quinta-feira, setembro 25, 2014

 

A demagogia não pode continuar a ser o tranpolim do poder!

É natural que o governo caia, tal é a embrulhada e falta escandalosa de carácter deste primeiro ministro. Mas um outro problema vai complicar essa situação: o que se passa no PS.
A estratégia de Seguro em fazer crer que vai separar os negócios da política  é das maiores demagogias que se tem ouvido. Constituindo um processo de intenções é logo desmentido pela prática política de muitos autarcas que  apoiam Seguro. Gostava de saber, por exemplo, por que é que foram entregues  projetos de estruturas de apoio municipal a recém licenciados em arquitetura, filhos de lideres do PS? Será que alguém acredita que o aparelhismo que gera esses favores e está com Seguro vai abdicar do poder de distribuir essas mordomias que lhe dão força?!...
Tem razão, por isso, Mário Soares, quando pede a Seguro que se demita.
O combate a essa praga faz-se com legislação apropriada que criminalize a falta de transparência e não com propaganda eleitoral. E essa legislação não depende de intenções, mas de uma maioria no Parlamento que Seguro não conseguirá, porque  lhe falta carisma e credibilidade: é, como Passos, um carreirista fabricado no blá...blá... das jotas.

terça-feira, setembro 23, 2014

 
O debate foi o que se esperava: Seguro seguiu a táctica das mãos nas ancas, mas penso que os portugueses não querem um primeiro ministro numa banca de peixe. António Costa seguiu a postura que se esperava: quer ser um primeiro ministro para todos os portugueses e até para os que estão na banca de peixe. Só não gostei que Costa elogiasse Assis. Penso que entre Assis e Seguro a diferença está na velocidade das picaretas falantes que cada um usa.

sexta-feira, setembro 12, 2014

 

Um estilo diferente!




Naturalmente, o governo, Passos Coelho e Portas, julga que pode esfregar as mãos com  estes debates.   Entende-os como uma luta que prejudica o PS.

Mas, a clarificação no PS é a melhor forma do partido sair do pântano em que se tornou a política no País, onde as pedradas já não fazem ondas. Pântano, de que é culpado o chamado “arco do poder”.

Este debate vem rasgar alguma esperança: percebe-se que Seguro não é um líder, mas um chefe (incompetente) preocupado em mostrar serviço. Costa, por mais que repitam que não traz novas ideias, tem um estilo de Homem de Estado: não se envolve nas quezílias pessoais e tem espírito crítico, capaz de separar o secundário do essencial.

As ideias, tal como os cogumelos,  nascem no terreno apropriado e Costa é sabe explorar esse terreno para fazer brotar as melhores ideias, as mais ajustadas ao que esperamos. Tem o background necessário à intervenção política e, por isso, é capaz de saber estar atento e sensível á complexidade dos problemas que vivemos, para tomar, na altura certa, as medidas que fazem um bom governo, o que é capaz de diminuir o sofrimento dos que mais sofrem!

Seguro  não se separa do estilo Passos Coelho e Portas: não consegue deligar-se daquela velha forma de fazer política: embrulhar os problemas numa lábia de boas intenções e mostrar a cenoura para condicionar o voto.

João Batista Magalhães

Prof. Aposentado.

Porto

domingo, setembro 07, 2014

 

