segunda-feira, novembro 29, 2010

 

SócratesvsSócrates


sexta-feira, novembro 26, 2010

 

O melhor seria experimentar.

Olli Rehn felicitou hoje a aprovação do Orçamento português para 2011, que considera ser "apropriado".

Naturalmente! Rehn como comissário é um bom jornalista e como economista é um bom político. Só é pena que não esteja desempregado a experimentar tais apropriadas medidas.

quinta-feira, novembro 25, 2010

 

É preciso mudar de política.

Escrevi no Semanário Grande Porto o seguinte texto:


A Greve Geral foi um estrondoso sobressalto cívico contra políticas que não promovem o desenvolvimento, que aumentam o desemprego, que tornam os pobres mais pobres, retirando apoios sociais, e que negam a negociação colectiva. O desprezo deste Governo pelo papel social dos sindicatos é sintomático das opções políticas de um governo, dito socialista.


É um escândalo que a crise esteja a ser um peso apenas para os mais pobres que nada fizeram para que a mesma surgisse e cuja resolução se apoie apenas na diminuição de salários e no aumento de impostos. É um escândalo que este Governo exija sacrifícios patrióticos aos que menos têm e faça aprovar na Assembleia da República uma disposição que exclui os que mais ganham da diminuição de vencimento que aos outros é feita; isto é, exclui os que mais ganham de contribuírem para a resolução da crise ou, por outras palavras, dispensa-os de serem patriotas.


Neste contexto, ninguém, esclarecido politicamente, esperaria que a contestação grevista não tivesse a dimensão que teve (cerca de três milhões), mesmo feita com sacrifícios enormes para quem muito pouco ganha, mesmo com trabalho precário e intimidações de toda a espécie.


Todas as expectativas criadas por jovens, por trabalhadores, pela classe média, por todas as profissões foram, por este Governo, dito socialista, frustradas. Só havia uma resposta: contestar as políticas deste Governo para o fazer reflectir. Mas fica a pergunta: será que quem nos Governa tem a grandeza suficiente para se interrogar: «por que deixamos chegar o País a este estado?»


Conh-Bendit, um dos rostos do Maio de 68 em França, publicou há tempos, no diário francês Libération, um manifesto: "Mudar a política para mudar de política".


É necessário “mudar a política para mudar de política”, mas será isso possível com um Governo descredibilizado, com falta de transparência, permitindo que a corrupção vá minando os fundamentos do estado de Direito, protegendo apaniguados e pondo em causa os princípios da igualdade perante a lei?


Este Governo rompeu o pacto entre cidadãos e governantes, deslegitimando o que funda a democracia, e tornou a acção política num exercício de cinismo: diz que tem preocupações sociais, mas converte os que não são rentáveis em “vidas sem valor”, gerando a indiferença pelo bem-comum, a desconfiança nas instituições, a ideia de que o Estado é vilão, a política inútil e a democracia negativa.


Precisamos urgentemente de debater o modo de fazer política para mudar a situação política que vivemos, o futuro do País e o papel dos partidos.


Só com outras formas de fazer política poderemos sair desta crise.

terça-feira, novembro 23, 2010

 

A crse não é para todos!

Em declarações ao Financial Times, um analista do Commerzbank diz que Portugal ainda não mostrou "EVIDÊNCIAS DE CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL".


Na verdade, a resolução da crise não é, para este Governo, uma questão de Estado, da “RES-PÚBLICA”. Com a abstenção do PSD, o PS fez aprovar na Assembleia da República um regime de excepção aos “cortes” salariais na Função Pública para empresas públicas ou de capital maioritariamente público. Ninguém percebe as razões deste sistema de excepções. Não serão, por certo, para os que menos ganham. Mas os boys estarão, por certo, satisfeitos.

Que dirá a isto o republicano Manuel Alegre?

Acresce que na ética social e no “patriotismo” de algumas empresas, como a PT, não lhes cria problemas distribuir à pressa lucros para fugirem à subida dos impostos do próximo ano e o “patriotismo” das empresas participadas pelo Estado também não sentem qualquer problema em continuarem a viver à margem da crise, com salários milionários e gastos desnecessários.


