domingo, outubro 30, 2011

 
Passos Coelho afirmou, ontem: "não cabe ao Governo pronunciar-se sobre a constitucionalidade das medidas do seu orçamento, mas ao Tribunal Constitucional”

Quer dizer, Passos coelho foi eleito na base do respeito pelas regras da Lei Soberana da República, o Governo jurou respeitar tais leis, mas, agora, como Pilatos, lava as mãos das medidas que toma e deixa que outros recorram para o Tribunal Constitucional para se certificar da correcção das suas medidas.

Este Governo governa avulso, não obedece a um rumo e não se importa de fazer coisas erradas.

Fica-se espantada e perguntamos: Que sentido de Estado é este?!... Que sentido de responsabilidade se pode invocar para apoiar as polémicas medidas do orçamento?!... Fará sentido que um PS (pos-socrateano) se abstenha de não votar contra este orçamento?!...

sábado, outubro 29, 2011

 
Vivemos um tempo de desilusão. Por vezes lembro-me dos “Vencidos da Vida”.
O contexto que levou à frustração que esses intelectuais sentiram assemelha-se às circunstâncias que, hoje, vivemos.
A esperança de regeneração do País tornou-se numa frustração, os ideais revolucionários que o 25 de Abril retomou tornaram-se num logro.
A onda rosa foi substituída pela onda laranja; a primeira gastou o que não tínhamos, a segunda confisca tudo o que temos.
Transversal às duas ondas um mesmo vampirismo vai-se alimentando do nosso desespero.

quinta-feira, outubro 27, 2011

 
Sinto uma espécie de revolta contra os economistas. Fizeram do contabilismo a razão e fim último do Homem e da Vida, criando a crise que vivemos.

Para que servirá deixar amontoar astronomicamente tanto dinheiro num pequeno grupo de agiotas que comanda a vida dos povos, indiferentes à pobreza, à miséria e ao sofrimento humano?

Que razão levará os políticos a estarem de joelhos perante uma esquizofrenia contabilista, lutando pela escravidão dos que os elegeram, como se tratasse de uma salvação?

Preciso de compreender este paradoxo! Vou reler “Capitalismo e esquizofrenia” de Deleuse e Guattari

quarta-feira, outubro 26, 2011

 
“De uma forma geral, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a audácia, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política do acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?”


Eça de Queiróz 1867

segunda-feira, outubro 24, 2011

 

gente de critério

Apresentou-se como especialista de finanças e amigo de Passos Coelho. Não se julga, por isso, uma pessoa qualquer. E não é qualquer pessoa que vem a um programa de opinião da TV dizer o seguinte:”as subvenções vitalícias são direitos adquiridos que não podem ser retirados”.


Não constando no seu cardápio, o surripianço que é feito, todos os dias, aos direitos adquiridos pelos que precisam de trabalhar para viver, depreende-se que para o ilustre fiscalista, amigo de Passos Coelho, isso não conte, bem como não são um direito adquirido as pensões de reforma da F.P., calculados nos termos da lei, e exclusivamente financiadas pelos seus beneficiários durante 36 anos de actividade.


Como se vê, o nosso Primeiro está rodeado de gente com critério.

quinta-feira, outubro 20, 2011

 

A crise é política, isto é, da forma de organizar a nossa vida, a nossa relação de uns com os outros

Em termos muito simples, podíamos dizer que precisamos de quem tenha um pensamento divergente; isto é, seja capaz de encontrar respostas para a crise contra a corrente. Se repararmos na história das ideias, foram sempre os do pensamento divergente que abriram as portas da esperança, do futuro. Pensando como a maioria pensa, repetimo-nos uns aos outros, atiramos culpas uns aos outros e infernalizamos a nossa vida. É isso o pensamento convergente, dos computadores , dos modelos matemáticos ou contabilísticos.


A crise, se repararmos no gráfico que denuncia o seu crescimento, teve origem, sobretudo, no capitalismo financeiro: a crise do suprime surgiu em 2006, com os créditos de alto risco em que apostavam os agiotas da banca. Levou a uma crise sistémica, porque fez girar, a nível global, mais dinheiro em contabilidade formal do que o que havia nos cofres, em ouro, digamos assim.

