sexta-feira, agosto 19, 2011

 

O regresso a tempos "imerecidos"

Aumenta a pobreza, diabolizam-se os trabalhadores e os sindicatos e vai surgindo uma “miséria imerecida” que faz lembrar velhos tempos, da pré-revolução industrial.


Aparecem os bancos alimentares, os voluntários para levar algum conforto aos mais desprotegidos e crescem os movimentos de solidariedade.

A solidariedade é a virtude da condição humana. Fazemos parte de um todo, a humanidade, e, por isso, temos o dever de sermos solidários. "Somos-ser-com-os-outros" e não faz sentido pensarmos a vida como se fôssemos náufragos, numa ilha deserta, entregues aos próprios recursos. Recebemos um património que nos é comum, vivemos e realizamo-nos em inter-relação; e em inter-relação somos responsáveis pelo destino da nossa espécie. Tal como, em linguagem jurídica, os devedores são ditos solidários, porque cada um deve responder pela totalidade da soma que, colectivamente, pediram emprestado, também a solidariedade humana resulta duma comunhão de interesses e de destino.

A generosidade vai além da solidariedade e vai além da justiça. Ser generoso não é meramente partilhar o que temos a mais, nem apenas entregar ao outro o que ao outro faz falta. Distribuir ao outro o que ao outro pertence ou precisa pode ser um acto de justiça ou de solidariedade, mas não é, concerteza, um acto de generosidade.

O generoso determina-se pela ideia de magnanimidade e só é magnânimo, no sentido de grandeza moral, aquele que dá o que lhe faz falta.

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