quarta-feira, novembro 29, 2006

 

Vida sábia

"Quem faz depender de si mesmo, se não tudo, quase tudo o que contribui para a sua felicidade, e não se prende a outra pessoa, nem se modifica de acordo com as conveniências das circunstâncias, está, de facto, preparado para a vida; é sábio, na verdadeira acepção do termo, corajoso e temperante".

Platão, in 'Menexeno'

terça-feira, novembro 28, 2006

 

O debate sobre o ensino superior

Ontem o “Prós & Contras” foi dedicado ao ensino superior. O desempenho do actual ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi, para mim, uma desilusão.

A questão das universidades portuguesas tem de ser olhada, como referiu Adriano Moreira, como uma questão de soberania nacional.

Todos sabemos que em muitas universidades o ensino tem falta de rigor e está desadequado em relação aos problemas da vida activa. A acrescentar a estes problemas, muitos alunos passam uma parte do ano académico a preparar a queima das fitas e a outra parte a curar a ressaca. E gozam de prerrogativas que são um escândalo. Basta recordar que um dirigente associativo pode, praticamente, fazer exame quando quiser. E se chumba uma vez, duas vezes, três vezes numa mesma disciplina, num mesmo ano, acaba sempre por passar por saturação. É como se o professor dissesse: «tenho de passar este “tipo”, se não ele não me larga». E, como, geralmente, tais dirigentes são também dirigentes duma “jota” qualquer de um partido, é desta “massa” que “florescem” os políticos que nos governam. E, ainda por cima, acabam por dar umas aulitas numa universidade privada, o que agrada a esta porque assim dispõe de alguém que lhe trata dos assuntos no Governo.

Se o País não quer que o ensino superior fique descredibilizado e os seus melhores cérebros emigrem, tem de investir a sério nas universidades, exigir rigor na formação e provocar a reestruturação de cursos demasiado desligados das exigências do desenvolvimento do País.

Vivemos um novo paradigma: o ensino tem de preparar os alunos para competir a nível da Europa com outros diplomados, é preciso ligar as universidades ás empresas, através de parcerias, e promover uma estreita relação do ensino/aprendizagem com o desenvolvimento social e económico do País.

Numa sociedade global competitiva, o investimento nas universidades é, sobretudo, uma questão que diz respeito à própria independência nacional.

Não me parece que o ministro que tutela o ensino superior esteja sensibilizado para esta questão. Pareceu-me apenas preocupado em desenvolver a retórica politiqueira que justificava os cortes no financiamento das universidades.

Esperava mais de um ministro que já foi um prestigiado investigador e académico.

segunda-feira, novembro 27, 2006

 

O "surrealismo" no seu esplendor

Lembrando-me do que as cabeças bem pensantes diziam de Mário Cesariny e o que, hoje, depois da sua morte, dizem, tenho de concluir que este País é bem surrealista.

"Despede-te de verdades
Das grandes primeiro que das pequenas
Das tuas antes que de quaisquer outras
Abre uma cova e enterra-as
A teu lado
(…)"

Mário Cesariny

------------------
Alarga Mário a larga pássara do canto
e verás que à ilharga da imagem
o deus da vadiagem
fará de ti um santo.

Meu santo minha santa
Filomena tirada dos altares
quando a alma dos outros é pequena
melhor é ir a ares.
(...)
José Carlos Ary dos Santos


domingo, novembro 26, 2006

 

Faleceu Mário Cesariny

Mário Cesariny de Vasconcelos faleceu, hoje, de madrugada, em sua casa, em Lisboa, aos 83 anos.

Poeta e pintor. Pertenceu ao grupo surrealista de Lisboa, desempenhando intensa actividade: intervenção em conferências, publicação de folhas volantes colectivas e individuais, organização de antologias (Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito, 1961; Surreal/Abjeccionismo, 1963; A Intervenção Surrealista, 1966; 50º Aniversário do Primeiro Manifesto Surrealista, 1974; Horta de Literatura de Cordel, antologia, 1983; etc.) Publica também traduções (Rimbaud, Artaud, etc.).

No início da sua vida como escritor e pintor esteve próximo do Neo-Realismo.


A sua poesia é irónica e contestatária das ideologias e dos pensamentos dominantes.

Portugal vai ficando mais pobre. Precisavamos dele para estilhaçar o pensamento de conveniência

Raio de Luz


Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.
Burgueses somos nós todos
ó literatos.
Burgueses somos nós todos
ratos e gatos

Burgueses somos nós todos
por nossas mãos.
Burgueses somos nós todos
que horror irmãos.

