quarta-feira, outubro 31, 2007

 

O novo-rico

Se quer conhecer o estilo de um novo-rico da política, clik aqui:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=872923

 

Dia Mundial da Poupança

Hoje, é o Dia Mundial da Poupança. Dizem os estudos que a taxa de poupança dos portugueses está no nível mais baixo dos últimos dez anos e que aumentou o número das famílias sobreendividadas.

Como poderia ser de outra forma?!... Dois milhões de pobres é muita gente e aos outros, em cada dia que passa, um pedaço do salário é comido pela inflação.

É certo que a vida não vai mal para toda a gente!... Que o digam os dois ainda jovens políticos que se substituem na liderança do seu partido e se associam na construção de um moderno hospital privado que irá surgir na área metropolitana do Porto!.... Só não se percebe é de onde vêm “os cabritos”, já que nunca se soube que tinham “cabras”.

Também não se percebe o que significa POUPANÇA para Ministros, Secretários de Estado, Autarcas e Administradores de Empresas Públicas e outra gente encarregue de lidar com o dinheiro dos contribuintes!...

segunda-feira, outubro 29, 2007

 

Hoje faria anos Georges Brassens

UNE JOLIE FLEUR (DANS UNE PEAU DE VACHE)

Jamais sur terre il n'y eut d'amoureux
Plus aveugle que moi dans tous les ages
Mais faut dire que je m'était creuvé les yeux
En regardant de trop près son corsage.

REFRAIN

Une jolie fleur dans une peau de vache
Une jolie vache déguisée en fleur
Qui fait la belle et qui vous attache
Puis, qui vous mène par le bout du coeur.

Le ciel l'avait pourvue des mille appas
Qui vous font prendre feu dès qu'on y touche
L'en avait tant que je ne savais pás
Ne savais plus où donner de la bouche.

Elle n'avait pas de tête, elle n'avait pás
L'esprit beaucoup plus grand qu'un dé à coudre
Mais pour l'amour on ne demande pás
Aux fille d'avoir inventé la poudre.

Puis un jour elle a pris la clef des champs
En me laissant à l'âme un mal funeste
Et toutes les herbes de la Saint-Jean
N'ont pas pu me guérir de cette peste.

Je lui en ai bien voulu mais à présent
J'ai plus de rancune et mon coeur lui pardonne
D'avoir mis mon coeur à feu et à sang
Pour qu'il ne puisse plus servir à personne.

Clik:http://www.georges-brassens.com/
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Enviado por Amélia Pais

 
Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu.
Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu.
Onde houver um esforço que todos evitaram, fá-lo tu.
Sê tu quem tira as pedras do caminho .

Gabriela Mistral

sexta-feira, outubro 26, 2007

 

Olha que três!!!...

Por vezes apetecia-me escrever um post sobre o Tratado de Lisboa e outro sobre a cimeira entre a União Europeia e a Rússia. Mas duvido do interesse destes assuntos. As três personalidades que, hoje, fazem notícia não me dão grande confiança. E além disso, a história diz-nos que os tratados entre povos nunca são tal como os pintam na ocasião em que são elaborados. Só os podemos avaliar pelas suas consequências e, quando Sócrates está efusivamente entusiasmado com o Tratado de Lisboa, já encontro boas razões para ser céptico.

Sobre a cimeira com Putin o que é que se poderá dizer que dê substância ao folclore deste encontro?!... Sei que pode ter significado positivo o convite do presidente russo para que haja observadores da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OCSE) a acompanhar as eleições legislativas russas e que também pode ser relevante a criação de um instituto para a defesa dos direitos humanos. Mas também me parece que tudo isto não passa duma cereja em cima da cimeira para a enfeitar, mas sem grandes consequências práticas.

O melhor será esperar por dias mais interessantes para falar sobre estes assuntos.

quinta-feira, outubro 25, 2007

 

Pablo Picasso (1881-1973)

1881 Pablo Ruiz Picasso nasce a 25 de Outubro em Málaga na Andaluzia, onde seu pai, professor de desenho, era conservador do Museu Municipal.

