quinta-feira, julho 31, 2008

 

Um flop

Não sei o trabalho que têm os conselheiros do Presidente da República. Mas, o aparato criado com a sua comunicação ao País era bem desnecessário. Bastaria ter escrito uma carta à Assembleia da República sugerindo aos deputados que fossem mais “profissionais” nos documentos que aprovam.
Não sei se os deputados levariam a sério o pedido ou se levam a sério esta comunicação do P. R.! Interrogo-me, inclusivamente, se os deputados conseguirão levarem-se a si mesmos a sério?!...

 

Presidente da República fala ao País

Penso que a lei do divórcio e a ausência de uma legislação capaz de combater a corrupção poderiam ser motivo suficiente para que o mais alto responsável da Nação falasse ao País. Mas penso que só vai justificar o seu veto à lei do divórcio.
A questão do combate à corrupção é a questão fundamental. Não é difícil encontrar meios para a combater: bastava dar poderes e meios à Procuradoria Geral da República, bem como condições para esta Instituição se afirmasse com independência em relação ao poder político de tal forma que pudesse, se fosse caso disso, mandar prender deputados, ministros, etc. É assim que se faz, aonde essa luta é levada a sério.
Quando o poder político cria uma comissão, naturalmente ninguém acredita que funcione a sério. Naturalmente, servirá para dar importãncia às pessoas escolhidas para dela fazerem parte e dessa forma não se esquecerem de quem as escolheu.
Não acredito que o P.R. se meta nesta questão em termos que não sejam muito abstractos, naquela retórica de “encher o coração”
Os desmesurados "carcanhóis" que os partidos gastam nas campanhas eleitorais afluem de algum lado e não apenas do estado! Esse lado sombrio é o lado da corrupção. Havemos de pagar mais tarde o alto preço dessa zona escura da vida democrática.
Esse pagamento não é debitado à cabeça: são as gerações futuras que o vão pagar, os que vão sentir que o País já nem para o turismo vai servir. Mas essas gerações não têm quem, no presente, fale por elas. Os políticos e os intelectuais de serviço vivem do pragmatismo e dos jogos retóricos.
Não estou, por isso, muito preocupado com o que o P.R. vai dizer: diz o que é óbvio e já apoiado por toda a gente, como convém: vai dizer que não publica a lei do divorcio, por ser dum facilitismo primário, não defendendo os parceiros implicados, nem os filhos dos mesmo. E não acrescentará no sua intervenção o que muita gente pensa: a lei do divórcio è uma lei à medida da mediocridade da retórica de Sócrates!

terça-feira, julho 29, 2008

 

O preço de um gestor colocado pelo governo!

O dinheiro dos contribuintes não dá para toda a gente e em dias de crise Sócrates resolveu acabar com os privilégios dos funcionários públicos.

Depois de desvalorizar o trabalho de todos, deslocar muitos e promover a reforma de uma grande parte dos “ditos”, optou pelo que se esperava: subiu 30% dos encargos com a remuneração das administrações das empresas públicas (e poupou nas despesas habituais 1%, segundo o Secretário de Estado). Essa generosidade representa no total (77 empresas) um encargo para os contribuintes de cerca de 26,8 milhões de euros. Para além das remunerações base e complementares, os gestores público ainda beneficiam de 4,5 milhões de euros provenientes de regalias e compensações e 2,8 milhões de de benefícios sociais.

Vai assim o critério de "poupança" deste Governo. Entretanto, o Tribunal de Contas vai chamando a atenção do Governo para a má gestão das empresas públicas. Mas isso o que é que importa?!... O importante é que todos estes gestores se sintam bem, pois são da confiança do Governo (o que não acontecia com os “privilegiados funcionários”) e isso tem, naturalmente, um preço!

domingo, julho 27, 2008

 

Ignorantes e pesporrentos!

Numa entrevista, publicada, hoje, no “Público”, João Cravinho diz o que se pressente: «a grande corrupção de Estado é política e tem vindo a aumentar». E acrescentou: «há “factos anómalos” na lei contra a corrupção».

Naquele estilo de esperteza saloia, que se julga muito sabedor e nada tem que aprender, o PS respondeu: «o PS não recebe lições de combate à corrupção». E numa estratégia retórica para descredibilizar Cravinho acrescenta: «quem faz deste combate, repressivo e preventivo, uma bandeira, não o deixa a meio», aludindo ao facto de João Cravinho ter deixado o Parlamento no ano passado, como se isso fosse a questão mais importante!

Não há rigor nem progresso no conhecimento, sem que seja tida em conta a importância da ponderação de eventuais erros, mas o PS de Sócrates insiste na estratégia dos novos-ricos da política: faz galhardia com o não receber lições de ninguém e ignora o que em democracia é fundamental: a consciência de responsabilidade. É ela que obriga a ponderar a possibilidade de um governo fazer coisas que não deveriam ser feitas, nomeadamente, as consideradas por João Cravinho.

Não receber lições não é uma vantagem para ninguém: só os ignorantes não o reconhecem! Este governo tem o tique da pesporrencia dos ignorantes!

 

Gente fina é outra loiça!...

Paulo Portas está muito preocupado com o que custa aos contribuintes o rendimento mínimo - a tal prestação temporária para satisfação das necessidades primordiais do subsistema de solidariedade destinada a gente pobre, desempregada e com agregados familiares.

