sexta-feira, junho 30, 2006

 

Manifestação de apoio a Alkatiri

Mari Alkatiri, falando aos seus apoiantes (cerca de 15 mil segundo algumas fontes), que, hoje, se concentraram em frente do palácio do governo, sublinhou a necessidade de todos os militantes e simpatizantes da Fretilin manterem a disciplina e não responderem à violência. Pediu-lhes, ainda,que regressassem a casa, não se preocupassem com a sua demissão e se organizassem para que a Fretilin voltasse a ganhar as eleições em 2007.

Francisco Guterres Lu Olo, também discursou, lembrando aos manifestantes o legado histórico da Fretilin: “Desenvolveu uma longa luta que permitiu fazer de Timor um Estado independente e soberano. Não podemos desbaratar o sangue derramado nesta luta: temos de nos organizar para demonstrar que continuamos fortes".

Lu Olo referiu-se, ainda, à violência e destruição verificada na capital nas últimas semanas e defendeu a disciplina de todos os militantes e simpatizantes. Frisou:"A Fretilin não pode tocar no cabelo de alguém. Temos de demonstrar que somos ordeiros e disciplinados".

Entretanto, o Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, acabou por aparecer à multidão para pessoalmente receber uma carta dos manifestantes, onde lhe era pedido que respeitasse a Constituição.

Xanana Gusmão envolveu-se depois em diálogo com alguns militantes da Fretilin, que questionaram a razão porque exigiu a demissão do primeiro-ministro e nada fez para acabar com actividade dos que perseguiram os militantes da Fretilin. Um dos manifestantes, que falava a partir de um carro de som colocado no meio da manifestação, chegou mesmo a acusar Xanana Gusmão de ter distribuído armas, ao que o Presidente respondeu que, se a investigação que vai ser feita por uma comissão internacional concluir pela sua culpabilidade, está pronto a ir para a prisão. A reunião com os manifestantes acabou com apupos a Xanana.

Ver mais noticias, em:
http://www.timor-online.blogspot.com/

 

Adequadamente!...(aos velhos tempos, certamente!...)

Os sete jornais de Vila Nova de Gaia estão obrigados a acompanhar «adequadamente os actos públicos» e «toda a actividade da câmara e empresas municipais» na sequência de um acordo assinado no início do ano entre os órgãos de comunicação e a autarquia,

Rui Rio é mais directo: quem disser mal da Câmara ( e a Câmara é ele) fica sem subsídio.

No Marco, Manuel Moreira vai homenagear Manso Preto (procurador geral no tempo de Salazar) e um dos mais acérrimos defensores de Ferreira Torres. Pergunta-se: não seria melhor homenagear a própria fonte dos valores que estes senhores representam-- Salazar e Ferreira Torres?!...

quinta-feira, junho 29, 2006

 

Duas noticias, bem vindas.

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos acaba de declarar, hoje, que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se excedeu nas suas competências em tempos de Guerra, ao criar tribunais militares para os detidos na base de Guantánamo (Cuba).

Helga Konrad, responsável pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa afirmou, hoje, em Lisboa, que o tráfico de pessoas para trabalho forçado é um crime globalizado que rende anualmente entre 23 a 27 mil milhões de euros e deve ser considerado como uma «uma forma moderna de escravatura».

Esperamos medidas que obriguem a corrigir estas situações, para que o mundo não continue a ser a selva do mais forte.

 

Crise, em Timor

Hoje realizou-se a manifestação da FRETILIN. Segundo relato de fontes locais, "apesar de terem sido provocados inúmeras vezes por pequenos grupos que gritavam "Morte a Alkatiri" e "Viva Xanana", os manifestantes, transportados em cerca de 200 viaturas, respondiam com "Viva Alkatiri e Lu'Olo" e ... "Viva Xanana"! É a diferença."

Declara Mari Alkatiri, a propósito da sua demissão, um dia depois de o comité central da FRETILIN ter renovado a confiança no seu líder para que continuasse a chefiar o Governo:
"Foi o dia mais difícil da minha vida. Decidiu demitir-se por entender que não devia atiçar ainda mais os ânimos".

Ler mais noticias no blog:
http://www.timor-online.blogspot.com/

quarta-feira, junho 28, 2006

 

Ai TIMOR!...

Amanhã, quinta-feira, deverão chegar a Dili mais de 30 mil militantes e simpatizantes da FRETILIN

Receiam-se confrontos. Transcrevemos, com a devida vénia, o seguinte documento do blog: http://www.timor-online.blogspot.com/



Carta ao Presidente Xanana Gusmão:

Apelo ao Presidente da RDTL para parar a continuação da violência em Timor. Ao contrário do que V. Excelência previu a resignação do Primeiro-Ministro não só não resolveu nenhuma questão em Timor-Leste como somente complicou a situação.Continua o queimar de casas em Dili. A maioria das casas que estão a ser queimadas são, como deve estar ciente, propriedade de simpatizantes e militantes da FRETILIN.

Apelo-o a não agravar a já delicada situação. Há milhares de pessoas a manifestarem-se a favor do Primeiro-Ministro a quem o Ministro dos Estrangeiros acusa de ser impopular.

Vossa Excelência, por favor mostre as suas capacidades de liderança e o seu respeito pelas Democracia e não prejudique a entrada dos manifestantes que apoiam o Primeiro-Ministro.

Vossa Excelência tem autorizado e apoiado as concentrações dos que reclamam acções de Vossa Excelência que podem violar a Constituição e fazer perigar a Democracia em Timor-Leste.

A FRETILIN tem mostrado tolerância, por favor não continue a testá-la no interesse da nossa nação.

A FRETILIN tem mostrado que quer resolver a questão, mesmo apesar do pedido para a resignação dum legítimo Primeiro-Ministro ter sido uma decisão que Vossa Excelência tomou à margem do respeito dos limites da Constituição; O nosso Primeiro-Ministro respondeu a esse pedido no interesse da nação, por favor respeite este princípio.

Peço a Vossa Excelência que assegure que haja um diálogo adequado e consideração pela FRETILIN e que respeite o Parlamento.

Peço a Vossa Excelência que assegure que todas as facções rebeldes conhecidas como os “Peticionários” incluindo o Major Tara e as alegadas milícias sejam mantidas aquarteladas à guarda das forças de segurança estrangeiras na RDTL para que as suas queixas e alegações possam ser investigadas. Isso garantirá que as pessoas de Ermera possam ter alguma segurança e às de Dili regressarem à suas casas.

Peço ao Presidente da República que não se esqueça que a FRETILIN tem 55 membros no Parlamento.

Peço ao Presidente para não se esquecer que o povo mostrou confiança nas recentes eleições locais de 2005 livres e justas onde a FRETILIN ganhou a maioria dos votos.

Bastante é bastante.

Por favor lembre-se dos erros do passado porque a violência só traz violência.

Continuo a ser um cidadão orgulhoso de Timor-Leste.

 

Tique ajardinado de autarcas

Em Viseu, Fernando Ruas incita a população a «correr fiscais à pedrada».