É uma crise provocada por uma economia, entendida apenas como contabilidade, que colocou aos seus pés a política. Mas a economia tem a ver com oikos que significa casa, família, distribuição para resolver os problemas da vida. Por alguma razão foi na vida de um mosteiro que a palavra surgiu. Não é uma ciência exacta, porque não conta com as variáveis que resultam da relação do homem com a vida, com os outros homens e com o mundo.

A crise significou a demissão (e para muitos traição) da mediocridade dos políticos. Vergaram-se e ajoelharam perante a nova forma de capitalismo: o financeiro. Não foram criadas regras e o dinheiro expandiu-se virtualmente.

É preciso que a política tome conta da economia e esse é o caminho para resolver a crise e não com a escravidão dos impostos, o terrorismo do desemprego e das falências.

Começa a haver um retorno à política, basta ver as publicações que vão aparecendo, criticando este sistema capitalista, inclusivamente dos que receberam o Prémio Nobel. A crítica ao capitalismo financeiro cresce não só entre os indignados, mas também entre cineastas, intelectuais, crentes, etc. que são capazes de pensar de forma divergente. Repare-se neste documentário: http://www.youtube.com/watch?v=UKt33LZQYYw

quarta-feira, outubro 19, 2011

 

Basta!!!...

Este Governo foi eleito para representar os portugueses, mas representa apenas a Troika em Portugal.

Este Governo impinge a ideia de que os portugueses gastaram mais do que podiam, mas quem gastou mais do que podia foram os governos do PSD e do PS, desde Cavaco Silva a Sócrates, desde Jardim ao BPN e BPI, desde as obras faraónicas às parcerias público-privadas, etc.

Este Governo dividiu o País em bons e maus ladrões, colocando os bons nos trabalhadores do privado e os maus nos funcionários públicos, mas esqueceu-se dos Ali Babas.

Este Governo fez crer que é um grupo de especialistas, mas esqueceu que o especialista é o que sabe muito só de uma coisinha, mas nada sabe de tudo o resto, do que faz parte da vida; e, por isso, vai-se todos os dias embrulhando em contradições, tomando medidas desgarradas e casuísticas que infernalizam a vida dos portugueses e nos vão conduzindo a um precipício terrível, estilo grego.

Este Governo faz crer que há uma divida que tem de ser paga, mas obriga a pagá-la quem nada tem a ver com essa dívida.

Este Governo invoca a palavra dada no memorando, mas trai as palavras que ele próprio contratou com os portugueses.

Este Governo é incompetente, prometeu não se justificar com o passado, mas não tem feito outra coisa.

Este Governo recolhe o pior do socratismo e está a atirar com esta velha Nação, onde nasceram os nossos pais e é a Terra onde cresceram os nossos filhos e lhes alimentamos as expectativas de um futuro melhor, para um precipício.

Este Governo rasgou a Constituição e viola os princípios básicos da equidade fiscal e da moral.

BASTA! … Precisamos de outra gente que defenda os nossos interesses e saiba governar este País.

segunda-feira, outubro 17, 2011

 

Este Governo nada aprende com o que acontece na Grécia!

Ouvi a conferência do Ministro das Finanças. Falou como um técnico muito convencido, que quer vergar a realidade às suas ideias. E considera, como é próprio de um autista, como sendo o rumo traçado pelas suas ideias a única via possível. Referiu, várias vezes, que aprendeu com a memória do expansionismo recente, mas não foi capaz de analisar os erros desse crescimento económico: isto é, deitou fora, com a água que lavou o menino, o próprio menino.

Os clássicos tornaram evidente um princípio: só circulando dinheiro se faz mais dinheiro. O Ministro das Finanças faz outro: só sacando dinheiro se obtém mais dinheiro. E chama a isto “romper com o passado”. Mas o passado que criou a crise foi o do “sacanço”.

A economia não faz parte das preocupações deste Governo e as chamadas gorduras do Estado não são desfeitas com reformas administrativas, nem com a redução de Mercedes, BMW, Fundações, Capitais da Cultura e outros gastos inexplicáveis. Para este Governo, os cortes são esvaziamento das funções sociais do Estado, despedimentos, diminuição de salários dos funcionários mais modestos da Função Pública e dos pensionistas. E já se ficou a saber que a sanha persecutória vai levar a que esta classe (abominada por este Governo) perca ¼ do seu vencimento.