Entretanto, não se preocupa com o que é noticiado: «Luís Nazaré (um $ocialista da era socrática) deixou a presidência dos CTT mas continua a receber parte do salário, como presidente de um ‘comité de estratégia dos Correios’ que acumula com funções privadas. Nazaré diz que não há incompatibilidade, garantindo que é prática comum em muitas empresas» .
Ou seja, um meter a mão no bolso do contribuinte, desde que seja por gente fina, justifica que outro (dessa mesma gente) meta a mão nesse mesmo bolso! Diríamos que é o chamado socialismo de algibeira.
Entretanto, convém falar muito dos pobres para eleitor perceber os "bons sentimentos" de quem quer ser governo,, mas nunca esquecer que os pobres são a razão de ser dos ricos. Não haveria ricos, se desaparecessem os pobres.
Para Paulo Portas, como para o bloco central (que sobre esta matéria perdeu o pio), quanto mais miséria, mais gente fina! E não é com a gente fina que eles passam férias!?...

quinta-feira, julho 24, 2008

 

Tanta visita para quê?!...

Sócrates multiplica-se em visitas, recepções e discursos com rasgados elogios ao Presidente de Angola, da Líbia e, agora, a Chaves. E ainda vai á China. A retórica do primeiro-ministro não resolve o problema da credibilidade do seu testemunho de vida. Há um divórcio muito grande entre as suas palavras e a sua prática. E além disso, Sócrates na sua argumentação é muito básico. Nunca dá razões: só faz afirmações, sed non demonstrat.

Talvez fosse interessante saber-se o que resulta para a qualidade de vida dos portugueses (e é para este que Sócrates governa) as suas diligências junto de governantes tão polémicos, como Eduardo dos Santos, Muamar Kadafi, etc.

É que nem sempre os interesses do Estado ou do Povo coincidem com os interesses dos grandes grupos económicos que no País vão desmesuradamente crescendo, como Amorim, Mota Engil, Millennium BCP (que agora está em crise, mas parece ser um bom negócio para a filha de Eduardo dos Santos) e outras. Acontece, até, que os Países mais pobres são onde as fortunas mais depressa se acumulam. E a riqueza rápida e desmesurada foi sempre feita á custa de muita pobreza!


Não convinha passarmos de colonizadores a colonizados!

terça-feira, julho 22, 2008

 

Finalmente Karadzic foi preso!

Radovan Karadzic, finalmente vai ser responsabilizado pelos seus crimes.

O ex-dirigente sérvio-bósnio é acusado de genocídio. Foi ontem detido em Belgrado, onde trabalhava como terapeuta de medicina alternativa numa clínica particular da capital sérvia.

De nada lhe serviram os documentos falsos que possuía e as longas barbas com que procurava dissimular a sua imagem.

Finalmente, mais um criminosos de guerra que vai ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia. E isso representa que a humanidade deu mais um passo na sua dignificação.

segunda-feira, julho 21, 2008

 

Triste caso!...

O caso Madeleine McCann trouxe à evidência a superioridade moral do Ex-director Nacional da PJ. Disse o que se provou dever ser dito!

O resto faz parte de um romance kafkaniano, onde prevalece a necessidade de impor resultados numa trapalhada de péssimo gosto, a que chamam investigação, desenvolvida com a colaboração de recadeiros e analistas de ocasião.

 

ESPOSA DE GUERRA


Esta guerra!
Estou cansada
de um marido que nunca dorme
a guardar a casa sempre a ser chamado,
nunca dorme!

Talvez diga para si
“estou cansado de uma mulher
que nunca morre
para eu poder deixar de estar em guarda”.


© 1982, Chanjerai Hove
In Up In ArmsEdição:
Zimbabwe Publishing House,
Harare, 1982Trad.: Isaac Pereira

domingo, julho 20, 2008

 

Uma tecla que já “chateia”!!!

Sócrates insiste em ridicularizar a frase de Manuel Ferreira Leite: “o casamento visa a procriação”. Pretende associar a “tirada” à homofobia, mas uma crença nada tem a ver com um preconceito. O Parlamento Europeu rejeitou no dia 3/7/08 uma proposta para casamento entre pessoas do mesmo sexo e não vejo Sócrates, sempre muito pronto a citar as determinações da U.E., acusar esta instância de ser homofóbica. Não se percebe!...

Também não se percebe que queira fazer crer que é muito progressista por defender o casamento entre homossexuais. Nessa ideia não há nada de novo! É uma pretensão nuito antiga do ideário da “filosofia de alcova”! Surgiu sempre nos períodos históricos de decadência económica e moral: aconteceu durante a queda do império grego, romano, no final da Idade Média e no nosso tempo.

Não sei se Sócrates continua a convencer muita gente, mas sei que a insistência nessa tecla (ridicularizar Manuela Ferreira Leite por discordar dos casamentos gays) já se vai tornando obscena. E quem o diz nunca votou no PSD, mas sempre à sua esquerda.

Os problemas do País não são as crenças pessoais sobre a forma de organizar a vida privada, nem os preconceitos culturais, mas as questões sociais. São estas as que dizem respeito à “res-pública”. Mas nesta matéria, Sócrates é pior do que Ferreira Leite. Não só não tem uma ideia para promover mais equidade na distribuição de riqueza, como tornou os ricos mais ricos e em menor número e os pobres mais pobres e em maior número. O darwinismo social promovido pelas políticas de Sócrates é uma traição à própria noção de esquerda ou de socialismo.