No Porto, Rui Rio só subsidia quem não criticar a autarquia.

Quem sempre pensou que não há democracia sem o exercício da crítica e o império da lei, fica perplexo e interroga-se: será que estamos na Madeira?!... Para onde caminha a democracia?!...

terça-feira, junho 27, 2006

 

Vergonhoso!

Catorze países europeus, incluindo Portugal, foram, hoje, terça-feira, acusados no relatório do suíço Dick Marty (sobre as detenções e transferências ilegais feitas pela CIA) de envolvimento nos voos secretos e, nos casos da Polónia e Roménia, de terem abrigado centros de detenção clandestinos para islamitas suspeitos de terrorismo.

O relatório denuncia que bastava a simples suspeitas de simpatia por organizações consideradas terroristas para que essas pessoas fossem sujeitas a todo o tipo de arbitrariedades, desde a detenção secreta até à transferência ilegal de um Estado para outro, incluindo para países conhecidos por praticarem a tortura.

O Parlamento Europeu considerou que nem a segurança nacional, nem o segredo de Estado justificam aquelas operações ilegais e defendeu a necessidade de «clarificar o que pode ser entendido por imunidade dos Estados em caso de graves violações dos direitos humanos», uma vez que «imunidade não significa impunidade».

segunda-feira, junho 26, 2006

 

Ainda "há mais vida" para além do Mundial de futebol, ainda há Timor...

O primeiro-ministro do Timor Leste, Mari Alkatiri já anunciou, hoje, a sua demissão para evitar a renúncia do presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão. Recordemos que a sua demissão ocorre depois de Alkatiri receber (ontem) o apoio do Fretilin, que, através de um consenso interno, defendeu manter o primeiro-ministro no cargo, apesar das pressões de políticos em sentido contrário.

O e-mail que recebemos, pode ajudar-nos a compreender o que está em causa. Recebêmo-lo de alguém que sabe do que fala: esteve em Timor e é um profundo conhecedor do que por lá se passa, continuando a manter contactos com quem lá está.

Passamos a transcrever o e-mail:

As coisas vão-se esclarecendo:

1º - Uma linha de força é dizerem mal do Alkatiri. Mesmo entre os jornalistas com mais pruridos, fica bem dizer que, no mínimo, Alkatiri não teve jeito, não soube lidar com a situação e não tem apoio popular... Pois bem, de uma forma directa: Alkatiri é culpado de ter negociado as questões do petróleo sem corrupção, sem tirar nenhum proveito pessoal, apenas a pensar no seu povo. É culpado de ter defendido o mar de Timor e o governo da Austrália não gostou.É culpado de ter feito um concurso público para a concessão das explorações petrolíferas (que foi elogiado pelo Banco Mundial... pasme-se!) mas esse concurso não atribuiu nenhuma concessão às companhias petrolíferas australianas e estas não gostaram... Em 2005, durante semanas houve manifestações organizadas pelos católicos, com apoio do bispo de Dili, contra o Alkatiri, foram no máximo 5.000 pessoas. Nessa altura também se disse "Abaixo Alkatiri" e também se perguntou onde estava o apoio ao Governo e à Fretilin e ao Alkatiri. Quando acabaram essas manifestações realizou-se um comício da Fretilin (em 20 de Maio de 2005 - há fotos) de apoio ao Governo e a Alkatiri. QUANTOS ERAM? 40.000. Porque não foi mais cedo para evitar confrontos?!...

2 - A segunda questão é que a Austrália se assume como força ocupante! Não é novo, já o fez no passado nas Ilhas Fiji e há bem pouco tempo nas Ilhas Salomão, mas está lá tão longe da Europa que nem reparamos e as notícias dão o que dão... por exemplo, alguém se lembra ainda da intervenção americana em Granada e alguém ouviu falar em eleições depois disso? A Austrália sempre apoiou a ocupação pela Indonésia e com a Indonésia discutia a partilha do petróleo até... que tudo mudou... A Austrália quer decidir o futuro de Timor, substituir o Governo e o Parlamento, suspender parte da Constituição, liderar todas as forças militares dos diversos países que aí se encontram... Já se sabe que as tropas Australianas protegem os chamados rebeldes... Já se sabe que as tropas Australianas queriam pôr em respeitinho a GNR de Portugal... Já se sabe que agora as tropas australianas invadiram uma casa onde estavam médicos... cubanos... Já se sabe que querem um outro tipo de leis em Timor... A Austrália, mais a Inglaterra e os Estados Unidos, têm um tipo de justiça diferente do resto do mundo (os juristas que expliquem), não têm o direito romano... e Timor seguiu os critérios da justiça internacional, fez a sua constituição, está a fazer os seus códigos, civil, penal, etc., etc., mas não é à moda da Austrália, também por isso (mas não só) o governo australiano quer "substituir o aparelho judicial em Timor", os tribunais em Timor e juristas (que por acaso até estão lá em missão da ONU e são portugueses e brasileiros...e etc.)... O Tribunal de Recurso e os outros Tribunais de Timor foram destruídos e vandalizados, o que não foi furtado foi destruído! E por exemplo foram roubados os PROCESSOS DOS CRIMES DE 1999 que ocorreram após o referendo! E a tropa australiana deixou ocorrer esse saque e destruição... porquê? Adivinhem!!!... Acho que a questão essencial que agora se decide é se as tropas internacionais vão ficar sob a direcção da ONU ou sob a direcção da tropa que já está no terreno, isto é Austrália - há uma grande diferença e uma profunda influência quanto ao futuro... Antes de terminar quero ainda referir duas notas:

- O profundo apreço pelos portugueses que estão em Timor e que nenhum saiu voluntariamente! Mas queriam que saíssem, reparem que logo nos primeiros incidentes os Estados Unidos fizeram deslocar um avião para retirar os americanos e ofereceram lugares à embaixada portuguesa para saírem portugueses... Depois, eram as imagens dos australianos a sair... E os portugueses aguentaram bem. Parabéns para o pessoal que está por lá!

- Os jornalistas estão a baralhar muitas notícias, por exemplo dizia o Público que alguns rebeldes tinham ocupado a fazenda Algarve "de Mário Carrascalão", bem a fazenda é do João Carrascalão ( a quem foi assassinado um filho em 1999 e está enterrado nessa herdade), o seu irmão Mário foi o último Governador pelos Indonésios, e os dois irmãos nem se falavam por esse motivo. Será por acaso essa confusão entre Mário e João? O João não é da Fretilin, mas tem cooperado com o Governo, por exemplo foi nomeado Presidente do Comité Olímpico de Timor...

O texto vai longo, mas acho que vale a pena continuar a esclarecer e a denunciar o que se passa em Timor.

amilcarmarreiros@yahoo.com.br

domingo, junho 25, 2006

 

Para a frente portugal!

Portugal já está nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo. Este jogo com a Holanda foi impróprio para cardíacos.

Os 90 e muitos minutos foram muito tensos em Nuremberga. Portugal acabou por ganhar, mas o jogo terminou com duas expulsões de cada lado.

A nossa selecção segue os trilhos dos magriços.

