sexta-feira, novembro 30, 2007

 

É uma vergonha!...

Não consegue escrever, nem virar uma página, abrir uma porta, pegar numa pasta, andar mais de 20 metros sem ajuda, ou ir à casa de banho sozinha. Chama-se Ana Maria Brandão, tem 43 anos e é funcionária administrativa na Junta de Freguesia de Vitorino de Piães.
Estava de baixa há três anos devido a uma operação cirúrgica mal sucedida, que a deixou fisicamente limitada. Foi, agora, notificada pela Caixa Geral de Aposentações para se apresentar, segunda-feira, ao serviço.

A Junta Médica concluiu que, mesmo nessas circunstâncias, ainda podia trabalhar, pois ainda era muito nova para a reforma.

O que diz a Ordem dos Médicos?!... E o seu bastonário tão prolixo na retórica da defesa da dignidade dos doentes?!...

Será que os médicos das Juntas perdem o estatuto de médicos e tornam-se carrascos?!...

Pelo menos, há dignidade na Junta de Freguesia de Piães: todos os seus elementos pedirão a demissão, se o caso de Ana Maria Brandão não for resolvido com sentido de humanismo e respeito pela pessoa humana.

quarta-feira, novembro 28, 2007

 

Canto integral do amor

Cegos os olhos, continuarias de qualquer forma,
presente,
surdos os ouvidos, e tua voz seria ainda a minha
música,
e eu mudo, ainda assim, seriam tuas as minhas
palavras.

Sem pés, te alcançaria a arrastar-me como as

águas,
sem braços, te envolveria invisível, como a
aragem,
sem sentidos, te sentiria recolhida ao coração
como
o rumor do oceano nas grutas e nas conchas.

Sem coração, circularias como a cor em meu

sangue,
e sem corpo, estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.

E eu morto, ainda assim por certo te encontrarias

no arbusto que tivesse suas raizes em meu ser,
- e a flor que desabrochasse murmuraria
teu nome.

JG de Araujo Jorge


Enviado por Amélia Pais

segunda-feira, novembro 26, 2007

 

Não tem piada!

Hoje, em todos os eventos a retórica farta os nossos ouvidos com a palavra ética. É uma palavra encantatória, que fica bem e nos remete para a tranquilidade da alma.

Mas a ética é uma competência do carácter e não uma arma de arremesso ou o "conceito-protector" do descrédito das doutrinas, das leis, das normas, das políticas ou das instituições. Compreende-se, então, que a evocação da ética se tenha tornado no único recurso a substituir o que faz falta.

Mas há um “reverso da medalha”: os malfeitores de todos os matizes, nomeadamente os que abundam na política profissional, dizem-se sempre de “consciência tranquila” e as máfias de todos os tipos também têm os seus códigos de honra. Neste contexto, lembrei-me de deixar, num congresso onde participei recentemente, uma avisada máxima: quando ouvirem falar muito em ética, o melhor é meter a mão no bolso para se certificarem se ainda lá está a carteira.

E acharam piada, o que não era a minha intenção!

 

116 anos ao serviço da solidariedade social

Texto que enviei para o boletim do Instituto Profissional do Terço:

O Nosso Desígnio

Na retórica habitual dos políticos não há palavra mais encantatória do que “interesse nacional”. A sua utilização serve para tudo: tanto serve para justificar a construção de uma barragem como para legitimar o congelamento de salários. Nunca a vi associada ao desígnio de propor um sentido de vida para os que, nesta sociedade, mais sofrem uma situação de abandono, desespero ou pobreza.

E isso faz-nos lembrar as sábias palavras de Alexis Carrel, quando refere que “a promoção da dignidade do ser humano deixou de ser a medida de todas as coisas e a noção de homem tornou-se estranha no mundo que ele próprio criou”. Não admira, por isso, que invocando o «santificado nome» do interesse nacional, muitas desilusões, sofrimentos e egoísmos se escondam!...