Depois de Santana Lopes, Sócrates é o primeiro-ministro que mais faz da política uma feira de vaidades e de propaganda. Quando a história falar deste Sócrates levará os vindouros a ter a mesma opinião que eu, e muitos socialistas com quem convivo têm: Sócrates não possui categoria para ser governante. Teve sorte em entrar para o PS: se continuasse no PSD, onde se filiou antes de vir para o PS, continuaria a fazer os mamarrachos com que enxameou a Cova da Beira e ficaria reduzido àquilo que verdadeiramente é: um agente técnico medíocre.

 

No dia do Amigo

Bons amigos

Abençoados os que possuem amigos,
os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede,
não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos,
os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala,
não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos,
os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que
acreditam na tua verdade
ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos
de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros
da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber
que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber
que os espinhos têm rosas!

Machado de Assis


Obs:Porque hoje, no Brasil, se comemora o dia do amigo, aqui vai um dos poemas de Machado de Assis, mais conhecido como enorme romancista da língua portuguesa.O poema foi-me enviado por uma amiga, a Lu Colossi.

Enviado por Amélia Pais

sábado, julho 19, 2008

 

CDS não quer Avelino.

Segundo a LUSA, o gabinete autárquico do CDS-PP assegurou que o ex-presidente da Câmara de Marco de Canaveses Avelino Ferreira Torres não será o candidato do partido àquela autarquia nas eleições de 2009.

E agora?!... A comissão Política Concelhia do CDS demite-se, forma novo partido, vai com Avelino numa lista de independentes, diz “nin” ou não se importa de achincalhar a nossa Terra e funcionar como tropa de choque de Avelino ou uma rapaziada sem critérios, nem valores, pior do que Avelino na falta de vergonha, de princípios e de escrúpulos?!...

 

valentins há muitos...

No mesmo dia em que Valentim garantiu a sua candidatura a Gondomar, Avelino Ferreira Torres, ex-presidente da Câmara do Marco de Canaveses , ex-vereador pelo “amar Amarante”, voltou aos seus primeiros amores (o copinho de leite no CDS e os bolos do Freixo no Marco) e acaba de ser indicado pelo seu ex-partido, o CDS (comissão política local), a candidato à sua primeira autarquia.

Querem gente com melhor perfil?!...
E haverá outro perfil que mais dignifique e prestigie os seus apoiantes, os partidos, as autarquias, a política e a própria democracia?!...

Reparem (em notícia) aqui:
http://www.amarante.tv/index_in.html
E aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=pFtz0JXM-K8&feature=related
E, agora, aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=-R0A_FR8BYc

 

Três notas a propósito de Valentim

I
Valentim garante que tem a certeza que não cometeu nenhum dos crimes de que é acusado.

Podia simplesmente dizer que desconhecia os factos, mas não: ele tem a certeza que os factos existem. De contrário, não teria a certeza de não os cometer.

É de sublinhar a sua perspicácia!

II
O que Valentim quer dos factos é a interpretação que deles dá. Os factos não falam por si. Quem fala pelos factos (relatados nas escutas ou noutros documentos) são os advogados e o ministério público. Por isso, há uma componente argumentativa na prática dos tribunais. O Juiz tem de decidir, segundo a convicção que construiu a partir das diferentes argumentações interpretativas dos factos e não pode decidir de outro modo.

Mas Valentim não quer convicções. Percebe-se a sua perspicácia.

III
O presidente da comissão concelhia do PS de Gondomar, será o tal que, segundo a imprensa, tomou como seu um terreno público que existia junto a sua casa?

Se assim for, percebe-se, então, por que é que esse cavalheiro, em nome da ética, tem pressa que Valentim saia da Câmara de Gondomar: valentim deixou de ser nome de pessoa e passou a ser estatuto autárquico!

Nada melhor que a ética para essa transmutação.

sexta-feira, julho 18, 2008

 

Parabéns Nelson Mandela!

Nelson Mandela completou, hoje, 90 anos. No seu aniversário, o lutador antiapartheid, não se esqueceu de defender os direitos humanos e lembrou os pobres, afirmando, na sua mensagem:

"Há muitas pessoas na África do Sul que são ricas e que podem compartilhar essas riquezas com aqueles que não são tão afortunados e que não conseguiram vencer a pobreza (…) Nosso povo é vítima da pobreza. Se você é pobre, é muito possível que não tenha condições para viver o tempo que eu já vivi. A pobreza é uma injustiça que resulta da má distribuição dos bens. Temos de fazer tudo para a erradicar!”

Parabéns Nelson Mandela!
http://www.youtube.com/watch?v=A8r2Osw5Hxk

quinta-feira, julho 17, 2008

 

Henry David Thoreau

Na passagem de mais um aniversário do criador da ecologia é justo lembrar a sua vida e pensamento.

Henry David Thoreau (Concord 12 de Julho de 1817-6de Maio de 1862) foi o primeiro a definir o paradigma biocêntrico da ecologia. No seu entender, os humanos são membros da comunidade da vida e nessa qualidade são dotados do mesmo bem que é inerente aos outros seres. Mas, como seres dotados de razão, o sentido da sua acção constitui responsabilidades alargadas: coibir-se de danificar a natureza, dever de proteger e preservar todos os seres, desde animais, plantas, solos, águas e ar.

