quarta-feira, agosto 31, 2011

 
Sinto-me arreliado!... Vão ser anunciados, esta tarde, mais impostos. Já não suporto ouvir falar de especialistas, já não suporto os ministros deste Governo e muito menos o seu primeiro-ministro. Penso ser hilariante, mas não me faz rir, “tirar a gravata” para poupar energia; fazer das creches um armazém de crianças para poupar nos educadores, anunciar o que já foi anunciado, prometer o que não se cumpre e ter um governo que é incapaz de dizer bom dia, mas “temos de subir os impostos”, acrescentando sobre impostos outros impostos” , tem um conceito estranho de equidade fiscal, impondo 46,5% de impostos sobre os rendimentos do trabalho e 21,5% sobre os rendimentos do capital, tem da gordura do Estado uma ideia surrealista, fazendo desaparecer serviços indispensáveis, desempregando funcionários que fazem falta nos serviços públicos e ainda nada disse sobre os gabinetes privados que milionariamente são pagos pelos pareceres que bem podiam ser dados pelos técnicos do Estado, cala-se hipocritamente sobre o esbanjamento do sr. Jardim e as suas cabotinas desculpas, nada faz para acabar com os institutos de conveniência que duplicam funções e não promove medidas que combatam a corrupção que graça por todo o lado. Este governo benze-se com a troika e temos uma oposição que ataca os impostos com outros trokianos impostos.

Não suporto a palavra “imposto”. Preciso de ar fresco. Basta!... Pum!….

terça-feira, agosto 30, 2011

 

Dá que pensar!...

A lógica da privatização que configura a separação, tão radical, que este Governo faz entre Estado, empresas e cidadãos faz-me muita confusão. Negar o carácter colectivo do poder estatal não representará a privatização pelos políticos do Estado? Mas isso, não fará dos políticos uma classe à parte, tal como fazia o regime feudal com a nobreza? E isso não descredibiliza ainda mais o papel do voto e não ameaçará o sentido e significado da democracia?




 

As creches e o papel do Estado

O ministro da Solidariedade e da Segurança Social anunciou, hoje, em Setúbal (significativamente na Cáritas!) que as creches aumentam em 20 mil o número das vagas.

Esperava-se que Pedro Mota Soares compreendesse que o papel do Estado é diferente do da Cáritas. O mais importante para o Estado é saber se as creches preparam as crianças para serem cidadãos equilibrados afectiva, sócia e intelectualmente e não o fazer das creches um armazém de crianças, o lugar onde, plagiando Soeiro Pereira Gomes, os pobres “depositam” «os filhos que nunca foram meninos».


O Ministro tinha ao seu lado o Secretário de Estado Marco António que foi meu aluno e sei que tem consideração por mim. Tenho pena de não termos falado sobre isto, mas, nessa altura, ter lido os “Esteiros” era óbvio!

sábado, agosto 27, 2011

 

Um "dejá vu"!

Ouvi o discurso de José Seguro no encerramento do acampamento de Verão da JS. Foi música para agradar ao ouvido. Retoma a ideia de coerência entre o que se promete e o que se faz (tão desprezada pelo seu partido), coerência também prometida por Passos Coelho e logo esquecida. Quer que o PSD recue no imposto extraordinário e colocou nos mais pobres, nos mais desfavorecidos as suas preocupações, sublinhando que o PS preocupa-se com as pessoas e com a justiça social. Mas não explicou como compatibiliza as suas inquietações com as medidas troikianas que o seu partido apoiou. Esqueceu o brutal aumento dos transportes, a alteração às leis do trabalho, a privatização, por exemplo, da água, o combate à corrupção e nem sequer se referiu às injustiças fiscais ou ao imposto sugerido para os mais ricos.

O estilo de Sócrates era o elogio repetitivo, a justificação das suas políticas com os erros do passado; Passos Coelho esqueceu-se da promessa de abandonar esse estilo e repescou-o ao mesmo tempo que introduziu uma novidade: o anúncio de que nos vai surpreender. António José Seguro é o dejá vu.

Entretanto, vai desaparecendo a classe média que foi sempre um esteio da democracia e o pântano em que se enreda os serviços secretos com interesses económicos, dirigentes políticos e ex-governantes continua coberto por um manto “diáfano” de podridão.

 

“Silêncios lamentáveis”

“Silêncios lamentáveis” é o título de um texto, escrito por São José Almeida, a não perder, hoje no "Público".