Tudo isto torna evidente a IMPORTÂNCIA DA GREVE GERAL, como manifestação de repúdio pelo facto de Sócrates fazer cair o peso da crise nos que menos têm.


Tudo isto torna, ainda, evidente que só a sua remodelação do Primeiro-Ministro criará condições para se fazer justiça na distribuição de sacrifícios e para se dar confiança aos mercados.

segunda-feira, novembro 22, 2010

 

Precisamos que a GREVE GERAL do próximo dia 24, seja uma manifestação de profunda revolta.

A GREVE GERAL tem de servir para denunciar 4 embustes da retórica dos profissionais da política.

1º Querem-nos fazer crer que a crise resultou dum fatalismo, sem culpados. Mas todos sabemos que andamos a ser governados por quem faz do Estado uma coutada de amigos.

2º Querem-nos fazer crer que a crise tem de ser resolvida por todos, quando, na verdade, quem paga a crise são os que nada fizeram para que ela acontecesse, vivem do seu trabalho e não podem fugir aos impostos que lhes são retirados no salário. Os grandes grupos económicos, como a PT, Bancos, etc., fogem aos impostos para aumentar os seus lucros. Por exemplo, refere a revista “Sábado”, o BES, poupou em impostos referentes a 2009 23,4 milhões de euros, a PT, 570 milhões de euros, etc. Tudo isto de forma impune.


3º Querem-nos fazer crer que o Estado dá o exemplo na resolução da crise, fazendo reduções nos vencimentos da Função Pública, nos seus projectos, etc, quando, na verdade, o Estado mantém as mordomias dos boys do partido que “governa” e não perde a gordura das múltiplos institutos que criou, delegações, parcerias, etc.


4. Querem-nos fazer crer que os sacrifícios que agora nos pedem são para vivermos melhor no Futuro, mas o País todos os dias vê fechar pequenas e médias empresas que não resistem ao asfixiante rolo compressor dos impostos e da burocracia do Estado. E o Futuro que se vislumbra é o tornarem Portugal na Cuba do Baptista, numa Casa de Alterne da estrangeirada.


A GREVE GERAL também vai ser uma oportunidade para reflectirmos sobre o desnorte de um governo que gasta balúrdios em equipamentos de segurança para a reunião da Nato, sem se preocuparem que chegassem a tempo. Este Governa gasta o que não tem, sem respeito pelos contribuintes.


Precisamos de um sobressalto cívico que obrigue a reformas no sistema educativo, introduzindo as humanidades nas licenciaturas técnicas. As licenciaturas em economia, em gestão e em engenharia precisam das disciplinas humanistas por forma que esses licenciados não julguem que o homem nasce para o lucro dos empresários e que o modelo ideal é o chinês, introduzindo a malga de arroz no intervalo do trabalho de sol a sol.


Precisamos de gente que compreenda que os direitos adquiridos são conquistas civilizacionais e não um luxo que precisa de ser retirada. Não podemos regredir aos tempos da barbárie.


Precisamos de governantes competentes, humanistas e honestos, mas com esta oligarquia duma partidocracia que domina o País, isso não é possível.

Votemos em branco para afirmar a nossa crença na democracia e denunciar este modelo que assenta no carreirismo partidário que gera a incompetência e o embuste.

Façamos greve e façamos com que o voto em branco, contabilizado na distribuição proporcional, como se se tratasse de votos numa “não-representação, obrigue a reformas no sistema político que gere credibilidade em quem nos governa.

http://www.peticaopublica.com/?pi=JBM

quarta-feira, novembro 17, 2010

 

Fico fora de mim!

Esses grandes cérebros da economia que tanto pregam a necessidade de combater a crise (de que só a eles se pode atribuir culpas) com a redução de salários, a flexibilização do emprego, a diminuição da gordura do Estado, não admitem que lhes toque nos ordenados milionários que ganham, nem nas reformas em duplicado ou triplicado que usufruem, nos cartões de crédito que lhes atribuem, etc.

Estes patriotas tonitruantes com moralidade rasca, censuram os bispos por afirmarem em nota pastoral que a diferença incomensurável de vencimentos é imoral e cria uma situação social de crispação e desagregação.