1891 Entra para a escola secundária e frequenta as aulas de desenho na Escola de Belas-Artes da Corunha.

1897 Picasso é aceite na Academia Real de Madrid no Outono, mas apenas fica lá até ao fim do ano.

1900 Com o seu amigo Carlos Casagemas, Picasso faz a sua primeira viagem a Paris para visitar a Exposição Universal.

1901 Cassagemas suicida-se num café parisiense. Começo do Período Azul, quadros sombrios dominados por tons frios de azul.

1904 Estabelece-se definitivamente em Paris, instala-se no atelier "Bateau-Lavoir", em Montmartre. À medida que as suas cores e temas se alegram, o Período Azul dá lugar ao Período Rosa com temas inspirados sobretudo no mundo do circo.

1905 Conhece Leo e Gertudre Stein, que o impresiona grandemente. Guillaume Apollinaire escreve as primeiras críticas famosas sobre a obra de Picasso.

1907 pinta Les Demoiselles d'Avignhon, a sua primeira obra cubista. Picasso é extremamente influenciado pelo rectrospectiva de Cézane levada a efeito em Paris. Conhece o proprietário da galeria, Daniel-Henri Kahnweiler.

1909 Início do "cubismo analítico". Abandona a perspectiva central e dispersa o espaço pictórico com formas geométricas.

1912 O "cubismo sintético" faz um uso novo da cor. Primeiras colagens.

1917 Colaboração com os Ballets Russes, para os quais executa cenários e figurinos. Conhece a sua primeira mulher, Olga Koklova, em Roma.

1922 Passa o Verão em Dinard, na Bretanha. Transcrição para as composições monumentais como Mulheres Correndo na Praia.

1927 Conhece a jovem Marie-Thérèse Walter, que se torna sua amante.

1935 Marie-Thérèse fica grávida. Separação de Olga. Crise criativa.

1937 séria de gravuras Sonho e Mentira de Franco. Muda-se para um novo atelier na Rue des Grands-Augustins, onde pinta Guernica para o pavilhão espanhol da Exposição Universal de Paris.

1944 Após a libertação de Paris, entra para o Partido Comunista Frânces. Participa pela primeira vez no Salão de Outono com 79 obras.

1947 Primeiras cerâmicas.

1953 Grande exposição em Roma, Milão, Lião e São Paulo.

1963 Inauguração do Museu Picasso, em Barcelona, organizada pelo seu amigo e secretário Sabartés.

1966 Grande retrospectiva de Picasso no Grand e no Petit Palais, em Paris.

1970 Lega todas as suas obras deixadas com a sua família em Espanha ao Museu Picasso, em Barcelona. Exposição em Avinhão de 200 obras.

1971 Homenagem nacional por ocasião dos seus 90 anos. Uma exposição de 8 obras no Louvre inaugura as celebrações do seu aniversário.

1973 Picasso morre a 8 de Abril em Mougins, e é enterrado a 10 Abril no jardim do Castelo de Vauvenargues. de

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Enviado por Amélia Pais

terça-feira, outubro 23, 2007

 

A Madeira é um Jardim

Na Madeira ou se discute o que Jardim quer ou não há discussão. Na obediência a esta regra, hoje, o PSD faltou em bloco à sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Funchal e não houve a discussão marcada sobre a auditoria à Câmara.

Quem julga que a democracia é confrontar desacordos, sem o domínio de uns sobre outros, está enganado. No PSD da Madeira os limites do falante Jardim são os limites do Mundo.


E acabou a conversa!...

segunda-feira, outubro 22, 2007

 

O azar do banqueiro.

Jardim Gonçalves está com azar!!!...

Para nada lhe serviu orientar durante uma vida inteira a sua consciência pelos preceitos da Opus Dei. Estava tudo conforme, quando o BCP perdoou ao seu filho Filipe Vasconcellos a dívida de 12 milhões de euros.

Mas a imprensa maldita, ao serviço de Lúcifer, anunciou o perdão dessa dívida insignificante para o maior Banco português e Jardim, como um samaritano tardio, lá teve de calar as bocas do mundo, desembolsando 12 milhões com que desperdoou o que o Banco, com o Trabalho de Deus, havia perdoado.

Só com muita Fé, se ultrapassam os azares das bocas do mundo. E é por isso que Jardim resiste!...