Burgueses somos nós todos
ou ainda menos.
Burgueses somos nós todos
desde pequenos.

sábado, novembro 25, 2006

 

POEMA PARA O NATAL

















Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados,
Para chorar e fazer chorar,
Para enterrar os nossos mortos -
Por isso temos braços longos para os adeuses,
Mãos para colher o que foi dado,
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida;
Uma tarde sempre a esquecer,
Uma estrêla a se apagar na treva,
Um caminho entre dois túmulos -
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sôbre um berço,
Um verso, talvez, de amor,
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre,
Para a participação da poesia,
Para ver a face da morte -
De repente, nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

sexta-feira, novembro 24, 2006

 

Impressão Digital












Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.


Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

in "Movimento Perpétuo", 1956


Obs: enviado por Amélia Pais

terça-feira, novembro 21, 2006

 

Dia Mundial da Televisão

Hoje assinala-se, a nível mundial, o dia da televisão. A data foi criada em 1996 durante um fórum da ONU.

Entre nós, foi há 50 anos, na Feira Popular, em Lisboa, que a televisão apareceu a preto e branco, mas só muito depois foi levada às aldeias do interior.


Espinhosela, no distrito de Bragança, foi uma das primeiras aldeias transmontanas a ter um televisor (o televisor comunitário de Espinhosela) que surgiu ao mesmo tempo que a energia eléctrica, em 1964.

Com a televisão passamos a ter uma percepção visual e sonora da “realidade”.

Tal como o livro ameaçou os processos orais de transmissão do conhecimento, a televisão ameaça o livro, revolucionando o modo de entender a realidade. Com ela, a “realidade” passa a ser uma experiência perceptiva.


O modo de compreender já não vem depois da audição ou da visão, mas dá-se imanente à percepção.

Com esta espécie de “cultura do contacto” (uma cultura eminentemente sensorial), surge um novo analfabetismo (vêem, mas não sabem interpretar/ acumulam informação, mas não desenvolvem conhecimento) e modificam-se as relações dos homens entre si e com a própria realidade.

O filósofo Karl Popper escreveu sobre “Televisão: um perigo para a democracia” e o sociólogo Baudrillard procurou desconstruir os mecanismos de distorção da realidade desenvolvidos pela linguagem televisiva.


Talvez fosse altura de todos nós reflectirmos sobre o impacto desta linguagem que assimila a imagem visual e sonora à oral e escrita na nossa relação com os outros e com o mundo.

 

Hoje faria anos

Paris, 21 Novembro 1694/ 30 Maio 1778

François-Marie Arouet -VOLTAIRE

«Não penso como tu; mas era capaz de dar a minha vida para teres o direito de pensares como pensas».- Ensaio sobre a Tolerância

«Ame a verdade - Perdoe o erro.»


Enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com

segunda-feira, novembro 20, 2006

 

A tolerância.

No próximo mês de Dezembro celebra-se mais um aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Numa altura em que se discute a questão da despenalização da interrupção voluntária da gravidez, a efeméride tem, este ano, uma importância acrescida.

A intolerância, a hipocrisia e o cinismo relativamente a esta matéria justificam uma reflexão sobre a “Carta sobre a Tolerância”que há mais de três séculos, no Inverno de 1685/86, o filósofo John Locke, então na clandestinidade, escreveu e que iria marcar decididamente a modernidade.

Tratou-se da primeira reflexão sobre a tolerância religiosa com base, não só nas relações entre o Estado e a Igreja, mas também na defesa dos direitos naturais do homem.

O problema que está na origem da ideia lockeana de tolerância (como referi num livro sobre este tema que publiquei nas edições Afrontamento) pode resumir-se à seguinte questão: os príncipes e magistrados, que detêm o poder político, têm o direito de impor aos súbditos as crenças que estes devem adoptar e policiar a prática das mesmas?!...

Locke articulou a resposta com uma reflexão sobre o problema das convicções e da organização política do Estado, ou seja, com a teoria do conhecimento e a filosofia política.

Considera que o caminho das convicções ou pertence ao foro privado ou funda-se na experiência. Sendo assim, o conhecimento avança descobrindo que ignora o que julgava saber.

Porque ignoramos mais do que o que conhecemos, ninguém pode impor autoritariamente verdades absolutas.

A convicção tolerante é, então, a que não pretende o poder de coagir as convicções dos outros. Define um critério: a verdade não se impõe, mas propõe-se. E é nisto que, no seu entender, reside a principal característica da verdadeira Igreja.

Sobre o papel do Estado, Locke é claro: a religião não pode ser a ideologia de um Estado totalitário. É o bem-comum (e não a salvação da alma) que justifica a organização política do Estado.

Partindo da ideia de direito natural à liberdade, à propriedade e à igualdade, defende que a organização política do Estado legitima-se pelo acordo que resulta dum entendimento entre os cidadãos.

