sexta-feira, junho 27, 2014

 

Não tomou as gotas!

Ouvi o Eng. Henrique Neto na TV 24. Não me convenceu! Confunde, resolver a crise do PS com um debate sobre o papel do PS nesta crise, mas esta questão tem um espaço próprio, o congresso. Além disso, não me parece que Seguro resolva essa questão e, por outro lado, a premência da escolha de um líder é o problema urgente para fazer oposição a este governo que anda em roda livre. Eng. Henrique Neto não resolve uma contradição: querer resolver o problema da crise sem apressar um reforço da liderança no PS. E, como não o resolve, vê o problema pelo retrovisor. Não sei com quem anda Henrique Neto, suponho que se arrependeu da companhia de Mário Soares, Sampaio, etc., que apoiam Costa, mas estigmatizar toda a gente que esteve com Sócrates parece-me uma ideia muito fundamentalista. Depois, tem outra contradição: não gosta dos notáveis que nunca fizeram nada profissionalmente e apoia Seguro que é o exemplo ostensivo dessa notabilidade pelo carreirismo. E, ao mesmo tempo que é contra a notabilidade, não se cansa em dizer o que fez no PS, os livros que escreveu, etc.. Ou seja, sublinha a sua notável notabilidade. Quer dizer, O Eng. Henrique Neto deixou de tomar as gotas e o PSD aproveitou!

sábado, junho 21, 2014

 

O pântano!

Esta bomba está, ainda por rebentar. Se não tivéssemos aderido à Comunidade Europeia, dava-se um outro 25 de Abril ou um 28 de Maio. Se não acreditam, pensem nos deputados, ministros, etc. e muitos “ex”, com ligações ao BES! O caso é mais escandaloso que o BPN, mas o silêncio dos média é escabroso. O jornalismo desapareceu e o pântano em que vivemos esconde-se numa noite semelhante à do fascismo. Não acreditam? Procurem os frasquilhos e mexias que andam por aí e perguntem-lhes se não têm vergonha!

sexta-feira, junho 20, 2014

 

Mais um amigo que partiu!

Soube, agora, que faleceu Sardoeira Pinto. Era meu amigo! Foi meu chefe de redação no extinto Diário do Norte e acompanhei-o na campanha para primeira eleição de Pinto da Costa. Durante essa campanha levei-o, com Pinto da Costa, ao Marco para um debate nos Bombeiros Voluntários. Nessa altura,presidia à direção dessa corporação.
O seu filho foi um dos bons e ternurentos alunos da minha mulher, no Alexandre Herculano. Gostava muito de Sardoeira Pinto! Onde estiver, receba um abraço de saudade do amigo que nunca esquecerá o sorriso que fazia escorregar no abraço que me costumava dar!

domingo, junho 15, 2014

 

Seguro, num estilo caudilhista

Seguro está a fazer uma campanha de ruído e sem substãncia. Tornou-se ridículo e grutesco!
No seu discurso moraleiro, elevando o tom, como os grandes demagogos da América latina, numa procura de arrancar as emoções da turba e não o esclarecimento, não me parece que convença alguém. É possível que tenha consigo essa engrenagem, a que Max Weber chamou “aparelho”, que gira só à volta de interesses. Não há dúvida que com Seguro o PS não convence: hoje é partido de notáveis que arrebanha militantes por interesses e não por causas e nisso não faz muita diferença do PSD. Talvez só na sensibilidade humana, dado que este PSD para além de incompetente já nada tem a ver com a social-democracia. Com Costa acredito que tudo vai mudar no PS, se o seu apoio vier, como penso que vai acontecer, com a base socialista eleitoral não inscrita no partido. Por isso, já que não sou militante do PS, estou disposto a assinar o tal documento que me permita votar no Costa. E sabendo, ainda (como sabe Seguro, mas não diz) que ele não foi candidato nas últimas eleições, há três anos, porque, à última hora, muita da oligarquia que domina o aparelho, lhe tirou o tapete.

sexta-feira, junho 13, 2014

 
A Espanha perdeu de forma humilhante. Não gostei!... A culpa não foi do árbitro, mas esperava neste mundial melhor arbitragem. Só não queria que o Brasil ganhasse. Não é por causa do Brasil, mas por causa de Dilma! Sou solidário com todos os brasileiros que pensam que a “copa” não é a prioridade do Brasil É a minha participação numa cidadania global.

quarta-feira, junho 11, 2014

 

A evidência do exemplo.

Bem vistas as coisas, Cavaco Silva, no seu desmaio, quis exemplificar, de forma contundente, a situação em que o País está a ficar com o governo PSD/CDS. E nesse sentido, temos de agradecer a evidência que nos proporcionou e não pensar que lhe faltou uma cadeira para criar condições  para uma saída para a crise, como alguns suspeitaram por ter acontecido meio século atrás, a um outro governante.

segunda-feira, junho 09, 2014

 


10 de Junho na Guarda ou noutro sitio qualquer: a falar de Camões muitos ficaram ricos, enquanto o poeta morreu na miséria. E, por isso, ficam sem resposta as perguntas que Brecht colocou num Operário letrado:
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas

 

Teixeira de Pascoais não merecia!