 

Livro do desassossego

Pedi tão pouco à vida e esse mesmo pouco a vida me negou. Uma réstia de parte do sol, um campo, um bocado de sossego com um bocado de pão, não me pesar muito o conhecer que existo, e não exigir nada dos outros nem exigirem eles nada de mim. Isto mesmo me foi negado, como quem nega a esmola não por falta de boa alma, mas para não ter que desabotoar o casaco.

Escrevo, triste, no meu quarto quieto, sozinho como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei. E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior. Sinto na minha pessoa uma força religiosa, uma espécie de oração, uma semelhança de clamor. Mas a reacção contra mim desce-me da inteligência... Vejo-me no quarto andar alto da Rua dos Douradores, assisto-me com sono; olho, sobre o papel meio escrito, a vida vã sem beleza e o cigarro barato que a expender estendo sobre o mata-borrão velho. Aqui eu, neste quarto andar, a interpelar a vida!, a dizer o que as almas sentem!, a fazer prosa como os génios e os célebres! Aqui, eu, assim!...

Fernando Pessoa/Bernardo Soares - Livro do Desassossego

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Env. por Amélia Pais

domingo, outubro 21, 2007

 

Quem souber que me explique! …

Em entrevista ao semanário Sol, o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, admitiu que o seu próprio telemóvel pode estar sobre escuta. E esclareceu:

«Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta». E acrescentou: «Penso que tenho um telefone sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos».

Mas, afinal, quais são as competências do PGR?!....

E o que é que dele podemos esperar?! …

sábado, outubro 20, 2007

 

CASA VAZIA

Poema nenhum, nunca mais
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,

para esse público dos ermos,
composto apenas de nós mesmos,

uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas,
seu deserto particular;

ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.

Alberto da Cunha Melo

quinta-feira, outubro 18, 2007

 

Vida de professor no governo de Sócrates!

No Primeiro de Janeiro:
«A Caixa Geral de Aposentações recusou reformar por invalidez uma professora de 50 anos a quem foi retirada parte da língua devido a um cancro, anulando a decisão da junta médica que a tinha declarado permanentemente incapaz para o exercício da função».

 

Faça jogging, por favor!...

Sempre ansioso por se ouvir em conferências de imprensa, Sócrates esqueceu-se de referir no anúncio que fez do pseudo-acordo da flexissegurança a posição da CGTP. Também ignorou a grande manifestação que, hoje, foi promovida pela mesma organização, contra as suas políticas anti-sociais. E foi pena: poderia constatar que são mais os socialistas que os comunistas que tem contabilizado.

Sócrates anda cansado, os fatos do mais elegante corte ajudam-no naqueles gestos largos com que recebe os líderes da Europa, como, repleto de felicidade, recebia os colegas da doutrina para jogar o pião. Mas falta-lhe o distanciamento dessas grandes emoções para ver o que acontece no seu País. Talvez seja porque ainda não fez aquele tonificante jogging, que em momentos de grande elevação intelectual, lhe dá o relax necessário à sua posição social.

Penso mesmo que estará nesta falta do relax, aconchegado sempre pelas inúmeras fotos da ocasião, que residirá a explicação para não ter ainda compreendido que já ninguém o leva a sério.


O autarca que, para bem do F.C.P., levou as finanças do seu município à falência parece estar com sorte. Qualquer alternativa, até mesmo Filipe Meneses, vai-se tornando melhor que o insuportável governo de Sócrates.

Por que não faz jogging o nosso primeiro?!...


Aliás. a sua vocação é para o jogging!!!...

 

Manifestação contra a flexibilidade sem segurança

Hoje e amanhã realiza-se uma importante cimeira dos líderes da EU, ocupada, essencialmente, com o seu Tratado.

Para protestar “contra a flexibilidade sem segurança, a desprotecção dos trabalhadores, o aumento da precariedade, a facilidade do despedimento, a redução dos salários reais e a limitação do papel dos sindicatos”, muitos milhares de pessoas vão concentrar-se, por volta das 15 horas, no Parque das Nações.

Tenho pena de não poder participar nesta manifestação. Entretanto, vou ouvindo e tentando participar nos vários debates promovidos pela Rádio e pela TV. Espanta-me alguma hostilização que é feita aos sindicatos. Naturalmente, todos nós poderemos fazer criticas aos sindicatos e entre elas não será de menosprezar o facto de haver dirigentes sindicais que permanecem ilimitadamente nos seus cargos, entravando a renovação de lideranças.