Mas a vontade geral maioritária que institui o contrato, não faz a transmissão dos poderes de cada indivíduo para o soberano: apenas os delega. Locke funda, assim, a ideia de um Estado democrático e laico.

O poder do governo civil deve restringir-se aos interesses civis e nenhuma autoridade tem sobre o espaço privado das crenças individuais.

sábado, novembro 18, 2006

 

O Dia dos Bons Amigos.

Como combinado, ontem foi dia de voltar a Amarante para visitar a exposição “De Rodin a kandinsky, a Miró…”, no Museu Municipal de Amadeo de Sousa-Cardoso.

Não sabemos se o pintor, tão maltratado pela cultura dominante do seu tempo, teria, alguma vez, procurado refugio, com Eduardo Viana, Almada Negreiros e outros, na Adega da Rita, em Àgua-Nova, muito pertinho da sua casa de Manhufe, para, com um almoço de um frango de cabidela, aliviar a incompreensão a que era votado. Mas, se não o fez, a conselho do Presidente da Câmara de Amarante, o grupo a que pertenço (há já muitos anos, desde o tempo em que, alguns de nós, vivíamos no ex-lar da JUC, no Porto) e que costuma reunir-se, em cerimónia pantagruélica, praticamente todos os quinze dias, fez por ele o alivio das incompreensões do dia a dia. E fê-lo de uma forma exaltante, já que o frango de cabidela estava divinal, bem como um vinho verde tinto da colheita deste ano.

Um almoço daqueles, lautamente servido, proporciona muita discussão e há sempre mais uma ideia a acrescentar, o que torna sempre difícil encerrar os trabalhos. E mesmo nestes finalmentes, a gente despede-se uma vez, depois outra e descobre sempre que havia mais uma questão a salientar antes da partida final.

Amarante preencheu, por isso, esta sexta feira. E mereceu a pena! Para além de refrescarmos a sensibilidade estética com Kandinsky, Picasso, Rodin e outros, o dia foi para nós mais “O Dia dos Bons Amigos”. Até o refractário Hugo apareceu!

E não há nada como conviver com os amigos de velhos tempos!

quarta-feira, novembro 15, 2006

 

A questão da interrupção voluntária da gravidez

O Tribunal Constitucional aprovou, hoje, a proposta de referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez apresentada pelo PS e aprovada na Assembleia da República.

A pergunta prevista para o referendo será: «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

O Presidente da República, Cavaco Silva, tem agora 20 dias para decidir convocar ou não a consulta.

Ainda não se sabe qual será a decisão do Presidente da República, nem a opinião dos portugueses e já o arcebispo de Braga vem negar ao «poder constituído» (isto é ao Estado) o poder de despenalizar o aborto.

Aceita-se que a Igreja Católica tenha a sua própria interpretação da vida humana, que adopte como certo a concepção bíblica do homem ser feito à imagem e semelhança de Deus. Percebe-se que tire daí a conclusão de existir, no momento da fecundação, um ser humano completo, com alma humana e corpo humano.

Mas, a própria Igreja já vai reconhecendo que a Bíblia usa uma linguagem metafórica que não deve ser interpretada literalmente.


E esse reconhecimento ajuda-nos a compreender, de certo modo, o erro da Igreja em ter condenado Galileu, em confundir durante muitos séculos as leis naturais com o domínio da fé, a ordem natural da vida com o seu sistema de crenças, os direitos de consciência com a legalidade civil, o altar com o trono.

Não se percebe, por isso, que tantos séculos após a condenação de Galileu, a Igreja persista em transformar as decisões políticas numa questão religiosa.

Estou em crer que se passa com a actual concepção de vida defendida pela Igreja Católica o que já se passou com a concepção do mundo defendida no tempo de Galileu.

Esperamos o dia em que a Igreja aceite que só com a formação do sistema nervoso central se pode falar, sob o ponto de vista ontológico, em vida humana.

Entretanto, é necessário que a Igreja Católica compreenda que há uma distinção de fins entre sociedade civil e sociedade religiosa: os fins da sociedade civil são os interesses civis; os fins da sociedade religiosa são a salvação da alma. E é no apelo à consciência e não ao Estado que é possível a salvação da alma.


A despenalização da interrupção da gravidez é uma questão civil; a interrupção da gravidez é uma questão de consciência.

terça-feira, novembro 14, 2006

 

Rumsfeld acusado de «criminoso de guerra»

Noticia o Diário Digital / Lusa:

«Um colectivo internacional de advogados apresentou hoje na Alemanha uma queixa contra o antigo Secretário da Defesa norte-americano Donald Rumsfeld por ter justificado o uso da tortura contra prisioneiros de guerra no Iraque e em Guantanamo.


