sábado, março 31, 2012

 

Benfica vence Braga por 2-1 - Desporto - Sol

Foi um jogo impróprio para cardíacos. No limite do tempo ganhou o Benfica, mas também poderia ter ganho o Braga. Gostei de ver o jogo! Cá por caso havia quem torcesse muito pelo Porto, quer dizer, pelo Braga, mas o Benfica mereceu. Os meus parabéns a todos os benfiquistas
Benfica vence Braga por 2-1 - Desporto - Sol

sexta-feira, março 30, 2012

 

O nosso drama!

“Uma revolução poderá talvez realizar a queda do despotismo pessoal ou da opressão ávida de lucros ou de domínios; porém, nunca produzirá a verdadeira reforma: a do modo de pensar”.

Kant, in: O que é o Esclarecimento? (iluminismo)

http://www.espacoacademico.com.br/031/31tc_kant.htm

quinta-feira, março 29, 2012

 

"Virgens despeitadas"

O PSD faz bombardeamento de pedidos de inquéritos ao anterior regime, mas o que esteve o PSD a fazer na oposição? Os deputados, se quisessem, tinham todas as informações para avaliarem as PPP, as rendas escandalosas da EDP, etc., etc.

Na altura, estes deputado(que tanto se indignam com as malfeitorias que já vem de Cavaco Silva e se manifestaram em abundância com Sócrates) estavam na Assembleia da República.

E o que fizeram?

Estavam a dormir, porque ninguém os ouviu a denunciar as maldades que o regime fazia, com números, pedidos de inquérito, participações ao ministério pública, etc., etc. Agora, quando o mal está feito e o “rei está morto”, é que anunciam inquéritos e nos metralham com a demonização do regime socrático e que vai servindo para o promover. Deveria de haver um inquérito aos “inquisidores”!

A melhor forma de esconder a incompetência, a contradição de nas eleições prometerem uma coisa e no governo fazerem outra é prometer melhores dias e criar um inimigo público que amorteça a contestação. E isso, o novo regime está a fazê-lo de forma obscenamente demagógica: arvora-se em virgem despeitada e, ainda por cima, com um Seguro a fazer oposição ao Sócrates.

O PSD não tinha necessidade de seguir uma estratégia tão primária, tão pouco inteligente. Acabou por obrigar os socialistas a dividirem-se entre os seguidores da Troika e os que estão com Sócrates. E assim o PSD, contraditoriamente, vai servindo os interesses do PS socrático.

E sobre a situação do País nada é referido.

Comissão de inquérito vai analisar todas as PPP - Política - Sol

quarta-feira, março 28, 2012

 

Sempre a mesma "dose"!

Mais uma entrevista de Passoa Coelho. Já não tenho paciência!... O guião é sempre o mesmo! O primeiro-ministro faz o filme da entrevista depois de conhecer e preparar as respostas. Nestas, segue a estratégia que vem nos manuais de marketing político: faz uma restrição mental, só respondendo, ou melhor dizendo, o que sabe que é um “lugar do preferível”; isto é, faz afirmações de carácter muito geral que, caindo no ouvido de quem o está a ver, possam suscitar acordo, despertar boas expectativas e levar a considerá-lo um rapaz de convicções e bem-intencionado e, ainda, com uma cara de anjinho!

Sócrates usava o mesmo estilo, o chamado estilo da "vermelhinha"! É um estilo de diálogo de plástico, preparado pelos tais “cientistas do marketing político” e, por isso mesmo, só serve para enganar papalvos.

O que gostaríamos é que o filme fosse rodado ao contrário: não ser o primeiro-ministro a dar as respostas que quer, mas os cidadãos a fazerem as perguntas que necessitam, como:

Que mal terão feito os funcionários públicos para ficarem sem o décimo terceiro mês e o subsídio de férias? Porque prometeu uma coisa e está a fazer outra? Se não estava preparado para os problemas que encontrou, estará preparado para as respostas que é preciso dar a esses problemas? Que mal fizeram os trabalhadores para agora serem tratados como descartáveis? Que fiscalização vai haver para as arbitrariedades que o novo contrato de trabalho promove? A política europeia é uma fatalidade do capital financeiro? Onde está a Europa dos cidadãos? Que respostas pensou para o desemprego de mais de um milhão de portugueses? Que reformas vai promover na Justiça, no aparelho do estado? Continua a pedir às sociedades de advogados do seu partido pareceres que os contribuintes pagam milionariamente? Que ideia tem de crise? Etc., etc.?