Mas uma coisa é limar aspectos negativos de funcionamento dos sindicatos e outra é ser ostensivamente contra a existência dos sindicatos. Confesso que não percebo! Será que as pessoas não entendem que os interesses dos empresários não coincidem com os dos trabalhadores e tendem a ser satisfeitos com a limitação, cada vez maior, dos interesses contrários!?...


São, por isso, necessárias estruturas que organizem os trabalhadores na defesa dos seus direitos. Sem sindicatos, abria-se o caminho á escravatura e acabava a democracia, não haja dúvidas. E a comprová-lo está aí um certo darwinismo social que já criou uma nova pobreza: os que têm emprego, mas cujo salário já não dá para sobreviver. E também por alguma razão já ressurgiram os “bufos” e os recados intimidativos às organizações sindicais.

quarta-feira, outubro 17, 2007

 

Cada vez há mais pobres!

A pobreza é uma manifestação contrária à dignidade humana e, por isso, uma violação dos direitos humanos.

Não há segurança nem desenvolvimento(desenvolvimento é diferente de crescimento!), onde a fome cresce.
Portugal tem a maior taxa de pobreza na Europa e é o país onde se regista um maior fosso entre ricos e pobres.

Não está só nos desempregados, nos reformados e nas famílias mais numerosas o limite da pobreza. Já surgiu uma nova classe de “novos pobres”: são as pessoas que têm emprego e salário, mas cujo rendimento não cobre as suas necessidades.

No dia mundial da luta contra a pobreza, temos de concluir que este Governo de Sócrates baixou a bandeira da luta pelo desenvolvimento e pelos direitos humanos que dava sentido à bandeira socialista. Não tem sido o seu objectivo fazer com que os que mais sofrem, sofram menos, mas, pelo contrário, em Portugal os impostos precarizam o rendimento dos que só tem o trabalho para sustentar a família e, como num rolo compressor, a política deste Governo tem feito com que os mais ricos se tornem cada vez mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobres e em maior número. É uma vergonha!

Muitos milhares e milhares de cidadãos pensarão, hoje, como eu: por que nos frustraram tantas expectativas!!!... Por que nos enganaram tanto!!!...

segunda-feira, outubro 15, 2007

 

Adriano Correia de Oliveira

Tinha estado com o Adriano no Sábado, no escritório do Manuel Neto. No Domingo, Adriano Correia de Oliveira partiu sem dizer adeus. Faz amanhã 25 anos. É como se fosse hoje a sentir o seu abraço. No dia em que nos deixou chovia torrencialmente. E havia razão para isso!...

Onde estejas, Adriano recebe a minha saudade. Precisava tanto de sentir o sorriso com que afivelavas o nosso abraço amigo. Olha, o Café Imperial já não existe. Já virou, como o nosso Portugal, McDonalds.

Estou a ouvir-te na «Canção com Lágrimas»

Eu canto para ti um mês de giestas
Um mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente
No fundo da memória perturbada

Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema

Porque tu me disseste quem em dera em Lisboa
Quem me dera em Maio depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro

Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio

Porque tu me disseste quem me dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol Lisboa com lágrimas
Lisboa a tua espera ó meu irmão tão breve
Eu canto para ti Lisboa à tua espera...

 

A "arreliadoragralha"

Com a devida vénia transcrevo um texto do meu amigo Pina, publicado, hoje, no JN. Com a transcrição deste texto, pretendo também corrigir (não foi gralha) o meu último post (uma síntese), no que nele consta sobre a mesma matéria.

«Houve uma época em que, nos jornais, as rectificações começavam invariavelmente por um nariz de cera desculpabilizante "Uma arreliadora gralha, etc…" Aquele adjectivo "arreliadora" sempre me enterneceu, acordando em mim díspares e melancólicos ecos, de " La gazza ladra" de Rossini a "Les bijoux de la Castafiore", de Hergé.

Curiosamente, no álbum de Hergé, a imprensa não é menos "arreliadora" do que a pega, ou gralha, ou lá que corvídeo é, que rouba a esmeralda da Castafiore, gralhando sem parar sobre um putativo casamento desta com Tournesol. As gralhas são coisas mais sérias (embora nem sempre menos risíveis) na "Psicopatologia da vida quotidiana" de Freud, tão sérias que até nome em latim têm: "lapsus calami". No fundo significam aquilo que, em linguagem popular, se chama "fugir a boca (no caso, a caneta) para a verdade".