De facto, depois da queda do Muro de Berlim passou-se a exaltar o Fim da História, o que significava a ruptura com as ideologias, a exaltação do pragmatismo e do mercado livre, configurando o que se passou a designar neo-liberalismo.

Pouco a pouco, como refere São José Almeida, os mais acérrimos defensores dessa “doutrina”, como Charles Moore, biógrafo oficial da Tatcher, vão compreendendo que o mercado nunca foi livre e que tal conceito favoreceu a gula dos “mais fortes” que, para obterem uma produção barata (concorrencial) deslocaram as suas fábricas para a China, onde a mão-de-obra é utilizada ao nível da escravatura, sem sindicatos nem direitos.

Os políticos europeus, eleitos pelas populações que sofriam essa sangria da produção e do trabalho, em vez de lutarem pela correcção dos desequilíbrios do mercado que promoviam o desequilíbrio social, adoptaram slogans contra o socialismo e o comunismo e, “aceitando perverter as regras básicas da democracia", subjugaram-se aos “donos do mundo” e passaram a favorecer os interesses ligados ao neoliberalismo.

O resultado está á vista: um darwinismo social vai tornando os ricos cada vez mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobre e em maior número. E a crise só vai acentuando este colossal desequilíbrio social.

E é, por isso, como diz a articulista, que multimilionários vão percebendo o que os políticos não querem perceber: “um dia destes o povo pode bater-lhes à porta”.

sexta-feira, agosto 26, 2011

 

26 de Agosto de 1789- aprovada a Carta dos Direitos Humanos

Inspirada nas ideias filosóficas de Kant, Lock e nos filósofos iluministas, a Assembleia Nacional Constituinte de França revolucionária aprovou em 1789, no dia 26 de Agosto, a mais importante Carta dos Direitos humanos.

Obviamente, os Direitos Humanos não podem ser olhados como um conjunto de documentos jurídicos, pois constituem, desde as primeiras formulações, um ideal a atingir e uma utopia humanista que aponta um caminho a percorrer na defesa duma ética da dignidade humana. O caminho dos Direitos Humanos é, por tudo isso, longo e penoso: passa pelas preocupações da Amnistia Internacional, dos Médicos sem Fronteira e de muitas outras organizações que lutam contra a opressão, a fome, a miséria e a exclusão. É que a bandeira dos Direitos Humanos é universal e, ao mesmo tempo, de cada um de nós: os direitos do homem são, antes de mais, os direitos dos outros e do futuro das novas gerações, pelas quais temos o dever de lutar.
Se quiséssemos um inventário genérico dos direitos humanos, poderíamos dizer que estes consubstanciam os seguintes direitos:

 à vida,  à integridade pessoal (a não sofrer mutilação física ou psíquica)
 a não ser maltratado, nem torturado;
 a não ser condenado sem processo prévio
 à intimidade da vida privada;
 a exercer a cidadania
 ao segredo da correspondência;
 à inviolabilidade do domicílio;
 ao bom nome e à fama;
 à escolha de estado: solteiro, casado, etc.;
 à livre expressão do pensamento;
 à informação;
 a escolher residência e a deslocar-se de um lugar para o outro;
 à educação; ao descanso; a associar-se para conseguir fins lícitos: económicos, culturais, religiosos, etc.
 a utilizar o próprio idioma e viver segundo a própria cultura;
 à qualidade de vida;
 à preservação das espécies
 etc.


