sexta-feira, agosto 28, 2009

 

A Convenção Internacional para a Protecção de Todas as Pessoas Vítimas de Desaparecimentos Forçados.


Faltam apenas 7 países ratificarem este documento para que possa entrar em Vigor.

Portugal é um dos países visados por esta campanha da AI.

O texto que envio tem mais informações sobre a Convenção.Deste modo, pedimos a todos vocês que divulguem esta Webaction, poderão colocar nos vossos blogs e espalhar a notícia. É uma Convenção bastante importante para acabar com este tipo de violação de Direitos Humanos.

Junto envio também o link da petição online.

http://www.facebook.com/l/;www.jotform.com/form/92365513333
http://www.jotform.com/form/92365513333

 

Fechar o mercado das “boas ideias”!....

Escrevi, hoje, no Semanário Grande Porto:

Continua a saga em torno do tema: “Presidência da República suspeita estar a ser vigiada pelo Governo.”

Naturalmente, com ministérios tão pobres de boas ideias não seria despiciendo pensar-se numa espionagem do Governo com vista a uma caça de talentos. Mas, lendo melhor, não foi disso que se tratou. A questão foi outra: dois empenhados dirigentes do PS denunciaram uma eventual ajuda dos assessores de Cavaco Silva na produção de ideias para o programa do PSD.
Perplexos, perguntamos: mas que mal haverá nisso?!... As ideias, se são boas, ganham uma dimensão universal e deixam de pertencer a quem as produz; se são medíocres, perdem interesse e, pouco tempo depois, ninguém se lembra delas.

Contudo, mais atentamente depreende-se que o que está implícito é uma insinuação: pretende-se com essa “estratégia” dizer que o Presidente da República perdeu a independência institucional e tornou-se no braço ideológico de Manuela Ferreira Leite.
Essa insinuação tem um objectivo claro: levar a esquerda a pensar que se não votar no socratismo (corrente ideológica que José Gil identificou com o “chico-espertismo”), terá o cavaquismo na sua pior versão.

E o mais contraditório é que os dirigentes do PS, obcecados com esse estratagema, não dão conta que multiplicam contradições: apoiando-nos nos seus próprios raciocínios (de evocar o passado para justificar o futuro), também poderíamos concluir: quem ontem não cumpriu o que prometeu, não nos dá garantias de amanhã cumprir o que promete hoje; quem ontem só tratou bem Jorge Coelho não nos dá garantias de amanhã tratar bem professores, magistrados, funcionários públicos, operários e agricultores. E, ainda, quem se gaba tanto de possuir as “melhores ideias” para Portugal, por que será que está tão preocupado com a “perigosa” interferência dos assessores de Cavaco Silva na produção de boas ideias para o PSD?!...
Por que não se faz como no futebol?!… Tal como acontece com o mercado de jogadores, o mercado das “boas ideias” deveria ficar fechado no período eleitoral. E, de facto, qual é o interesse em despejar boas ideias durante este período, se o partido que vence as eleições não lhes vai dar nenhuma importância? Evitava-se a intriga política entre instituições fundamentais, preservava-se a dignidade do Estado, e tudo ficaria muito mais claro!..
Era melhor proceder dessa forma que teimar em fazer da política uma arte de armadilhar intrigas. Esses “truques” de que vive, hoje, a política, tem uma causa: faltam líderes fortes e debate ideológico.

Quando há líderes, as ideias ligam-se ao mundo da vida e configuram um pensamento estruturado, que não receia o debate, tendo como única preocupação abrir caminho ao progresso, à justiça e dar um sentido ao Futuro.
Faltando líderes fortes, a política navega na venalidade e no espectáculo, infantilizando os eleitores com jogos de ilusões e armadilhando suspeitas que insinuam receios ou medos do regresso de fantasmas. Mas o passado não se repete e, como já dizia Alvin Toffler, “o amanhã será, forçosamente, diferente do hoje”.

J,B.M.

quarta-feira, agosto 26, 2009

 

Não compreendo Paulo Rangel!