Gostei, no entanto, de duas afirmações: 1ª -afirmação de Passos Coelho: “ sou acusado de dizer a verdade”.

Para que não haja dúvidas, devo dizer que nunca me passou pela cabeça acusá-lo de tal! Seria injusto e eu não gosto de cometer esse "pecado".

2ª afirmação do mesmo senhor: “Quem esteve crispado no congresso do PSD contra Sócrates foram as bases e eu não poderia mandar calá-las”!

Esta despromoção de Miguel Relvas e do “chefe” de bancada dos deputados do PSD foi inesperada, mas bem-feita!

E pronto! A dose repete-se na próxima ocasião. Não sabem outra!
 
http://economico.sapo.pt/noticias/nao-posso-jurar-que-nao-sejam-precisas-mais-medidas-de-austeridade_141399.html#

terça-feira, março 27, 2012

 

Não merecia!

O Benfica perdeu com o Chelsea. Não mereceu, mas é o futebol.

Aqueles que exigem que a arbitragem seja quimicamente perfeita teriam, neste jogo, matéria suficiente para acalorados debates.

Mas, como o árbitro não é português, engolirão em seco, não haverá telefonemas de ameaças, nem queixinhas aos governantes, nem a exigência da exclusão do árbitro.

A sensação de que arbitrar é uma actividade perigosa e de muito risco só funciona no fundamentalismo clubístico português. Nas outras paragens, há outros problemas mais interessantes e considera-se que “errar é próprio do homem” e o árbitro não traz o apito da mão de deus.

 

Só me apetece dizer uma coisa: vão à merda!

Comecei a ouvir o “Prós e Contras”, mas tive logo de desligar. Já não suporto lições para resolver a crise.

Estou de acordo com alguém que disse que a crise poderia ser aproveitada para diminuir as abissais diferenças entre ricos e pobres (as maiores da Europa), mas está a agravá-las.

Do resto, já não suporto esses senhores, como o Herman José, todos eles bem-sucedidos na vida (nunca se sabe exactamente porquê) a mandar-nos para o campo. Saberão eles do que estão a falar? Ainda hoje estive todo o dia na agricultura. Encontrei parte dos meus terrenos ocupados para obtenção de subsídios, requeridos por gente que nunca trabalhou as minhas terras e que desconheço. Dizem-me que o Ministério da Agricultura não exige autorização dos proprietários para entregar esses subsídios: basta que quem os requisita marque um terreno para obter os fundos que vêm da Europa.

Passo uma cruz para resolver este problema. Paguei para me cortarem as silvas e cortaram-me árvores, deixando-me o terreno cheio de ramos: pior do que estava! Os lavradores que eu conheço, só o são nas horas vagas, depois do trabalho. A agricultura só serve para perder o pouco dinheiro que se tem! Desviaram-me águas e a plantar batatas, feijão e hortaliça está-me a ficar por um dinheirão. Comprar tudo isto no supermercado daquele senhor muito moralista de muito pingo, fica-me muito mais barato! Podem crer!…

Como eu, o que vão fazer para o campo aqueles que esses senhores, de muito pingo, que peroram no “Prós e Contras”, incitam?

Só me apetece dizer uma coisa: vão à merda!

sexta-feira, março 23, 2012

 
Se não querem fazer o papel de Acácio ou de prof.Alegrias, ouçam, com atenção, este vídeo. É simplesmente assustador!... Precisamos de o fazer partilhar e de lembrar que, entre nós, o ministro das finanças e o responsável pelas privatizações, foram funcionários da Goldman Sachs e a este fundo financeiro se ligam as agências de rating que avaliam as dívidas soberanas ou dos países.


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=pGEtvl4-238 Partilhem,p.f.!

quarta-feira, março 21, 2012

 

X aniversário de C.E.P.P.