Estes direitos não surgiram todos ao mesmo tempo e, por isso, podemos falar de várias gerações dos direitos humanos.
A primeira geração dos direitos humanos surgiu como reacção à desigualdade política e cívica. Esta fase corresponde ao projecto de emancipação do homem da modernidade. O liberalismo do séc. XVIII até ao século XIX cobriu o período de expansão e consolidação dos direitos civis e políticos -- direito à propriedade, a uma nacionalidade, à liberdade de reunião, a eleger e ser eleito, a circular livremente, ao bom-nome, etc.
A segunda geração ganha força com a reacção às desigualdades sócio-económicas e à exploração do homem pelo homem. Corresponde à ideia de Estado Social de Direito. É o período da conquista dos direitos sociais e económicos, direito ao trabalho, ao lazer, à organização sindical, à segurança social, à instrução, etc.
A terceira geração aparece como reacção à desigualdade cultural, à massificação social e à globalização. Corresponde à crise do modelo de crescimento económico apoiado na ideia de industrialização intensiva e à crise do Estado-Providência. Procuram também dar resposta à globalização, entendida como o “mercado da aldeia global”.
Os próprios problemas suscitados pelos progressos científicos e tecnológicos no domínio da biologia, da medicina, da saúde e da informação colocam, nos nossos dias, problemas de natureza ética e social. Fala-se já na Quarta Geração dos Direitos Humanos que compreende a protecção de dados pessoais face à informática, a defesa da dignidade da pessoa humana nos transplantes, nos progressos da engenharia genética e sua aplicação, nomeadamente nas experiências com embriões para obter indivíduos com idêntico património genético (clonagem).
Vivemos hoje num mundo cheio de paradoxos: por um lado, tudo parece possível à inteligência, desde compreender os mecanismos da vida até desbravar o espaço; por outro, em alguns países, muitos homens sofrem a tortura, a fome, a perseguição por motivos religiosos, políticos e de raça e são condenados à morte ou a viverem em situações infra-humanas.
Naturalmente, outras gerações dos direitos humanos surgirão para dar resposta aos problemas que se colocam no aperfeiçoamento da dignidade humana, da vida em sociedade e aprofundamento da democracia. Há valores que alimentam a democracia e que derivam directamente dos direitos humanos, como a liberdade, a igualdade e a autonomia e tais valores, à medida que se vão consolidando politicamente, transformam a vida social do homem.
In: Horizontes da Ética -- para uma cidadania responsável.
http://www.youtube.com/watch?v=bIXSSA99uP8

 

Um livro que vale a pena ler "El capitalismo funeral"

La economía, la ciencia social matemáticamente más avanzada, es la ciencia humana más atrasada. Y ello obedece a que con frecuencia se abstrae de las condiciones sociales, históricas, políticas, psicológicas y caóticas, que son inseparables de las actividades mercantiles. Como consecuencia, los expertos económicos resultan especialmente incapaces para interpretar las causas y las consecuencias de las perturbaciones monetarias o bursátiles y de prever el curso de la economía incluso en el corto plazo.
Obedientes al cálculo, ignoran lo que no es calculable ni mensurable, como la vida, el sufrimiento, la alegría, el amor, el honor, la magnanimidad, la moda, la emulación, las comunicaciones y el mal humor. Su medida de la satisfacción viene a ser el crecimiento de la producción, de la productividad o de los ingresos. La economía puede establecer con precisión las tasas de pobreza monetaria, pero ignora la subordinación, la humillación o el dolor que experimentan los pobres.
Ignora, en otros casos, la confianza o la duda circunstancial en uno mismo y en el gobierno. Y la voluble, excitante o temeraria inclinación a apostar.

Vicente Verdú, in: “EL CAPITALISMO FUNERAL

Obs: Vale a pena ler este livro. “El Capitalismo Funeral” faz-nos perceber a crise global que nos aflige. O seu diagnóstico prende-se com a deteriorização dos pilares erguidos após a Segunda Guerra Mundial e que susentavam preocupações com um mundo socialmente mais justo, a dignificação do trabalho e do papel da educação na construção de um sentido para a vida. Culpa a deteriorização da educação, o abuso do sistema financeiro, a desvalorização do trabalho e uma economia de hiperconsumo, que colocou de lado o esforço pessoal, da crise que vivemos. Não é um livro pessimista. Vicente Verdú acredita que é possível e necessária uma mudança de paradigma.
Quem quiser dar uma olhadela ao livro, entre neste site: http://www.anagramaed.es/PDF/fragmentos/A_398.pdf 

quinta-feira, agosto 25, 2011

 

"Vermelhinha" ao poder!

Lembram-se da “vermelhinha”. O homem colocava três cartas em cima de um guarda-chuva aberto. Via-se mesmo que a carta da sorte estava ali. Apostava-se e quando o homem dobrava a carta, a da sorte já estava noutro lugar.
O Governo descobriu uma forma de acabar com as nomeações políticas para cargos públicos, estilo “vermelhinha”. Cria uma comissão (de especialistas) para seleccionar candidatos, outra para fiscalizar e parece que o jogo está claro para o candidato mais capaz. Entretanto, quando o resultado parece ser esse, o ministro da tutela escolhe outro.
Quem terá sido o engenheiro deste “espírito reformista” ?!... Não entro no jogo e aposta em Miguel Relvas.
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=27104

 

Percebe-se!...

Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP, garante que a legislatura que agora começa será marcada pela «responsabilidade, compromisso e diálogo».E tudo isto é exigido, segundo Nuno Magalhães, pelo País ao Governo e á oposição.


