segunda-feira, março 19, 2012

 

Preciso da memória para sentir o “Dia do Pai”, para viver!

Hoje acordei a pensar no Dia do Pai e isso fez-me preocupar com a memória.

Na antiguidade clássica, a memória era personificada numa deusa, a Mnemosyne, mãe das musas e responsável pela inspiração dos poetas. Segundo Hesíodo , na formação do mundo, os reis e poetas receberam da Mnemosyne os poderes que davam autoridade à sua palavra.

Sempre pela memória se guardaram bens, se arbitrou decisões, se instituiu a identidade pessoal ou colectiva, se manifestou a gratidão e se construíram as utopias mais generosas de um tempo outro, mais fraterno, mais justo e mais humano.

Na mitologia grega o reino do ser é identificado com o reino da memória e com o dia, a negação do ser com o esquecimento e a noite.

Sinto que vou perdendo a memória e isso é amargurante: apagam-se os laços com saberes, experiências, amigos e pelo esquecimento percebemos o vazio, o que é o mesmo que dizer uma certa forma de morrer.

Neste Dia do Pai, preciso da memória para reconstruir a saudade da sua presença, o seu amor e a sua generosidade e compreender melhor as minhas filhas e netinha.

Para nada me interessa essa ditadura do “novo” que hoje faz moda, mas nos desvincula da gratidão, constituindo a forma cínica de espezinhar a memória dos nossos pais, do que fizeram por nós o melhor que sabiam e podiam.

Preciso da memória para sentir o “Dia do Pai”, para viver!

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