Hoje ouvi, na U.C.(Porto) José Gil e Eduardo Lourenço.

Eduardo Lourenço falou da Europa, das suas crises e da diferença que há entre a que vivemos e as anteriores. Nesta crise, há uma ausência de sentido europeu, enquanto nas outras a Europa se afirmava por oposição a “outros mundos” e, por isso, lutava pela sua identidade.

José Gil falou do “desterritorizar destas medidas de austeridade troikiana”. Acusou-as de criar o medo de viver neste País e a necessidade de fugir. Necessidade com uma característica terrível: o próprio governo aconselha a emigrar. E comparou este fenómeno com a emigração de outros tempos. Agora, a minha Terra deixou de ser "um cantinho de Portugal", mas um lugar perigoso. A ruptura com a Pátria produz desagregação: “quem puder que se salve”.

Emigrar não é só fugir a um destino de pobreza, enquanto o país está adiado, para no futuro regressar. No tempo que vivemos, emigrar é sair de um lugar sem esperança.

Queixou-se que não há uma avaliação das consequências destas políticas e que podemos estar a criar a perda do sentido de ser português. O texto de José Gil estará brevemente no site do Centro de Estudos do Pensamento Português da U. C. (Porto).

Gostei imenso e tenho pena que nenhum órgão de informação tenha estado neste debate comemorativo do X aniversário do C.E.P.P.

terça-feira, março 20, 2012

 

“23 de Setembro de 2013 – dia de regresso aos mercados, jura Gaspar”.

A gente percebe que (perante a roubalheira do BPN, a tripa-forra das parcerias público-privadas e das autarquias, perante a arbitrariedade de uns sofrerem mais austeridade do que outros, perante a amargura da roda de impostos que come mais de metade do trabalho, não deixa produzir riqueza e nos esmaga a vida no dia-a-dia) este ministro tenha de recorrer ao show da cenoura para abrir uma lâmpada no fundo do túnel do nosso desespero colectivo.

Só não se percebe que, para ser mais fiável o milagre, Gaspar não marque a hora e o minuto dessa segunda-feira de Setembro e garanta que a “graça” acontecerá mesmo que chova. É que, mesmo com dia, hora e minuto marcado, se chover, o milagre não é certo, por mais que se arregace as mangas da fé, como faz a ministra da agricultura!
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=537186&tm=6&layout=123&visual=61

segunda-feira, março 19, 2012

 

Preciso da memória para sentir o “Dia do Pai”, para viver!

Hoje acordei a pensar no Dia do Pai e isso fez-me preocupar com a memória.

Na antiguidade clássica, a memória era personificada numa deusa, a Mnemosyne, mãe das musas e responsável pela inspiração dos poetas. Segundo Hesíodo , na formação do mundo, os reis e poetas receberam da Mnemosyne os poderes que davam autoridade à sua palavra.

Sempre pela memória se guardaram bens, se arbitrou decisões, se instituiu a identidade pessoal ou colectiva, se manifestou a gratidão e se construíram as utopias mais generosas de um tempo outro, mais fraterno, mais justo e mais humano.

Na mitologia grega o reino do ser é identificado com o reino da memória e com o dia, a negação do ser com o esquecimento e a noite.

Sinto que vou perdendo a memória e isso é amargurante: apagam-se os laços com saberes, experiências, amigos e pelo esquecimento percebemos o vazio, o que é o mesmo que dizer uma certa forma de morrer.

Neste Dia do Pai, preciso da memória para reconstruir a saudade da sua presença, o seu amor e a sua generosidade e compreender melhor as minhas filhas e netinha.

Para nada me interessa essa ditadura do “novo” que hoje faz moda, mas nos desvincula da gratidão, constituindo a forma cínica de espezinhar a memória dos nossos pais, do que fizeram por nós o melhor que sabiam e podiam.

Preciso da memória para sentir o “Dia do Pai”, para viver!

sábado, março 17, 2012

 

O que mais me custa!