Não entendo este Ministro, nem este Governo. Nada aprende com o que acontece na Grécia. Considera temporário o que depois é definitivo. Ver-nos livres desta gente ultra-liberal é não só imperioso, como uma necessidade de despoluir um ambiente que nos deprime e indigna.

 

Hoje é o Dia Internacional Contra a Pobreza

No contexto em que vivemos, ter emprego já não é um seguro contra a pobreza. Os baixos salários, a precariedade do emprego e a falta de trabalho geram uma gritante exclusão social e criam formas horríveis de pobreza.

Nenhuma miséria ou sofrimento pode ser contrabalançada pelo bem que, por hipótese, possa engendrar, como pensa este Governo. A pobreza e o sofrimento, privando o homem da sua dignidade, apelam a um auxílio imediato que, sob o ponto de vista da boa-governação, terá de ter uma resposta prioritária.

Há um despudor horrível neste Governo que fala dos mais desprotegidos e todos os dias cava, com suas políticas, um desespero insuportável da “miséria injusta e imerecida”!

 

A "revolta" dos indignados é a nossa revolta!

Os problemas do homem, os que se relacionam com a sua vida-- dar pão aos filhos, criar expectativas sobre o futuro -- atravessam todos os tempos. Vejam as razões que levaram à revolta de Spartacus, aos levantamentos na Idade Média contra os impostos, à Revolução Francesa, às patuleias, etc. Os tempos foram diferentes mas a revolta resultou de um mesmo paradigma: a indignação contra a injustiça.


A “revolta” dos indignados só nos vem confirmar que “as mesmas causas produzem geralmente os mesmos efeitos” – não é isso que se diz na Física?

Não se percebe o discurso de Passos Coelho, nem se perceberá o de hoje do Ministro das Finanças, enquanto não nos for explicado como chegámos a esta situação e forem pedidas responsabilidades criminais aos seus autores.

Mas não se atire com a ideia de se exigir responsabilidades, sem exigir condições legais para que as mesmas tenham consequências, como faz a Juventude Social-democrata!

Falar em responsabilidades, sabendo-se que não haverá consequências, é um truque de chico-espertismo. Dar a entender que a crise é só culpa de Sócrates é um embuste e um murro na inteligência das pessoas.

É preciso responsabilizar quem andou pelos corredores do poder a traficar negociatas e há muita gente do PSD metida nessas andanças. E estes não devem ficar a rir, quando Passos Coelho diz:” Sou responsável pelas medidas, mas não sou pelo deficit”

Não responsabilizar os madoffs, os candongueiros da política que se roçam pelo PSD e pelo PS e diabolizar funcionários públicos (não falo dos boys com cartões de crédito, motoristas, etc) e todos os que precisam do fim do mês para sustentar a família, é chocante e de uma falta de sensibilidade humana inacreditável.

Dizem que o discurso de Passos Coelho foi um bom e corajoso discurso (como referiu Marcelo Rebelo de Sousa), mas já toda a gente sabe que os discursos do Passos Coelho são como os de Sócrates: são de plástico, feitos pelos assessores para a comunicação social que induzem o que as pessoas gostam de ouvir e desenvolvem uma retórica arquitectada naquilo que Aristóteles chamava “topoi” ou “lugares do preferível”, para obter a adesão emocional (e racional - os validadores das razões são emocionais) do grande auditório -- os portugueses.

Sócrates ou Passos Coelho não dizem o que sentem e nunca se saberá o que verdadeiramente sentem. Por isso, tanto um como outro se enganam a ler e têm “lapsus mentis”. Falta-lhes alma e mesmo quando acham que “não têm de pedir desculpa”, até isso não é genuíno: apenas se servem de uma técnica para dar a entender que têm convicções. Mas, se tivessem convicções, não entravam neste aventureirismo primário (congeminado pelos mercenários do poder, designados por ministros independentes) que já nos empurrou para a situação da Grécia.

sexta-feira, outubro 14, 2011

 

É fácil hostilizar os trabalhadores nos períodos de grande desemprego e miséria!

Um dia concorri a um emprego numa determinada empresa. Foi antes do 25 de Abril. Soube que tinha sido preterido e o lugar entregue a uma pessoa com menos competências do que as que eu dispunha. Procurei saber a razão. Disseram-me que não podiam entregar o cargo a um comunista. E nessa altura, como hoje, era de esquerda, mas não comunista.