Confesso que tenho muita dificuldade em entender o pensamento de Paulo Rangel sobre ética e política.
Num estilo sofistico, separa planos: plano político, plano ético e plano jurídico. No seu entender, a política situa-se no plano do conhecimento e, por isso, nada tem a ver com a ética, que pertence ao plano da acção. E cita, em favor dos seus argumentos, Aristóteles e Platão.

Esqueceu-se do seguinte: Para estes filósofos, a ética é inseparável da política. O homem (livre) é um ser da polis. É precisamente no seio da sociedade, do Estado, da Polis, que se desenvolve as suas disposições para a virtude ou excelência (aretê, em grego) traduzida no viver de harmonia com o que uma determinada sociedade considera correcto, prudente, honrado, justo, bom e digno.

Cita, curiosamente, Maquiavel, mas não tira conclusões sobre os conselhos deste filósofo. Eles revelam a monstruosa perversidade de uma política sem ética.
A ética é, hoje, entendida como postura de vida. Está na configuração que damos ao nosso pensamento (coerência), á nossa linguagem (só devo falar daquilo que acredito) e das convicções responsáveis.
Será que Rangel, ao enveredar pelo verbo fácil, quer impor uma nova visão dos clássicos ou da ética?!... Ou já fala por conveniência, como qualquer sofista despreocupado com a ética.?!...

segunda-feira, agosto 24, 2009

 

Vetada a lei que levaria ao casamento entre homossexuais

De facto, a maioria das leis publicadas por este Governo são aprovadas sem uma discussão sobre as consequências perversas que eventualmente possam vir a ter.

Não se conhece organizações sindicais, profissionais ou outras que não se queixem da falta de rigor das leis aprovadas no Parlamento. Surgem, por isso, as continuadas alterações , muitas vezes feitas à martelada.

O veto do Presidente da República tem a virtude de obrigar a mais rigor na elaboração legislativa. Só não se percebe que não tenha procedido de igual forma em relação às leis do Trabalho que, para além de serem mal feitas, têm permitido um regresso a barbárie nas relações laborais.

domingo, agosto 23, 2009

 

O que significa "ser fariseu"?!...

Sócrates descobriu na Madeira que há fariseus. Bradou: «Não venho aqui para dar lições de boa educação, nem para ensinar boas maneiras ou o que é de bom gosto.» E não fez outra coisa durante todo o seu discurso que não fosse o contrário.

Que significará "ser fariseu"?!

quinta-feira, agosto 20, 2009

 

Eça e os politicos

ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas.

Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA.

É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política do acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?


Eça de Queiros 1867

terça-feira, agosto 18, 2009

 

O "mercado" está fechado a novas ideias

Naturalmente, com ministérios tão pobres de boas ideias não seria despiciendo pensar-se numa espionagem do Governo à casa da Presidência da República com vista a uma caça de talentos. Mas, não foi disso que se tratou. A questão foi outra: como cenário de fundo, estavam dois empenhados dirigentes do PS a denunciar uma eventual ajuda dos assessores de Cavaco Silva na produção de ideias para o programa do PSD.

Perplexos, perguntamos: mas que mal haverá nisso?!... As ideias, se são boas, ganham uma dimensão universal e deixam de pertencer a quem as produz; se são medíocres, perdem interesse e, pouco tempo depois, ninguém se lembra delas.

A preocupação dos diligentes dirigentes não foi com as ideias que melhor possam resolver os problemas dos portugueses, mas com as “cápsulas” que guardam ilusões.