A proposta de Orçamento de Estado para 2008 tem, explicou o Ministério das Finanças, uma "arreliadora gralha". A "gazza ladra" ter-se-á metido, sem o Governo dar por isso, no nº 5 do artº 53º do Código do IRS para roubar a esmeralda aos reformados pobres e dá-la aos reformados ricos. Felizmente o Orçamento não vai ao psicanalista, ou os portugueses ainda descobririam alguma coisa inquietante em latim sobre o seu subconsciente».

sábado, outubro 13, 2007

 

Uma síntese

O dia de hoje é marcado por duas efemérides: o congresso do PSD e a análise do Orçamento do Estado apresentado há dias.

No primeiro caso, surge uma pequena dúvida e uma certeza. Duvida-se que Filipe Meneses, se algum dia for primeiro-ministro, consiga mentir menos que Sócrates. A certeza é que o eleito presidente do PSD, como governante, fará o mesmo que faz Sócrates. Tudo isto por uma simples e óbvia razão: os dois são as duas faces do mesmo centrão.

Quanto ao Orçamento do Estado, os analistas são unânimes: nada de original. O Orçamento vai buscar as receitas aos que sempre pagaram a factura dos maus governos. Há só uma particularidade interessante: os pensionistas com melhores reformas pagarão menos impostos que os que menos recebem. Surge desta situação o previsível: com reformas de miséria, sem cuidados paliativos adequados, com casas de repouso só para gente rica, o governo terá de abrir as portas a uma eutanásia (paga pelos próprios) activa.

Colocar-se-á, entretanto, um pequeno quiproquó: não é previsível que estes governantes, quando chegarem à última e definitiva das reformas, sintam a solidão, a miséria, a falta de dinheiro para os medicamentos e a ingratidão duma sociedade a quem serviram no melhor tempo da sua vida e, por isso, sigam o rumo dos que pediram a dose letal.

sexta-feira, outubro 12, 2007

 

Prémio Nobel da Paz

Al Gore e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas são os galardoados com Prémio Nobel da Paz 2007.

O prémio foi-lhes atribuído «pelos esforços de recolha e difusão de conhecimentos sobre as mudanças climáticas provocadas pelo Homem e por terem lançado os fundamentos para a adopção de medidas necessárias para a luta contra estas alterações», declarou o presidente do comité, Ole Danbolt Mjoes.

Naturalmente, o Prémio Nobel da Paz justuca-se porque a guerra é uma tragédia para a humanidade. A guerra foi sempre uma ruptura no equilíbrio da humanidade e as rupturas nos equilíbrios ambientais têm os mesmos efeitos perversos e desumanos que as guerras provocam. O Prémio Nobel da Paz ganha, assim, todo o sentido nas causas ambientais,
Recordem, por favor:
http://lusomundo.sapo.pt/Xw1L/691773.html

quinta-feira, outubro 11, 2007

 

Doris Lessing - Prémio Nobel de Literatura 2007

A escritora britânica Doris Lessing foi, hoje, a 11ª mulher a receber o Nobel de Literatura.

O Júri descreveu Doris como "a narradora épica da experiência feminina, que, com cepticismo, ardor e uma força visionária sujeitou uma civilização dividida ao escrutínio".

A escritora, que completará 88 anos no dia 22 de Outubro, sorriu com ironia ao ouvir as considerações feministas que atribuem à sua obra, comparando-a a Simone de Beauvoir, companheira de Sartre.

Doris Lessing nasceu no território da Pérsia, actualmente Irão, em 1919, sendo seu Pai, na altura, capitão do exército britânico. Viveu parte da juventude na então Rodésia (actual Zimbabué), o que marcou a sua obra. Pertenceu ao Partido Comunista britânico, do qual se afastou em 1956, após a repressão da rebelião húngara.

É considerada uma escritora de esquerda e algumas das suas obras estão traduzidas em português. Fala das tensões inter-raciais, da violência contra crianças, do colonialismo, dos movimentos feministas, etc.