No entanto, o conceito “nação” tem a sua raiz etimológica em natus (nascido) e isso diz-nos que a razão de ser de uma nação é a reunião de pessoas que têm a mesma origem e se organizam com a intenção de cooperarem na conquista de um bem-estar comum. È que, como diria Teilhard de Chardin, o homem é o alfa e ómega de tudo. E, sendo assim, desde o seu nascimento, deve ser o princípio e o fim das preocupações do grupo a que pertence; ou seja, do interesse nacional.

Foi neste paradigma que os humanistas consideraram que uma boa governação é avaliada pela sua capacidade de desenvolver ou não políticas que, em vez de aumentar a felicidade dos que são mais felizes, diminua o sofrimento dos que mais sofrem; isto é, sobretudo preocupadas com os que têm a sua dignidade mais fragilizada: os pobres, os marginalizados, os velhos e as crianças abandonadas e na miséria.

Foi também este paradigma que sempre orientou os homens bons, solidários e fraternos. Referimo-nos, naturalmente, ao Juiz Silva Leal e ao comerciante Delfim Lima que, em 1891, criaram o Asilo do Terço, hoje Instituto Profissional do Terço. Vocacionaram esta Instituição para acolher crianças abandonadas e jovens em risco, prestando-lhes a educação e a instrução que os tornasse cidadãos responsáveis e profissionais competentes.

É esta missão que procuramos honrar. A Direcção desta Casa, os seus Corpos Sociais e todos os que nela trabalham, não têm cruzado os braços, nem se vergaram à indiferença, às dificuldades ou mesmo à incompreensão, para levar a cabo a sua tarefa.

Este Segundo Congresso sobre "Educação para crianças e Jovens" do Instituto Profissional do Terço inscreve-se nessa preocupação: partilhar com instituições congéneres, educadores, especialistas e técnicos os nossos problemas e aproveitar todos os saberes que nos forem comunicados para conseguir proporcionar às crianças, que nos são confiadas, a construção de um sentido para o seu futuro, como homens honrados e cidadãos responsáveis.

Pensamos que esta tarefa, estando associada à construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais coesa e mais segura, consubstancia, de facto, um interesse nacional.

Esperamos, com mais este evento, poder continuar a caminhar no sentido certo para cumprir o desígnio do interesse nacional que dá sentido á nossa Instituição.

2007
J. B. M.
(Presidente da Mesa da Assembleia Geral)

sexta-feira, novembro 23, 2007

 

Ranking do PIB

Portugal está entre os últimos no rendimento per capita. Ocupa a sexta pior posição dos 30 países da OCDE, lembrando outros tempos.

Mas não se preocupem: no ranking das empresas com maiores lucros, bem como no dos maiores ordenados de administradores de Bancos e de Empresas Públicas, Portugal vai muitissimo à frente, bem longe das esperanças de Abril. E tudo isto com um governo dito socialista. Antes se chamasse Albertina (uma casa de “meninas” que, no tempo do "Botas", havia na Ribeira do Porto)

quarta-feira, novembro 21, 2007

 

Uma troca interessante!...

Sócrates pediu a Chávez que considerasse Portugal "a sua casa".

Seria uma troca interessante!...
E cá por mim, desde que não se tornasse para Chaves eterna, não me importava. Até seria bom para aquecer os ânimos!

segunda-feira, novembro 19, 2007

 

Tudo nos conformes

Hoje voltou a ser notícia o facto de Avelino ferreira Torres tornar a ser, mais uma vez, acusado de corrupção. Agora são seis crimes, entre os quais o de fazer circular em contas suas 2,5milhões de euros da Autarquia.

O curioso é que nada disto espanta e muito menos espantará que Meneses o venha a apoiar num regresso ao Marco (como anteriormente o fez) ou à Amarante, como Avelino já afirma.

Tudo nos conformes com o seu estilo. Avelino está acima de tudo e lá anda cantando e rindo!