O que mais me chateia neste Governo não é a hipocrisia, a demagogia e a desvergonha ser pior do que a socrática, mas o tratar-nos por parvos no caso da Lusoponte, na promiscuidade de António Borges e na conversa farisaica da ética social (quando não há ética nenhuma no tratamento desigual dos cortes -- trabalhadores e reformados da função pública, trabalhadores da C.G.D, TAP, ANA e não sei mais quantos!-- no ar cínico de Miguel Relvas, no esmifrar os consumidores para entregar lucros astronómicos à EDP ou naquele ar de Cardeal Richelieu, em ponto pequeno, de Vítor Gaspar).


Quanto ao Presidente da República o que mais me custa não é o de reconhecer que se tornou naquilo que é, mas o não saber como o suportar durante mais quatro anos.

quinta-feira, março 15, 2012

 

Depois de algum tempo (Shakespeare)

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais ... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida! As nossas dádivas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

"William Shakespeare

http://www.youtube.com/watch?v=NR_QMB5ukBQ&feature=share

 

Dia Internacional dos Direitos dos Consumidores

No Dia Internacional dos direitos dos consumidores, convém lembrar:

A Constituição Portuguesa e a Lei da defesa do Consumidor, consagram os seguintes direitos:

1º Direito à qualidade dos bens e serviços: devem ser aptos a satisfazer os fins a que se destinam e a produzir as expectativas que criaram.

2º Direito à protecção da saúde e da segurança: não devem implicar riscos incompatíveis com a sua utilização.

3º Direito à formação e à educação para o consumo: incumbe ao Estado, às autarquias e às instituições públicas adoptar medidas que promovam a educação do consumo para uma melhor qualidade de vida.

4º Direito à informação para o consumo: os consumidores devem receber apoio informativo e jurídico.

5º Direito à reparação de danos: direito a uma reparação por danos ou substituição, redução de preço ou a resolução do contrato.

6º Direito à protecção jurídica e a uma justiça acessível e pronta

7º Direito à participação por via representativa, na definição legal ou administrativa dos direitos e interesses dos consumidores.

Tendo presentes estes direitos, convenhamos que há um produto tóxico, é o Governo de Passos Coelho que em nada difere do Socrático nos dois pesos e duas medidas que tem para os portugueses, defendendo, como diz Henrique Neto, “os grandes grupos económicos dos bens não transaccionáveis, mais ou menos monopolistas, à custa da classe média e dos mais pobres” e, por isso, este ano os mais pobres vão ficar ainda mais pobres.

quarta-feira, março 14, 2012

 

Ao serviço da Goldman Sachs

Na Goldman Sachs trabalhou António Borges, actual responsável pelas privatizações, o Ministro das Finanças, Victor Gaspar, os primeiros ministros de Itália e da Grécia impostos pea Troika.

À Goldman Sachs se ligam as agências de rating que avaliam as dívidas soberanas e o agiotismo dos empréstimos.


A demissão do seu Director é, pelo próprio, justificada da seguinte forma: «considera que os colaboradores do gigante norte-americano entraram em "bancarrota moral (…) deixaram de se preocupar com os interesse dos clientes, mas sim com o dinheiro que lhes poderiam tirar.(…) a cultura do banco é “tóxica e destrutiva”».

Fica assim explicado porque esta crise é resolvida com aumento de impostos, privatizações e cortes em tudo o que faz parte da estado Social e os “direitos adquiridos” só funcionam para os vencimentos milionários.
http://economico.sapo.pt/noticias/director-demitese-por-considerar-que-o-banco-entrou-em-bancarrota-moral_140305.html

 

O mundo da vida gera um modo de proceder

O homem configura, no seu dia-a-dia, de modo inconsciente, um modo de ver. Este modo de ver e interpretar a relação do homem com os outros, o mundo e a existência pertence ao que os fenomenólogos chamam ”mundo da vida”.

Fazem-nos falta filósofos sistemáticos que, à luz do mundo da vida e dos saberes do tempo, rompessem uma interpretação da história e rasgassem ideias sobre o futuro.