A queixa, um documento de 220 páginas, foi entregue à procuradora-geral da Alemanha, Monika Harms

Além de Rumsfeld a queixa visa cinco juristas da administração Bush, entre os quais o ministro da Justiça (Attorney General), Alberto Gonzalez, na sua qualidade de antigo conselheiro da Casa Branca.

Donald Rumsfeld, que é considerado por diversas associações de advogados e de direitos humanos como «um dos arquitectos do programa norte-americano de tortura», ficou exposto à possibilidade de um processo judicial quando se demitiu no passado 8 de Novembro, deixando de poder invocar imunidade».

Começo a sentir que vale a pena viver neste mundo!


 

Homenagem a um Amigo

Faleceu Manuel Ramos. Soube da notícia já depois do seu funeral. Prestei-lhe a minha homenagem, hoje, na Missa do Sétimo Dia.

Manuel Ramos era um amigo que admirava. Conheci-o no tempo em que o Café Brasileira funcionava como um centro republicano. Foi através de um outro amigo, também já falecido, Jofre do Amaral Nogueira que, na altura, era professor na Escola Industrial de Viseu.

Nessa ocasião, cumpria o serviço militar em Viseu. Era oficial miliciano e secretariava o Tribunal Militar, onde também exercia funções o meu amigo Joaquim Gomes Canotilho. Aproveitava a boleia de Jofre do Amaral e, durante as curvas inumeráveis que nos levavam a Viseu, a nossa conversa, invariavelmente, versava as relações entre o MDP e a CEUD, onde, entre outros, pontificava Manuel Ramos.

Depois do 25 de Abril estivemos, durante alguns anos, distantes ideologicamente, mas fomos sempre amigos. Era para mim uma referência de convicções e verticalidade.

Manuel Ramos foi Deputado, sócio empenhado da A25A, Director do J.N. e Vice-Governador Civil do Porto no tempo de Mário Cal Brandão.

Acompanhei-o nas preocupações com o Colégio de Nova Sintra, onde estudou. Esteve solidário com a luta que a Associação dos Amigos do Marco desenvolveu pelo direito ao exercício da cidadania. Fiz com ele uma exposição sobre “O 31 de Janeiro e a Censura” e também colaborei num opúsculo que publicamos. Mais tarde, substitui-o na Assembleia Geral do Instituto Profissional do Terço.

Manuel de Sousa Ramos tinha um sentido apurado da ironia. Foi deputado nos tempos da Constituinte. Um dia, pediu insistentemente a palavra. O Presidente não o ouvia e ele não esteve com meias-medidas: saiu da Assembleia e enviou o seguinte telegrama: «Exmo. Sr. Presidente da Assembleia: peço a palavra. Deputado da bancada do PS, Manuel Ramos».

Se me puder ouvir, Manuel Ramos: um grande abraço de saudade.

 

Acção entregue, hoje, no Tribunal

O cartaz só serve para dizer que se espera que amanhã, acerca da CMP, ninguém escreva um livro parecido com o que escreveu Joaquim Cardoso Gomes a propósito de uma época triste da nossa história.

Resumo do texto da acção entregue no Tribunal


1. A exemplo de anos anteriores, a Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril na cidade do Porto, que esta Delegação integra em conjunto com outras instituições da cidade e do concelho, pediu uma reunião à C. M. Porto, a fim de solicitar alguns dos apoios necessários para as referidas comemorações;
2. Tal como vem sendo hábito nos últimos anos, não tinha a autarquia nenhuma verba orçamentada para o efeito e só após muita insistência e mediante um orçamento proposto pela Comissão, decidiu finalmente disponibilizar um subsídio de 11.000 euros e algum apoio de natureza logística, em reunião que teve lugar em 2006.03.24;
3. Mediante essa decisão a Comissão lançou-se na concretização das Comemorações, orçamentadas em cerca do dobro do valor daquele subsídio;
4. Em 2006.04.20 a USP (União dos Sindicatos do Porto), também integrante da Comissão, detectou a retirada por parte da Autarquia de cartazes colocados em vários locais da cidade do Porto por esta estrutura sindical, destinados à divulgação do programa das comemorações e em que figurava de forma explícita o apoio da C.M.Porto,
5. Também 50 múpis entregues na autarquia para serem afixados, conforme combinado, em placards seus, não haviam sido colocados;
6. A USP, indignada, reagiu e enviou uma carta à Assembleia Municipal, Presidência da Câmara e Comunicação Social, dando conta da estranheza da situação;
7.Na manhã do dia 21 de Abril p.p., houve uma tentativa do Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara, Dr. Manuel Teixeira, em solicitar uma reunião para as 3 da tarde desse mesmo dia com a Comissão, no sentido de obter uma retratação por parte da USP em relação à atitude tomada com a autarquia que, segundo ele, era intolerável em relação a uma entidade que estava a dar apoio às comemorações;
8. Foi nesse momento que tomei conhecimento do que estava a passar-se e em contacto com o Secretário da USP, João Torres, fui completamente esclarecido da situação e manifestei-lhe a completa solidariedade da A25A em relação à atitude tomada;
9. A reunião solicitada, por dificuldade de agendas de várias das entidades integrantes da Comissão, não foi possível na data pretendida, acabando por ter lugar em 2006.04.27;
10. Nessa reunião, onde estiveram presentes por parte da autarquia o Vereador da Cultura e o Chefe de Gabinete do Presidente, e por parte da Comissão representantes da nossa Associação, da USP e da Associação das Colectividades do concelho do Porto, foi exercida uma enorme pressão por parte dos representantes da autarquia no sentido de que a Comissão publicamente “limpasse” a imagem da autarquia, sob o risco de, se não o fizesse, o subsídio prometido ser retirado,
11. Sendo completamente inaceitável para a Comissão concordar com tal proposta, decidiu a Presidência da C.M.Porto cortar o subsídio, tendo dessa decisão dado conta à C.S.;
12. Em consequência disto decidiu a Comissão, solidária em todo este processo, convocar uma conferência de imprensa para 2006.05.02, onde foi distribuída uma nota aos jornalistas presentes, previamente elaborada em reunião da Comissão, fazendo o historial do caso e dando conta das diligências que serão empreendidas;
13. Em 2006.11.14 foi entregue no Tribunal uma acção contra a C.M.P., exigindo ao pagamento da verba em apreço e respectivos juros;
14. Como conclusões de todo este contencioso poderá referir os seguintes pontos:


