quarta-feira, março 21, 2012
X aniversário de C.E.P.P.
Eduardo Lourenço falou da Europa, das suas crises e da diferença que há entre a que vivemos e as anteriores. Nesta crise, há uma ausência de sentido europeu, enquanto nas outras a Europa se afirmava por oposição a “outros mundos” e, por isso, lutava pela sua identidade.
José Gil falou do “desterritorizar destas medidas de austeridade troikiana”. Acusou-as de criar o medo de viver neste País e a necessidade de fugir. Necessidade com uma característica terrível: o próprio governo aconselha a emigrar. E comparou este fenómeno com a emigração de outros tempos. Agora, a minha Terra deixou de ser "um cantinho de Portugal", mas um lugar perigoso. A ruptura com a Pátria produz desagregação: “quem puder que se salve”.
Emigrar não é só fugir a um destino de pobreza, enquanto o país está adiado, para no futuro regressar. No tempo que vivemos, emigrar é sair de um lugar sem esperança.
Queixou-se que não há uma avaliação das consequências destas políticas e que podemos estar a criar a perda do sentido de ser português. O texto de José Gil estará brevemente no site do Centro de Estudos do Pensamento Português da U. C. (Porto).
Gostei imenso e tenho pena que nenhum órgão de informação tenha estado neste debate comemorativo do X aniversário do C.E.P.P.