segunda-feira, junho 29, 2015
Muitas vezes falamos do aparelhismo nos partidos, mas não
temos bem consciência do que isso significa. Já conhecia a estratégia do “arranjas
apoio e eu arranjo emprego para ti e tua família”. Mas hoje contaram-me outra: “Não
te candidatas (a um órgão do partido) e coloco-te na lista de deputados a ti e
á tua “namorada” num lugar elegível. É assim que muitos candidatos são eleitos e é para isto que utilizam as cotas. Percebe-se
por que não querem directas para a lista de candidatos a deputados, mas, se
esta lógica não for alterada (que põe no poder gente inqualificada sob o aspecto
moral e técnico), não se espantem dos partidos se confundirem com organizações
de malfeitores e cresça o descrédito dos partidos e do próprio regime.
sábado, junho 27, 2015
Tsipras colocou o problema onde ele deve estar: transferiu a
decisão dos colonizadores para a soberania do povo. Uma nação não é constituída
por um rebando à ordem da Troika, mas por cidadãos, que têm o direito a tomar a
palavra para dizer que rumo deve ser dado ao seu País. Por cá não há coragem para esta dignidade nem
percebem que são eleitos para promover a felicidade dos cidadãos e não para os escravizar.
Aprendam com os gregos: de lá veio a nossa cultura, o que configurou a nossa
civilização, a democracia e os valores que ela representa!
domingo, junho 21, 2015
Amanhã, estou com o Syriza!
PSD,CDS, Presidente da República e
outra gente do mesmo naipe, desde esses cérebros que dão pelo nome de
comentadores, economistas, jornalistas e mais terminados em “istas” estão todos
interessados que Syriza se vergue, se possível que rasteje, amanhã perante a
Troika e muito particularmente perante essa senhora que subiu na vida pela via do
duvidoso porte (segundo os franceses) e está à frente do FMI. Senhora que ganha
balúrdios, não paga impostos e quer dialogar com gente adulta – tipo de gente
que a senhora gosta!
Toda esta gente obedece a um único
critério: dizer aos povos que sofreram e sofrem a austeridade, por causa da
falência dos bancos, o seguinte: não façam como Syriza, continuem a votar nos
que roubam, desgraçam os povos, provocam atrasos civilizacionais em nome dos
que acumulam milhões sem nada produzir nem uma fábrica construir, a que chamam “mercados”,
fazendo fortunas monstruosamente incalculáveis, os tais que, nos acordos sobre
a Segunda Guerra Mundial, Keynes advertia: deixando-os livres, não sendo
controlados pela política, acabarão por controlar a política e mandar nos governos
e escravizar os povos.
Pelo metralhar da propaganda há gente
levada por essa torrente de obscurantismo
sobre Syriza sem nada saber sobre as suas propostas, a sua ideologia e muito
menos sobre o que se passa na Grécia. Basta ouvir os noticiários e comentários
no facebook.
Mas não contem comigo!
domingo, junho 14, 2015
Há varias guerras!
As grandes
potências quiseram sempre tomar conta do mundo. A Alemanha fez as duas grandes
guerras com exércitos de milhões de combatentes. Destruiu povos, semeou a miséria
por todo o mundo, milhões de pessoas perderam a vida em campos de concentração,
outras com doenças e pela fome. A Alemanha perdeu as duas grandes guerras e perdoaram-lhe
os milhões com que deveriam indemnizar os povos que mais sacrificou,
nomeadamente os gregos. No século XX as guerras fazem-se com armas sofisticadíssimas
e são sempre cinicamente feitas em nome da liberdade e da democracia. O islamismo
aproveitou essa circunstância para diabolizar o ocidente e declarar a guerra
terrorista contra as primaveras da democracia nos países muçulmanos.
Temos de
pensar em tudo isto. Sabemos que a democracia foi pensada como o governo dos
cidadãos para os cidadãos e o melhor governo é o que diminui o sofrimento dos
que mais sofrem. Mas a democracia pode ser só formal, o resultado de uma
máquina de publicidade e manipulação que
coloca no poder quem serve os investidores nessa máquina e não os cidadãos.
Essas máquinas
exercem o seu poder de condicionamento dos eleitores pela mentira, publicidade
e muito dinheiro colocado na propaganda eleitoral. E, dessa forma, colocam no domínio dos povos os seus lacaios.
Os gregos
não foram na conversa, escolheram um governo que os representasse. A democracia
grega tornou-se insuportável para as potências financeiras, porque era a escolha
de cidadãos para servir cidadãos, e declararam-lhe guerra. A Grécia,
entretanto, vai resistindo, como resistiu a França à Alemanha, mesmo com o
governo de traição de Vichy, como são os governos de lacaios.
Podemos
fazer o mesmo, resistir ao imperialismo financeiro como resistem os gregos, desde
que saibamos escolher quem defenda os nossos interesses e não seja o ventríloquo
das máquinas que manipulam a informação e constroem o espectáculo milionário de
ilusionismo eleitoral que permite a escolha de lacaios, como demonstra ser o governo
que temos.
Reparem que
o receio de seguirmos o caminho dos gregos,
já se evidencia na campanha contra o Syriza. Em nenhuma ética se pode
apoiar a ideia de um credor condenar um povo à miséria durante muitas gerações.
sexta-feira, junho 12, 2015
Silêncio de chumbo!