José Manuel Fernandes, hoje, no “Público” espanta-se com o facto de nenhuma manifestação ter sido convocada para o Funchal. Se se lembrasse dos tempos em que não era um arrependido de esquerda percebia que a ausência de manifestações na Madeira não reverte contra as pessoas que se querem manifestar, mas contra o regime Jardinista. As pessoas têm medo e o medo significa não ter oportunidades de emprego ou perder o emprego. E para as pessoas que precisam de trabalhar para comer, perder o emprego é perder o sentido da sua própria vida.

No regime salazarista, poucas pessoas participavam nas manifestações e isso não significava, como bem sabe o Jornalista, que apoiassem o regime.

Tão longe e tão perto estamos do velho tempo e, por alguma razão, o referido Jornalista já não compreende isto!

É fácil hostilizar os trabalhadores nos períodos de grande desemprego e miséria!

José Manuel Fernandes diz que “sem capitalismo não há liberdade”. Mete no mesmo saco tipos diferentes de capitalismo. Eu não sei se houve algum regime que não fosse capitalista. O próprio comunismo foi um capitalismo de Estado. O capitalismo a que se converteu o Jornalista e comentarista é o capitalismo financeiro, com a visão do lucro que tinha o capitalismo da primeira revolução industrial: sem submissão a regras, trabalhar para enriquecer o patrão e sujeitar a política aos interesses do capital. Tal capitalismo selvagem gerou e gera uma “miséria imerecida” e é contra esse capitalismo que os indignados se manifestam.

Acresce que a crise que vivemos, não provém apenas do agiotismo, mas também das vigarices dos madoffes, das negociatas, do regabofe de muita gente que agora prega moralidade e devia estar na cadeia. O dinheiro injectado no BPN dava para manter todos os 13º e 14º meses que nos vão roubar.

José Manuel Fernandes, na sua castidade política, não vê isto nem percebe a tremenda e injusta “miséria” que as medidas deste governo estão a criar e que só vão aumentar ainda mais a crise que vivemos.

Qualquer medíocre contabilista não precisava de mais imaginação para fazer o que este Governo faz. Esta política tornou-se num pesadelo e é preciso romper o medo para que uma nova política acenda luz no fundo deste tenebroso túnel.

quinta-feira, outubro 13, 2011

 

Voto, uma iniquidade.

Por que será que o voto já nada define: nem o respeito por promessas, nem o funcionamento normal das instituições?


A justificação para a praga de impostos, de despedimentos e cortes no serviço de saúde, na educação, no 13º e 14º mês, etc., são os buracos que Passos Coelho diz que está constantemente a encontrar. Mas perguntamos: o que fizeram os institutos de controlo de contas públicas, como revisores oficiais de contas, Banco de Portugal, conselhos fiscais, etc., etc.? Responsabilizem-nos pelas consequências das suas inutilidades e deixem quem sempre cumpriu as suas obrigações em paz.

E, se, como diz o constitucionalista, autor da Constituição, Jorge Miranda, a lei suprema da nação está a ser rasgada com as imposições da Troyka, o que faz o Presidente da República que jurou fazer cumprir a Constituição?

 

Um orçamento para a miséria!

O orçamento de Estado elaborado por este Governo esmaga os mais desprotegidos mais de três vezes do que impunha a Troika. Com é que isso se pode perceber?
Este Governo não procura agradar aos portugueses, mas aos troikianos, braço armado do agiotismo do imperialismo financeiro. Este governo não houve as críticas do seu próprio partido, da comunidade de economistas, dos sindicatos, das organizações patronais, nem aprende com o que está a acontecer na Grécia. Este Governo é autista, faz sofrer o que mais sofrem e isso é a negação de um bom-governo. Este Governo já deu provas de ser muito primário, sem uma visão de futuro para o País e, portanto, não serve! Temos vindo do mal para o pior. Precisamos de experimentar outras alternativas.

terça-feira, outubro 11, 2011

 
Aqueles que, como o articulista do “Público”, Pedro Lomba (Jurista — o que será isto?!...), dizem que só há uma forma de oposição, a dos partidos; e uma forma de reivindicar, a dos sindicatos; e que vale zero a “Força Emergente” ou “Ocupa Wall Steet” que levam ás ruas de Atenas, de Madrid e Nova Iorque milhares de jovens em luta contra o imperialismo financeiro internacional (o dos Bancos) estão no mesmo paradigma dos que julgam que só há um caminho para liquidar a dívida, o troikiano; ou, então, como os que pensam convencer as crianças de que só houve uma via para aparecerem: a da cestinha no bico de uma cegonha.