"The golden notebook" ("O caderno dourado"), de 1962, é considerado a sua obra-prima: conta a história de uma escritora de sucesso em forma de diário íntimo. Um outro seu livro importante é "The good terrorist", que narra a vida de um grupo de revolucionários de extrema-esquerda. Em "Regresso para casa" (1957) denunciou o apartheid na África do Sul. Para além destas obras escreveu ainda: "Andando na Sombra”, "O quinto filho", "Debaixo da Minha Pele da Companhia das Letras", etc., etc.

Parabéns, Doris Lessing!

 

A manifestação das “jotas”

Realizou-se esta manhã uma manifestação de estudantes do ensino secundário do grande Porto.

Como se esperava, repetiram as palavras de ordem do costume: “fim dos exames nacionais, implementação da educação sexual nas escolas, fim das aulas de substituição, redução do número de alunos por turma, redução dos programas escolares, melhoria das condições materiais e humanas na escola e fim das barreiras no acesso ao Ensino Superior.

Recusaram reunir-se com a directora Regional de Educação do Norte (o que, apesar de tudo, só revela bom gosto!), mas encontraram-se com um sub-director.


Naturalmente, espera-se que tenham a resposta do costume. E este ciclo vicioso completar-se-á, quando estes “líderes”, saídos das “jotas” que os partidos produzem, chegarem a deputados ou a governantes.

Entretanto, um facto é relevante: os professores das escolas do grande Porto tiveram nesta manhã tempo para, na sala dos professores, falarem descontraidamente (se não houver “bufos”). O que é bem preciso para ganharem as energias necessárias para superarem as dificuldades que todos os dias encontram nas escolas.

quarta-feira, outubro 10, 2007

 

“Escuta Zé Ninguém”

Lembro-me do Corta-fitas. Antes de aparecer, já os esbirros da PIDE tinham de madrugada vasculhado as casas dos opositores ao seu regime, procurando algo que considerassem subversivo: um panfleto da denúncia do custo de vida, da fome e da miséria. Se esse panfleto aparecia o cidadão era preso e se nada era encontrado de subversivo esse mesmo cidadão era levado como medida preventiva. Tudo isto era feito para que o “Corta-fitas” desempenhasse com grandeza, solenidade e fausto a sua patriótica missão de tesourar uma inauguração e enaltecer as virtudes do regime, convenientemente aplaudido por muita gente (todos os “zé ninguém”-- arrebanhados pela necessidade de assegurar o seu emprego, mostrando-se à corte do Corta-fitas).

O 25 de Abril surgiu e pensou-se que esse embuste acabaria. Mas estamos hoje longe, muito longe do 25 de Abril!!!... Reciclou-se, pelo lado menos esperado, o estilo Corta-fitas Usa perfume francês, veste os melhores padrões da moda, é sempre muito explicativo e recebeu uma nova imagem: o “Fiteiro”. Tem retórica escorregadia e recuperou, de forma envergonhada, os tiques do “Corta-fitas”. Assim aconteceu na Covilhã. Antes do “Fiteiro” propagandear as suas virtudes, já a polícia tinha entrado no sindicato dos professores para vasculhar o que havia de subversivo. Como é natural, o “Fiteiro” muito explicativo não sabia explicar o evidente: desconhecia tudo e “a única coisa que sabia era o que tinha lido nos jornais”.

São assim os Fiteiros: querem parecer o que não são e procuram com uma lábia adocicada dar a volta às contrariedades para não mostrarem as mãos sujas da ignominia.

Os Fiteiros têm sempre uma larga base de apoio: os "Zés Ninguém".

Mas os “Zés Ninguém” que se ponham em aviso. É isso que lhes lembra Bertold Brecht:

Escuta “Zé Ninguém”:

«Primeiro, eles vieram buscar os comunistas.

Não disse nada, pois não era comunista;
Depois, vieram buscar os judeus.
Nada disse, pois não era judeu;
Em seguida, foi a vez dos operários.
Continuei em silêncio, pois não era sindicalizado;
Mais tarde, levaram os católicos.
Nem uma palavra pronunciei, pois não sou católico.
Agora, eles vieram-me buscar a mim,
e quando isso aconteceu, não havia mais ninguém para protestar».
Bertold Brecht.
in:Escuta Zé Ninguém

domingo, outubro 07, 2007

 

É a vida!...