No próximo sábado joga contra a Inglaterra, sem Deco, Costinha e, possivelmente, sem Ronaldo.

Para a frente Portugal!!!

 

Portugal--> 1 Holanda--> 0


sábado, junho 24, 2006

 
Ó meu rico S .João
A tradição põe de lado
Porque estamos sem tostão
Vê lá se soltas o bago.

Luís Seca

 

Viva o S. João!

As Festas de S. João têm origem na tradição judaico-cristã.

Na cidade do Porto as celebrações em louvor de S. João estão associadas a superstições: quem saltar a fogueira na noite de S. João, em numero ímpar de saltos e no mínimo três vezes, fica por todo o ano protegido de todos os males; as cinzas de uma fogueira de S. João curam certas doenças de pele; uma mulher que se rebole de madrugada sobre a erva húmida dos campos fica apta para conceber; as ervas e plantas aromáticas como o manjerico (planta símbolo por excelência desta festa), o alho porro (reminiscências de antigos cultos fálicos), os cravos e a erva cidreira possuem virtudes terapêuticas, garantem amores felizes ou casamento rápido e resolvem com sucesso negócios ou conseguem protecção contra os raios e os maus olhados; as orvalhadas são o suor ou a saliva dos deuses da fertilidade; os namoros arranjados pelo S. João são muito mais duradouros do que os que se formam pelo Carnaval “que não vêem chegar o Natal..."; etc., etc., etc..

O S. João tripeiro é, assim, uma grande festa popular de raízes profanas e religiosas. Dura toda uma noite, com uma cidade inteira na rua, em alegre e fraterno convívio colectivo.

A importância de S.João é manifesta nas Fontainhas, zona central das festas, onde se pode ver uma representação do baptismo de Cristo, feito por S. João Baptista. E para o festejar, o portuense criou a “cascata”. Muitas constituem verdadeiras obras-primas de imaginação criativa. Nelas está a figura do santo com o seu inseparável símbolo, o bíblico carneirinho que por sua vez, aparece associado a elementos pastoris e ao rebanho que nos traz à memória o manjar tradicional desta quadra festiva: o anho ou cabrito assado com batatas assadas e arroz de forno. Mas também não faltam, em arraial que se preze, a sardinha assada na brasa e o caldo verde da praxe e, no calor das fogueiras, já no inicio da madrugada, o café acompanhado pelo pão quente barrado com manteiga.

Mesmo aqueles que não seguem a religião católica, sentem-se, por isso, atraídos por estas festas.

Mais do que uma festa para honrar o nome de um homem dedicado a Deus, o S. João do Porto honra o que de melhor temos: os nossos amigos, a nossa família, a nossa Terra e a nossa vida.


sexta-feira, junho 23, 2006

 

S. João anima o Porto

Os martelos e o alho-porro voltam a sair à rua, hoje, dia 23, véspera de S. João.

Esta é a noite mais longa da cidade do Porto.

A tradição promete cumprir-se mais uma vez, com o habitual fogo-de-artifício (lançado a partir da Ponte D. Luís e de barcos ancorados no centro do rio), concertos de música popular por várias zonas da cidade, rusgas e a sardinhada.

No Porto, os foliões fazem a tradição resistir.


Um bom S. João é o que mais desejamos a todos os foliões.

Viva o S. João!

 

Para bom entendedor!...

O Presidente da República de Timor-Leste, falou, hoje, sexta-feira, aos milhares de manifestantes que pedem a demissão do Primeiro-ministro, Mari Alkatiri, Frente ao Palácio do Governo, em Dili.

Xanana Gusmão disse que a «esperteza» do povo permitiu ganhar «esta guerra». Palavras de alguma forma enigmáticas, já que Xanana nada adiantou sobre qualquer solução para a crise.

Para bom entendedor, meias-palavras bastam!

quinta-feira, junho 22, 2006

 

Golpe de Estado?!...


A eventual demissão de Xanana Gusmão da chefia do Estado está prevista na Constituição timorense. A verificar-se tal situação, segundo a lei fundamental, o Presidente do Parlamento substituirá o Presidente da República.

Mas, o líder do maior partido da oposição em Timor-Leste não quer deixar funcionar as instituições timorenses e afirmou, hoje, que manifestantes vão tentar ocupar sexta-feira as sedes do Parlamento e do Governo para entregar «as chaves» dos poderes legislativo e executivo ao Presidente da República. Fernando Araújo «Lasama», líder do Partido Democrático (PD), garante inclusivamente que dezenas de camiões com manifestantes já chegaram hoje a Díli.

O que é isto, senão um golpe de Estado?!...
------------
Obs: ler um outro ponto de vista (mais pragmático!): post de Ana Gomes intitulado "Timor Leste: à beira do abismo". In: http://www.causa-nossa.blogspot.com/

 

Ai Timor!!!...

A confusão em Timor é preocupante. Lutar pela independente em relação à Indonésia e entregar-se com um barril de petróleo à Austrália pode ser o triste desfecho da crise.

As críticas de John Howard ao Governo de Mari Alkatiri parecem que, de facto, deram o tom ao sentido da ingerência de Austrália nos destinos de Timor. E esse sentido pode ter estado em sintonia com Xanana Gusmão. Outra coisa não se pode inferir do facto de Xanana, num discurso ao povo de Timor, chantagear a demissão de Mari Alkatiri, colocando a questão: ou se demite o primeiro-ministro ou eu me demito.

Esta pressão só pode estar em sintonia com os interesses de Austrália por duas razões: 1º, o interesse nacional é resolver a crise de forma constitucional e, segundo os constitucionalistas, a exigência de demissão de Alkatiri por parte de Xanana é inconstitucional; 2º, a exigência é feita em termos chantagistas, rompe com as potencialidades de abertura a um diálogo institucional e força a uma decisão, antes do encontro marcado para amanhã entre o primeiro-ministro, Xanana Gusmão e o presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres «Lu-Olo».

A decisão de Xanana à luz do interesse da independência da nação e do funcionamento das suas instituições é obviamente obscura. Tem razão Alkatiri, quando diz: «Acho que não tem lógica nenhuma estar a fazer uma declaração ao público quando tínhamos uma reunião marcada para amanhã [sexta-feira]»

quarta-feira, junho 21, 2006

 

O segundo divórcio de Avelino

Avelino Ferreira Torres pediu a suspensão do mandato de vereador na autarquia de Amarante por um período de 120 dias.

O requerimento foi feito ao abrigo do artigo 77 da Lei 169/99 e nele Avelino invoca a sua condição de empresário. Explica: "tenho necessidade de me deslocar, com muita frequência, para diversas zonas do pais, bem como para o estrangeiro, a fim de tratar de assuntos relacionados com a minha actividade".

Conhecendo-se a sua capacidade empresarial, estando separado politicamente do Marco e sem fervor por Amarante, temos de concordar que a sua pretensão é compreensível.

Votaram favoravelmente o pedido do ex-presidente da câmara do Marco de Canaveses os dois vereadores do seu movimento, Moura e Silva e Ricardo Ribeiro, e os dois elementos do PSD. O PS votou contra, por achar que seria melhor Avelino dedicar-se inteiramente ao seu munus, sem se preocupar com Amarante.