Como todos os ecologistas, foi pacifista, defendeu que o trabalho deveria estar ligado ao saber (ter uma profissão é dar testemunho de um saber) e já nessa altura repudiava o facto de os governantes estarem mais interessados nas prebendas do poder do que na defesa do ambiente e em servir o bem-comum. Foi inclusivamente preso por defender a desobediência civil aos impostos injustos.

De forma poética deixou-nos em livro a experiência de viver dois anos sozinho em profunda ligação à Natureza e, nesses textos, se inspirou a parte do filme “Clube dos Poetas Mortos”, onde é referido: "eu fui à Floresta porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente, e sugar a própria essência da vida... expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido".

Henri-David inspirou-se em Rousseau e os seus conceitos de resistência pacífica exerceram grande influência em Gandhi, Luther King, Leo Tolstoi e no próprio movimento hippie.

Todos os que viveram as utopias de Maio 68 são um pouco filhos do pensamento de Henri-David. Foi nele que aprenderam a solidariedade antropocósmica e foi nele que descobriram que a justiça e a liberdade são os alicerces da paz

Dos muitos aforismos que nos deixou, recordamos, em sua homenagem, dois:

“Se você já construiu castelos no ar, não tenha vergonha deles. Estão onde devem estar. Agora, dê-lhes alicerces”.

“A bondade é o único investimento que nunca vai à falência”.

quarta-feira, julho 16, 2008

 





Alteia-se diante de mim
a torre de Kenzo Tange,
que volta para mim seus três sóis:
o sol negro do passado,
que já é qual lamparina apagada;
o sol do dia presente,
qual incêndio avermelhado.
E vejo o último sol,
o sol do sonho.

Dourado, certamente.
Mas este sol longínquo e inatingível
é também a antena de um radar.
Dois pequenos postigos discretos
formados por seus olhos.

LIUBOMIR LEVTECHEV
Tradução de Attílio Cancian, Editora Montanha. São Paulo, Brasil

terça-feira, julho 15, 2008

 

Em Darfur, levantada a bandeira dos direitos humanos.

Omar el-Béchir, uma espécie de Hitler ou Idi Amim do Sudão tem um mandato de captura do Tribunal Penal Internacional.

Não se sabe, se este governante hediondo será alguma vez preso e julgado pelos crimes de utilizar o exército e milícias no genocídio que levou, nos últimos quatro anos, à morte de mais de 200mil pessoas e expulsão, de suas casas, de dois milhões e meio de seres humanos.

Mas o pedido da sua captura pelo procurador do TPI, Luís Moreno-Ocampo, vai atormentar a vida desse facínora e fazê-lo sentir, embora em dimensões muitíssimo reduzidas, aquilo que ele causou às suas vítimas.

Naturalmente, surgiu logo a orquestração de manifestações de apoio ao criminoso Omar el-Béchir. Por lá, como por outras bandas, há sempre quem se preste a esse papel: são os que não se importam de usar um chip!

Com esta decisão, o TPI levantou a bandeira dos direitos humanos em Darfur. Esperamos que a defesa da dignidade humana se faça ouvir noutros lugares, como, por exemplo, na China.

domingo, julho 13, 2008

 

O Grande Irmão está a observar-te!

George Orwell escreveu um romance que tinha por principal personagem um Big Brother. Era uma personagem sinistra e tenebrosa que logo foi associada a Estaline e a Hitler.

Mas, o Grande Irmão, num estilo mais soft, pode também ser o espírito de todos os autoritários e demagogos que, em nome do combate à insegurança, à armas clandestinas, ao carjacking e ao medo, pretendem controlar toda a nossa vida por escutas ou chips. E têm a seu favor o egoísmo e o pragmatismo dos que se sentem inseguros e pensam que o problema do big borther é sempre com os outros, os que não cumprem, os “fora-de-lei”.

É por isso muito natural que a proposta apresentada pelo Governo de que todos os carros disponham de um chip (que permitirá pagar portagens, fornecer informações não só sobre o seguro, a inspecção da viatura, mas também investigar onde pára o carro que foi roubado ou objecto de carjacking), tenha o apoio do CDS, do PSD e do PS.

Mas esta iniciativa corre o risco de nos levar ao regresso do espírito Leviatã de que falou Hobbes: o “homem é lobo do homem” e, por isso, “tudo-vale” para manter a ordem e a segurança.

Com esse espírito ficam criadas todas as condições para, secretamente, aparecer um governo que classifique os cidadãos em duas categorias: os bons (os que merecem o apoio do governo, porque se harmonizam com os seus interesses) e os maus (os que não apoiam o governo e, por isso, devem ser preteridos no emprego e objecto de todas as medidas persecutórias).

Recordemos o poema de Brecht:
http://www.youtube.com/watch?v=8_Q-BWp2EFY

Cada um de nós passa a ser suspeito até prova em contrário. Desaparece não só a reserva da vida privada, os elementares direitos de cidadania, mas também o direito a que o bom-nome, a honra e a dignidade sejam valores estruturantes de uma sociedade.

Mas, se a sociedade, o Estado, os partidos e os governos não estimulam o direito ao bom-nome, ao sentido de dignidade e de honra que referências ficam para a vida em sociedade?!...

Será que estamos dispostos a aceitar um nihilismo dominado por um totalitarismo policial e burocrático de um “big brother teconológico”?!..

sábado, julho 12, 2008

 

O telemóvel como arma do crime!