· A Presidência da C.M.Porto tem sobre este problema um entendimento completamente distorcido dos factos, pois ela é que deve um pedido de desculpas pela atitude inexplicável da retirada dos cartazes, sem qualquer aviso ou diligencia prévia junto da Comissão;

· A atitude é tanto mais incompreensível quando esses cartazes referiam explicitamente o apoio da Câmara à iniciativa;

· Quem toma estas decisões na autarquia tem uma noção pouco saudável e muito redutora sobre o direito à crítica em Democracia;

· Não estava ainda à data dos acontecimentos aprovado o Regulamento Municipal sobre Informação e Propaganda Política, pelo que no momento a decisão sobre locais autorizados ou não para a colocação de cartazes dependeu exclusivamente do livre arbítrio de quem decidiu;

· É uma obrigação dos responsáveis da autarquia o cumprimento do compromisso assumido perante a Comissão, que levou a que esta também assumisse encargos financeiros, alguns já liquidados, que terão que ser pagos;

· Além de que, de uma vez por todas, os responsáveis da autarquia deverão entender que este apoio prometido não é nenhum favor prestado à Comissão, mas antes um acto da mais elementar justiça, já que as Comemorações do 25 de Abril, são uma festa oferecida à cidade do Porto e que nem sequer é cara, atendendo ao seu significado.

Delegação Norte da A25A

segunda-feira, novembro 13, 2006

 












Cenário
Eis a estrada, eis a ponte, eis a montanha
sobre a qual se recorta a igreja branca.

Eis o cavalo pela verde encosta.
eis a soleira, o pátio, e a mesma porta.

E a direcção do olhar. E o espaço antigo
para a forma do gesto e do vestido.

E o lugar da esperança. E a fonte. E a sombra.
E a voz que já não fala, se prolonga.

E eis a névoa que chega, envolve as ruas, move a ilusão de tempos e figuras.
- A névoa que se adensa e vai formando
Nublados reinos de saudade e pranto.

Cecília Meireles, em O Romanceiro da Inconfidência
_________
Enviado por Amélia Pais
http://barcosflores.blogspot.com/
http://cristalina.multiply.com/

 

Uma análise lúcida do Governo PS

Com o título “Onde está o reformismo de esquerda do Governo PS”, André Freire, no “Público” de hoje, faz uma lúcida análise do Governo.

Depois de referir “a hipótese do PS estar a conseguir apoios junto do eleitorado do PSD e a alienar parte significativa do seu eleitorado para a indecisão/abstenção e para a extrema esquerda", dá um exemplo (em: Nota) que é significativo do ataque aos direitos e poderes dos sindicatos, as faltas dos professores por trabalho sindical (reuniões, etc.) e por greves, embora continuando a ser justificadas, contam como faltas na avaliação da perfomance dos professores, logo limitam os sindicalistas e os grevistas na subida ao topo da carreira" (art.46º, p.24, e artº15, p.56- 5ª versão do ECD).

sábado, novembro 11, 2006

 

Mais um acto “litúrgico” na vida do PS

O PS está em congresso. Tudo leva a crer que depois de se cumprir a “liturgia” própria desse acto, ninguém mais se lembre do que por lá se passou. E muito menos, do obscuro conceito, descoberto por Sócrates e por Jaime Gama, de uma “esquerda moderna”.