Ver análise feita pelo Advogado Coutinho Ribeiro em: http://marcohoje.blogspot.com/

 

O estilo faz a política

Num jantar com mais de seis dezenas de comensais, (entre os quais Jorge Strecht, Maria José Gambôa, Luísa Salgueiro, Narciso Miranda, Joana Lima, Paula Cristina, etc., etc. -- por alguma razão, a pseudo-elite partidária define as “grandes” questões nacionais sempre em comezainas!!!), o eurodeputado Manuel dos Santos botou faladura e, depois de acusar de neoliberalismo os critérios da governação, disse: o Executivo, “ao não explicar aos portugueses as medidas que decide, corre o risco de ser olhado como uma comissão liquidatária”.

O que ele disse parece a mortais, como o que escreve estas linhas, evidente. E, pelo que se sabe, o Eurodeputado foi muito e efusivamente aplaudido, não surgindo um único comensal a usar o direito ao contraditório.

A notícia veio no “Público”. Hoje, no mesmo jornal, Jorge Strecht declara que discorda, Maria José Gambôa e Luísa Salgueiro afirmam que estão em total sintonia com o Governo, Narciso Miranda afasta qualquer ponto de convergência com M.S., etc., etc., etc.

Espera-se, para sossego de Sócrates (e também porque a vida é difícil), que Manuel dos Santos nos garanta que já não janta há muitos anos.

Entretanto, um tal J. N., muito pródigo na lábia, ex-presidente da Concelhia do PS no Marco de Canaveses, que, como vereador, virava-se para Avelino Ferreira Torres e exclamava -- “o sr. Presidente é que manda!!!”-- também já deve ter retirado da sua memória (se é que alguma vez a teve!) a seguinte parte da sua faladura no jantar (relatada pelo "Públco"): ”No PS-Porto há um grupo de excluídos colocados em prisão preventiva à espera de uma nova oportunidade política”.

Como se vê, o estilo faz a política.

Para tranquilidade dos referidos comensais, nenhuma reforma no sistema político está prevista. Podem, portanto, continuar a promover as suas comezainas.

terça-feira, junho 20, 2006

 

Dia Mundial dos Refugiados

A solidariedade nos princípios obriga-nos a dar acolhimento e protecção aos que são vítimas das diferentes formas de intolerância. Foi isso que outros povos fizeram em relação aos que, entre nós, foram perseguidos pela ditadura salazarenta e é disso que, hoje, a Universidade do Porto dá testemunho, prestando homenagem à coragem de milhões de pessoas forçadas a abandonar o seu país devido a uma perseguição – individual ou colectiva – por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertença a determinado grupo social ou opiniões políticas.


Neste dia, Angelina Jolie (actriz de Hollywood) gravou, em GENEBRA, uma mensagem para o Dia Mundial dos Refugiados, onde apela: “por favor ajudem a manter viva a esperança de milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, refugiadas em todo o mundos” .

 

Parabéns Matilde, pelos seus 85 anos!

Matilde Rosa Araújo faz, hoje, 85 anos, sem celebrações. Numa entrevista confessou: "nunca comemorei aniversários, deixo-me ficar". E para sublinhar o que é mais importante para si, acrescentou: "Costumo dizer que tenho uma grande fome de vida, de estar com os outros. Devo muito aos encontros que tive. Os amigos não têm preço. E já perdi tantos... é como ter um xaile cheio de buracos e começar a sentir o frio."

Matilde Rosa Araújo nasceu em Lisboa em 1921. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Foi professora do Ensino Técnico Profissional em Lisboa e noutras cidades do País, assim como professora do primeiro Curso de Literatura para a Infância, que teve lugar na Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Ultimamente, exerceu a sua actividade profissional, como professora, na cidade do Porto.

Autora de livros de contos e poesia para o mundo adulto e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças, a sua temática centra-se em torno de três grandes eixos de orientação: a infância dourada, a infância agredida e a infância como projecto.

Dedicou a sua vida, aos problemas da criança e à defesa dos seus direitos.

Entre as mais de quarenta obras, constam alguns volumes sobre a importância da infância na criação literária para adultos, sobre a importância da Literatura Infanto-Juvenil na formação da criança e sobre a educação do sentimento poético como mais-valia pedagógica.

Hoje é lançada a sua última obra, “A Saquinha da Flor” (Gailivro). Confessou ao DN não saber, exactamente, que proveitos tem tido pelos direitos de autor do que tem publicado.

Parabéns, Matilde!

segunda-feira, junho 19, 2006

 

Ai TIMOR!...

Não se consegue perceber o que se passou em Timor.

Há quem diga que houve uma tentativa de golpe de Estado promovido por Xanana Gusmão contra Mari Alkatiri e há quem assegure que se tratou de uma vendetta do Primeiro-ministro e do ex-ministro do Interior, Rogério Lobato, contra ex-militares demitidos das forças armadas timorenses, lideres dos partidos políticos da oposição e personalidades religiosas.

Mas, tudo isto permanece muito nebuloso e é preocupante o que disse, hoje, em Leutala, 50 quilómetros a ocidente de Díli, Ramos Horta: «existem muitos grupos bem armados».

Ai Timor!...

Precisamos de saber a verdade. Parece-nos importante a resolução já aprovada pelo Parlamento Europeu sobre Timor-leste. Pode ser consultada no http://aba-da-causa.blogspot.com/ e é conveniente ler (no referido blog) a oportuna análise de Ana Gomes, com o título "TIMOR (DO)LOROSAE"

Queremos (e com toda a força!) que a paz , a democracia e o desenvolvimento económico regressem a essa Nação mártir.

 

Exames nacionais

Os exames nacionais começaram hoje, pelas nove da manhã. Mais de 61 mil alunos entraram nas salas de aula da sua escola para realizar provas de Português B ou de Português A (Humanidades).

A "reforma" prevista pela Ministra da Educação levará um salto qualitativo do ensino público em Portugal. Segundo um e-mail, enviado de Caminha por uns amigos, atingir-se-á a quarta fase do ensino em Portugal

1ª fase (antes de 1974): O aluno ao matricular-se ficava automaticamente chumbado. Teria de provar o contrário ao professor.

2ª fase (até 1992): O aluno ao matricular-se arriscava-se a passar.

3ª fase (actual): O aluno ao matricular-se já transitou automaticamente de ano, salvo casos muito excepcionais e devidamente documentados pelo professor, que terá de incluir no processo, obrigatoriamente um "curriculum vitae" extremamente detalhado do aluno e nalguns casos da própria família.

4ª fase ( em vigor a partir de 2007): O professor está proibido de chumbar o aluno; nesta fase quem é avaliado é o próprio professor, pelo aluno e respectiva família, correndo o risco (quase certo) de chumbar...

domingo, junho 18, 2006

 

Fonte de inspiração inesgotável.