Entretanto já obstaculizou uma proposta para discussão da liberdade de imprensa na Madeira, proposta idêntica à que o seu partido propôs na última legislatura.

Percebe-se: “responsabilidade, compromisso e diálogo” têm sentidos diferentes conforme o País é visto pela oposição ou pelo governo.

http://www.youtube.com/watch?v=UavoNNZtvzw

sábado, agosto 20, 2011

 

Percebe-se por que há tanto desemprego.


António Nogueira Leite vai ser vice-presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos e o PSD diz que é a custo zero(o que nunca será: pelo menos as reuniões são pagas e bem pagas), mas há quem diga que vai ganhar mais de 20 mil euros por mês. O académico, que foi conselheiro de Pedro Passos Coelho (quem diria?), vai assumir funções executivas, ocupando o lugar de número dois do próximo presidente executivo do banco público.
Actualmente já é:
- administrador executivo da CUF,
- administrador executivo da SEC,
- administrador executivo da José de Mello Saúde,
- administrador executivo da EFACEC Capital,
- administrador executivo da Comitur Imobiliária,
- administrador (não executivo) da Reditus,
- administrador (não executivo) da Brisa,
- administrador (não executivo) da Quimigal
- presidente do Conselho Geral da OPEX,
- membro do Conselho Nacional da CMVM,
- vice-presidente do Conselho Consultivo do Banif Investment Bank,
- membro do Conselho Consultivo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações,
- vogal da Direcção do IPRI.
É membro do Conselho Nacional do PSD desde 2010.
No PSD, como diz a Ministra da Agricultura, não se vai buscar fora o que há “cá” dentro.

 

Há dividas e dividas!

O endividamento dos E.U. sem garantias é de 114,5 trilhões de Dólares. Na representação ao lado, ele é o prédio mais alto de todos. Este seria um prédio totalmente feito de dinheiro (que falta!).
Quem pagará esta crise da excelência neo-liberal?

 

Irresponsabilidade sem consequências

Não é desculpar Sócrates: é perceber que dentro do PSD há gente igual ou pior. Alberto João jardim levou a “sua” Ilha à falência e quem paga são os contribuintes da metrópole.

Ainda não querem que não haja constitucionalmente um tecto para o deficit? Tem de haver. Esta gente é irresponsável, não sabe avaliar consequências da sua gestão, porque ninguém lhes pede responsabilidades. E, ainda por cima, para os mesmos problemas, têm duas bitolas: uma para usar na oposição e outra no governo.
ttp://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=94&did=169327

 

Verso e reverso da mesma matriz.

Para resolver a crise, o governo espanhol penaliza os que nada têm a ver com as suas causas; estes penalizam os peregrinos que não são responsáveis pelas políticas do governo espanhol.

E nesta intolerância o que impera é a cegueira obstinada dos manipulados!



sexta-feira, agosto 19, 2011

 

O regresso a tempos "imerecidos"

Aumenta a pobreza, diabolizam-se os trabalhadores e os sindicatos e vai surgindo uma “miséria imerecida” que faz lembrar velhos tempos, da pré-revolução industrial.


Aparecem os bancos alimentares, os voluntários para levar algum conforto aos mais desprotegidos e crescem os movimentos de solidariedade.

A solidariedade é a virtude da condição humana. Fazemos parte de um todo, a humanidade, e, por isso, temos o dever de sermos solidários. "Somos-ser-com-os-outros" e não faz sentido pensarmos a vida como se fôssemos náufragos, numa ilha deserta, entregues aos próprios recursos. Recebemos um património que nos é comum, vivemos e realizamo-nos em inter-relação; e em inter-relação somos responsáveis pelo destino da nossa espécie. Tal como, em linguagem jurídica, os devedores são ditos solidários, porque cada um deve responder pela totalidade da soma que, colectivamente, pediram emprestado, também a solidariedade humana resulta duma comunhão de interesses e de destino.

A generosidade vai além da solidariedade e vai além da justiça. Ser generoso não é meramente partilhar o que temos a mais, nem apenas entregar ao outro o que ao outro faz falta. Distribuir ao outro o que ao outro pertence ou precisa pode ser um acto de justiça ou de solidariedade, mas não é, concerteza, um acto de generosidade.

O generoso determina-se pela ideia de magnanimidade e só é magnânimo, no sentido de grandeza moral, aquele que dá o que lhe faz falta.

segunda-feira, agosto 15, 2011

 

Um ideal na juventude é uma promessa de ser mais humano na vida adulta.