Quando se utiliza o moderno para caracterizar a esquerda alguma coisa se pretende encobrir. A esquerda só o é, se for do lado do coração que sente como seu o problema do homem concreto, deste ou de outro tempo, a quem falta habitação, saúde, trabalho e pão. Não há outra esquerda. Colocar o moderno antes do conceito esquerda só serve para esconder a falta de sensibilidade ao sofrimento dos que mais sofrem, não saber ouvir os sindicatos, a voz dos homens e mulheres que se manifestam nas ruas, não se importar com o escândalo das desigualdades, deixando que Portugal continue como o País onde o fosso entre ricos e pobres é o maior da Europa.

Quando se utiliza o moderno para caracterizar a esquerda só serve para passar á frente da necessidade de promover um profundo debate que levasse a uma profunda reforma do funcionamento e organização do partido. Naturalmente, a reforma dos partidos não é um problema só do PS, mas este partido poderia dar sinais de que não há democracia sem a credibilização dos partidos. A prática política no interior dos partidos está a aproximar-se da que é utilizada pelas mafias. Os “códigos de honra” substituem a transparência, o carreirismo a competência, o negócio de lugares o debate ideológico, a subserviência aos “chefes” a lealdade aos princípios, a política espectáculo substitui a política de causas e o arranjismo aparelhístico as lideranças de mérito.

Este Congresso passará ao lado de todas estas questões e, por isso, não passará de mais um acto “litúrgico” na vida do PS.

 

AFIRMOU-SE na Conferência Gulbenkian

Uma síntese do que foi dito sobre:

Que valores para este tempo?

Não deixe de consultar:
http://alisenao.blogspot.com/

quinta-feira, novembro 09, 2006

 

Um ponto de vista sbre o conflito de Rui Rio com as questões culturais

Pedro Duarte actual vice-presidente da bancada do PSD no Parlamento, em entrevista ao JN, publicada hoje, responde, acerca do conflito de R.R. com as questões culturais, o seguinte:

Concorda com a política cultural desenvolvida, nomeadamente na questão do Rivoli e do corte dos subsídios pecuniários?


- "O Porto tem que se afirmar enquanto cidade com uma fortísima dinâmica cultural. Essa deve ser uma das prioridades da Câmara. Na questão do Rivoli, temos manifestamente um problema de gestão e, portanto, não me parece nada dramático que a Câmara encontre soluções alternativas, desde que assegure aquilo que é o projecto cultural que deve estar sempre inerente ao Rivoli. Agora, não posso deixar de lamentar que estas mudanças sejam implementadas num ambiente de hostilidade, nomeadamente com os agentes culturais. Até porque não foram estes que nomearam os gestores que estiveram à frente do Rivoli nos últimos anos".

E quanto aos subsídios?

- "O despacho do presidente da Câmara está muito pouco fundamentado. Estando eu e o PSD absolutamente de acordo com as premissas, nomeadamente que devemos combater a subsidiodependência, não percebemos a relação entre essa premissa e o "remédio" que é apresentado. Quando elegemos esta Câmara, foi também para saber distinguir entre bons e maus projectos. Levar à letra o que está somente no despacho implicaria uma de duas conclusões ou na sociedade toda a gente estava de mão estendida para os orçamentos públicos, o que não acontece, ou, por outro lado, a Câmara não tinha discernimento e capacidade para se autocontrolar no desperdício público. Como não acredito numa coisa nem noutra, estou certo que Rui Rio terá oportunidade de melhor esclarecer o que pretende.

Discorda deste corte dos subsídios pecuniários?

- "Sou contra. Não concordo com o corte prévio sem se conhecerem os projectos. Admito que, analisando os projectos ,caso a caso, muitos não devam ser apoiados e sejam, como diz o presidente, um desperdicio público".

quarta-feira, novembro 08, 2006

 

Rumsfeld demitiu-se!

Rumsfeld, o mais duro falcão do governo de Bush, demitiu-se.

Finalmente, o Presidente norte-americano reconheceu que a guerra no Iraque não tem o apoio do povo americano.

A retumbante vitória dos Democratas com 4 lugares no Senado e com a possibilidade de eleger a maioria dos governadores dos Estados, só pode ter um significado: a condenação inequívoca da guerra do Iraque.

Espera-se que os falcoezinhos que por aqui tanto aplaudiram a invasão do Iraque aprendam alguma coisinha com as eleições nos EU.


Lembram-se de um tal Delgado que, exaltando a invasão do Iraque, dizia que, com os ataques cirúrgicos, iriam lá morrer menos gente que nas estradas portuguesas!?.... E é com essas análises que o rapaz tem tido sucesso.