Que ética de sentido público, de coesão social e de solidariedade patriótica tem esses palradores da mercearia que ocupam tempos de antena a falar da crise?!...


Fazem lembrar os que defendiam as colónias, mas metiam cunhas para que os seus filhos não fossem à guerra.


P… q… p…!!!

terça-feira, novembro 16, 2010

 

Direito a lutar pela paz, pelo solidariedade, pelo trabalho e pelo pão. Contra o armamentismo e a guerra. Paz sim!!! Nato não!!!PAZ SIM!! NATO NÃO!! Manifestação em Lisboa contra a Nato dia 20 de Nov...


segunda-feira, novembro 15, 2010

 

Um desperdício!

A organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO) nasceu, em 1949, no contexto da corrida ao armamento da chamada guerra fria para se contrapor à aliança militar do leste europeu (Pacto de Varsóvia) do bloco socialista.


Este bloco já se diluiu e a NATO passou a ter interesse para os negociantes de armas.


Sempre que num dos s países aliados se realiza uma reunião dos comandos da NATO, mobilizam-se milhares de serviços, com custos fabulosos, para garantir a segurança duma organização que já se tornou inútil.


É isso que está acontecer, esta semana, em Portugal. No Campo da Justiça mais de duzentos julgamentos vão ser adiados e a vida dos lisboetas será nesta semana um inferno.


Não seria altura de pôr fim à NATO, poupando-se os fabulosos custos que esta organização gasta e a infernalização das cidades onde se reúne?

sexta-feira, novembro 12, 2010

 

Sondagem

PSD—36,9%

PS—30,0%

CDS – 9,3

BE – 9,2%

CDU –8,8%

Na lista de subidas, seguem-se o líder comunista Jerónimo de Sousa, o líder bloquista Francisco Louçã e o líder do PP, Paulo Portas.

O que é muito preocupante é que os juízes foram aqueles que registaram a maior quebra de popularidade: caíram mais que o Parlamento e José Sócrates.

Um profissional é o que dá testemunho de um saber específico e é nisso que gera confiança e cria expectativas em relação aos que usufruem dos seus serviços. Pelo qualidade do testemunho desse específico saber, obtém o reconhecimento e admiração social da sua dignidade profissional e não pelos cifrões que ganha. Lembremo-nos do médico João Semana de que nos fala Júlio Dinis.


A notícia de que há um Juiz (pertencendo a uma profissão que melhor ganha entre os servidores do Estado) que vai trabalhar menos por ganhar menos é exemplificativa de uma mentalidade rasca, abaixo de Sócrates.

quarta-feira, novembro 10, 2010

 

comparem com o que está a acontecer em Portugal!!...

Suspeitos de afundarem finanças islandesas começam a ser detidos.


Dois ex-directores do banco islandês Kaupthing, nacionalizado de urgência em 2008, foram presos esta quinta-feira. Mas a lista de possíveis detidos envolve mais de 125 personalidades, segundo a imprensa.

Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia.

Os dois arriscam-se a uma pena de pelo menos oito anos de cadeia, bem como a confiscação de todos os bens a favor do Estado e ao pagamento de grandes indemnizações.

A imprensa islandesa avança que estas são as primeiras de uma longa lista de detenções de responsáveis pela ruína do país, na sequência do colapso bancário e financeiro da Islândia.

Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com

destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois

antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.

A hipótese de cadeia e confiscação de bens paira também sobre uma dezena de antigos deputados, cerca de 40 gestores e administradores bancários, o antigo director da Banca, os responsáveis pela direcção-geral de Crédito e vários gestores de empresas que facilitaram a fuga de fortunas para o estrangeiro nos dias que antecederam a declaração da bancarrota.

Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.

Agora, comparem com o que está a acontecer em Portugal!!...

 

CASO BPN: ESCÂNDALO E IMPUNIDADE

A burla cometida no BPN não tem precedentes na história de Portugal !!!

9 . 7 1 0 . 5 3 9 . 9 4 0 , 0 9 € (NOVE-MIL-SETECENTOS-E-DEZ-MILHÕES-DE-EUROS)

CASO BPN: ESCÂNDALO E IMPUNIDADE

O montante do desvio atribuído a Oliveira e Costa, Luís Caprichoso, Francisco Sanches e Vaz Mascarenhas é algo de tão elevado, que só a sua comparação com coisas palpáveis nos pode dar uma ideia da sua grandeza.