Nossa Senhora da Lapa

Hoje, celebrou-se a aparição de Nossa Senhora da Lapa (ou da Aparição), em S. João da Folhada.
No livro “Regresso às raízes” dou conta do documento encontrado na Torre do Tombo que refere esta aparição. Reproduz as respostas que o Abade José Franco Bravo, em 1758, dá ao Inquérito que lhe é enviado pelo Marquês do Pombal:
“Nos limites desta Freguesia, quase nos seus confins, do lado poente e sul a confinar com a Freguesia de Várzea de Ovelha, nas fraldas dos grossos e ásperos matos da serra da Aboboreira, na parte do Sul, num cabeço do dito monte, no dia 13 de Maio de 1757, quase uma hora antes do pôr do Sol, andando três criaturas de idade menor, de menos de 12 anos, apascentando umas ovelhas no tal sítio chamado o Outeiro do Preiro, sem que nada vissem, ouviram uma voz que as chamava, cada qual pelo seu nome. Duas chamavam-se Maria e uma Tereza. Ao virarem o rosto, viram sobre umas ásperas pedras uma mulher encostada às altas fragas, de mediana estatura, mas de tão brilhante e resplandecente rosto que ficaram admiradas e logo lhes pareceu não ser mulher desta terra. Aproximando-se dela, ainda que um tanto surpreendidas de verem tal mulher e em tal sítio, foram por ela acolhidas com afagos, convidando-as a aproximarem-se. Entretanto, advertiu-as que deveriam saudá-la. Pegou na mão de uma, a que tinha ar de mais inocente, e á outra, retirou-lhe um rosário que trazia ao pescoço e lançou-o ao céu, enquanto com elas falava. À terceira, que era mais adulta, repreendeu-a do vício de falar do demónio. A todas disse que, chegando aos locais onde residiam a todos pedissem que jejuassem a pão e água nas primeiras Sextas-Feiras e Sábados. E que o mesmo pedido fosse feito a toda a gente que encontrassem ou com elas falasse. Uma das crianças, a mais faladora, perguntou-lhe quem era. Respondeu-lhe que depois de cumprirem o que lhes pedira e de fazerem uma romaria durante nove dias contínuos ao redor daqueles penedos em louvor de Nossa Senhora lhes diria quem era. E as três meninas cumpriram o que lhes foi pedido. E mal deram a notícia, apareceu logo muitas pessoas, umas de perto, outras de longe, e todas consideraram que o acontecimento era um milagre.”
E o Abade da Folhada, continuou: “ O que eu vi e observei, dei conhecimento ao mui Reverendíssimo Doutor Provisor deste bispado e pedi-lhe que mandasse averiguar o caso judicialmente. O referido senhor ordenou que fosse eu a observá-lo com prudência e que nada fosse desprezado. E empenhando-me a averiguar o melhor que pude e a colher o que os outros diziam, não encontrei, até ao presente, ninguém que contrariasse o que foi dito. Pelo contrário, encontrei pessoas muito fidedignas que me disseram ser um milagre, quando de noite, algum tempo atrás, se viu uma luz, no tal sítio, na véspera da Ascensão de Nossa Senhora de Agosto. Essa luz, que apareceu quase à meia-noite, era tão resplandecente que asseguram se podia ler uma carta à sua claridade à distância de quase meia légua. Nunca se tinha observado tanta luz. Além deste e outros testemunhos que recolhi, verifico que desde o ano passado ocorrem alguns milagres e o maior é a multidão de gente que continuamente ocorre para aquele sítio. Por consideração com o culto e devoção dessa gente, mandei colocar naquele sítio uma estampa de Nossa Senhora da Lapa e uma cruz de pau.”
O caso terá posto em sobressalto toda a gente da Folhada e das paróquias vizinhas. Só isso justifica a multidão de pessoas que para ali acorriam. E essa Aparição a três inocentes pobrezinhas não poderia ter, para essa multidão de devotos, maior significado: eles também eram pobres e sentiam que, no mundo em que viviam, só Nossa Senhora os poderia proteger da fúria das políticas do Marquês do Pombal (…).
O contexto é muito semelhante ao vivido nas aparições de Fátima: uma crise social profunda e uma ausência de esperança. Mas é sempre nestas circunstâncias que se manifesta o divino: é a hierofania necessária a desobstruir o absurdo do mundo da vida e assim ajudar o Homem a encontrar um sentido para a vida.
Por que Fátima se tornou numa grande celebração religiosa e na Aboboreira isso não aconteceu?!... 
A reposta é simples: o poder político precisou de Fátima, sobretudo a partir da altura em que a Revolução Russa triunfou; o poder político do Marquês abominava essa aparição e tudo fez para que ela fosse esquecida.

Se quiserem, leiam o meu “Regresso às raízes”, onde desenvolvo melhor esta questão.

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