 

George W. Bush: o grande derrotado destas eleições nos E.U.

Nancy Pelosi será a próxima presidente da Câmara dos Representantes e a primeira mulher a desempenhar o cargo nos Estados Unidos.

Os democratas conquistaram a maioria na Câmara dos Representantes. Uma vitória que não acontece desde 1994.

Para o Senado as projecções indicam que entre os dois partidos tudo pode acontecer.

Isto ainda não é o fim do governo autista de Bush, mas já é o princípio de uma América com outro olhar para o mundo.

terça-feira, novembro 07, 2006

 

Hoje faria anos Alberto Camus

Albert Camus (Mondovi, 7 de Novembro/ 1913; Villeblevin, 4 de Janeiro/ 1960).

Na sua terra natal (Argélia) viveu sob o signo da guerra, da fome, da miséria e do sol. E isso tornou-o, com Sartre, no filósofo da existência, reflectindo sobre o mundo da vida: o absurdo e o suicídio, a solidão e a morte, a esperança e a solidariedade. Foi prémio Nobel da Literatura.

Influenciou, demais, a minha geração.

Alguns excertos que me foram enviados por Amélia Pais:

"A revolta nasce do espectáculo da desrazão diante de uma condição injusta e incompreensível".

"Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade.

“Penso agora em flores, sorrisos, desejo de mulher, e compreendo que todo o meu horror de morrer está contido em meu ciúme de vida. Sinto ciúme daqueles que virão e para os quais as flores e o desejo de mulher terão todo o seu sentido de carne e de sangue. Sou invejoso porque amo demais a vida para não ser egoísta... Quero suportar minha lucidez até o fim e contemplar minha morte com toda a exuberância de meu ciúme e de meu horror”.

“Você sabe o que é o encanto?
- é ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada.”.

segunda-feira, novembro 06, 2006

 

Para que serve a cultura?!..

A propósito da “política cultural” de Rui Rio, escrevi, há tempos, o seguinte artigo que actualizo:

A cultura não é assunto de especialistas.


Não se exige, por isso, a quem exerce funções políticas no governo ou numa autarquia, que releia os clássicos, que assista a todos os espectáculos de teatro, que veja as exposições de Serralves, que saiba fruir Beethoven ou Bocelli, que goste de ouvir os Madredeus ou Camané, que seja apaixonado pelo cinema, que não perca um happening ou um concerto de rock e que esteja sempre presente em todos os colóquios ou conferências que procuram respostas para as grandes questões do nosso tempo. Ainda menos se exige que goste deste filósofo, daquele artista ou seja amigo deste cineasta, daquele músico e não de uns outros quaisquer. O que se pede a quem exerce funções políticas é que entenda a cultura como um serviço público tão vital como a luta contra a toxicodependência ou o insucesso escolar.

E porque é vital, significa que a cultura é útil à vida: educa as nossas emoções, fortalece o nosso espírito e promove mudanças para um melhor modo de entender a vida, o mundo e os outros. Foi esta a ideia que nos deixaram os clássicos, identificando a cultura com as humanidades, e é esta a ideia que nos transmite a própria sabedoria popular nos ensinamentos consubstanciados no património etnológico, folclórico e antropológico. Tanto num caso, como no outro, a cultura vincula-se ao mundo vivido e, por isso, encontramos nela uma dimensão ética: ajudar o homem a ser feliz no interior de um conceito de felicidade que promova a sua dignidade.

Uma "cultura inculta" de que falou Alain Bloom é uma cultura que não se integra num projecto humanista, que funciona como narcótico.

A função social da cultura avalia-se pelo valor acrescentado que consegue desenvolver: potencializar competências, educar a sensibilidade, impedir que cada indivíduo se feche no seu próprio egoísmo e que o vazio de esperança não culmine na depressão sem sonho ou na violência gratuita.

Naturalmente, há quem considere que acontece com a cultura o que aconteceu com Camões: a falar de Camões muita gente ficou rica, enquanto Camões morreu na miséria. E esse mal só pode ser evitado com a louvável coragem de pôr termo a uma produção cultural subsidio-dependente da promiscuidade política. Mas essa circunstância não pode ser generalizada.


Aliás, um regulamento que nega subsídios às organizações culturais que critiquem a gestão autárquica é, pelo menos, imoral, e cai, exagerando, na subsidio-dependência da promiscuidade política que diz, paradoxalmente, evitar. A crítica é um imperativo de consciência que faz parte dos deveres do exercício da cidadania e é “chocante” impedi-la a troco de subsídios.

