica ao critério do bom-samaritano das razões de coração, o Parlamento fica subordinado ao Presidente da República e os eleitores à insignificância do voto.

Nada de tornar o voto em branco num voto útil (com consequências no número de deputados), nada de abrir o parlamento a movimentos cívicos, nada dos ciclos uninominais que aproximassem os eleitos dos eleitores, nada de chamar os cidadãos a votos, nada de diminuir os privilégios da classe política.

O que interessa são os arranjinhos do poder da oligarquia que domina os partidos.

Passo Coelho, com esta proposta de Revisão Constitucional, abriu a caixa de Padora.

Nem a esperança vai conseguir salvar.

De Epimeteu que escondia os males do PSD acabou por se tornar numa nova frustração de esperanças para o PSD e seguir o caminho do socratismo. Mas muitos dirão: «para pior já basta assim!»

Por este andar nem será primeiro-ministro nem se aguentará muito tempo no seu partido.

Mas quem trai expectativas, renega o passado, despreza referências, não quer saber do legado dos seus pais, abandona os contributos valorativos que faziam a sua identidade e só se preocupa com o pragmatismo utilitarista, imediatista e interesseiro proclamado pelo neo-liberalismo, não merece outro destino.


Não vai demorar muito tempo e já ninguém se lembrará do rapaz da madeixa ao vento.

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