Ora veja:
http://www.youtube.com/watch?v=FbyK8qLVhas&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=kBhQvulXko4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=-R0A_FR8BYc

sábado, novembro 17, 2007

 







 
Com um só fósforo ilumino o infinito.
E muitas vezes o infinito é algo
muito próximo, um livro, uma chávena
de chá, o teu rosto escondido
na penumbra, o retrato de alguém desconhecido
que de uma praça, acena,
um fio de tabaco, um monograma
num lenço muito branco.
O infinito o mais das vezes é
não mais do que o que toca o coração,
uma leve poeira pelo ar, um ponto fixo
que a mão ousa tocar, esta chama
que de repente amplia a escuridão
e me torna visível a quem passa
e no clarão acende o seu cigarro.

Amadeu Baptista

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Enviado por Amélia Pais

sexta-feira, novembro 16, 2007

 

Uma questão de bom gosto.

Será uma exigência da "política-espectáculo", a TV enfartar-nos com imagens e declarações de Sócrates?!...

Não seria menos enfadonho, de melhor gosto e menos perverso para as novas gerações que ouvem, pela primeira vez, falar de socialismo, substituir essas imagens e declarações pelas do emplastro?!...

Ora, digam-me se não era mais pedagógico e não tinha mais piada?

Vejam aqui:

http://videos.sapo.pt/PJseiBL0yzbk7RlALjDO

 

Não nos façam rir!!!

O presidente da Federação Portuguesa da Indústria, Construção e Obras Públicas, lamentou que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Amaral Tomaz, tivesse afirmado que as grandes empresas também estão envolvidas em fraudes fiscais.

Acrescentou ainda que as palavras do Governante «desmotivam o país, os empresários e penaliza o investimento».

De facto, não se esperava tanto cinismo: então pagar impostos só é obrigação dos trabalhadores por conta de outrem e não dos empresários?!... Qual a natureza, sob o ponto de vista ético, de uma tal «desmotivação e penalização do investimento» empresarial?!... Por que será que alguns dos notáveis especialistas em direito fiscal tem avenças nas grandes empresas de milhares de euros por mês?!... Será para que as empresas não fujam ao fisco?!...

Não nos façam rir!!!

quarta-feira, novembro 14, 2007

 

Parabéns, portugueses

Manuel António Pina escreve, hoje, no J.N. esta excelente crónica:

«A leitura da imprensa de ontem deixou-me mergulhado naquilo que, em literatura de aeroporto, se chama de "confusão de sentimentos".
A notícia de que o Ministério da Justiça tinha comprado cinco limusinas de luxo, uma para o ministro, duas para os secretários de Estado, outra para o presidente do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça (mais que justificadamente, pois este só já tinha uns velhíssimos Audi A6 e Peugeot 404 de 2003) e mais uma para a secretaria-geral, começou por inquietar-me. Tanto mais que outra notícia me dava conta de que o OE gastará, em 2008, 3,4 milhões de euros (mais 15,4% do que este ano) com viagens de deputados.
Mas que podia eu fazer?
Preocupo-me em ter os impostos em dia pois alguém tem que pagar o défice (incluindo os 280 000 mil euros de vencimento do dr. Vítor Constâncio, quase o dobro do que recebia Alan Greenspan na Reserva Federal americana) e já não tenho, como a generalidade dos portugueses, mais buracos no cinto que apertar.
Mas depois percebi que eram boas notícias e que, como disse o primeiro-ministro, estamos todos de parabéns pois o défice já só vai em 3%. Os funcionários públicos vão ver que os 2,1% de aumento são lapso do Ministério das Finanças. Na verdade, o aumento será de 21%.»

terça-feira, novembro 13, 2007

 

Caso Madeleine

Noticia o Sol:
«Político inglês diz que polícia portuguesa é corrupta Piers Merchant, assessor do deputado europeu Roger Knapman, acusa o sistema judicial português de ser «corrupto» e explica que o Governo inglês se tem envolvido no apoio aos McCann porque «Portugal não tem uma verdadeira tradição de direitos civis, liberdades e democracia.»