O futuro não se determina mecanicamente: é o que vem da vida que o determina. Foi também assim que aconteceu com todas as revoluções.

segunda-feira, outubro 10, 2011

 

A economia inseparável da política: uma ideia que mereceu o Nobel.

Como certas decisões políticas influenciam a macro-economia a nível dos países e global? Foi esta a questão que investigarem os dois economistas, Thomas Sargent e Christopher A. Sims, vencedores do Prémio Nobel da Economia, este ano.

Uma questão importante, num tempo em que não há economistas, mas apenas contabilistas. Bem-haja por chamarem a atenção para o facto de a economia ser uma ciência política e não uma ciência apenas matemática. O trabalho que desenvolveram irá pôr muita gente a pensar. E bem precisávamos disso, num tempo em que a política, a mais nobre das artes, perdeu dignidade, tornando-se num tabuleiro de “jogo de poder” e de ilusões, indiferente à ideia de construção de uma sociedade mais justa, mais humana e mais feliz.
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/conheca-os-favoritos-para-o-nobel-de-economia-em-2011

domingo, outubro 09, 2011

 

Ganhou, mas fica arrasca!

João Jardim não teve a maioria dos votos, mas conseguiu a maioria dos deputados (48,56%-25). O CDS conseguiu 17,64% de votos e elegeu 9 deputados e o PS obteve a derrota esperada. Teve 11,4% dos votos, elegendo 6 deputados. Foi não só o efeito da governação socrática, mas também o resultado do estilo Seguro: um estilo muito tacticista, sem alma, muito feito de plástico.

O PC e o BE terão de rever as suas estratégias.

Os madeirenses já estão a deitar foguetes numa ilha em bancarrota, mas amanhã acordarão com uma pesada dor de cabeça: o futuro dos seus filhos está muito negro. Devem a João Jardim a situação dramática em que se encontram: Não vale a pena continuarem a pensar que o chico-espertismo faz sucesso. Vem aí os dias de escuridão. Espero que em breve compreendam que o chico-espertismo jardinista ou qualquer outro não constrói Futuro.

 

Explicação às crianças: o que é o BCE?

- O BCE é o banco central dos Estados da UE que pertencem à zona euro, como é o caso de Portugal.
E donde veio o dinheiro do BCE?
- O dinheiro do BCE, ou seja o capital social, é dinheiro de nós todos, cidadãos da UE, na proporção da riqueza de cada país. Assim, à Alemanha correspondeu 20% do total. Os 17 países da UE que aderiram ao euro entraram no conjunto com 70% do capital social e os restantes 10 dos 27 Estados da UE contribuiram com 30%.


E é muito, esse dinheiro?
- O capital social era 5,8 mil milhões de euros, mas no fim do ano passado foi decidido fazer o 1º aumento de capital desde que há cerca de 12 anos o BCE foi criado, em três fases. No fim de 2010, no fim de 2011 e no fim de 2012 até elevar a 10,6 mil milhões o capital do banco.


Então, se o BCE é o banco destes Estados pode emprestar dinheiro a Portugal, ou não? Como qualquer banco pode emprestar dinheiro a um ou outro dos seus accionistas.
- Não, não pode.


Porquê?!
- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.


Então, a quem pode o BCE emprestar dinheiro?
- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.


Ah percebo, então Portugal, ou a Alemanha, quando precisa de dinheiro emprestado não vai ao BCE, vai aos outros bancos que por sua vez vão ao BCE.
- Pois.


Mas para quê complicar? Não era melhor Portugal ou a Grécia ou a Alemanha irem directamente ao BCE?
- Bom... sim.... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!
      
Agora não percebi!!..
- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.


Mas isso assim é um "negócio da China"! Só para irem a Bruxelas buscar o dinheiro!
- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.


Isso é um verdadeiro roubo... com esse dinheiro escusava-se até de cortar nas pensões, no subsídio de desemprego ou de nos tirarem parte do 13º mês.
As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.


Mas quem é que manda no BCE e permite um escândalo destes?
- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.