Hoje a investigação criminal faz-se apenas por escutas. Os criminosos ou desesperados da vida não combinam os seus actos pelo telemóvel e, assim, a polícia não consegue tomar medidas preventivas.

Numa das operações que visou assegurar que as armas “ilegais” são apreendidas, foram colocados, recentemente, em escuta alguns armeiros.
Toda a gente que anda na caça sabe que se falha uma perdiz ou um coelho, a culpa só pode ser de uma de duas coisas: da arma ou das munições. Por isso, os caçadores andam sempre a trocar de armas. Naturalmente, falam com os armeiros ou pedem a um amigo para saber se determinado armeiro tem uma arma com esta ou aquela característica e em bom preço. E isso leva à troca de telefonemas.
Ora, alguns caçadores apanhados por essas escutas, foram, há poucos dias, com grande alarido, surpreendidos por uma investida da GNR nas suas casas e tudo foi revistado a “pente fino”, como se se tratasse de perigosos criminosos.

A GNR poderia ter feito uma prévia investigação junto dos vizinhos para saber se tais indivíduos eram ou não perigosos, mas não foi isso que aconteceu: não há dinheiro para este tipo de trabalho e é mais fácil e menos dispendioso propor ao Tribunal umas escutas. Pouco interessa saber os custos que vai sofrer, na sua dignidade e no seu prestígio, o alvo da suspeita.

Entretanto, a GNR fez uma grande exposição de armas apreendidas. Mas em que consistiu esse troféu exposto à publicidade?

Armas velhas de caça, uma metralhadora que não funcionava, pistolas de colecção, etc.

Que criminosos foram presos? Os armeiros que telefonavam aos caçadores que queriam trocar armas, um pobre rapaz que concertava armas e não tinha licença para isso e quase duas dezenas de caçadores que não tinham as armas em cofres ou possuiam munições, como zagalotes, que hoje são proibidas.

Resultado final: só um ficou preso e os outros foram libertos.

No dia a seguir, a televisão mostra no bairro da Quinta da Fonte, concelho de Loures, indivíduos com armas na mão (não eram caçadores!...) aos tiros uns aos outros. A polícia não foi capaz de tomar medidas para prever essa situação criminosa. É que ela exigia mais do que colocar telefones em escuta: exigia ter atenção aos problemas de racismo e exclusão social (sempre, em qualquer parte do mundo, um barril de pólvora) e, ainda, combater o mercado negro de venda de armas, onde qualquer pessoa pode comprar uma arma.

Com a perseguição a quem tem armas antigas, a quem as compra nos armeiros, que sinal é dado a quem quer uma arma? É que a arma só pode ser adquirida na clandestinidade.

Será isso que quer o Ministro da Administração Interna?!...

Infelizmente, parece que estamos a ser governados por quem gosta do folclore.

 

De engano em engano até à derrota final!

O Primeiro-ministro enganou-nos com promessas que não cumpriu, enganou-se com um imposto que já não existe sobre automóveis movidos a electricidade, enganou-se com os quilómetros de auto-estradas (não são 1.316km, mas 2.470km) e ninguém sabe quanto vai custar às gerações futuras a catadupa de obras públicas que já anunciou!

O sr. Primeiro-ministro vai de engano em engano até à derrota final!

sexta-feira, julho 11, 2008

 

O último que feche as luzes!

Luís Filipe Menezes afirmou esta noite que «não avançar com os grandes investimentos públicos seria irresponsável» e que o PSD, «partido que subscreveu documentos onde ficou acordada a alta velocidade», devia ter «lucidez».

Não lhe interessa contextualizar a oportunidade da catadupa de obras públicas já anunciadas, nem o balanço entre custos e proveitos. O que importa a Luís Filipe Meneses é ter posição diferente da actual liderança.


Este comportamento era esperado por duas razões: é o seu estio para se fazer notar; e, depois, é uma característica que faz parte do código genético da ambição da maioria dos políticos portugueses (que Eça bem caracterizou!).
Quem não sabe que o Convento de Mafra levou o País à banca rota e enriqueceu os italianos que forneceram os sinos?!.. Quem não se lembra dos balúrdios que eram recebidos para financiar a agricultura, mas foram levados para a construção de monumentais vivendas com piscina, campo de ténis, etc., enquanto os campos ficavam abandonados?!...

Filipe Meneses é desse estilo. O que lhe interessa é um deslumbramento que se aproxime da imagem que de si próprio construiu ao espelho, tal como Sócrates. Já se esqueceram que a Câmara de Gaia ficou endividada com o magalómano Centro de Estágio do F.C.P., que nenhum proveito trouxe para os munícipes de Gaia?!…

Em Portugal nunca nenhum autarca, nunca nenhum governante, foi responsabilizado pelos direitos das gerações futuras e muito menos pela qualidade das finanças públicas que deixa aos vindouros. É um País que tem por lema “o último que feche as luzes, se a energia ainda não estiver cortada”!

quarta-feira, julho 09, 2008

 

Um marco na História da Igreja em Portugal

Foi há 50 anos, mais precisamente no dia 13 de Julho, que D. António Ferreira Gomes enviou a Salazar uma carta que ficou para a História como “Carta do Bispo do Porto”.

É pena que seja apenas em Coimbra, e graças a um antigo dirigente da Acção Católica, que a efeméride é celebrada. D. António, os movimentos católicos que lutaram contra o fascismo na defesa das causas sociais proclamadas pela Igreja, bem mereciam que a Cidade Invicta não os esquecesse nesse dia.