O azar aconteceu-me no primeiro dia de caça às perdizes. Um tojo escondeu-me um muro de dois metros de altura. E dei o “passo para o abismo”: caí desamparadamente e fiquei com o pé esquerdo como um cepo!

Agora preciso de 15 dias para me reabilitar.

Pior do que isto só ter como alternativa de governo Sócrates ou Filipe Meneses!

quinta-feira, outubro 04, 2007

 

5 de OUTUBRO

Viva a República!



Nem discriminações, nem privilégios

Como estamos longe dos ideais republicanos!?...

quarta-feira, outubro 03, 2007

 

Os relógios de S. Pedro

Um cidadão morreu e foi para o céu. Enquanto estava em frente a São Pedro nas Portas Celestiais, viu uma enorme parede repleta de relógios e perguntou:

- O que são todos aqueles relógios?!...

São Pedro respondeu:

- São Relógios da Mentira... Toda a gente na Terra tem um Relógio da Mentira. Cada vez que você mente, os ponteiros movem-se mais rapidamente.

- Ah! - exclamou o cidadão e perguntou:

- De quem é aquele relógio ali?!...

- É o da Madre Teresa. Os ponteiros nunca se moveram, indicando que ela nunca mentiu.

- E aquele, é de quem?

- É o de Abraham Lincoln. Os ponteiros moveram-se duas vezes, indicando que ele só mentiu duas vezes em toda a sua vida.-

- E o Relógio do Sócrates, também está aqui?

- Ah! O do Sócrates está na minha sala.

- Ai sim?!... - Espantou-se o cidadão. - Por quê?

E São Pedro, rindo:

- Uso-o como ventoinha de tecto!

terça-feira, outubro 02, 2007

 

Mahatma Gandhi - aniversário (2 de Outubro de 1869 - Nova Déli, 30 de Janeiro de 1948)

"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?"

"A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer atualizar o melhor de uma pessoa. Que livro melhor que o livro da humanidade?"

"A liberdade não tem qualquer valor se não inclui a liberdade de errar."

"Sempre houve o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; nunca haverá o suficiente para a cobiça humana."

"Não acredito que um indivíduo possa progredir espiritualmente, enquanto aqueles que o cercam estão sofrendo."

"Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida."
"Você deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo."
"De olho por olho e dente por dente o mundo acabará cego e sem dentes."
"Divergência de opinião jamais deve ser motivo para hostilidade."

segunda-feira, outubro 01, 2007

 

Dia mundial da música

Não é por acaso que a música foi designada por arte das musas. É de facto um doce alimento da alma. Leibniz definia-a como um movimento aritmético oculto. Não pudemos esquecer que para os pitagóricos (que tanto influenciaram o filósofo de Leipzig) os números eram harmonias do espírito. E sempre os musicólogos entenderam a música como uma linguagem da alma, do que se passa no interior de nós mesmos.

A génese da música está na nossa própria natureza, no ritmo que faz a vida. Sem ritmo não há música e muito menos vida. Talvez, por isso, antes de se falar no direito á vida, Aristóteles falou do direito à percepção; isto é, do direito a encontrar o sentido das manifestações do espírito que a música traz. E nisso pode estar a partilha da alegria, da tristeza, da revolta, da angústia, do amor e do sofrimento.

A música é sempre a partilha de um ritmo e ao vivermos esse ritmo identificámo-nos com quem nos traz um mundo vivido num tempo musical-subjectivo.

Na música, o mundo vivido é sempre um mundo fraterno. Precisamos da música, porque só ela nos pode enxugar as lágrimas que o sofrimento, a alegria ou a tristeza fazem tantas vezes soltar da nossa própria alma.

Comemorar o dia mundial da música exige uma pausa. Aproveitem esse momento para partilhar comigo o diálogo musical que lhes proponho, clikando aqui: http://www.momentos-pps.com.br/ e façam Download onde os seus sentimentos indicar. Eu já o fiz no tema "LETRAS DE MÚSICAS" em: "VOCÊ PRECISOU DE MIM".
É que a música ensinou-me que depois de alguém precisar de mim eu senti que anteriormente, sem o reconhecer, já precisava dele. E isso é o mais belo da partilha da alma!

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