Então, os Governos dão o nosso dinheiro ao BCE para eles emprestarem aos bancos a 1%, para depois estes emprestarem a 5 e a 7% aos Governos que são donos do BCE?
- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.


Então nós somos os donos do dinheiro e não podemos pedir ao nosso próprio banco!...
- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

Mas, e os nossos Governos aceitam uma coisa dessas?
- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.


Mas então eles não estão lá eleitos por nós?
- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois.... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá.


Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E onde o foram buscar?
- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

Mas meteram os responsáveis na cadeia?
- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.


E então como é? Comemos e calamos?
- Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

sexta-feira, outubro 07, 2011

 

Prémio Nobel da Paz

Três mulheres ganharam, este ano, o Prímio Nobel da Paz. Foram elas Ellen Jonson Sierleaf (presidente da Líbéria), a sua conterrânea Leymah Gbowee e a activista iemenita Tawakkul Karman.

O comité norueguês escolheu estas mulheres pela defesa que têm feito dos direitos humanos. E é importante este prémio não separar a paz dos direitos humanos.

Pena é que não tenhamos entre nós o prémio da cidadania e não se associe a cidadania ao que ela deve ser: o cidadão é o que paga impostos porque cria expectativas sobre um país mais justo, melhor governado e luta pela realização das suas expectativas.

Conheço quem lutou por melhor transparência da gestão municipal no tempo de Avelino Ferreira Torres, no Marco de Canaveses, mas com isso teve uma vida infernalizada: ameaças, pereseguições e calúnias, inclusivamente dos partidos da oposição ( Ferreira Torres, tal como na maioria das autarquias, em vez de vereadores da oposição, tinha colaboradores eleitos pela oposição). E embora o Tribual desse razão às denúncias do prof. Gil Mendes, Avelino ficou com todas as suas condenações prescritas. E quem quiser recordar quem foi Avelino, veja: http://www.youtube.com/watch?v=C8T26xSrOjs&NR=1


A crise também tem aqui a sua origem: num sistema jurídico com um garantismo que só serve a Ferreira Torres, numa Justiça que nem sempre sabe dignificar-se e num país que tem andado em roda livre, favorecendo os chico-espertos.

quarta-feira, outubro 05, 2011

 

Até amanhã

Dir-te-ei como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
Como nasce a água ou o amor
Quando a juventude não é lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É finalmente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei-te de coisas que amo,
de coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade

terça-feira, outubro 04, 2011

 

Saudamos o Cinco de Outubro

O Cinco de Outubro de 1910 pretendia um regime do povo para o povo, baseado nos princípios da igualdade, liberdade, justiça e democracia.

A Republica colocou na ordem do dia a urgente necessidade de dignificar a “coisa-pública”, lutando contra o clientelismo, a corrupção e a desigualdade da lei e perante a lei.

A República pensava a política como uma moral em acção e por isso identificava a ética política com o princípio da responsabilidade: exige aos governantes que avaliem as consequências das suas decisões na qualidade de vida dos cidadãos e que respondam às criticas que lhes são feitas.

A Primeira República fracassou, quando os ideais republicanos foram substituídos pelos jogos de interesse e de poder.

A Segunda República procurou corrigir os erros da primeira com a limitação das liberdades e a instalação de um regime corporativista e ditatorial.

Estamos, hoje, a Terceira República iniciada com o 25 de Abril. Reconquistou-se a liberdade e direitos sociais; e os cidadãos retomaram a esperança de um mundo mais justo e mais humano.

Hoje, vivemos ocupados pela troika e a nossa vida tornou-se um desespero constante. Vivemos sem esperança e com receios pesados do que nos poderá acontecer no futuro.

Saudar o 5 de Outubro é enaltecer os ideais da república, lutando por um País mais solidário para com os que mais sofrem e por um governo que diminua o sofrimento dos que mais sofrem.

Viva o 5 de Outubro.

 

"Prós e Contras" ou Casa da Música?

Passei ontem os olhos e os ouvidos pelo programa “Prós e Contras”. Tratava da reforma administrativa. No anfiteatro perfilavam-se os senhores do poder local, trajando, exemplarmente, um facto azul. A sua voz melodiosa e bem timbrada podia receber o mesmo epíteto que o nosso Presidente atribuiu ao Mandarim da Madeira: “o estilo faz o autarca”.