Noticia a LUSA: «um membro do Comité Executivo da FIFA confirma que vendeu bilhetes do Mundial por um preço três vezes superior ao valor oficial. O escândalo envolve Ismail Bhamjee, do Botswana, membro do Comité Executivo da FIFA desde 1998».

Percebe-se, agora, por que é que o “apito dourado” tem relevância. É que até há na FIFA quem se inspire nessa fonte inesgotável de sucesso rápido.

 

Esperavam-se outras ideias ou talvez não!...

Quem quer fazer carreira política sente-se na obrigação de falar de tudo, mesmo sobre aquilo de que não percebe patavina. A isso não escapa António Borges.

Num artigo, publicado, hoje, no “Público” o banqueiro esbanja elogios à Ministra da Educação. Segundo este economista, a Ministra atacou os principais problemas da escola e esses residem nos professores. Considera a escola como uma estrutura desenhada para um sistema uniforme que dá cobertura a populações homogéneas (talvez do tipo do seu bairro residencial de Cascais!). Nem uma palavra diz sobre o problema da integração dos alunos nas escolas, dos programas extensos e que repetem em muitas disciplinas o mesmo tema, com linguagens diferentes; nada diz sobre as condições em que os professores trabalham, sobre a constituição de turmas (na mesma escola pode haver turmas excelentes e turmas de repetentes desinteressados da aprendizagem), sobre a degradação da imagem pública dos professores, a sua falta de autoridade, etc., etc..

António Borges terá ficado encandeado pela escola de negócios que dirigiu e isso não o deixa ver o que é evidente para quem queira falar com algum rigor sobre a escola pública: a qualidade da educação e da aprendizagem está em relação directa com os problemas sociais, económicos e políticos de um país. Defende a avaliação proposta pela Ministra, mas essa avaliação não é um critério, mas um embuste: a avaliação proposta pela Ministra não envolve afectivamente os professores na sua "missão" de ensinar e vai degradar, ainda mais, a qualidade do ensino, porque vai servir apenas para pressionar os professores a elevarem a sua fasquia de atribuição de notas a determinados alunos. António Borges refere que nas escolas privadas os professores também são avaliados. E é verdade! Simplesmente não é pela fórmula introduzida pela Ministério da Educação.

E é bom que se faça justiça: os professores nunca se opuseram a uma avaliação, mas querem uma avaliação que tenha em conta as condições em que trabalham, que não seja instrumento de pressão sobre as notas que atribuem aos alunos, que reconheça o seu sentido de justiça e o seu profissionalismo.

Exigia-se a António Borges que, pelo seu currículo referenciado no final do seu texto, tivesse um outro olhar sobre a escola e não caísse nas banalidades do cidadão comum. É que a escola de hoje, a que faz excelência em outros países, nada tem a ver com a nossa escola. Mas para atingir essa fasquia são precisas profundas reformas no sistema educativo e isso é que não preocupa a Ministra da Educação. Por isso, Lurdes Rodrigues passa ao lado dos fundamentais problemas da Escola, entretém o povoléu com o secundário e não fará história no Ministério da Educação.


E, se repararmos no Estatuto da Carreira Docente, proposto pela Ministra, sobretudo no seu art. 47º, pontos 6 e 7, penalizando as mulheres professoras na progressão da sua carreira pelas faltas na maternidade, doença própria ou dos filhos, compreende-se que a política educativa de Lurdes Rodrigues não tem alternativa para a direita: é que esta já governa por delegação. Percebe-se, então, os encómios de António Borges.

 

Diz-me como copias e dir-te-ei como roubas

Refere, hoje, o Diário de Notícias: "Os países onde os alunos universitários mais admitem copiar nos exames são também aqueles onde o índice de corrupção é mais elevado. A associação entre corrupção no mundo real dos negócios e a fraude académica está traçada num estudo efectuado pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), que avaliou 21 países, de quatro continentes. E os resultados mostram uma "forte correlação" entre as duas realidades.

Portugal - onde 62,4% dos alunos universitários, à semelhança do que se passa noutros Estados da Europa do Sul, admitem copiar nos exames às vezes ou quase sempre - aparece também como um dos países onde a corrupção é mais elevada.

E a conclusão é óbvia: "é provável que quem adopte actividades não éticas na sala de aulas as venha também a adoptar no mundo dos negócios".

sábado, junho 17, 2006

 

Portugal está nos oitavos-de-final

A selecção portuguesa venceu esta tarde o Irão com dois golos sem resposta, de Deco e de Cristiano Ronaldo (penalidade).

Portugal está apurado para os oitavos-de-final do Mundial 2006, os iranianos podem começar a fazer as malas.

Parabéns à selecção e, particularmente, a Deco e a Cristiano Ronaldo.

 

Futebolismo no seu espledor

Portugal/ Irão


sexta-feira, junho 16, 2006

 

 

Cultura Zero (texto que dedico aos homenageados no 10 de Junho)

Ao me olhar no espelho, enquanto escovava os dentes e matutava como cobrir o furo da conta no banco, me dei conta de que faço parte de uma classe tão desvalida quanto a dos desvalidos. Num jorro de água a ficha caiu: o beco da cultura não fica a dever nada ao beco da miséria! Enquanto caçava cáries no fundo da boca, morrendo de medo de me deparar com uma e ficar banguela por não ter grana para ir ao dentista (no beco da cultura, plano de saúde é apenas mais uma discussão teórica), espichei a memória e contei os mortos e feridos dessa classe que tem a estranha mania de sublimar a tristeza e transmutá-la em beleza. Lembrei-me das dores e dos padecimentos financeiros de Freud e um frio me percorreu a espinha: o pai da psicanálise era um masoquista! Se não fosse, não queimaria as pestanas em pesquisas que mal davam para pagar o aluguel da casa. Depois de ter constatado que um dos maiores baluartes da cultura praticamente viveu a vida toda de favor, o frio da espinha tornou-se gelo quando olhei para os lados e percebi que os tempos eram outros: já não existem ricos amantes das belas artes e os emergentes não financiam a cultura e se lixam para ela! A esta altura, o furo da conta se tornou um buraco. Uma cratera cheia de dentes numerados, à espera de mais um funeral. Pensei em cortar os pulsos, mas rapidamente me lembrei das palavras de Dorothy Parker (outra que penou bons bocados) que sabiamente apontou a sujeira que tais suicídios costumam deixar nos tapetes. Bem verdade que não tenho nenhum tapete, mas desisti só de pensar na possibilidade de escapar e depois ter que limpar tudo (mancha de sangue dá uma trabalheira!). Com o último dente escovado e aliviada por não ter encontrado nenhuma cárie, esqueci da buraqueira na conta bancária, dos insensatos planos de suicídio e tomei uma decisão digna do masoquismo do beco da cultura: comecei a escrever um livro! Uma decisão que dá de mil em qualquer modalidade de suicídio.