Fui ao Junho, a festa tradicional de homenagem a S. Gonçalo de Amarante. As homenagens, agora, como noutros tempos, têm muito que se lhes diga!... S. Gonçalo de Amarante, possivelmente, nunca existiu! Durante o Renascimento, os nobres precisariam de construir uma efabulação para enaltecer virtudes que raramente tiveram. A estória de S. Gonçalo de Amarante terá sido a narrativa que precisavam, sobretudo os que estavam ligados aos pregadores do Santo Ofício. É que só se conhecem referências a S. Gonçalo a partir do séc. XVI, pertencendo ele ao séc. XII! Convenhamos que tanto tempo sem se dar conta dele é de desconfiar e se suspeite ter sido uma criação que visava o objetivo referido, quando D. João III determinou a Construção do Convento, cujas obras duraram 80 anos, tempo suficiente para a estória criar raizes populares. Mas não vale a pena escandalizarmo-nos! Cavaco Silva vai homenagear (no chamado “Dia da Raça” e, para outros, como gosto mais, “Dia de Camões”) um homem que com a Goldman Sachs foi responsável pela falcatrua das contas da Grécia. E, tal como acontece com um castelo de cartas, os bancos foram os que mais sofreram. Mas em vez de se pôr o capital financeiro a responder por essa vigarice, o governo, com Cavaco na Presidência da República e Durão Barroso a ver as armas de destruição maciça, pôs todos os portugueses, sobretudo velhotes e funcionários públicos, a pagarem do seu bolso a falcatrua desse senhor. E no ”dia da raça” Cavaco vai homenageá-lo. É certo que tem a ver com os Bórgias, essa raça de banqueiros que deu que falar! Mas nós nada temos a ver com isso! Nem foram as estórias dessas raças que o Junho de Amarante me pôs a pensar. A festa ainda mantinha as tradições do meu tempo. Só Teixeira de Pascoais é que não merecia as partidas que lhe fizeram! O Poeta gostava da solidão, da harmonia cósmica e via nessa beleza a manifestação divina. Pois, rodearam-no de uma fauna pimba, com TVI a filmar esforçadas meninas em saltos estonteantes, pedidos de telefonemas para prémios de não sei quantos milhares de euros e piadas sacadas de tipo tira-rolhas. Ele, Teixeira de Pascoais, sentado, ali bem em frente, impávido, ficou a aguentar tudo isso! Despedi-me desse grande Poeta, que alguns consideram superior a Fernando Pessoa e vim a congeminar o que ele estaria a dizer: "que mal teria feito para me atormentarem com este vendaval pimba! Que saudade tenho do tempo em que Unamuno admirava comigo a beleza do Marão e lhe li este excerto de um dos meus poemas": Como eu ficava mudo E triste, sobre a terra! E uma vez, quando a noite amortalhava a aldeia, Tu gritaste, de susto, Olhando para a serra: — Que incêndio! — E eu, a rir, Disse-te — É a lua cheia!... E sorriste também Do teu engano.

sexta-feira, junho 06, 2014

 

"dia D"

Depois de uma guerra, perante a desgraça monstruosa que causa, sempre se pensou: nunca mais!
Houve a Primeira Guerra Mundial e julgava-se que seria impossível repetir-se essa desgraça. O filósofo, Jacques Maritain interrogou-se: "por que é as democracias saídas da Primeira Guerra Mundial não evitaram o tremendo horror da Segunda?"
O prudente e avisado é tudo fazer para que a democracia não seja um sistema que falhe e a interrogação de Maritain volte a ter sentido.
A democracia está a falhar: a opressão dos impostos, a política feita de jogos de poder e de simulação, sem nenhuma ligação à vida dos cidadãos, o não funcionamento das instituições, o desrespeito pelo Tribunal Constitucional e em nome dos mercados a democracia descarta-se dos mais pobres, dos mais velhos e não cumpre a sua primeira promessa: a de diminuir o sofrimento dos que mais sofrem. O sistema vai surgindo como uma caricatura do que prometia ser. E o que acontece a nível nacional, acontece a nível europeu, onde deflagraram guerras monstruosas como o impensável holocausto.

segunda-feira, junho 02, 2014

 

O dedo no nariz!

Tive um parente que viveu em África, no tempo colonial, muitos anos. Era até conhecido pelo primo africano. Contava, muitas vezes, uma cena que em tudo me faz lembrar este governo. A sua Tia, lá em África, era muito flatulenta, mas nunca assumia. E, então, sempre que tinha visitas e acontecia largar um traque, chamava a negrinha, sua trabalhadora doméstica, e dizia-lhe, em voz alta, para que toda a gente ouvisse: “Sua porca, vê se deixas de dar traques! Queres regressar às palhotas?!..." Tenho pena que o meu primo já tenha falecido! Ele ia gostar de descobrir neste governo o espirito colonial e até a sua Tia. Não assume a flatulência da sua incompetência e faz do Tribunal Constitucional a sua negrinha!

 

Diretas abertas a apoiantes, uma boa ideia!

Já se passaram bastantes anos! Na altura ainda estava no PS e ajudei um camarada a elaborar a sua moção de candidatura à Federação do Porto do PS. Sugeri, como na altura era praticado numa região de Itália, que na reforma do partido fosse colocada eleições diretas abertas a apoiantes e não apenas a militantes. Pensava que era a única forma de romper com o carreirismo e criar condições para lideranças de mérito. É com satisfação que vejo ser agora introduzida esta questão no debate entre Costa e Seguro. Precisamos de um PS que não seja um mero grupo de interesses num lugar do orçamento do Estado. E só as escolhas feitas à margem do aparelhismo consegue romper com o carreirismo medíocre.

domingo, junho 01, 2014

 

Que passado?!...

“Tribunal Constitucional "insiste" em "arrastar o país para o passado"— diz Marco António. De facto, se quer dizer que o Tribunal Constitucional quer obrigar este Governo a orientar-se pelo carris da Constituição, coisa que acontecia nos anteriores governos, o “arrastar para o passado”, está bem passado. Se quer dizer que o Governo quer ser a vontade de indivíduos (ainda por cima incompetentes) e não o respeito pela lei, pela Constituição, não tem razão! Já procede reincidentemente como nos tempos salazarentos e, por isso, não precisa de ser arrastado. Já lá está!!!!

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