Os filósofos são, de certa forma, profissionais do “saber pensar” e isso é o mais importante para a vida de cada um de nós. O último a instituir um discurso inovador do “saber pensar” foi Heidegger. Mas ficou emudecido perante o horror do holocausto. Foi como achasse que a História, o caminhar cronológico do tempo, tivesse encontrado um “buraco negro”. Não havia explicação para tanta crueldade.

De certa forma, o pragmatismo, tendo como único critério de valoração o interesse imediato, retirou ao tempo a sua configuração ideológica. Criou a ideia de “Fim das ideologias”, “Fim da história”, o que é o mesmo que negar a memória, as nossas raízes, o mundo da vida. Mas há sempre um modo de ver que herdamos e desenvolvemos para nos orientar no dia-a-dia, dar sentido aos acontecimentos e fazer história.

Esse “fundo cultural” é, quase sempre, ignorado nos novos cientistas sociais: apenas se interessam pela análise matemática dos factos.

Se estamos dois a almoçar e só um come um frango, a matemática não diz a verdade, se estatisticamente assegurar que cada um comeu meio frango.

O sentido dos factos, dos comportamentos, dos fenómenos, não vem da sua materialidade, mas do tal “fundo cultural” que dá um horizonte de sentido. Só á luz desse “horizonte” cultural podemos desocultar a “ideologia” que carrega o tempo e constrói a história. E ela é diferente, conforme as culturas que emergem do mundo da vida.

O Homem oriental vê no tempo uma fuga da existência e o Homem ocidental uma vitória sobre a morte, o que tem consequências diferentes na forma como cada um deles interpreta (culturalmente) o desespero da vida.

Um oriental, ao imolar-se pelo fogo, fá-lo na esperança de uma vida melhor para além da morte; enquanto um ocidental achará que terá de se “desenrascar” e se o desespero chegar ao limite, a revolta é a melhor forma de romper a falta de sentido para a existência.

Esta reflexão, pode parecer sem interesse, mas é, para mim, um apoio a uma análise crítica de alguns estudos sociológicos que ultimamente têm sido feitos sobre a adaptação das atitudes ou comportamentos dos portugueses face à crise.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=544159

terça-feira, março 13, 2012

 

Uma preocupação!

Honestidade intelectual, no meu entender, significa ligar o procedimento, que resulta do conhecimento, à moral. Penso que isso surge num processo aberto a um esclarecimento constante de concepções e posturas.

Estou a reler “O essencial sobre D. António Ferreira Gomes”, da autoria do Prof. Arnaldo de Pinho, um seu secretário. Conheci o Bispo do Porto. Fui um entusiasta leitor da sua carta a Salazar e das suas homilias, e senti necessidade de confrontar o que pensava do Bispo do Porto com aquilo que dele escreveu quem o acompanhou durante muitos anos e o conheceu bem, fazendo uma das suas teses de doutoramento sobre a sua obra.

Vale a pena ler este livrinho que a Imprensa Nacional-Casa da Moeda publicou. Muitas das críticas que D. António fez, podem servir de base a uma reflexão sobre o tempo que vivemos. Fez do seu lema “De joelhos diante de Deus, de pé diante dos homens” o projecto da sua vida e, por isso, foi mal entendido pela direita e também pela esquerda. Na crítica à “condição dos trabalhadores” associou a legislação laboral do tempo a um disfarce da “Carta del Lavore”.

Fui reler este texto de Moussolini que pretendia superar a autonomia dos sindicatos pela colaboração entre trabalhadores e patrões. Reparei que não é nova a pressão para fazer depender as organizações dos trabalhadores dos interesses dos governos, eufemísticamente designados interesses nacionais.

E, como não posso referir tudo o que este livrinho me fez pensar, só deixo três apontamentos colhidos de D. António: o primeiro, “não há ser pensante e volitivo que não tenha uma ideologia, senão é mesmo de reconhecer que tem várias e variadas”. Outro: ”dizer que não se faz política, que não se quer saber política, é a pior maneira de a fazer, mesmo que aquelas expressões fossem conscientes e sinceras: será fazer política como Mr. Jordain fazia prosa” Convém lembrar que na peça de Moliére, Mr. Jourdain fazia prosa sem o saber. Por último, um apelo que configura uma ideia-bandeira: “a liberdade enraíza numa ética de serviço e comunhão, e não apenas na afirmação dos direitos individuais”.