Marcia Frazão

Obs: texto enviado por e-mail

 

Requerimento:


Cópia de um requerimento que nos fez chegar Hugo Silva (criador deste blog)



Assunto: Hospital de S. Gonçalo (Amarante)

Dirigido a: Ministério da Saúde


O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda visitou o Hospital de S. Gonçalo, em Amarante. Verificámos as más condições e o estado degradado das instalações, à excepção dos serviços de Pediatria e Obstetrícia - curiosamente ameaçado de encerramento, que foram objecto de importantes obras de modernização e requalificação.
Os restantes serviços, quer clínicos quer de apoio técnico e administrativo, dispõem de instalações em péssimo estado de conservação. Particularmente chocante, é o serviço de urgência.
A urgência não dispõe de sala de observação, permanecendo os doentes, durante horas, em macas no corredor do serviço, sem qualquer privacidade, comodidade e tranquilidade, enquanto aguardam o esclarecimento da sua situação clínica.
A par das deficientes instalações, os problemas do Hospital de Amarante estão agravados pelo sub-financiamento crónico, aliás mantido em 2006, e pelo reduzido número de internos que anualmente são colocados em formação no hospital de Amarante, tornando assim mais difícil a renovação e alargamento do corpo clínico.
Mais recentemente, o anunciado encerramento da maternidade do Hospital de Amarante e a transformação da actual urgência médico-cirúrgica numa UBU (unidade básica de urgência), geraram entre a população mas, também, entre os profissionais de saúde, uma situação de grande instabilidade e insegurança quanto ao futuro, na medida em que receiam a redução, desvalorização e esvaziamento do seu Hospital.
Este receio ganhou outra amplitude quando alguns responsáveis da saúde anunciaram a intenção de criar um grande centro hospitalar em torno do Hospital Padre Américo (Penafiel), destinado a toda a população do Vale de Sousa e do Baixo Tâmega e que absorveria a actividade hoje desenvolvida pelo Hospital de Amarante, assim, condenado a transformar-se num hospital de retaguarda para cuidados continuados.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do BE requer ao Governo, através do Ministério da Saúde, os seguintes esclarecimentos:

1º O governo confirma a intenção de criar, a partir do Hospital Padre Américo, um grande centro hospitalar destinado a servir as populações dos municípios do Vale de Sousa e Baixo Tâmega, para atender e assistir uma população superior à actualmente servida pelo hospital de São João, a saber, uma super-unidade de cuidados médicos?

2ª Naquele contexto, o Governo vai transformar o Hospital de Amarante numa unidade de retaguarda para cuidados continuados?

3º O encerramento da maternidade e do serviço de urgência do Hospital de Amarante, tal como existem, são passos daquela estratégia de transformação da natureza, funções e vocação do Hospital?

4º O Governo considera ou não que as necessidades de saúde da população dos municípios do Baixo Tâmega, cerca de 250 mil pessoas, justifica a criação de uma Unidade Local de Saúde, tendo por eixo o Hospital de S. Gonçalo devidamente apoiado e financiado, mantendo e desenvolvendo as suas actuais valências e serviços, nomeadamente, a maternidade e a urgência médica e cirúrgica?

Lisboa, 14 de Junho de 2006

O Deputado do Bloco de Esquerda

quinta-feira, junho 15, 2006

 

A cidade de Caminha e a sua festa do "Corpo de Deus"

Já se tornou um hábito no dia feriado do “Corpo de Deus” ir a Caminha para assistir ás festas religiosas, contemplar o belíssimo tapete de flores naturais que cobre as ruas por onde passa a procissão e conviver com amigos, recordando velhos tempos e esquecidas estórias numa das esplanadas daquela praça quinhentista do centro da Cidade. Entre muitas estórias, que obviamente não poderei aqui relatar, o prof. Abel lembrou o caso de um aluno de Belas Artes a quem foi pedido para ir ao quadro fazer uma recta e ele, pegando no giz, começou no quadro a recta, continuou-a pelas paredes da aula, passou a porta da escola e foi riscando até desaparecer na rua do Heroísmo. Esse aluno revelou-se, no entanto, num génio na pintura. Não se vai dizer o seu nome, mas toda a gente o conhece.

Visitar Caminha é reviver a nossa história. A sua Igreja Matriz é Renascentista e tem características que fazem lembrar a Sé de Braga. Tem três naves e uma única torre (belo exemplar da arte românica tardia, semelhante a muitas que se vêem pela Estremadura espanhola e Castela-à-Velha), obra do mestre biscainho e castelhano Tomé de Tolosa (1488), continuada por Pero Galego. O centro histórico da vila, com o chamado "Chafariz do Terreiro", construído no ano de 1517, os Paços do Concelho, a Torre do Relógio, monumento medieval da antiga cerca defensiva da vila (as antigas Portas de Viana) são monumentos impares. Mas, o que mais nos espanta é a procissão e o tapete de flores. A festa religiosa tem uma tradição: significa a glorificação do “Corpo de Deus” tal como foi instaurado pelo Papa João XXII em 1311. Durante os dias e noites que antecedem as festas, os caminhenses dedicam o seu tempo a construir um dos mais belos panoramas que pode ser visto em Caminha. Todas as ruas por onde passa a procissão, numa distância com cerca de três quilómetros, são cobertas de magníficos tapetes de pétalas de flores, autênticas obras de arte. Vale a pena ser visto! De quando em quando, há desenhos feitos com sal. Isto liga-se a uma outra tradição. O sal é colocado para afastar maus-olhados. É a ligação do sagrado ao profano. Diz-se que no ano de 1539 os pescadores da Ínsua ficaram perplexos quando, ao lançarem as redes, em vez do saboroso marisco e pescado, lhes apareceu um enorme caixão, que a custo trouxeram para a praia. E, quando a medo partiram as tábuas descobriram que lá dentro estava uma escultura de Jesus Cristo, que sobressaía entre cálices de prata e paramentos de seda e damasco. Conta a lenda que esta imagem terá vindo dos lados de Inglaterra, lançada ao mar pelos luteranos do norte, obcecados no seu puritanismo. Institui-se, então, o culto do Senhor Jesus dos Mareantes com capela própria. E a imagem do Ecce-Homo ainda hoje é venerada pela importante Confraria dos Mareantes, com festa rija no mês de Agosto.

 

O profano e o religioso, na cultura futebolistica


quarta-feira, junho 14, 2006

 

Greve dos professores.

A greve dos professores teve uma adesão entre 70 e 80 por cento a nível nacional.

No entender da generalidade dos observadores, a adesão à greve constitui um sinal inequívoco do repúdio relativamente às políticas, às práticas e ao discurso da equipa que governa o ME.

Esta é a terceira vez, em pouco mais de um ano, que esta equipa ministerial enfrenta uma paralisação professores.

Talvez fosse ocasião do PS reflectir sobre a evidência deste facto e ao mesmo tempo ter em consideração que a sua base de apoio têm sido a classe média e dentro desta os professores. Perdendo-os, não vai ganhar aqueles que mais têm beneficiado das suas políticas: esses estarão sempre, onde naturalmente se sentem bem. Não há retórica que os convença. Não tenham dúvidas!...

 

"Não Apaguem a Memória"

Numa iniciativa do movimento “Não Apaguem a Memória”, tive oportunidade de voltar a visitar as instalações da PIDE na Rua do Heroísmo no Porto.