Subsidiar (com critérios!) os promotores de eventos culturais não é "pão tirado à boca" da maioria, mas é investir, propiciando ao espírito colectivo o alimento necessário à produção de critérios do bom gosto que permitam reconhecer valores, lutar contra a iliteracia e desenvolver uma cidadania das convicções responsáveis. Obviamente, não são multidões circunstanciais que colherão de imediato tais benefícios.

Temos de ter presente que os melhores caminhos foram sempre desbravados por elites (o que não quer dizer defender o elitismo!). E, na política, gerir a "coisa" pública contra os que, honestamente, procuram a excelência, acabará, como a história nos tem ensinado, por não agradar nem a gregos nem a troianos. E isso não é bom para ninguém.

Será que Rui Rio não entende isto?!...

domingo, novembro 05, 2006

 

Hussein à espera de ser asssassinado

Saddam Hussein foi condenado à pena de morte por enforcamento, bem como o seu meio-irmão, chefe dos serviços de informação do Iraque e o antigo presidente do tribunal revolucionário iraquiano. Todos foram acusados de cometerem crimes contra a humanidade.

Naturalmente, todos os criminosos devem responder pelos seus crimes. Mas pergunta-se: um Estado poderá sentenciar a condenação à morte?!... Em nome de que valor se pode justificar essa condenação?!... E, ainda: será que o Tribunal que julga Hussein tem legitimidade para definir o que é um crime contra a humanidade?!... Será que tais crimes se aplicariam, para não falar em outros casos, aos americanos que despejaram as bombas sobre o Iraque?!...

Os problemas dos Direitos Humanos e a questão dos crimes contra a humanidade têm de ser colocados numa outra perspectiva: a necessidade de promover uma nova ordem internacional mais justa e mais solidária. Os crimes, como os de Hitler ou de Estaline, foram crimes feitos em nome de uma determinada concepção de Estado e isso só se combate, credibilizando uma nova ordem internacional apoiada na solidariedade e na paz, promovendo os valores da dignidade humana que justificam a democracia.

Um estado não pode tirar aquilo que ele não pode dar. Uma condenação à morte é exercer o crime de assassínio em nome do Estado.


Depois de assassinado, Hussein vai tornar-se numa poderosa bandeira contra os representantes do Estado que o assassinou.

Será que não percebem isso?!...

sábado, novembro 04, 2006

 

Miró, Picasso e Rodin em Amarante

Mais de 60 trabalhos de grandes nomes da pintura e escultura do século XX, nomeadamente Miró, Picasso, Rodin , Degas, Chagall, Kandinsky, Toulouse-Lautrec e Braque, estão expostos no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, até 28 Janeiro de 2007.

É a maior exposição internacional organizada por aquele museu. Visitei-a, hoje, e senti a necessidade de lá regressar, possivelmente na próxima sexta-feira.

No conjunto, são 63 trabalhos - de pintura, escultura e serigrafia - pertencentes à colecção Kurt e Gertrud Lamerdin, de Wiesloch, uma cidade alemã que está geminada com Amarante.

Não perca esta oportunidade! E, depois, não deixe de ir ao “Típico” (junto ao Hospital) e peça ao Chico umas iscas de bacalhau, acompanhadas de pão de Padronelo e de uma caneca de verde tinto de Gatão.


Concordará que ganhou o dia.

 

Primeira entrevista

Na sua primeira entrevista, dada ao D.N. e publicada hoje, o dr. Alípio Ribeiro, Director Nacional da Policia Judiciária, sintetiza algumas das ideias que vão orientar a sua acção:

1. Rever o modelo clássico das três direcções centrais e criar uma lei orgânica que corresponda a uma reestruturação da PJ mais adequada aos seus fins.
2. Apostar no factor humano, como factor determinante do bom funcionamento da polícia.
3. Aprofundar o relacionamento com as outras polícias, a fim de tornar mais eficaz o trabalho na luta contra a droga e a corrupção.
4. Não se precipitar no encerramento de alguns departamentos e directorias previsto no Programa de Reforma da Administração Central

Fazemos votos de um excelente êxito no seu trabalho, pois, como dizem os que o conhecem bem e conhecem bem o meio onde trabalha, é o homem certo para o lugar certo.

sexta-feira, novembro 03, 2006

 

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Para venda ou aluguer
Espaçoso
Largo até
Uma única assoalhada
Com vista para o rio
Ou algo parecido
Em bom estado
Com algumas fendas
Feridas de tempo
Cicatrizes de pó
Com luminosidade
Crepuscular
Decadente
Filtrada pelo silêncio
Com a boca partida
É verdade
O eco desfeito nas paredes
Mas com luminosidade
Melancólica
Frágil
É certo
Mas com luminosidade
Ideal para pintar
As gaivotas em terra
A finitude de um olhar

É favor contactar: 1
Porque número mais triste não há
Alugo corpo
Vendo solidão.

André Simões Torres.
In"A Poesia Possível"

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