”O essencial sobre D. António” é um livrinho que se lê em duas horas, mas abre-nos para uma reflexão que nos ajuda a organizar a nossa preocupação com a honestidade intelectual.

sábado, março 10, 2012

 

Os meus parabéns!

A autarquia do Marco de Canaveses ficou na bancarrota com a administração de Avelino Ferreira Torres. Este autarca foi acusado de peculato, peculato de uso e abuso de poder. Muitos dos crimes, de recurso em recurso, acabaram por prescrever. Outros, ainda andam em Tribunal.

Candidatou-se à Câmara de Amarante, mas os amarantinos não foram na sua conversa.

Entretanto, os marcoenses afectos ao Caudilho comparavam a sua gestão com a do Dr. Manuel Moreira e enchiam a boca com elogios às obras que o dito fez: estradões, campos de futebol, desprezo pelos planos directores, venda das águas, mamarrachos e mais mamarrachos, etc. Outros, argumentavam com a “tirada”brasileira: "roubou, mas deixou obra”!

Os papalvos gostam de pasmar com “obra” e nunca pensam que são eles, os seus filhos e os seus netos que pagam a factura do esbanjamento, do peculato, da destruição do património natural e cultural e de todas as malfeitorias. E ela já chegou: veio pelo deficit das contas do Estado, o que é o mesmo que dizer das autarquias, das parcerias público-privadas, etc.

Leio, hoje, num semanário (Grande Porto) onde escrevo, que, com a actual gestão, liderada pelo Dr. Manuel Moreira, a dívida da autarquia, onde nasci e fiz amigos, passou de 37,6 milhões de euros negativos para 2,7 milhões positivos -- a maior recuperação a nível nacional!

Naturalmente, todos nós, marcoenses ou não, temos de reconhecer este facto, independentemente das concepções ideológicas ou partidárias que cada um de nós defenda.

Os meus parabéns para o Dr. Manuel Moreira, para a sua equipa.

Esperamos que o exemplo seja seguido!

sexta-feira, março 09, 2012

 

Péssimo exemplo de postura de Estado!

Bater, ainda como Presidente da República, num governante derrotado, não me parece ser uma atitude nobre, mas própria de quem lhe falta elevação moral.

Cavaco Silva teve, no governo de Sócrates, tempo demais para dizer, com mais utilidade, o que, só hoje, diz. Dizer o que diz, curiosamente num livro, não pode fazer história do que se passou, porque é feito por quem está interessado numa determinada interpretação e a quer privilegiar.

Péssimo exemplo de postura de Estado!
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=43565

quinta-feira, março 08, 2012

 

Dia Internacional da Mulher

Foi neste dia, em 1857 que operárias têxteis, em Nova Iorque fizeram greve. Ocuparam a fábrica para reivindicarem a redução de um horário de 16 horas por dia para 10 horas.

Para além de exploradas, recebiam um terço do salário dos homens. A resposta do seu patronato foi incendiar a fábrica ocupada e nesse incêndio 130 mulheres morreram queimadas.

Passados muitos anos, em 1910, foi decidido, numa conferência internacional, na Dinamarca, tornar o dia 8 de Março no Dia Internacional da Mulher.

Hoje, há cada vez mais mulheres que, em silêncio, vão sofrendo a discriminação, a exploração e a humilhação. Em homenagem a estas mulheres, lembro a Calçada de Carriche.
http://www.youtube.com/watch?v=96EeK48JPLs


terça-feira, março 06, 2012

 

Uma nova categoria de políticos: “autarcas-ocupa”

Escrevi para o Semanário Grande Porto, o seguinte texto:

Associado às exigências da reforma administrativa imposta pela Troika, surgiu a questão: a limitação de mandatos dos autarcas deve ligar-se ao território ou à função?


No entender de um deputado do PS (corroborando a posição de Passos Coelho), «a limitação de mandatos foi feita para que existisse transparência, para que não houvesse ligações, chamadas “menos claras”, chamadas “perigosas” a alguns poderes económicos e, portanto, para que essa teia não existisse foi imposta a limitação territorial (…) Ora, quando se muda de local, quando se muda de colégio eleitoral, todas essas teias não existem. Portanto, seria nitidamente excessivo, quiçá até inconstitucional, proibir que alguém não se pudesse candidatar».