Recordar as minúsculas salas onde eram feitos os interrogatórios aos presos políticos deixa sempre um aperto silencioso de revolta na alma. As salas de interrogatórios eram de dimensão muito escassa: não sei se teriam mais de metro e meio de comprimento por um metro de largura. Dispunham-se lado a lado, com um corredor entre elas, onde o preso, que aguardava para ser interrogado, ía ouvindo gritos de sofrimento e de rancor que vinham dos interrogatórios. Tudo estava preparado para incutir uma enorme fragilidade psicológica a quem esperava a sua vez.

O fascismo era isso: um regime de terror e de medo: “Não Apaguem a Memória” é um movimento que procura recordar que o fascismo existiu e existiu com a sua carga terrorista. Para já, o Movimento pretende deixar nessas instalações, hoje transformadas em Museu Militar, um roteiro dos lugares de terror que ali existiam.

Curiosamente, essa casa foi legada, nos princípios do séc XX, suponho que pela família “Coimbra”, a uma instituição religiosa para tratar crianças abandonadas. Depois, essa instituição mudou de lugar e mais tarde, em 1948, o Estado Novo adquiriu as instalações e aí colocou a sede regional da polícia política.

O movimento “Não Apaguem a Memória” vai procurar lembrar o que ali aconteceu durante o tempo da PIDE/DGS e reconstruir uma espécie de roteiro da resistência contra o fascismo e de luta pela liberdade.

Qualquer apoio pode ser enviado para a sede nacional do movimento, através do site
http://maismemoria.org/arquivo.html


terça-feira, junho 13, 2006

 

13 de Junho 1888- Nasce Fernando Pessoa

Nunca a alheia vontade, inda que grata,
Cumpras por própria. Manda no que fazes,
Nem de ti mesmo servo.
Niguém te dá quem és. Nada te mude.
Teu íntimo destino involuntário
Cumpre alto. Sê teu filho
Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa nasceu em Lisboa no dia 13 de Junho de 1888, dia de Santo António (e, por isso, Pessoa é também António).

É considerado uma das figuras mais singulares e complexas da literatura portuguesa. Foi o principal escritor do Modernismo português e um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos.

Aos cinco anos, ficou órfão de pai, sua mãe casou-se, dois anos depois, com um militar que, nomeado cônsul na África do Sul, levou para lá a família. Pessoa permaneceu dez anos em contacto íntimo com a cultura inglesa, dominando a língua inglesa tanto quanto a materna. Lá, cursou o primário e o secundário. De volta a Lisboa, matriculou-se no curso de Letras, mas não o concluiu. Vivendo com a avó paterna e as tias, e na década de 10, participou de algumas revistas, como A Águia, e entrou em contacto com a vanguarda europeia. Em 1914, publicou poemas na revista A Renascença.
Sua versatilidade levou-o à criação dos heterónimos de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, dos quais inventou biografias distintas e cujas poesias são, na forma e no conteúdo, outras vozes de que se valeu para transmitir a heterogeneidade de sua riqueza interior.
Fernando Pessoa "ele mesmo" é lírico, melancólico, angustiado e transcendente; Alberto Caeiro é rude, simples, humilde; Ricardo Reis é clássico, conciso, abstracto; Álvaro Campos é sensacionalista, entusiástico e exalta a modernidade.
Obras completas, publicadas em 8 volumes: I. Poesias de Fernando Pessoa (1942); II. Poesias de Álvaro de Campos (1944); III. Poemas de Alberto Caeiro (1946); IV. Odes de Ricardo Reis (1946) (v. MENSAGEM, 3.a edição, 1945); VI. Poemas dramáticos (1952); VII e VIII. Poesias inéditas (1955-1956).
Em inglês: 35 Sonnets e Epithalamium (ambos de 1913), Antinous (1918) e English poems (1921).

 

Faleceu Fernanda Barroso

Precisamente um ano depois da morte do líder comunista, Álvaro Cunhal, faleceu a sua companheira, Maria Fernanda de Sousa Barroso.
A companheira de Álvaro Cunhal era Engenheira química e na sua juventude participou, tal como muitos outros comunistas, no movimento católico progressista, tendo desempenhado cargos de importância na JEC. Como aluna do Instituto Industrial de Lisboa, participou nas greves estudantis de 1971/72 e foi, nessa altura, lider estudantil. Colaborou com a Comissão Democrática Eleitoral nas eleições de 1973 e desde 1979 era membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP, tendo sido eleita para o Comité central do partido em 1996.
Os nossos pêsames.

segunda-feira, junho 12, 2006

 
Ah, se não fosse a névoa da manhã
E a velhinha janela onde me vou
Debruçar, para ouvir a voz das coisas,
Eu não era o que sou.
Se não fosse esta fonte, que chorava,
E como nós cantava e secou...
E este sol, que eu comungo, de joelhos,
Eu não era o que sou.
Ah, se não fosse este luar, que chama
Os espectros à vida, e se infiltrou,
Como fluido mágico, em meu ser,
Eu não era o que sou.
E se a estrela da tarde não brilhasse;
E se não fosse o vento, que embalou
Meu coração e as nuvens, nos seus braços,
Eu não era o que sou.
Ah, se não fosse a noite misteriosa
Que meus olhos de sombra povoou,
E de vozes sombrias meus ouvidos,
Eu não era o que sou
Sem esta terra funda e fundo rio,
Que ergue as asas e sobe, em clero voo;
Sem estes ermos montes e arvoredos,
Eu não era o que sou.
Teixeira de Pascoais
( Amarante/ Portugal)
Enviado por Amélia Pais:http://barcosflores.blogspot.com/

 

Que raio de sorte!...

O PSD, através de um seu deputado, procurou instituir o “dia nacional do cão”.

O alcance da medida continua a estar escondido nos altos desígnios deste partido. Talvez nem os cães a saibam avaliar!... Pareceria melhor, dada a situação do desemprego, dos baixos salários e da perda de regalias sociais, que o PSD se preocupasse mais com as pessoas e criasse o “dia nacional de vida de cão”. Assim a gente percebia! Mas até nesta sugestão o PSD não consegue estar connosco: há cada vez mais “cães de boa vida” a dar cabo das nossas vidas.

Pelo menos é isso que assegura, hoje, uma notícia do CM:

«Uma bebé de apenas 17 meses morreu na sexta-feira à noite em Sevran, em Seine-Saint-Denis, depois de ter sido mordida na cara por um american staffordshire. Ontem, uma octogenária foi ferida por outro cão da mesma raça. Desde o início deste mês já se registaram mais dois ataques, um deles, também mortal

domingo, junho 11, 2006

 

É revoltante!!!...