Acredito neste movimento católico de jovens que os leva até Madrid para ver o Papa. Também nos anos 60 fui galvanizado por um entusiasmo idêntico. Foi a ideia de um “Mundo Melhor” que me transportou da utopia da fraternidade à da justiça social e desta á vontade de transformar o mundo; do Sermão da Montanha ao manifesto de Marx. Como me tornaram mais humano os contactos que tive com Felicidade Alves, Padre Alberto e os encontros na Capela do Rato. Lembro-me do Grande Encontro, do trabalho com jovens e das horas que me prenderam à leitura de Frei Betto ou Leonardo Boff. A eles lhe devo a convicção de que o pobre não é um objecto de caridade, mas de libertação. Também devo muito a Teilhard Chardin que me ensinou a perceber, sobretudo com o seu trabalho “O meio Divino”, que não há incompatibilidade entre a ciência e a religião. Aprendi na “Confronto” que o diálogo entre católicos e marxistas era urgente. E foi no personalismo e no existencialismo cristão, sobretudo com Gabriel Marcel, que percebi a inquietude que caracteriza o carácter problemático do Homem. Senti depois que não tinha respostas para muitos problemas e passei a procurar outras fontes de reflexão no existencialismo de Sartre e o marxismo. Hoje regresso às ideias de origem. Estou a ler Santo Agostinho e impressiona-me o que dele escreve Hanna Arendt, na sua tese de doutoramento “O conceito de amor em Santo Agostinho”. Sou um desiludido, mas o meu agnosticismo cada vez desconfia mais da sua incredibilidade.

Viver com o nariz no prato ou como um naufrago integre aos seus próprios recursos não é viver. Precisamos de caminhar com os outros, orientados por uma luz de esperança num mundo melhor. Aliás, não é esse propósito que entusiasma os jovens que partiram para Madrid?


domingo, agosto 14, 2011

 

Um discurso dormente e sem palmas.

Ouvi o discurso no Pontal de Passos Coelho. Foi longo e dormente. Utilizou uma narrativa que partiu de dois pressupostos para tirar uma conclusão: o governo está bem-intencionado e sabe o que deve fazer; não há outra alternativa senão a que o Governo está a seguir. Logo, terá de haver compreensão por parte dos sindicatos, partidos da oposição e patronato.


Mas a realidade é muito mais complexa e não basta construir uma retórica que vise melhorar o estado de espírito dos cidadãos.

Passos Coelho não pode julgar que os cidadãos aceitem que as suas medidas correspondem a uma inevitabilidade. Há sempre outras alternativas e o ponto de vista seguido por este governo tem só penalizado os mais pobres. As soluções para o País não têm uma via única e é do diálogo, da capacidade para aceitar erros e corrigi-los, que é possível construir um bom-governo e este só pode ser o que diminui o sofrimento dos que mais sofrem.

Todos os dias são pedidos sacrifícios aos cidadãos e Passos Coelho, contrariamente ao que tentou fazer crer, não deu um exemplo dos sacrifícios do Estado. Não interessa a propaganda de denunciar o despesismo dos governantes socráticos ou de viajar em classe normal, se não há uma palavra sobre o esbanjamento da Madeira.

O discurso não galvanizou o auditório nem galvanizará os cidadãos. Este é o governo do “vamos fazer” e não fazem o que prometeram.

Parece que estamos a ser governados por uma tesoura e uma máquina de calcular que, num liberalismo à peça, caminha de retalho em retalho até ao esvaziamento total das responsabilidades do Estado. Talvez, por isso, as palmas não surgiram.

 

Copiamos sempre o pior

Big Society foi a bandeira de David Cameron que Passos Coelho utiliza para o seu programa de governo. Significa transferir a gestão de muitas áreas de sectores públicos, como os serviços sociais, a educação, a saúde, os transportes e outros para o sector privado, com a finalidade de reduzir o Estado ao mínimo, com menos despesas e menos responsabilidades.


Os efeitos já começaram a sentir-se em Inglaterra e, como é dito, hoje, na pág. 6 do Público, “ou as coisas mudam, ou muito ainda está para vir”.


Eça já tinha advertido: por cá, quem nos governa sempre achou que era muito vanguardista copiar as piores ideias dos outros. O slogan “mais sociedade e menos estado” é a proposta que corresponde ao big society que, tal como em Inglaterra, só tarde demais se começa a compreender as suas terríveis consequências sociais.


