quinta-feira, novembro 29, 2012

 

Seguro está preso a um fantasma!

Uma carta de personalidades relevantes pede ao primeiro-ministro para mudar urgentemente de políticas e se não for capa que se demita.Ora aqui está uma boa intervenção cívica, um bom argumento político, isto é de interesse para a Polis, que Seguro não consegue desenvolver.


Dizem que Seguro tem boas-intenções, mas, se é verdade que de boas-intenções está o Inferno cheio, também é verdade que com essas boas intenções Seguro deixa-nos entregue a este Inferno de viver sobre o jugo deste Governo. Não pede a verificação constitucional de um orçamento que ele próprio considera ter inconstitucionalidades. Diz que prefere a luta no terreno político e esse terreno tem sido a cacofonia do blá…blá… que já ninguém suporta.

Tanta gente diagnostica bem a situação política, demonstra que, de tantas alterações, já não existe o acordo com a Troika tal como o PS subscreveu, mas Seguro não vê isso, está preso a esse fantasma do passado e recalca-o no presente. Cita-se em jogos de palavras sem consequência. Dá a imagem de um PS traumatizado e sem coragem para defender um País que está na rota do empobrecimento forçado. Confia numa futura vitória eleitoral, mas estou convencido que, de tanta frustração que está a causar, as contas lhe sairão trocadas.


sexta-feira, novembro 23, 2012

 
Se o intelectual é aquele que sabe ver o que os outros não veem e interpretar o mundo, a vida e o homem de forma livre, autónoma e responsável, temos de reconhecer que Pacheco Pereira cumpre esse papel, talvez de forma única entre os comentadores que aparecem nos canais da TV.

Gostei, ontem, da Quadratura do Círculo, percebe-se os interesses de Lobo Xavier e que António Costa não consegue disfarçar a camisola do PS. Mas Pacheco Pereira só está ali para dizer o que pensa, denunciar, como é a responsabilidade de um intelectual, as contradições do poder, desconstruir as narrativas do embuste.

Andei dezenas de quilómetros para o ouvir, mas valeu a pena! Não percam a Quadratura do Círculo de ontem.
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/11/23/opcoes-de-austeridade-e-posicoes-politicas-em-debate-na-quadratura-do-circulo

segunda-feira, novembro 19, 2012

 

Um livro de leitura necessária!

Comprei ontem e já estou a acabar de ler “Vencer o medo” de Carvalho da Silva. É um livro que se lê num folego só! Escreve num estilo escorreito, sem recurso á linguagem técnica que faz da leitura um terreno sáfaro.

Em muitas partes, faz-me lembrar o que Lurdes Pintasilgo escreveu nos “Sulcos do nosso querer comum”.

Carvalho da Silva pertenceu, como confessa, à juventude operária católica. Foi nesta militância que naturalmente incorporou os valores e até a visão que fazem os denominadores-comuns destas personalidades tão ricas.

Vale a pena ler este livro e, depois, rever os “Sulcos do nosso querer comum”.

Carvalho da Silva bebeu o seu pensamento no mundo da vida os que mais sofrem.

Oxalá que Carvalho da Silva ganhe o apoio para ser o que, infelizmente, Lurdes Pintassilgo não conseguiu.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=602237



terça-feira, novembro 13, 2012

 

Uma polémica com sentido.



Enviei para o Semanário Grande Porto, o seguinte texto:
"A polémica criada pelas declarações de Isabel Jonet faz todo o sentido. Não está em causa a sua dedicação ao Banco Alimentar contra a Fome, nem o deixar de admirar o seu generoso contributo para minorar o sofrimento dos mais pobres. O que está em causa é a concepção dos motivos da pobreza e com eles a forma de entender o papel do Estado.

Temos de enquadrar a polémica num contexto em que de um momento para o outro ficaram sem hipótese de emprego cerca de dois milhões de pessoas e, todos os dias, são declaradas insolventes dezenas de pequenas e médias empresas. Esta situação é vivida de forma revoltante, quando sentimos que, de uma forma brutal, foram postos a pagar uma crise os que dela não podem ser responsabilizados. E, porque o prenúncio da pobreza nos faz sofrer tanto, corroendo o próprio sentido da vida, procuramos espantá-lo da nossa imaginação, colocá-lo bem longe do nosso horizonte de vida como forma de sobrevivermos.