Com 9.710.539.940,09 € (NOVE MIL SETECENTOS E DEZ MILHÕES DE EUROS.....) poderíamos:

Comprar 48 aviões Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo).


Comprar 16 plantéis de futebol iguais ao do Real Madrid.


Construir 7 TGV de Lisboa a Gaia.


Construir 5 pontes para travessia do Tejo.

Construir 3 aeroportos como o de Alcochete.

Para transportar os 9,7 MIL MILHÕES DE EUROS seriam necessárias 4.850 carrinhas de transporte de valores!

Assim, talvez já se perceba melhor o que está em causa.

Distribuído pelos 10 milhões de portugueses, caberia a cada um cerca de 971 € !!!


Então e os Dias Loureiro e os Arlindos de Carvalho onde andam?!


E que tamanho deveria ter a prisão para albergar esta gente?!


Por que continua o Governo a dizer que as causas da crise são globais?!...

terça-feira, novembro 09, 2010

 

Somos o país que emprega mais reformados.

Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos reformados.

Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!

Ora vejamos:

* O nosso Presidente da República é um reformado;

* o nosso candidato a Presidente da República é um reformado;

* o nosso ministro das Finanças é um reformado;

* o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado;

* o ex-Ministro das Finanças Ernâni Lopes que propõe que se cortem os vencimentos dos Funcionários Públicos em 25 % é Reformado da CGD desde os 47 anos de idade!

* o ministro das Obras Públicas é um reformado;

* gestores activíssimos como o ex-ministro Mira Amaral são reformados;

* o novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado;

* entre os autarcas, "centenas, se não milhares" de reformados - garantiu-o o presidente da ANMP;

* o presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado .

E assim por diante...

Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a  reformados?


segunda-feira, novembro 08, 2010

 

Comprem tudo, mas não levem a nossa dignidade.

Já foi há bastante tempo, mas não há tempo suficiente que faça esquecer o JOVEM que na Praça de Tianammen acreditava que a liberdade e a democracia tinham mais força que um tanque de guerra.
Nós também acreditávamos, mas o tanque esmagou o jovem e, com ele, essa esperança.
Hoje, o dinheiro chinês vale mais que a liberdade, os direitos humanos e a democracia. Podem comprar tudo isso, levem também o Sócrates, o Mexia e outros do género, mas deixem-nos continuar a pensar que a dignidade do homem não está à venda e a nós ninguém nos compra.

 

1989 Tiananmen Square Protests


sexta-feira, novembro 05, 2010

 

Contradição de manuel Alegre

Para Manuel Alegre o problema é Cavaco Silva. Já sabemos que é o candidato melhor colocado para ganhar as eleições. Mas não é com invectivas contra Cavaco Silva que Manuel Alegre convence os eleitores a votarem em si.



Por que será que Manuel Alegre nada diz sobre a corrupção que grassa no País, o desperdício dos numerosos Institutos que só servem para dar emprego a boys, por que nada diz sobre a vergonhosa e antipatriótica decisão da PT (com votos do representante do Governo e da Caixa Geral de Depósitos) distribuir lucros fugindo aos novos impostos’


É que a PT comporta-se (cá por casa) como os abutres especuladores que Manuel Alegre gostaria de ver Cavaco Silva denunciar.


Não será mais uma contradição do candidato do PS e do BE?

E quem nos torna por patetas merecerá o  nosso voto?!..

quarta-feira, novembro 03, 2010

 

Ano de luta contra a pobreza

2010 é o ano europeu de combate à pobreza e à exclusão social. Perante o crescimento constante da pobreza (já há mais de dois milhões de pobres) é pura obscenidade a propaganda que nos aparece na TV a ensinar a poupar e é puro cinismo a retórica usada pelo Governo, fazendo-nos crer que os sacrifícios propostos pelo Orçamento do Estado para o próximo ano (entre os quais há uma redução de três milhões de euros nas funções sociais do Estado) vão garantir um futuro melhor.