Não estamos em Inglaterra, mas o “caldo” que gera o pandemónio é semelhante e a qualquer altura pode começar a ferver.

 

Vale a pena ler, hoje, o "Público"!

O "Público" de hoje, põe-nos a pensar sobre as causas do vendaval de distúrbios que varreu as principais cidades de Inglaterra, bem como sobre os efeitos corrosivos da vida em sociedade que teve o “pensamento neoliberal”, uma espécie de metadona dos políticos do pós-guerra fria. Leiam o que sobre tudo isto lá vem escrito. Mesmo que não concordem, ficam com um outro ponto de vista e é sempre enriquecedor perceber que para além da árvore há a floresta. Logo na quarta página está escrito: «criaram a destruição do Estado Social (…) e, “de alguma maneira, alguns dos saqueadores apenas imitam os bancos”».

De facto, há saqueadores abruptos e saqueadores adocicados. Quem olha para os serviços inexplicáveis para o depositante que paga ao banco ou olha para a factura, por exemplo, da electricidade e encontra taxas sobre coisas que não compra fica a perceber bem o saque adocicado e sem direito a protesto. E não me digam que o funcionamento do mercado corrige esta situação, quando as práticas de combinação de preços são constantes.


O estado que não tem preocupações sociais é um estado que faz com que os que menos têm se sintam estrangeiros no seu próprio País. E este estado não tem moral para impor a lei e a ordem.

Quem anda nos transportes públicos e frequenta cafés percebe que o estado é olhado como um “ladrão” . E não pode deixar de estar preocupado com o rumo tacheriano que a política, por pressão da Troyka e falta de rasgo, tomou no nosso País.

Respira-se, hoje, em Portugal, um clima muito próximo do que colocou a ferro e fogo Londres. E os partidos, sobretudo os seus militantes, têm de ter isto em conta! Aproveitem as “reentres” para porem os líderes a pensar nas consequências das políticas que estão a ser seguidas.

A injustiça social acaba com as ditaduras e com as democracias. Não tenhamos dúvidas!

quinta-feira, agosto 11, 2011

 

Desesperados da vida

Escrevi para o Semanário Grande Porto o seguinte texto:

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
Bertold Brecht

A barbárie que se alastra em Londres não pode ser explicada apenas pela acção de vândalos. A guetização provocada pelo multiculturalismo somou-se aos problemas sociais de desemprego e ausência de esperança no futuro. Só foi preciso um rastilho para que Londres ficasse a ferro e fogo.

Aqueles que pensam que os problemas de um país podem ser resolvidos com números, gráficos e troikas têm aqui matéria para uma profunda reflexão.

Por outro lado, a retórica moralista dos valores, da responsabilidade ética, sentido do dever e respeito pela lei, como fez David Cameron, “cheira” sempre a um farisaísmo a quem sente que a vida se tornou num inferno por culpa de um sistema que não o defende, nem o valoriza.

Ninguém consegue sentir-se estimulado a respeitar a Lei (razão da defesa do bem-comum, por excelência), quando o interesse privado se sobrepõe ao público, o ser humano é tratado como uma coisa descartável e se coloca nos mais pobres o peso das respostas a uma crise de que estes não se sentem culpados.

Coloque-se cada um de nós na pele de um jovem que vive sem horizontes de futuro, tratado como estrangeiro na terra onde nasceu, olhado como suspeito pela polícia por ser negro mulato ou amarelo, tido como “porco, sujo e mau” e perceberá a razão da erupção da violência irracional.

É que, quem vive num inferno, que se traduz no desespero da incapacidade para enfrentar os problemas do dia-a-dia, perde o sentido da vida, a auto-estima e só encontra duas saídas: a violência sobre si mesmo que leva ao suicídio ou a violência sobre o sistema, que leva aos distúrbios como os que aconteceram em Londres e podem acontecer noutras cidades e noutros países com programas de austeridade duríssimos e injustos.

No pós-guerra, os programas de coesão social, desenvolvidos pelo estado-providência, garantiram segurança no trabalho, direitos sociais e protecção das classes mais frágeis. Tais políticas apoiaram uma cultura do respeito pela lei, sentido de dever, cumprimento de obrigações e isso foi sinónimo de menos crime e mais estabilidade.

A onda neoliberal que se expande na Europa esvaziou o papel do estado, promoveu o egoísmo, hipervalorizou a felicidade pelo consumo, criou os palácios de sonho, mas desprezou as questões sociais e abriu um fosso enorme entre ricos e pobres, negando a estes a possibilidade de desfrutar dessa “felicidade”.