A Carta do Bispo do Porto é um marco na história da Igreja em Portugal e foi o documento que mais prestigiou a cidade do Porto. Nesse documento, D. António distancia-se da imagem duma Igreja comprometida com a ditadura, defende o primado da dignidade humana, o respeito pelos direitos de consciência (“o comunismo pode coincidir com certas incidências concretas da sociologia cristã”), a defesa da liberdade (“o pluralismo das escolhas é um bem ao serviço da mensagem cristã”), indigna-se com o atraso no desenvolvimento do País (“Não poderei dizer quanto me aflige o já hoje exclusivo privilégio português do mendigo, do pé-descalço, do maltrapilha”) e coloca quatro questões a Salazar:


1ª "Tem o Estado qualquer objecção a que a Igreja ensine livremente e por todos os meios, principalmente através das organizações e serviços da Acção católica e da Imprensa, a sua doutrina social?”

2ª- “Tem o Estado qualquer objecção a que a Igreja autorize, aconselhe e estimule os católicos a que façam a sua formação cívico-política, de forma a tomarem plena consciência dos problemas da comunidade portuguesa, na concreta conjuntura presente, e estarem aptos a assumir as responsabilidades que lhes podem caber, como cidadãos católicos?”

3ª “Tem o Estado qualquer objecção a que os católicos definam, publiquem e propaguem o seu programa ou programas, politicamente situados, em concreto hic et nunc, o que evidentemente não pode ir sem o despertar de esperanças de mutações ousadas e substanciais e do seu clima emocional?”

4ª- “Tem o Estado qualquer objecção a que os católicos, se assim o entenderem e quando entenderem, iniciem o mínimo de organização e acção políticas, a fim de estarem aptos, nas próximas eleições legislativas ou quando julgarem oportuno, a concorrer ao sufrágio, com programa definido e com candidatos que prefiram?"

As respostas a estas questões nunca chegaram e em seu lugar, D. António Ferreira Gomes foi exilado, só regressando a Portugal em Julho de 1968, 10 anos depois, na era marcelista.

É pena que, num tempo, como o que vivemos hoje, dominados por uma mediocridade triunfante e uma ausência de valores, não se aproveite, também no Porto, esta efeméride para promover uma reflexão sobre um Documento que é uma referência de coragem, de convicções e de sentido de responsabilidade cívica e cristã.
Obs: enviei este texto, com uma só alteração, para, onde tenho uma colaboração regular:
http://www.grandeportotv.com/catalog/welcome.do?hasFlash=yes

segunda-feira, julho 07, 2008

 

HOMENAGEM DE COIMBRA AO BISPO DO PORTO D. ANTÓNIO FERREIRA GOMES NO 50º ANIVERSÁRIO DA CARTA A SALAZAR

Em 13 de Julho de 2008, próximo domingo, ocorre o 50º Aniversário da Carta a Salazar, escrita pelo Bispo do Porto D. António Ferreira Gomes.

Cidadãos de Coimbra, conscientes da importância política que teve na luta pela Democracia essa Carta, assinada um mês e cinco dias após as eleições presidenciais ganhas pelo General Humberto Delgado, surgida do interior de um dos pilares do Estado Novo, a Igreja Católica, a qual levou ao exílio do País o seu autor, entendem prestar Homenagem a quem teve tão profundo acto de coragem, que o Estado Democrático reconheceu ao atribuir-lhe a Grã Cruz da Ordem da Liberdade.

Convidam-se todos os que se queiram associar a esta Homenagem Cívica, a divulgá-la e a nela participar, sendo portadores das respectivas condecorações.

Dia – 13 de Julho, próximo domingo

Local – Monumento ao 25 de Abril, Rua Antero de Quental, praceta junto ao edifício da ex – PIDE/DGS

Início – 11h00

Intervenções –

11h15 – José Dias – colaborador da Fundação Inatel, Movimento Cívico Não Apaguem a Memória
11h30 – Amadeu Carvalho Homem – professor da Universidade de Coimbra, Alternativa Associação Cultural para o Desenvolvimento do Ser Humano
11h45 – José Manuel Pureza – professor da Universidade de Coimbra, Comunidade de Acolhimento João XXIII

Encerramento – 12h00

Nota – Carta a Salazar e biografia de D. António em
www.fspes.pt

Coimbra, 08 Julho 07

Amadeu Carvalho Homem, José Dias (919726959), José Manuel Pureza

domingo, julho 06, 2008

 

Espectáculo que nos assusta!

O que se passa, hoje, no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol é o reflexo de um paradigma que domina hoje a vida política e das instituições.

Não só a Federação Portuguesa de Futebol, mas também as instituições que fazem a mediação entre os indivíduos e a sua vida privada, como é a família, os vizinhos; e, ainda, as que medeiam a organização da vida pública, como as autarquias, os partidos e até o próprio governo, estão entregues a “chicos-espertos".
Consideram que estar á frente duma instituição é ser dono da mesma, geri-la com truques, mas sempre a encher a boca com palavras de rigor, cumprimento da lei e respeito pela moral. São uma espécie de novos “feudais”, especialistas na arte da “vermelhinha”!