Será que Sócrates esquece os abraços das cimeiras e toma dura posição sobre esta atoarda!?... Ou fica-se pelos abraços no seu inglês técnico!...

 

CONTRADIÇÕES HABITUAIS

As palavras – disse – as palavras silenciosas, nossa única companhia;procuramo-las, prolongamo-las, prolongam-nos – a paisagem aprofunda-se;descobres não só os ossos, mas também belos corpos, e asas –veste-las, elas vestem-te; volatilizas-te; partes. Encontram-nos atrás das portas,atrás de paredes altas, bolorentas. Tu sabe-lo –este é o único meio de comunicação. O tabique de madeiraa separar os quartos transforma-se em vidro. Vês as palavrascair sobre a mesa nua da cave com um ruído cavojuntamente com os insectos da noite à volta da lâmpada clandestina.

Yannis Ritsos -
Trad. de Custódio Magueijo

segunda-feira, novembro 12, 2007

 

Eles são extraordinários!...

O ex-Vice-presidente da Câmara do Marco e actual deputado municipal, Lindorfo Costa foi, agora,acusado de 15 crimes de abuso de poder.

Entre Maio de 2003 e Março de 2005 foram depositados 1,7 milhões de euros de cheques emitidos pela Câmara Municipal do Marco de Canaveses directamente na sua conta. Depósito, naturalmente, feito de livre vontade e só para ajudar o autarca na sua tarefa de empresário, coisa que acumulava com a política, o que também não é de estranhar.

E por que não poderiam ser os credores da Câmara a emprestar ao Vice de Ferreira Torres tanta massa!?... É que Lindorfo tinha o pelouro das finanças da autarquia e os empreiteiros iam muitas vezes ao seu gabinete, tentando repetidamente, ver se recebiam algum….e assim foi feita uma espécie de ciclo da oportunidade financeira: os empreiteiros, por intervenção de Lindorfo, recebiam da Câmara; o Lindorfo dos empreiteiros. Como se vê o ciclo fechava-se na sua natureza politico-empresarial.

Agora é que se compreende os elogios constantes ao milagre económico da administração Ferreira Torres feitos por Lindorfo Costa!... Eles são extraordinários!

No regaço do Lindorfo foram muitas rosas a cair. Isto é só milagre, nada de corrupção!

sábado, novembro 10, 2007

 
Nas tuas mãos começava
O mundo
E nada
Nem o dia
Podia ser mais perfeito...

Ana Paula Tavares

sexta-feira, novembro 09, 2007

 
«Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.»

(CAMUS, Albert. O Mito de Sísifo)

 

No Orçamento de Estado, onde està o socialismo do PS?!....

A discussão sobre o Orçamento de Estado foi o que se previa: um cacarejar de galos (Sócrates e Santana) na defesa de um poleiro.

O Ministro Teixeira Santos, o tal que tem uma concepção de diálogo social que faz lembrar outros tempos, o tempo em que na faculdade de economia era conhecido pelo “sebenteiro”, (nome que lhe vinha do facto de junto do, então, director da faculdade, Dr. Seabra, se esforçar, de forma “obediente e agradecida”, por fazer a sebenta das aulas do mestre) considerou que o Orçamento do Estado reforça a equidade fiscal e defende o Estado social.

Não sei o que é que na sua “sebenta” significará qualidade fiscal, diálogo social e Estado Social!!!...

Sabemos que de manhã afirma ser um crime baixar impostos até 2010 e à tarde assegura ser possível baixá-los em 2009, acrescentando que diz sempre o mesmo. É uma questão da sua coerência!

Há dias nos “Prós e Contras”, o economista Silva Lopes referindo-se aos sindicatos acusou-os de serem corporações de interesses que só visam privilégios, o que foi sublinhado pelo engº Mira Amaral.