Não basta encontrar os culpados por tanta barbárie: sem políticas de solidariedade social, a raiva dos desesperados da vida acabará sempre por fazer arder cidades.

terça-feira, agosto 09, 2011

 

Novo "paradigma" de escolha dos quadros da função Pública?!...

Não percebo a proposta do Governo para escolha dos altos dirigentes da administração pública.

Deixa de haver nomeações por confiança política (ou melhor, do partido que ganha as eleições) e passa a escolha a ser por concurso. O concurso define um perfil, uma comissão faz a triagem e indica três nomes e o ministro escolhe um.


Naturalmente, o perfil pode funcionar como um fato à medida de quem se pretende escolher e, se assim for, todo este processo vai ser acusado de “vigarice”.


Não seria melhor integrar esses quadros na carreira da função pública, como acontece noutros países?

O acesso teria regras que premiariam o mérito. Chegar ao topo significaria ter um capital de saber e experiência que só enriqueceria e dignificava o papel da função pública. E não aconteceria como, na melhor das hipóteses, vai acontecer com a proposta do Governo. Como a nomeação é só por cinco ou dez anos, quando o alto quadro está mais capacitado e consciente dos problemas fica na situação de descartável.


Há qualquer coisa no raciocínio político deste Governo que me sugere não só um grande preconceito em relação aos funcionários públicos, mas também a “arte” naif.

 

Guaicaípuro Guatemoc

Discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o México, na Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caraíbas, em Madrid.


"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros.


Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América. • Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento! • Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. • Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas. • Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos. • Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. •

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada pelas suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização. • Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos? • Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo. • No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. •

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar dos nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. • Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra. • Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue? •


Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas. • Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação de dívida histórica..."

Guaicaípuro Guatemoc




segunda-feira, agosto 08, 2011

 

Era previsível!

A onda neo-liberal que se tornou globalmente hegemónica no pós-guerra fria, trouxe o gene de uma recessão grave global, como refere Nouriel Roubini.

Os países endividaram-se com investimentos não-produtivos e os partidos desideologizados, pragmáticos e mercantilizados confessaram a sua incapacidade, recorrendoaos novos gurus do pensamento único para nos governarem com números, gráficos e troikas. Mas a receita acentua o paradoxo: o recurso ao financiamento para resgate das dívidas obriga a uma austeridade que desorganiza a própria economia.

O erro é evidente: não se pode privilegiar o capital financeiro, desprezando o capital produtivo com o encerramento de fábricas e abandono dos campos.

Aqueles que sacralizaram a auto-regulação do mercado podem, agora, com a diminuição do rating dos Estados Unidos, perceber o embuste dessa lógica.

A economia nunca se deveria separar das ciências humanas. Foi isso que configurou o paradigma que nos vai arrastando para um beco sem saída e cavando a ameaça de uma explosiva crise social.

sexta-feira, agosto 05, 2011

 

Esperteza saloia.

A chamada da deputada do PSD para o 112, a fim de testar o tempo de resposta do INEM e assim apanhar em falso as declarações do seu presidente é paradigmática da “escola” de fazer política.


O presidente referiu a média de tempo, mas a deputada com aquele “truque” achou que poderia contradizer uma média, desconhecendo não só o que é uma média como o facto de um telefonema para o 112 ser atendido primeiro pela polícia que, só depois de feita a triagem, o encaminharia para o INEM.

Não foi um ideal para servir o País que motivou a deputada, mas o “chico-espertismo” : o que importava era tramar a oposição, mesmo que isso pudesse perturbar o encaminhamento célere necessário a salvar uma vida.

É sintomático que o PSD procure formas de justificar o comportamento da sua deputada, em vez de pôr em causa esta esperteza saloia. Não admira, por isso, que a política se assemelhe cada vez mais a uma rua de má fama.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1944993

 

Crescem os eurocépticos

A união europeia não respondeu às expectativas de uma Europa solidária. Com a U.E. o egoísmo dos povos mais ricos aumentou, empobrecendo darwinisticamente os povos periféricos, tornando os pobres cada vez mais pobres e em maior número e os ricos cada vez mais ricos e em menor número.


A U.E subsidiou a destruição da agricultura, estabeleceu maus acordos comerciais com a China que só beneficiaram a Alemanha e a França, fez aumentar o desemprego com a deslocação de empresas e as dificuldades de crédito.