E as consequências são óbvias: se as instituições do futebol não funcionam, o que funciona são os muitos “milhões” que estão em jogo; se a família não funciona, dificilmente haverá crianças disciplinadas; onde não há laços entre os vizinhos não se criam hábitos de inter-ajuda; e, se não funcionam regularmente as instituições que visam organizar a sociedade, não é possível esperar que os valores sejam as "medidas de escolha", que se respeitem normas e se desenvolvam as virtudes cívicas da dignidade, do sentido de Estado e defesa do bem-comum.

Tudo é fulanizado e tudo ficou ao nível do rasquismo. O carácter moral das Instituições desapareceu: é o vale-tudo. Os chicos-espertos cruzam os seus interesses com o futebol, a política e as autarquias e já tomaram conta da nossa vida colectiva.

Há quem lhes chame “Al Capones” e garanta que não são mais que cem, mas já dominam Portugal com muito mais eficácia que a Cosa Nostra dominou a Sicília.

sábado, julho 05, 2008

 

Duas concepções de globalização

De segunda a quarta-feira, no Lago Toyako, com fortes medidas de segurança e num ambiente paradisíaco, super requintado, guardado por forças de segurança sofisticadíssimas, estará o G8, grupo dos países mais ricos do mundo.

Não muito longe dali, no parque de Sapporo, vigiados por cerca de 30 mil polícias, concentram-se já, dispostos a protestar contra o egoísmo dos ricos, milhares e milhares de cidadãos, que para ali foram de mochilas às costas, representando agricultores, operários, estudantes, ecologistas, ONG (s) que lutam pelos direitos humanos, culturais, ecológicos, de minorias, etc..

Duas concepções de globalização: a dos ricos e a dos pobres.

O fórum dos ricos tem como bandeira o livre mercado global e nele é dito o que sempre tem sido dito: é preciso harmonizar políticas globais com um desenvolvimento sustentado, que tenha em conta a limitação das potencialidades do planeta Terra, com crescentes problemas de poluição, esgotabilidade das suas fontes energéticas, escassez de produtos alimentares, etc. O Protocolo de Quioto foi a imagem destas boas intenções que, até agora, nunca foram cumpridas.

O fórum dos pobres tem como bandeira a solidariedade global e nele é dito o que sempre tem sido dito: a Terra (oikos) é a casa de todos e todos devem nela poder viver sem discriminação e protegidos da fome, da guerra e das perseguições. Acusam o G8 de falar em direitos humanos e sentar nas suas mesas os mais execráveis ditadores do mundo. Denunciam o facto dos ricos esconderem com as suas proclamadas “boas intenções” preocupações egoístas, como as de corrigirem as ameaças de recessão das suas economias, resolverem as suas crises financeiras à custa duma inflação que outra coisa não é senão um imposto indirecto que os pobres pagam para que os mais ricos fiquem mais ricos e em menor número, e, os pobres mais pobres e em maior número.

Nestes dois conceitos de globalização estão dois rumos para a humanidade: o rumo da fraternidade, da solidariedade e da humanização; e o rumo da desumanidade, do egoísmo e do darwinismo social.

Não podemos ficar indiferentes: um dos rumos temos de tomar, mas o futuro não pode ficar do lado do egoísmo.

http://www.youtube.com/watch?v=EtiqH1Nxfdw


 

Querem melhor?!...

É, hoje, notícia:
«O processo relativo à gestão de José Luís Judas na Câmara de Cascais arrasta-se, e os eventuais crimes de que venha a ser acusado dificilmente terão consequências, já que na sua maioria estão prestes a prescrever. Entretanto, os magistrados intervenientes no processo apuraram estranhos factos Por exemplo, a busca à casa de Jorge Coelho foi adiada por ordem do então director da PJ, que alterou a data marcada pelo juiz. A justificação para o adiamento foi a ocorrência de um evento social.»(Sol)

Os processos mais antigos contra Avelino Ferreira Torres, que transitam de instância para instância ad aeternum, estão também a prescrever e ele já
anunciou a sua candidatura à Câmara do Marco. Prescrevendo os seus crimes, passa a ser HOMEM HONESTO e de BONS COSTUMES, como tantos outros que por aí andam!

As prescrições são uma boa medida. Prescrevendo todos os crimes de corrupção, a corrupção deixa de existir.

E repare-se: se na educação os exames são fáceis, os alunos tiram boas notas, que conclusão tirou a M.E.?... Que desenvolveu políticas acertadas, que os professores estão mais empenhados e nas escolas trabalha-se mais. A Directora Regional da Educação do Norte, em ofício, acrescenta, ainda: “os professores realizam-se com as boas notas dos seus alunos”. Como se vê, com exames fáceis, tudo passa a bater certo!

Se assim é na Educação, por que deveria ser ao contrário na Justiça ou nas obras públicas ou noutro âmbito deste Governo?!...

Um exame muito fácil é como o aluno saber tudo; um crime de corrupção que prescreve é como não tivesse existido; as grandes obras, TCV, novo aeroporto, autoestradas, barragens, etc, sem conhecimento de custos, é como se fossem de borla.

Querem melhor?!...

Viva Sócrates!

O último a pirar-se que apague as luzes.

sexta-feira, julho 04, 2008

 

Precisa só de se reconhecer competente!...

O Secretário de Estado da Educação, confrontado com as críticas da Sociedade Portuguesa de Matemática ao exame do 12º ano, respondeu: «Não reconheço à Sociedade Portuguesa de Matemática especial característica para fazer esse tipo de críticas».