No jogo de oferta e procura, há quem se gabe de ter as “melhores ideias”, mas, contraditoriamente, parece que tem necessidade de espiar a perigosa interferência dos assessores de Cavaco Silva na produção de boas ideias. E, por isso, quer o "mercado" fechado a novas ideias!

segunda-feira, agosto 17, 2009

 

Juventude de plástico

Afinal a Fonte da Juventude é algures em Lisboa. Esqueçam-se chacras, ritos tibetanos, melatonina, anti-oxidantes, botox e mais tralha esotérica e química; a coisa funciona por decreto. Assim, os portugueses serão, a partir de 2010, "jovens" até aos 30 anos.
A concessão de mais 5 anos de juventude aos portugueses foi anunciada pelo Cartão Jovem e não envolve qualquer transacção gótica com Mefistófeles, tendo sido decidida "em conformidade com outros organismos europeus". Em Portugal, o método mais eficaz de permanecer jovem continua no entanto a ser a propriedade de uma empresa ou uma exploração agrícola, sendo-se "jovem empresário" e "jovem agricultor" até aos 40 com todos os invejáveis privilégios da juventude, do amor de Margarida a taxas de juro bonificadas.

Nunca como hoje foi tão fácil ser eternamente jovem e, como a mandatária do PS para a juventude, pedir à criada que lhe tire os caroços das cerejas porque jovens socialistas não comem cerejas com caroço. De temer é que tal retrato de plástico da juventude esconda no sótão, como Dorian Gray, um outro, senescente e pouco bonito de ver.

António Manuel Pina
In JN

sábado, agosto 15, 2009

 

Fantasmas que dão “emprego”

Sabe-se, agora, que nos cadernos eleitorais há cerca de 650 mil eleitores que não existem de facto.

Este número reflecte-se, não só nas estatísticas, como também na proporcionalidade da distribuição de candidatos a deputados pelos distritos.

A última actualização dos cadernos eleitorais, divulgada pela Direcção-Geral da Administração Interna (DGAI) em Julho, certificava que existiam mais de 9,3 milhões de eleitores.

Ora, esses dados estão hoje desactualizados. Temos apenas 8,6 milhões de eleitores inscritos.
Entretanto, do erário público, que é o mesmo que dizer dos nossos impostos, vão sair muitos milhões de euros para pagar a deputados que, na realidade, não têm direito ao cargo que vão ocupar.
Tudo se passa, como se tudo isto fosse normal: aos partidos convém-lhes sempre esses eleitores fantasmas — dão mais uns “empregos” a quem vive da “vida partidária”. E esta é cada vez mais uma vida que nada tem a ver com o mundo real da vida e, por isso, é sectária, de intriga e de confronto (nos partido,”quem não é por nós é contra nós", tal como no fascismo).

terça-feira, agosto 11, 2009

 

Por alguns momentos nos braços de uma duquesa!

Será por causa de uns tipos hastearem a bandeira monárquica que deixo de ser republicano?!... Evidentemente que não! Mas não deixo de pressentir que ando fora do tempo. O tempo que vivemos é muito mais monárquico que republicano. Andamos a ser governados por barões, duques, princesas e outros que vivem em “re(g)alezas”.

A bandeira é o símbolo representativo de uma sociedade e a monárquica é a que mais se ajusta à nossa sociedade dominante. Onde encontram presunção maior, loquacidade mais sublime, que a de um barão?!... Não será esse o título que melhor se adequa a Sócrates?!...
Perguntem a Eça e reparem que, nas épocas de decadência, os reis e os nobres tinham sempre presente a necessidade de garantir ao povo que as suas barrigas ficavam abarrotadas a troco do apoio que lhes desse.

De igual forma, Sócrates garante que é dele, e só dele, a felicidade dos portugueses. Até já descobriu que é vantagem o que sempre desprezou: tornou o socialismo das novas tecnologias, do TGV e das auto-estradas a rodos no maná que irá cair sobre toda a república!

Lembram-se de quem escreveu um dia: "O patriotismo das formas de governo é o último refúgio de um imbecil"?!... Este senhor, Samuel Johnson, editor das obras de Shakespeare, garante que “ Se não fosse a imaginação, o homem seria tão feliz nos braços de uma criada quanto nos de uma duquesa”.

A nossa imaginação tem-nos traído. Julgávamos que Sócrates viria resolver os nossos problemas, a ponto de nos sentirmos nos braços de uma duquesa, e ficamos estendidos na penúria.