O liberalismo do mercado gerou as agências de rating que vão favorecendo a hegemonia do capital financeiro, abrindo uma crise só conhecida no pós-guerra.

Hoje a Europa é um nicho de grupos oligárquicos, indiferentes ao alastramento dum sentimento de perda de soberania dos povos. A 18ª fortuna portuguesa já é da filha de Eduardo dos Santos e perdemos a capacidade de defender interesses nacionais nas empresas estratégicas que vão sendo vendidas aos grandes grupos multinacionais.

Esvaiu-se o sentido do futuro e, amarrados às tormentas do quotidiano, vemos escoar das mãos mais de metade do salário para impostos e o que sobra é absorvido por transportes, saúde e educação. Tudo justificado por uma crise de que não somos culpados.


Centenas de empresas todos os meses vão à falência por impossibilidade de crédito e o ministro da segurança social vê-se obrigado a falar em emergência social, promovendo o microcrédico, tal como acontece nos países mais pobres do mundo.


Quem nos governa obedece cegamente às directivas troikianas, e é incapaz de rasgos que abram um sentido para o Futuro.

quinta-feira, agosto 04, 2011

 

Deriva monárquica.

Seguro indicou-se a si mesmo para o Conselho de Estado. E não demorará muito tempo que apelem à genética para se indicar ministros, deputados, etc. Aliás, isso já está, em certa medida, a acontecer. Vejam os filhos de autarcas que são deputados, os filhos de ministros que foram ministros, etc. A democracia descambou numa oligarquia e, agora, está na deriva monárquica.

Diz-se que D. Manuel I, pelos afortunados feitos, teve este problema e, para separar os monarcas de raiz dos de oportunidade, foi obrigado a dar uma gotinha de sangue aos que demonstravam ser nobres de raiz. Mas apareceram tantos que D. Manuel enfraqueceu e surgiu-lhe uma diarreia. O médico pressionado pela procura, teve a ideia de ir ao penico do rei buscar a tal gotinha. E assim fez.

Mas as revistas cor-de-rosa do tempo e as horas de convivência durante o chã estimularam os cruzamentos de linhagens, entre os nobres de raiz e os outros, e todos acabaram por ver as suas raízes mergulhadas no penico.

Pelo estado do país, advinha-se que esteja a acontecer o mesmo com estes conselheiros e políticos de aviário, que se indicam a si-mesmos e á sua família.

 

Mercantilismo financeira.

Este capitalismo de procura (de pagar e contrair dívidas, de accionistas e consumidores) apoia-se na soberania financeira. Deixou para a China, a Coreia, a Indonésia e o Japão a produção do que precisamos para viver e enriquecer, enfraqueceu os estados, esvaziou o papel dos sindicatos, dos trabalhadores e amputou os sistemas democráticos: criou uma democracia de subserviência aos banqueiros, aos fundos financeiros, onde se substitui um governo que falha por outro que vai no mesmo caminho.


Todos os meses são às centenas as empresas que declaram falência. Ninguém percebe que, por cada empresa que fecha as portas, há um crescimento exponencial da miséria?

Sem mudarmos de paradigma, é impossível resolver esta doença política e económica que, como um cancro, corrói o nosso sistema produtivo, lança para a miséria a nossa vida e rouba o direito a constituirmos uma Nação soberana e independente.

quarta-feira, agosto 03, 2011

 
Mira Amaral diz que as pessoas falam mal de quem ganha mensalmente 5 mil euros por inveja. O que se dirá, então, de quem por 18 meses de trabalho na C.G.D aufere uma reformas de 18.156 euros?

 

"Especislistas" da oportunidade.

O ministro da Educação fez uma distinção entre estar no governo ou estar fora: quem está no governo “tem de saber fazer as coisas”; quem está fora, apresenta”críticas e sugestões, independentemente da oportunidade”.


Fica explicado o ter desistido de fazer implodir o ministério, mas tanta barafunda no início das aulas deixa por esclarecer a “importância das suas críticas e sugestões”: não se conhece a sua utilidade para quem esteve no governo e, agora, para quem está.

Será que isso ajuda a explicar os 51 especialistas que o Governo nomeou em 42 dias? O Tribunal de Contas diz que “é apenas uma forma de tornear o limite de contratações dos gabinetes”. Isto é, não temos “jobs for the boys” , mas “especialistas da oportunidade”.

Só tem um mês, mas este Governo já conseguiu alterar a semântica, o que não é despiciendo!

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