Encantavam quem estava para os ouvir com um verbo que deslizava argumentos a favor do magnânime papel dos autarcas e das virtudes instrumentais das empresas municipais. E tudo para servir o povo (e também a pova, pensamos nós!).

Ouvi-os e fui levado para um mundo de melodia que fazia dos “Prós e Contras” a Casa da Música. Mas uma pequena questão toldou o meu deslumbramento: por que será que não há gagos entre os autarcas? Se há cotas para mulheres, por que se discriminam os gagos?

Penso que é uma questão que deve ser levada ao Tribunal Constitucional. Só temos autarcas que a falar não são gagos. E um gago, pelo intercalar o pensamento com o verbo, deixava-nos tempo para comparar o que diz com a realidade e isso é abissal. Basta ver a situação desastrosa, no plano económico e moral, da “vaca sagrada” que aqueles senhores, de facto azul e lábia jorrante, defendem.

 

Precisamos de saber quem manda!

O sentimento de repulsa pelo modo como alguns políticos pretendem deitar-nos poeira aos olhos tira-nos por vezes o sono. Foi isso que aconteceu. A propósito das dores que certa gente manifesta por Isaltino levaram-se a partilhar a seguinte ideia: para além da declaração de rendimentos, os autarcas, os deputados, os comentadores políticos, comandantes e directores de polícias e até os elementos do Tribunal Constitucional deveriam ser obrigados a declarar, sobre honra, se estão ou não ligados a uma qualquer obediência secreta ou sigilosa. Não se pode continuar a suspeitar que as “fraternidades” secretas ou redes sigilosas comandam decisões a diferentes níveis, bloqueando a justiça, a transparência do aparelho de Estado e até o papel dos midia.

A crise que vivemos tem também uma componente ética que não se compadece com duplicidade de papéis.

segunda-feira, outubro 03, 2011

 

Justiça à maneira...

É confrangedor assistir às dores dos políticos pela sua classe. O Presidente da Câmara de Santarém, ex-polícia, dentro daquele espírito moraleiro que lhe é timbre, mostra-se indignado com a prisão de Isaltino. Não o preocupa a questão material, nem o facto do recurso para o Tribunal Constitucional apenas ter efeitos suspensivos (e nada ter a ver com a análise já feita dos factos que incriminam Isaltino), o que lhe mói a “consciência” é o presidente da Câmara de Oeiras ter ficado algumas horas na prisão (pelo que designa de erro grosseiro muito grave), mesmo quando a condenação diz que lá devia ficar cerca de dois anos.


E Isaltino, esperando a prescrição, já pede o afastamento da Juíza que determinou a sua prisão.

Como se vê, temos políticos muito “repletos de princípios”: só querem a “sua” justiça - a justiça, segundo o que consta, à maneira  da “regulação” da loja.

 

Detesto o paternalismo.

O assistencialismo é uma espécie de caridade farisaica. Trata o que precisa com cinismo: não reconhece ao outro o que o outro tem direito. Detesto os comportamentos paternalistas. Sou mais pelo princípio da justiça, os que falam dos direitos sociais. E perante os dramas de pobreza e miséria que assistimos, defendo a generosidade.

Não é generoso aquele que dá por interesse, procurando o reconhecimento social com a impostura das suas dádivas. O generoso "põe-se de fora", determinando-se, sem qualquer interesse, num puro gesto de profundo sentido de liberdade e dedicação. Talvez, por isso, a generosidade também se diz da terra fértil, do bom vinho e do comportamento nobre, leal e valente. E nas relações humanas é reconhecida como uma atitude de superior elevação.

A este propósito é bom lembrar a máxima cristã que orienta a generosidade: "o que dá a tua mão esquerda, não saiba a tua mão direita".

 
Este País cada vez se parece mais com a Líbia. Na líbia fala-se em democracia e despeja-se bombas; em Portugal diz-se que é preciso resolver a crise e atira-se a troika com impostos, desemprego, miséria e mais crise.

E, tal como cá, ninguém encontra os kaddafis e lá ,como cá há, o livro verde. Só temos a mais os recibos verdes. No resto, estamos mesmo muito parecidos.
http://www.youtube.com/watch?v=D1KZNQSd3G0

 
Jardim diz que há dívidas melhores do que outras. A sua é boa, as outras são más. Defende uma espécie de teoria do vigarista honrado. E tem outra explicação: segundo o “Bocassa” (como lhe chamou o "arrependido" Jaime Gama: http://www.youtube.com/watch?v=ltKTewo_iAE) faz-se dívidas para beneficiar as gerações futuras. Isto é pô-las a pagar os esbanjamentos para os quais não foram tidos nem achados.