Coloquemos um chapéu de coco e pensando debaixo para cima, deixemo-nos elevar pela imaginação ao nivel dos braços de uma duquesa. Pode ser que, pelo menos, durante alguns instantes, nos sintamos honrados e felizes.

Estou certo que foi esse o propósito dos homens do “31 da Armada”: amaciar o nosso “ego”! E não são nenhuns andrajosos verdes eufémios, o que se harmoniza com o perfil socrático!

domingo, agosto 09, 2009

 

Do grau zero da política à cidadania em rede

No semanário "Grande porto", coloquei o sguinte texto:

A violência verbal, o disse que não disse, a chuva de promessas sem substância, os jogos de ilusões e um discurso falacioso, sem qualquer sentido de responsabilidade, têm um significado político neste período eleitoral: ausência de uma reflexão sobre o País. Sem essa reflexão não se podem formular propostas que mobilizem os eleitores para superar os graves problemas em que nos encontramos. E, porque falta esta reflexão, falta dignidade à política que leve a guardar-lhe respeito.
Ninguém dá, hoje, importância aos políticos, a não ser os que têm a tarefa de os comentar. Vivemos um tempo que faz lembrar o vivido por Maquiavel. O Estado divorciou-se dos cidadãos e os espaços públicos (as assembleias) deixaram de ser entendidos como espaços vinculados ao mundo da vida, onde se vivem os reais problemas do País. Hoje, são apenas o palco das lutas pelo poder, onde os fins justificam todos os meios. A política tornou-se numa rua de má fama, mais próxima do inferno dantesco do que do paraíso das utopias.

A “elite”, que vinha da tradição da resistência ao fascismo, formada por académicos, livres-pensadores, gente de causas, pessoas de bem e que prezavam os bons costumes, desapareceu. Os que ficaram estão desmemoriados e tornaram-se “compagnons de route” duma nova “elite” de tipo berlusconiano: trampolineiros, semeadores de ilusões que nunca trabalharam, estrelas menores do espectáculo e oportunistas de todos os quadrantes. Esta nova “elite” rodopia em torno dos profissionais da política, conhecem as suas mazelas e delas se aproveitam para acumular poder e desprezar a responsabilidade moral. E, como diria Maquiavel (in: 'Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio), já não querem só parcelas de honra, nem os empregos que mais lhes convêm, mas também abocanham os melhores pedaços do orçamento dos contribuintes.

A corrupção, ao grassar como nunca se viu, é o sintoma claro de tudo isso. Por melhor que funcionasse a justiça, ser-lhe-ia sempre difícil pôr cobro a esta situação. É que a luta contra a corrupção não é apenas jurídica: precisa da educação para os valores, que o aparelho de estado funcione sem as pesadas burocracias que o simplex ilude, que a escola cumpra o seu papel de formar cidadãos responsáveis e profissionais competentes, que a Igreja se ouça como uma voz de referência e que o neo-liberalismo, ao colocar a cidadania no plano jurídico (em vez do ético), não a castre.
Abre-se, agora, uma oportunidade. O novo paradigma da “sociedade em rede”, de que falou Castells pode alterar esta situação. Vão-se formando grupos de defesa dos consumidores, fazem-se petições. Criam-se movimentos ambientalistas, anti-racistas, clubes de reflexão, organizações de luta contra a fome e a pobreza e, em rede, (através da internet e dos blogs), todas estas organizações vão ganhando visibilidade e força.

Uma cidadania mais consciente, melhor informada e mais activa, numa comunicação quase instantânea, começa a pressionar a sociedade política, a exigir dela mais qualidade e a obrigar os governos a corresponderem ao que deles sempre se esperou: sentido de bem-comum, espírito de serviço e transparência na gestão dos negócios públicos.
Os primeiros passos estão a ser dados! Esperamos que este novo paradigma da cidadania em rede nos retire da “vil e apagada tristeza” em que vivemos.



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