Nenhuma miséria ou sofrimento pode ser contrabalançada pelo eventual bem que engendra. A pobreza e o sofrimento, privando o homem da sua dignidade, apelam a um auxílio imediato que, sob o ponto de vista da boa-governação, terá de ter uma resposta prioritária.


Só por puro cinismo ou demagogia, se pode falar em correcção do deficit, ficando indiferente ao sofrimento e à miséria que cresce entre nós. Este Orçamento, não só não soube ter isso em conta, como também faz pagar aos mais pobres a crise de qual não são culpados.


Temos, com amargura, de concluir: por mais contorcionismo retórico que Sócrates consiga fazer, por mais caricata e pacóvia que seja a incursão mitológica de Santos Silva, este PS nada tem de socialista e está mais à direita que a própria direita que se lhe opõe.

 

As contradições de Manuel Alegre e de quem o apoia

O que mais me espanta não é que Manuel Alegre (o que garantia “a mim ninguém de cala”) diga “nim” à Greve Geral do dia 24.
O que me espanta é que Manuel Alegre não tenha uma palavra sobre o que significa de desespero para os trabalhadores fazerem uma greve geral.
O que me espanta é que Manuel Alegre não tenha uma palavra pedagógica sobre a necessidade dos governos mudarem de paradigma, deixando de gastar à tripa forra o dinheiro dos contribuintes.
O que mais me espanta em Manuel Alegre é o de não ter uma palavra sobre a ética de responsabilidade dos políticos, que os obriga a ter em conta, na sua acção, as consequências da mesma para as gerações futuras.
O que me espanta em Manuel Alegre é o facto de não compreender o descrédito total deste Governo.
E o que muito me espanta no BE é apoiar Manuel Alegre, o que significa a forma mais ínvia de apoiar o PS, o tal partido de Manuel Alegre que desgovernou este País, levando-o ao descalabro, à bancarrota, conforme o próprio BE denuncia.

segunda-feira, novembro 01, 2010

 

Dilma e Fernando Nobre, uma mesma utopia.

Foi Santo Agostinho (A Cidade de Deus) -- que influenciou todas as críticas ao regime feudal. Inspirado na ideia de uma harmonia entre a Cidade dos Homens e a Cidade de Deus criou a concepção de Estado Perfeito. É certo que Platão e Aristóteles já se tinham preocupado com o tema do “bom-governo”. Mas é a utopia de Santo Agostinho que está na origem de todas as grandes utopias, como a de Thomas More e até de Karl Marx.

O Estado Perfeito tem como princípio e fim de todas as coisas uma vida humana solidária, digna e feliz. As terríveis crises da época moderna, com guerras sangrentas, levaram a que surgissem utopias mais modestas. Começou a pensar-se, com excepção de Maquiavel, já não no Estado Perfeito, mas no Estado Justo e, a partir daí, o “bom-governo” deveria saber harmonizar a Democracia com uma vida solidária e humana, o Direito com a Justiça. E o “bom-governo” passou a ser o que diminuia o sofrimento dos que mais sofriam. Não separava a economia da sociologia, a política do mundo da vida, a ecologia do desenvolvimento.

Nos nossos dias, o pragmatismo promoveu uma ruptura com as concepções anteriores. Veio dos Estados Unidos da América e, rapidamente, se estendeu ao mundo global, seguida por banqueiros, administradores das sociedades anónimas e políticos. O que importa, agora, é o sentido prático do governo para lucros imediatos. Deu ênfase a um individualismo exacerbado e a políticas económicas de crescimento, separadas da sociologia e da ecologia. Do pragmatismo emergiram as preocupações do marketing político, (uma técnica de colocar cenouras à frente dos eleitores para condicionar o seu voto). A política separou-se, então, do mundo da vida e surgiram os politólogos, uma espécie de mercenários da política que vendem o seu trabalho, como um jogador de xadrez vende vitórias, indiferentes às consequências sobre a vida das pessoas.
DILMA, a primeira mulher presidente do Brasil, recupera o estilo das grandes utopias que aprendeu com LULA: “Menos miséria e mais democracia no Brasil”. É esta utopia que espero de Fernando Nobre. Mas a sua candidatura tem-se enredado em problemas desconfortantes que não auguram bom resultado. E tenho muita pena, muita pena, que assim seja.

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