quinta-feira, outubro 20, 2011

 

A crise é política, isto é, da forma de organizar a nossa vida, a nossa relação de uns com os outros

Em termos muito simples, podíamos dizer que precisamos de quem tenha um pensamento divergente; isto é, seja capaz de encontrar respostas para a crise contra a corrente. Se repararmos na história das ideias, foram sempre os do pensamento divergente que abriram as portas da esperança, do futuro. Pensando como a maioria pensa, repetimo-nos uns aos outros, atiramos culpas uns aos outros e infernalizamos a nossa vida. É isso o pensamento convergente, dos computadores , dos modelos matemáticos ou contabilísticos.


A crise, se repararmos no gráfico que denuncia o seu crescimento, teve origem, sobretudo, no capitalismo financeiro: a crise do suprime surgiu em 2006, com os créditos de alto risco em que apostavam os agiotas da banca. Levou a uma crise sistémica, porque fez girar, a nível global, mais dinheiro em contabilidade formal do que o que havia nos cofres, em ouro, digamos assim.

É uma crise provocada por uma economia, entendida apenas como contabilidade, que colocou aos seus pés a política. Mas a economia tem a ver com oikos que significa casa, família, distribuição para resolver os problemas da vida. Por alguma razão foi na vida de um mosteiro que a palavra surgiu. Não é uma ciência exacta, porque não conta com as variáveis que resultam da relação do homem com a vida, com os outros homens e com o mundo.

A crise significou a demissão (e para muitos traição) da mediocridade dos políticos. Vergaram-se e ajoelharam perante a nova forma de capitalismo: o financeiro. Não foram criadas regras e o dinheiro expandiu-se virtualmente.

É preciso que a política tome conta da economia e esse é o caminho para resolver a crise e não com a escravidão dos impostos, o terrorismo do desemprego e das falências.

Começa a haver um retorno à política, basta ver as publicações que vão aparecendo, criticando este sistema capitalista, inclusivamente dos que receberam o Prémio Nobel. A crítica ao capitalismo financeiro cresce não só entre os indignados, mas também entre cineastas, intelectuais, crentes, etc. que são capazes de pensar de forma divergente. Repare-se neste documentário: http://www.youtube.com/watch?v=UKt33LZQYYw

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