O Secretário de Estado sabe, como todos os professores sabem, que até para responder a um exame de matemática é preciso saber português. Confessou que está preocupado com os resultados a esta disciplina, veja-se então, o que aconteceria se as perguntas de matemática fossem difíceis?!.... Ou será que não se reconhece competente para esta evidência?!..

 

Poseidon

Poseidon estava sentado à sua mesa de trabalho e fazia contas. A administração de todas as contas. A administração de todas as águas dava-lhe um trabalho infinito. Poderia dispor de quantas forças auxiliares quisera, e com efeito, tinha muitas, mas como tomava seu emprego muito a sério, verificava novamente todas as contas, e assim as forças auxiliares lhe serviam de pouco. Não se pode dizer que o trabalho lhe era agradável e na verdade o realizava unicamente porque lhe tinha sido imposto; tinha-se ocupado, sim, com frequência, em trabalhos mais alegres, como ele dizia, mas cada vez que se lhe faziam diferentes propostas, revelava-se sempre que, contudo, nada lhes agradava tanto como seu actual emprego. Além do mais era muito difícil encontrar uma outra tarefa para ele. Era impossível designar-lhe um determinado mar; prescindindo de que aqui o trabalho de cálculo não era menor em quantidade, porém em qualidade, o Grande Poseidon não podia ser designado para outro cargo que não comportasse poder. E se se lhe oferecia um emprego fora da água, esta única ideia lhe provocava mal-estar, alterava-se seu divino alento e seu férreo torso oscilava. Além do mais, suas queixas não eram tomadas a sério; quando um poderoso tortura, é preciso ajustar-se a ele aparentemente, mesmo na situação mais desprovida de perspectivas. Ninguém pensava verdadeiramente em separar a Poseidon de seu cargo, já que desde as origens tinha sido destinado a ser deus dos mares e aquilo não podia ser modificado.
O que mais o irritava - e isto era o que mais o indispunha com o cargo - era inteirar-se de como representavam-no com o tridente, guiando como um cocheiro, através dos mares. Entretanto, estava sentado aqui, nas profundidades do mar do mundo e fazia contas ininterruptamente; de vez em quando uma viagem da qual além do mais, quase sempre regressava furioso. Daí que mal havia visto os mares, isso acontecia apenas em suas fugitivas ascensões ao Olimpo, e não os teria percorrido jamais verdadeiramente. Gostava de dizer que com isso esperava o fim do mundo, que então teria certamente ainda um momento de calma, durante o qual, justo antes do fim, depois de rever a última conta, poderia fazer ainda um rápido giro.

Franz Kafka

Tradução brasileira de Torrieri Guimarães
Obs: Enviado por Amélia Pais

 


quinta-feira, julho 03, 2008

 









Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura paixão me sepultou.
Que mor não seja a dor que me deixou
o tempo, de meu bem desenganado.

Mas chorar não estima neste estado
aonde suspirar nunca aproveitou.
Triste quero viver, poi se mudou
em tisteza a alegria do passado.

Assim a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão duro
que lastima ao pé que a sofre e sente.

De tanto mal, a causa é amor puro,
devido a quem de mim tenho ausente,
por quem a vida e bens dele aventuro.

Luís de Camões
Ouvir, in:
http://www.youtube.com/watch?v=RBo6TuUoz7Q&feature=related

quarta-feira, julho 02, 2008

 

Conversa em família

Onde não há contraditório, a entrevista passa a ser uma “conversa em família”. É o que terá acontecido, hoje, no “especial informação”.

Há, no mercado, muitos livros de retórica que ensinam a encontrar "os lugares do preferível" (conceitos, jeitos de olhar, expressão de sentimentos, etc.), de que Sócrates se serve (com ajuda da sua equipe de marketing político) para convencer as pessoas daquilo que ele quer que elas se convençam.

Não vou em publicidade enganosa! Este tipo de entrevistas é a nova versão das conversas em família da propaganda marcelista!

Em minha casa, durante esse período muda-se de canal ou desliga-se a televisão.

 

Ela dança sobre pregos










Versos magoam, a folha angustia.
Dão guinadas no corpo, infernais.
É o teu mal: leste poemas a mais.

Melhor perderes-te em música obscena,
Melhor deitares-te a ouvir a cantilena
Do fogo consumindo uma pirotecnia,

Melhor rebolares-te em sei lá quê
Do que a dor e o decoro de quem vê
Ir-se a vida na Paixão da Poesia.

Gerrit Komrij
In: Contrabando - uma antologia poética»
Obs: enviado Por Amélia pais

terça-feira, julho 01, 2008

 

Os 10 requisitos mínimos para o ingresso na profissão docente:

1 – A ENERGIA DE UM AVIÃO
2 – A EFICIÊNCIA DE UM COMPUTADOR
3 – A ADAPTABILIDADE DO CAMALEÃO
4 – A PACIÊNCIA DE JOB
5 – A SABEDORIA DE SALOMÃO

6 – A CORAGEM DE HÉRCULES
7 – A PERSISTÊNCIA DO DIABO
8 – A SERVIDÃO DA MADRE TERESA DE CALCUTÁ
9 – A DISPONIBILIDADE FINANCEIRA DO F. M. I.
10 – A ESTADIA ASSEGURADA NO " MAGALHÃES


Obs. Recebido por e-mail

This page is powered by Blogger. Isn't yours?