Numa entrevista, a Ministra da Educação referiu: «perdi o apoio dos professores, mas ganhei a opinião pública». Não são precisas mais palavras, para se perceber o que orienta a politica do Ministério da Educação. E é com este espírito que a Ministra procura fazer crer que a escola só existe por causa dos alunos. Mas não é bem assim: desde a Grécia antiga que sabemos que só há alunos porque há professores. Foram eles os primeiros a vir para a praça pública ensinar a quem queria aprender. E o seu trabalho começou por ser o de formar cidadãos úteis e, logo depois, profissionais competentes. O papel social dos professores foi reconhecido desde essa altura e sempre as sociedades souberam prestigiar o trabalho de ensinar, criando condições para que ele fosse exercido com dignidade.

O caso que passamos a transcrever (que não é único!) é revoltante e é bem significativa das consequências a que pode levar a degradação da imagem pública do professor, quando um ministério está mais preocupado em agradar à opinião pública do que em dignificar o papel dos docentes.

Noticia a LUSA, hoje:

«A Escola EB1 S. Gonçalo, no Lumiar, estará encerrada segunda-feira, por decisão dos professores, depois de uma professora ter sido agredida sexta-feira por um casal familiar de um aluno do estabelecimento.
De acordo com o relato feito à agência Lusa pela presidente do Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa (SDPGL), Maria Conceição Pinto, a decisão de encerrar a escola foi tomada pelos professores e o estabelecimento vai manter-se fechado «enquanto não se resolver o problema de segurança».
A informação sobre o fecho do estabelecimento, segundo Maria Conceição Pinto, está afixada num cartaz colocado à porta da escola na sexta-feira.
A dirigente sindical adiantou que o órgão executivo do Agrupamento de Escolas Pintor Almada Negreiros - a que pertence a EB1 S. Gonçalo -, «telefonou de imediato à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) a comunicar o incidente» e que obteve como resposta a indicação de que «ninguém fale com a comunicação social e que a escola não feche».
A Lusa entrou em contacto com a porta-voz do Ministério da Educação, mas não foi possível obter um esclarecimento da DREL em tempo útil.
O incidente ocorreu sexta-feira, pela hora de almoço, quando a professora em causa, que é coordenadora da escola e membro do conselho- geral do SDPGL, se encontrava dentro do estabelecimento de ensino, explicou Maria Conceição Pinto.
A docente, que está na escola há quase duas décadas, terá chamado a atenção a um aluno, com cerca de 13 anos, que estava a atirar cascas para o chão.
Este ignorou o aviso da professora, que fez menção de lhe segurar a mão para que o jovem apanhasse as cascas, mas este escapuliu-se.
Segundo o relato da dirigente sindical, «pouco tempo depois» terá entrado na sala onde estava a docente um casal de etnia cigana, aparentemente familiares próximos do aluno, que a insultou, tentou arremessar-lhe à cabeça um balde de lixo de alumínio e lhe bateu na cara e na cabeça repetidas vezes até que os restantes professores e auxiliares conseguiram por cobro ao ataque.
A professora, de 50 anos, foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica na escola e vai ficar de baixa, adiantou Maria Conceição Pinto.
A sindicalista acrescentou não ter conhecimento de outras agressões a docentes neste estabelecimento, mas acentuou que a escola tem vários problemas de segurança (nomeadamente devido a «brincadeiras perigosíssimas» com que alguns alunos assediam outros), que haviam levado já a professora atacada a solicitar a presença da polícia no recreio durante os intervalos.
Naquela tarde, «a polícia havia acabado de sair» do estabelecimento, pormenorizou a sindicalista, que frisou que, «pouco tempo depois [do ataque à docente] vieram logo à escola outras pessoas de etnia cigana, pais de alunos, muito incomodados, muito revoltados com a situação, a lamentar que, por causa de uns, ficam todos com a mesma fama».
Maria Conceição Pinto asseverou à Lusa que a docente atacada tem uma «relação muito boa» com a comunidade cigana que tem filhos naquele estabelecimento de ensino e que «o ano passado foi a única professora que não concorreu para fora da escola».
A sindicalista acrescentou que o SDPGL, que integra a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE), vai entrar em contacto com a DREL na segunda-feira «para saber que tipo de intervenção se vai fazer numa escola destas, onde os professores não se sentem seguros».


In: Diário Digital / Lusa

Obs: a opinião pública acabará por perceber que o populismo da sr. Ministra acabará por se virar contra os próprios interesses da escola, frustrando-a de ser o lugar de formação de cidadãos responsáveis e de profissionais competentes.

 

Portugal 1- Angola 0

Aos quatro minutos, Pauleta garantiu a vitória de Portugal frente à selecção de Angola. Foi um jogo sem história, onde as oportunidades de dilatar a vantagem foram poucas e praticamente iguais para as duas selecções.

Uma vitória é, no entanto, sempre uma vitória. Para a frente Portugal!

 

Uma justa homenagem

Promovida pela A25A e outras Associações foi, esta manhã no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, promovida uma homenagem ao General Vasco Gonçalves, no dia em que se celebra um ano da sua morte.

No seu discurso, Saramago afirmou que «do 25 de Abril não ficou (hoje) nada, nada, rigorosamente nada» e considerou que «nem a democracia (que hoje temos) é uma herança directa da revolução». E, referindo-se a Vasco Gonçalves disse: «Este foi um homem muito mal tratado por aqueles que tinham obrigação de o respeitar e ele merecia esse respeito».

O prémio Nobel, questionado sobre o modo como encarava o crescente número de manifestações de movimentos de extrema-direita no país, a última das quais decorreu sábado, Saramago respondeu: «o que se passa em Portugal é relativamente propício a essa situação».

De facto, a crise de representatividade, a promiscuidade entre interesses públicos e interesses privados, a política-espectáculo, a corrupção e a crise de valores são factores que desenvolvem o vazio propício a uma ideologia de direita.

 

A Selecção de todos nós.

Portugal estreia-se, hoje, às 20h00, no Mundial frente a Angola, no estádio de Colónia.

Todos estamos fartos da arrogância de Luiz Felipe Scolari, do seu ar de tartufe e da sua conversa em tom infantilizado.


Pensamos, inclusivamente, que em Portugal há bons treinadores que mereciam orientar a nossa Selecção. Mas, e apesar disso, temos de dar força à nossa Selecção e gritar Portugal, Portugal…

Portugal tem todas as condições para ganhar e esperamos que isso aconteça.

sábado, junho 10, 2006

 

Condecorações


In Público:

«Um quarto dos condecorados [pelo Presidente da República] foram da comissão de Cavaco».

Quem condecora os seus não degenera...

 
A Luís de Camões

Sem lástima e sem ira o tempo arromba
As heróicas espadas. Pobre e triste
À tua pátria nostálgica voltaste,
Ó capitão, para nela morrer
E com ela. No mágico deserto
Tinha-se a flor de Portugal perdido
E o áspero espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu costado aberto.
Quero saber se aquém da ribeira
Última compreendeste humildemente
Que tudo o perdido, o Ocidente
E o Oriente, o aço e a bandeira,
Perduraria (alheio a toda a humana
Mutação) na tua Eneida lusitana.

Jorge Luis Borges
in «O Fazedor». Lisboa, Difel, 1985

SONATINA CAMONIANA
Env.por mail: Amélia Pais

 

As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.(...)
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

Camões, Lusíadas, Canto I.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?