No entender do demagogo da Madeira, os vindouros são representados por ele. Só espero que, quando lhes for entregue a conta dos desmandos do festival carnavalesco da Madeira e sentirem que lhes foi sugado o direito ao Futuro, desabafem o mesmo que um pai de família, como eu, desabafa em duas letras: f.p.

 

Estamos a ser devorados pela paranóia do "nonsense"

Ontem andei na serra à procura de perdizes. Só “apanhei”dois tombos que até o meu epagneul breton ganiu por mim.

Hoje, só ouço falar em tumultos. Dizem que a polícia já se prepara para essa”guerra”. São notícias que, paradoxalmente, só servem para “incitar” o pessoal a imitar os gregos. E a muitos ouvi que isso tinha de acontecer.

O desespero é crescente com a crescente brutalidade das injustiças com que este Governo, esquizofrenicamente, pretende culpabilizarmo-nos pelo deficit.

Se já está demonstrado que o deficit tem origem na gula do capital financeiro, foi obra das ruinosas parcerias público/ privadas, da megalomania das grandes obras públicas, do tráfico de influências que fizeram do Estado um coutado de amigos, das negociatas, etc., pois que responsabilizem esses senhores governantes, autarcas, madoffs do BPN, do BPI e outros e lhes retirem o dinheiro que falta.

É chocante e revoltante ouvir um comentador na TV, num País onde a diferença entre salários de trabalhadores e gestores é abissal, desenvolver a peregrina teoria de que a intersindical também foi culpada pela subida dos ordenados.

Parece que a intersindical não deveria ser uma organização dos trabalhadores, mas da troika.

Acresce a esse retorcido raciocínio o escamoteamento de que a melhoria das condições de vida dos trabalhadores custou-lhes dias de perda de salário e isso significou solidariedade na defesa de causas, enquanto aos gestores públicos e outros os ordenados escandalosos foram egoisticamente “ditados” pelos próprios aos próprios e ainda com cartões de crédito, carro, telemóvel, ajudas de todos os tipos, etc. E em certos casos, bastou alguns dias de trabalho para receberem milionárias reformas que acumulam com outros vencimentos.

Sente-se que o País está a ser devorado pela paranóia do “nonsense”. Precisámos de quem pense os problemas graves que vivemos a todos os níveis, mas para isso é necessário postular a dignidade do ser humano, os direitos que configuram um progresso civilizacional, ter sentido de equidade, consciência da “coisa pública” e ser patriota capaz de denunciar a ocupação do nosso País pelo imperialismo financeiro que nos esmifra como nem os filipinos nos esmifraram.

Mas, só temos comentadores “vendidos” e políticos de “carregar pela boca”, como as antigas armas de caça!

sábado, outubro 01, 2011

 

Basta!

Estive e participei na manifestação dos trabalhadores, hoje, no Porto. A Praça da Liberdade ficou repleta. Há quem diga que estariam para cima de cem mil pessoas.

Nos rostos que desfilavam estava gravado um mesmo sentimento: o de tristeza e repulsa. Isso era sintomático nos cumprimentos que estabelecíamos com gente que já não víamos há muitos anos e entabulavam conversa de forma exaltada .

Ninguém percebe que os sacrifícios que são impostos sejam justos, quando não são pedidas responsabilidades aos madoffes que andam por aí felizes e contentes. São aqueles que trabalharam para produzir riqueza os únicos que pagam a crise.

Encontrei um velho amigo, foi deputado à constituinte, e continua a militar no mesmo lado: na Liga Operária Católica. Fiquei contente por saber que essa organização está viva e muito actuante.

A situação política está a convocar velhos movimentos que depois do 25 de Abril tinham adormecido.

É indesmentível que a situação é explosiva. O País tornou-se num pântano e ninguém pode ficar indiferente ao que se passa em todos os planos, desde as questões laborais, à justiça, aos escândalos que todos os dias rebentam.

Este País anda em roda livre e é preciso dizer basta!

This page is powered by Blogger. Isn't yours?