Forja-se, assim, uma premissa ( “mudando de local, acabam as redes de interesses”) para construir uma conclusão falaciosa.

As redes de interesses que tornaram as autarquias sinónimas de corrupção, degradação do meio ambiente, caos urbanístico e desordenamento do território não emergiram apenas de um determinado território autárquico, mas de autênticos polvos com ramificações por todos os lados entre autarcas, partidos, futebóis, construtores civis e outros empresários.

Aqueles que querem institucionalizar os “autarcas-ocupa” deveriam ler a carta de Alexandre Herculano aos eleitores de Sintra. Talvez percebessem que só há municipalismo, quando as necessidades e misérias, recursos e esperanças de uma população são representadas por quem dela faz parte e com ela vive o fervilhar dessas preocupações.

O municipalismo defendido por Alexandre Herculano não só foi abastardado como desapareceu. Hoje, há um ciclo perverso na vida política: os partidos escolhem os autarcas e estes, depois de eleitos, passam (de um modo geral) a ser “donos” dos partidos: lideram os sindicatos de voto dos aparelhos partidários, influenciam decisões políticas, arranjam fundos para as campanhas eleitorais e são as correias de transmissão dos interesses privados na política.

O poder local, após o 25 de Abril, viveu um período de grande prestígio e a imagem de autarca era uma referência de bom político. As populações sentiam-se identificadas com o seu autarca, porque o autarca era filho da Terra, vivia com elas as mesmas preocupações e as mesmas expectativas. Facilmente as mobilizava para resolver problemas que se arrastavam do tempo do fascismo, como os da acessibilidade, educação, saúde, higiene, etc. Hoje, só por excepção, não se associa aos autarcas o esbanjamento dos dinheiros públicos, a degradação do património cultural e natural, o controlismo, a incompetência e a demagogia.

Era urgente devolver aos munícipes a possibilidade de fazerem das autarquias a expressão de um governo local, feito pelos munícipes para os munícipes. Mas a oligarquia que se formou em torno das autarquias (e que está a passar de pais para filhos) é o principal problema de uma reforma administrativa que deveria corresponder aos desafios da transparência e rigor e pôr cobro aos desperdícios de recursos que um ultrapassado mapa de autarquias obriga os contribuintes a sustentar.

Temos de esperar por novos tempos, tempos em que o lobby dos autarcas não domine os partidos!
http://www.tvi24.iol.pt/politica/constanca-constanca-cunha-e-sa-tvi24/1329749-4072.html

sábado, março 03, 2012

 

Admirem-se que se repitam cenas como as de ontem!...

Vou mantendo, no mesmo café, há muitos anos, velhas tertúlias com velhos amigos. E a troca de ideias faz-nos pensar. Dizia-me um velho amigo:

“o Governo veio agora com a exaltação do novo e esta parolice, própria dos novos-ricos, que associa o que é novo ao que é bom, é fruto da desvalorização da história, da filosofia e de muita propaganda para justificar uma orientação política vazia de sentido e completamente errada. A desvalorização do Estado Social é um exemplo! Esquece-se que foi do interesse dos próprios empresários a criação de caixas de previdência, de cuidados de saúde, etc.

Com a Revolução Industrial, Londres, de um dia para outro, ficou com mais um milhão de pessoas que entraram nessa cidade à procura de emprego. Sem os cuidados gratuitos de saúde, o direito à previdência, etc., as doenças, sobretudo as epidemias, punham em causa o crescimento económico. Não se podia todos os dias formar um operário especializado, um encarregado de oficina, etc.

Para os empresários ficava mais barato proceder a descontos para uma caixa de previdência ou para a protecção da saúde que suportar as quebras de produção provocadas por ausência dos trabalhadores que contraíam doenças. Por outro lado, esta preocupação social desenvolvia coesão e fazia a ligação do trabalhador à empresa, o que dava ao trabalho um sentido de realização pessoal e isso reflectia-se na qualidade da produção.

