sábado, outubro 20, 2007

 

CASA VAZIA

Poema nenhum, nunca mais
será um acontecimento:
escrevemos cada vez mais
para um mundo cada vez menos,

para esse público dos ermos,
composto apenas de nós mesmos,

uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas,
seu deserto particular;

ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.

Alberto da Cunha Melo

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?