terça-feira, outubro 04, 2011
"Prós e Contras" ou Casa da Música?
Passei ontem os olhos e os ouvidos pelo programa “Prós e Contras”. Tratava da reforma administrativa. No anfiteatro perfilavam-se os senhores do poder local, trajando, exemplarmente, um facto azul. A sua voz melodiosa e bem timbrada podia receber o mesmo epíteto que o nosso Presidente atribuiu ao Mandarim da Madeira: “o estilo faz o autarca”.
Encantavam quem estava para os ouvir com um verbo que deslizava argumentos a favor do magnânime papel dos autarcas e das virtudes instrumentais das empresas municipais. E tudo para servir o povo (e também a pova, pensamos nós!).
Ouvi-os e fui levado para um mundo de melodia que fazia dos “Prós e Contras” a Casa da Música. Mas uma pequena questão toldou o meu deslumbramento: por que será que não há gagos entre os autarcas? Se há cotas para mulheres, por que se discriminam os gagos?
Penso que é uma questão que deve ser levada ao Tribunal Constitucional. Só temos autarcas que a falar não são gagos. E um gago, pelo intercalar o pensamento com o verbo, deixava-nos tempo para comparar o que diz com a realidade e isso é abissal. Basta ver a situação desastrosa, no plano económico e moral, da “vaca sagrada” que aqueles senhores, de facto azul e lábia jorrante, defendem.
Encantavam quem estava para os ouvir com um verbo que deslizava argumentos a favor do magnânime papel dos autarcas e das virtudes instrumentais das empresas municipais. E tudo para servir o povo (e também a pova, pensamos nós!).
Ouvi-os e fui levado para um mundo de melodia que fazia dos “Prós e Contras” a Casa da Música. Mas uma pequena questão toldou o meu deslumbramento: por que será que não há gagos entre os autarcas? Se há cotas para mulheres, por que se discriminam os gagos?
Penso que é uma questão que deve ser levada ao Tribunal Constitucional. Só temos autarcas que a falar não são gagos. E um gago, pelo intercalar o pensamento com o verbo, deixava-nos tempo para comparar o que diz com a realidade e isso é abissal. Basta ver a situação desastrosa, no plano económico e moral, da “vaca sagrada” que aqueles senhores, de facto azul e lábia jorrante, defendem.