Naturalmente, as lutas dos trabalhadores, as greves e manifestações ajudaram a acelerar a conquista dos direitos sociais".


Quando, hoje, muita gente se espanta, como Durão Barroso, com o facto do governo conservador de Inglaterra reivindicar, como a esquerda, medidas de promoção do crescimento económico, esquecem que os conservadores conhecem as lições da história e, por isso, percebem que, sem crescimento, não é possível pagar dívidas, criar sustentabilidade, aproveitar os recursos humanos de jovens licenciados e gerar segurança social.

Não basta, de facto, falar em defesa das questões sociais, sem promover o crescimento económico. Estes neoliberais, na exaltação do individual e do novo, fazem tábua rasa dos ensinamentos da história e meteram-nos num túnel, onde não há saída, nem esperança.

Depois desta reflexão, li o que diz, hoje, Pacheco Pereira no “Público”. Depois de referir que a actuação do Governo se giza por uma vulgata económica (diria eu, do neoliberalismo), sem ligação com a realidade, faz a seguinte afirmação: “O boom para os políticos da situação é uma regeneração feita pela pobreza.”

De facto, pior do que o conservadorismo é o novo-riquismo destes neoliberais de meia-tigela. Depois admirem-se que se repitam cenas como as de ontem: na passagem do primeiro-ministro (que só sabe responder às interpelações com cinismo) ouvem-se insultos e o dito:”cuidado com as carteiras!”

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/article1374441.ece

sexta-feira, março 02, 2012

 

Benfica/ Porto vai ser assim, tal como Tóssan relata:

"Rectângulo verde, meio de sombra meio de sol
Vinte e dois em cuecas jogando futebol
Correndo, saltando, ziguezagueando ao som dum apito
Um homem magrito, também em cuecas
E mais dois carecas com uma bandeira
De cá para lá, de lá para cá
Bola ao centro, bola fora.
Fora o árbitro!
E a multidão, lá do peão
Gritava, berrava, gesticulava
E a bola coitada, rolava no verde
Rolava no pé, de cabeça em cabeça
A bola não perde, um minuto sequer
Zumbindo no ar como um besoiro,
Toda redonda, toda bonita
Vestida de coiro.
O árbitro corre, o árbitro apita
O público grita


Gooooolllllooooo!


Bola nas redes
Laranjadas, pirolitos,
Asneiras, palavrões
Damas frenéticas, gordas esqueléticas
esganiçadas aos gritos.
Todos à uma, todos ao um
Ao árbitro roubam o apito
Entra a guarda, entra a polícia
Os cavalos a correr, os senhores a esconder
Uma cabeça aqui, um pé acolá
Ancas, coxas, pernas, pé,
Cabeças no chão, cabeças de cavalo,
Cavalos sem cabeça, com os pés no ar
Fez-se em montão multidão.
E uma dama excitada, que era casada
Com um marinheiro distraído,
No meio da bancada que estava à cunha,
Tirou-lhe um olho, com a própria unha!
À unha, à unha!
Ânimos ao alto!
E no fim, perdeu-se o campeonato!"
http://www.youtube.com/watch?v=8RzeUodArlo

quinta-feira, março 01, 2012

 

Uma boa entrevista

Gostei da entrevista. Nada tenho a ver com a sua ideologia, mas sempre o estimei por ser um Homem de palavra e honrado.

Ontem numa entrevista à SIC N criticou a forma como estão a ser aplicadas algumas medidas de austeridade, nomeadamente os regimes de excepção na área dos cortes dos subsídios de férias e de Natal nas empresas públicas. Sugeriu uma investigação policial às parcerias públicas/privadas e referiu o que, pessoalmente, já sabia: em 2009 promoveu a aprovação de um diploma que impedisse o Governo e as autarquias de excederem em mais de 1% os seus orçamentos.

Se essa medida tivesse sido aprovada, naturalmente não estaríamos a suportar o peso da bancarrota, como acontece, hoje. E quem paga essa factura é a classe média e os mais pobres, o que é inadmissível!
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/article1370771.ece

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