Ainda não
foi dito, mas tem de ser dito: para além deste governo, do presidente da
república, dos tribunais e dos reguladores, há que perguntar qual tem sido o
papel da Universidade, paga pelos contribuintes, na denuncia dos negócios, como
parcerias público-privadas, venda da TAP
e outros que vão entregando Portugal a patacos, tornando-o numa colónia das grandes potências
e os trabalhadores portugueses em estrangeiros no seu próprio País?!... Já não
falando na faculdade de direito que tem sido a grande meretriz deste leilão,
todas as outras faculdade, a de economia e de engenharia enfiaram a cabeça
debaixo dos lençóis com que se prostitui a governação.
Que silêncio
de chumbo sobre a dignidade das instituições e todos nós!!!...
terça-feira, junho 09, 2015
Festas de Amarante
As festas de Amarante foram sempre uma referência da
minha infância e da minha adolescência. Em Folgoso, uma localidade a poucos quilómetros
da Cidade, viviam os meus tios. E o meu avô tinha uma casa que dividia Amarante
do Marco, a casa da Quintã, hoje de turismo rural.
Ficou-me, desde pequeno, a ideia de que a minha
família escorregou das fraldas da Aboboreira, onde viveu o S. Gonçalo Dias,
para as terras de S. Gonçalo de Amarante. Talvez, por isso, o meu santo de
preferência é Gonçalo Dias.
Coisas da vida separam um santo do outro.
S. Gonçalo de Amarante era dos lados de Vizela, de linhagem nobre, diz-se que
era da família de D. Nuno Alvares Pereira. Pertenceu aos dominicanos, esses pregadores
que se ligaram à pouca santidade da Inquisição. O meu, Gonçalo Dias, nasceu nas
fraldas da Aboboreira, em S. João da Folhada, uns metros acima da minha casa. Guardou
rebanhos na Aboboreira, mais tarde abraçou a uma ordem mendicante, os mercedários.
Conviveu com fugitivos da inquisição no Perú, onde vivia em situação de pobreza.
Dizia-se, inclusivamente, que era filho de um padre. E aqui, “ser ele e as
circunstâncias” tem muito peso: é acrescentar ao pecado original o pecado da
circunstância, que é muito mais grave! E ser santo com toda esta carga é preciso
produzir muita virtude, o que, convenhamos, não é para qualquer um!
Nunca fui chauvinista! Mesmo não sendo natural de
Amarante, o S. Gonçalo não travou as frequentes idas a esta Cidade, de
bicicleta, de comboio e até a pé. Admirei sempre Amarante. É certo que é de lá
um tal Ferreira Torres que foi presidente da Câmara do Marco e nomeado senador por esse homem de grande verticalidade, Paulo
Portas , e ultimamente adquiriu um outro defeito, o de lá ter nascido Francisco,
não o santo e amigo dos pobres, mas o político mais neoliberal que socialista. Há,
entretanto, uma atenuante: o pai de Assis era do Marco e de gente boa, até um
seu tio protegeu a infância de Carmem Miranda, o que alivia um pouco.
Como se vê, algo nos astros continua a haver contra Amarante.
O seu Mosteiro, durou cerca de 70 anos a ser construído, a sua ponte várias
vezes destruída e reconstruída até ter o
brilhantismo arquitectónico que hoje tem e lá nasceu Ferreira Torre e Assis. Só
espero que a paranóia de construir barragens onde houver um rio, não venha a
dar cabo da Terra de Pascoais.
Estive no Zé da Calçada, um velho e simpático Restaurante.
De lá vi o fogo, mas o que mais me tocou na alma foi aquele divinal bacalhau
assado que me caiu no prato acompanhado pelo vinho do sr. Monteiro. E tive
sorte, porque a GNR, que estava em força a fazer os testes de alcoolémia, não me
fez paragem, enquanto conduzia o carro, com alguma displicência, na direcção do Salvador, por volta das duas de
manhã.
Por tudo isto, foi agradável estar com amigos numa
terra que é a dos meus afectos.
quinta-feira, junho 04, 2015
O ventriloquo da manipulação dos eleitores.
É preciso ter sempre presente que Passos Coelho é um ventríloquo
de uma equipe, paga a peso de ouro, que lhe diz o que deve dizer, que truques
deve usar e as estratégias que deve seguir para que seja bem sucedida a sua
ambição suprema: governar para amigos e companheiros que o colocaram a candidato.
Todas as suas palavras, toda a sua estratégia, todos os seus
truques deveriam ser desconstruídos pelos comentadores políticos, se estes fossem
analistas políticos e não instrumentos da própria propaganda. Essa gente é
parte interessada nos resultados eleitorais e, por isso, está interessada em
alimentar os seguintes embustes: o que diz Passos Coelho é genuíno; é preciso
aferrar os eleitores ao medo de uma alternativa, apagar todas as conquistas
sociais, económicas e políticas do 25 de
Abril; fazer crer que só há uma visão “científica” da política, um pensamento
único, o neoliberal.
A ilusão está montada e ninguém a põe a nú!
Este “trafico” de Jesus para o Sporting cheira-me a golpe de
tipo fifiano. Se é verdade que o dinheiro do BES nunca entrou nos cofres
angolanos, pode acontecer que os novos ricos de Angola o estejam a pôr a render
na conversão de Jesus ao Sporting.
Ainda muita água vai correr debaixo da ponte que “traficou”
Jesus. A política e o futebol estiveram sempre irmanados nos mesmos golpes.