Ao sabermos dos fabulosos ordenados desta gente, com reformas milionárias (no caso de Mira Amaral pelo trabalho de alguns dias) e dos escandalosos lucros das empresas a que estão ligados, a gente fica perplexa e interroga-se: será que esta gente, sabendo que Portugal possui dos mais altos indicadores de pobreza e assimetria de rendimentos à escala Europeia, não tem vergonha do que dizem?!...
A verdadeira corporação de interesses é a da ganhuça, formada por ministros, ex-ministros, banqueiros, etc.…

Para sabermos a que corporação serve este Orçamento de Estado, basta reflectir sobre as consequências que irá ter.

Alguém tem dúvidas de que a corporação da ganhuça é a que mais lucra com este Orçamento?!...
Se o partido socialista não sabe fazer outro orçamento, não sei para que serve ser socialsiat!

segunda-feira, novembro 05, 2007

 

De bons sentimentos não se faz um governo justo!

O Ministro das Finanças mostrou-se profundamente chocado com a situação de Ana Maria Brandão, uma funcionária pública portadora de uma doença degenerativa grave, que foi obrigada a regressar ao trabalho depois de uma junta médica lhe ter recusado a aposentação.

Já antes o próprio primeiro-ministro, Sócrates, tinha manifestado igual estado de espírito perante outros casos semelhantes.

Ambos reconheceram que há falhas nas juntas médicas que têm de ser urgentemente resolvidas.

Ficam bem estes sentimentos aos ministros, mas o que se pede a um bom governo é que corrija as leis desumanas e não se fique pela ideia farisaica de que “dá mais proveito manifestar bons sentimentos que corrigir injustiças”. Ideia que, hoje, prevalece nas estratégias da "política-espectáculo": sempre fingindo ser um cordeirinho.

sábado, novembro 03, 2007

 
Aquele que usa, em suas retóricas, as palavras que os homens se habituaram a ouvir há muito tempo talvez ainda receba algum aplauso; no entanto, para que do caos nasça um cosmo social os homens deverão dignar-se a ouvir outras palavras e outras sentenças.

Rudolf Steiner

sexta-feira, novembro 02, 2007

 

Para que serve esta Ministra?!...

Um partido ganha as eleições e a primeira coisa que pensa é entregar cargos aos seus apaniguados. É a entrega de um prémio e não a escolha de quem tenha saber, conhecimentos, competência e prática.

A escola pública é uma questão de Estado. Há muito tempo que defendo um provedor da escola pública. Precisávamos de alguém que pensasse os problemas da escola pública em termos de fazer cumprir um dever do Estado (consagrado na Constituição) e não como instrumento de propaganda deste ou daquele governo.

O que se passa com o Estatuto do Aluno é mais um exemplo bem elucidativo de um completo desfasamento do Ministério em relação aos problemas concretos das escolas.

Os alunos que faltam são os alunos dos bairros pobres, de famílias desestruturadas, de pais que têm preocupações mais importantes que as das ausências dos seus filhos à escola. Atacar este problema é ir à origem dele: é uma questão social que atravessa vários ministérios e o ministério da educação deveria ter audácia para encontrar formas de promover a sua resolução. Mas esta Ministra é uma funcionária do Governo e não uma responsável pela educação e aprendizagem em Portugal

Os antigos liceus foram escolas de grande prestígio. Por que a escola pública não o é hoje?!...

O economicismo reinante levou ao encerramento de muitas escolas e misturou num mesmo espaço escolar alunos de diferentes zonas residenciais. Não se teve o cuidado de fazer uma integração lenta e de forma pedagógica. Misturou-se numa mesma turma bons alunos com os alunos desmotivados e revoltados por terem sido forçados a mudar de escola. Ao mesmo tempo, desautorizou-se os professores, fizeram deles meros funcionários públicos (só lhes falta marcar o ponto à entrada) e da escola um “armazém” de guarda de meninos.

Ser professor passou a ser uma profissão de risco, sem qualquer prestígio e a escola pública um lugar perigoso.

É preciso outro paradigma para a escola: escolas mais pequenas, de proximidade, com mais autonomia, com programas mais flexíveis e com professores motivados.

Toda a gente vê isto, menos a Ministra. Para que servirá, então, esta Ministra?!...

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