terça-feira, novembro 14, 2006

 

Homenagem a um Amigo

Faleceu Manuel Ramos. Soube da notícia já depois do seu funeral. Prestei-lhe a minha homenagem, hoje, na Missa do Sétimo Dia.

Manuel Ramos era um amigo que admirava. Conheci-o no tempo em que o Café Brasileira funcionava como um centro republicano. Foi através de um outro amigo, também já falecido, Jofre do Amaral Nogueira que, na altura, era professor na Escola Industrial de Viseu.

Nessa ocasião, cumpria o serviço militar em Viseu. Era oficial miliciano e secretariava o Tribunal Militar, onde também exercia funções o meu amigo Joaquim Gomes Canotilho. Aproveitava a boleia de Jofre do Amaral e, durante as curvas inumeráveis que nos levavam a Viseu, a nossa conversa, invariavelmente, versava as relações entre o MDP e a CEUD, onde, entre outros, pontificava Manuel Ramos.

Depois do 25 de Abril estivemos, durante alguns anos, distantes ideologicamente, mas fomos sempre amigos. Era para mim uma referência de convicções e verticalidade.

Manuel Ramos foi Deputado, sócio empenhado da A25A, Director do J.N. e Vice-Governador Civil do Porto no tempo de Mário Cal Brandão.

Acompanhei-o nas preocupações com o Colégio de Nova Sintra, onde estudou. Esteve solidário com a luta que a Associação dos Amigos do Marco desenvolveu pelo direito ao exercício da cidadania. Fiz com ele uma exposição sobre “O 31 de Janeiro e a Censura” e também colaborei num opúsculo que publicamos. Mais tarde, substitui-o na Assembleia Geral do Instituto Profissional do Terço.

Manuel de Sousa Ramos tinha um sentido apurado da ironia. Foi deputado nos tempos da Constituinte. Um dia, pediu insistentemente a palavra. O Presidente não o ouvia e ele não esteve com meias-medidas: saiu da Assembleia e enviou o seguinte telegrama: «Exmo. Sr. Presidente da Assembleia: peço a palavra. Deputado da bancada do PS, Manuel Ramos».

Se me puder ouvir, Manuel Ramos: um grande abraço de saudade.

Comments:
Penso que nestas ocasiões pouco ou nada há que possa ser dito.
Como não sei que dizer-lhe tomo a liberdade de deixar-lhe o endereço dum blog no qual pode ler um texto de alguém que tb viveu uma perda e lhe presta homenagem, precisamente, na missa do sétimo dia. (se não for pedir muito, gostava de conhecer a sua opinião sobre o texto)

http://marvivo-crt.blogspot.com/2006/08/sinto-me-triste.html

ln
 
Já li. O texto enfia-nos no que há em nós de mais pequenino e frágil. Não sei dizer mais.

Venho de dirigir uma Assembleia Geral precisamente do IPT, onde substitui Manuel Ramos. Compreenderá que não tenho cabeça para pensar muito.
 
Uma boa noite para si.
ln
 
Obrigado.
 
De repente tive a noção de induzir num equívoca e quero esclarecer o caso, antes de me deitar. Quando disse que substituí Manuel Ramos na AG do IPT pode pensar-se que ele ocupava, antes de falecer, o lugar que eu ocupo. Não foi bem isso. Manuel Ramos, depois de ser gestor do IPT, foi convidado para encabeçar a AG e eu ficava a Vice. Não aceitou e eu passei para o lugar que seria dele. Fica o esclarecimento.
 
E que me diz o meu amigo sobre a postura do PS, Porto, nem um ramo de flores, nem alguém a representar no seu funeral, nem pesâmes públicos.... Uma tristeza e uma ingratidão perante quem tanto deu pela causa republicana e socialista!!! Se calhar será por isso...
Um abraço!!!
 
É a marca de um "PS modernaço"!

Já reparou que o PS no Porto está entregue a uma "família"? Já reparou que se cada um desses elementos se candidatassem a gestores de um condominio nenhum (a) era eleito? Rui Rio vai ganhar as próximas eleições. Eu, neste PS do Porto, que está nos lugares cimeiros da Comissão Política Nacional, não voto! e nem é por quesões políticas: é por questões de higiene!
 
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