Isabel Jonet, possivelmente de tanto viver a situação dos pobres, não avaliou o impacto que poderia ter declarações que pareceram sugerir o elogio dessa pavorosa ameaça que retira a dignidade às pessoas e todos os dias cresce, de forma imerecida, na maioria dos portugueses. E foram tão inoportunas, quanto se assemelharam à tirada de um tal Relvas: “Temos de empobrecer”!

Até ao século XIX, considerava-se absurdo pensar em abolir a pobreza. Apareceram, inclusivamente, teorias, como as de Thomas Malthus, que justificavam a pobreza pela falta de determinação e força de vontade dos próprios pobres para trabalhar. E o protestantismo calvinista (que permanece nos povos do Norte) ainda considera que a riqueza material é um sinal de Deus, que nela premeia as virtudes do trabalho; e a pobreza uma clara marca da condenação pelo desprezo dessa virtude: “os eleitos são ricos e os pobres ímpios”.

Após a Segunda Guerra Mundial, face à situação de miséria deixada pela guerra, reconheceu-se que o Estado não se podia colocar à margem do bem-estar dos seus cidadãos. A pobreza passou, então, a ser entendida como uma indignidade, cujas causas sociais, políticas e económicas tinham de ser combatidas num Estado de direito.

Os direitos sociais (direito ao trabalho, à educação, à saúde e à proteção na velhice, na maternidade e no desemprego) passaram a ser um sinal de uma civilização moderna e o Estado caritativo, próprio dos tempos medievais, em que os monarcas delegavam (como parece acontecer com este governo) nas ordens religiosas e nos filantropos o afã de servir com caridade os pobres por amor a Deus, foi considerado cínico, iludindo os pobres com as migalhas da mesa dos ricos.

Não admira, por isso, que as declarações de Isabel Jonet tenham causado tanta indignação. É que nos revolta um retrocesso civilizacional: a possibilidade de um regresso aos tempos medievais do Estado caritativo".


sexta-feira, novembro 09, 2012

 
O que precisavamos de lembrar a Merkel
http://showdebola.pt/portugal-nao-e-um-pais-de-merkel-uma-resposta-aos-alemaes-com-video/

quinta-feira, novembro 01, 2012

 

Dia de Todos os Santos!


Ao olhar para as campas dos meus Pais e dos meus Avós, fiz uma prece à Terra que os guardava e que foi o nosso regaço, moldou o nosso coração, temperou o nosso carácter e abriu as asas da nossa alma para horizontes de sonhos que se foram esfumando durante a vida.

Senti que não se pode homenagear a memória dos Pais e Avós sem reviver o espírito da Terra e isso é trazer à memória o berço que nos recebeu, as estórias de vida que alumiavam os nossos olhares confiantes, as propostas para visitar ervilhas, flores, cachos de uvas e até ninhos de passarinhos, o desejo de chegar o dia marcado pelos ausentes, os inocentes murmúrios que amerceavam pequenos regatos, os afetos afivelados com sorrisos e os cheiros de cada flor, de cada rosmaninho, do orvalho, da chuva, das madrugadas e do pôr-do-sol.

O Dia de Todos os Santos é bem o dia de graça pelos Pais e Avós que tivemos e fazer uma prece ao espírito da Terra, ao mundo dos afetos feitos saudade do que fez com que fossemos o que somos hoje.


 

Basta!!!...

A reforma do Estado é precisa, mas muito mais necessária é a reforma dos partidos para pôr cobro à possibilidade de gente sem cultura, sem escrúpulos, sem dignidade, sem sentido patriótico e de honra deite Portugal no caixote de lixo da História.

Entender a reforma do Estado como mera questão técnica, como pensa o pequeno comentador Marques Mendes, é uma cabotinisse.

Não se pode reformar o Estado por encomenda, sem ter em consideração a sua história, a sua cultura, as expectativas das populações, as raízes das comunidades que dão identidade a Portugal. Não ter nada disto em conta é trair tudo o que nos faz ser o que somos, as razões que levaram à independência o povo que somos nós, a luta de todos os que quiseram que Portugal fosse dos portugueses, independente, soberano; é amesquinhar o 25 de Abril, a nossa alma coletiva, a nossa maneira de ser e de estar, o direito a sermos senhores do nosso próprio destino.

Estamos entregues a Migueis de Vasconcelos. É preciso pôr termo a estes vende-pátrias.

E é terrível e dramatico que não tenhamos um Presidente da República á altura!

Só nos resta protestar na Rua, dizer na Rua bem alto: Portugal tem uma história feita de pessoas e não é uma coisa qualquer, sem sentido, que se possa deitar no caixote do lixo.

É preciso dizer BASTA!

Estou com Vasco Lourenço.


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