segunda-feira, outubro 03, 2011

 

Estamos a ser devorados pela paranóia do "nonsense"

Ontem andei na serra à procura de perdizes. Só “apanhei”dois tombos que até o meu epagneul breton ganiu por mim.

Hoje, só ouço falar em tumultos. Dizem que a polícia já se prepara para essa”guerra”. São notícias que, paradoxalmente, só servem para “incitar” o pessoal a imitar os gregos. E a muitos ouvi que isso tinha de acontecer.

O desespero é crescente com a crescente brutalidade das injustiças com que este Governo, esquizofrenicamente, pretende culpabilizarmo-nos pelo deficit.

Se já está demonstrado que o deficit tem origem na gula do capital financeiro, foi obra das ruinosas parcerias público/ privadas, da megalomania das grandes obras públicas, do tráfico de influências que fizeram do Estado um coutado de amigos, das negociatas, etc., pois que responsabilizem esses senhores governantes, autarcas, madoffs do BPN, do BPI e outros e lhes retirem o dinheiro que falta.

É chocante e revoltante ouvir um comentador na TV, num País onde a diferença entre salários de trabalhadores e gestores é abissal, desenvolver a peregrina teoria de que a intersindical também foi culpada pela subida dos ordenados.

Parece que a intersindical não deveria ser uma organização dos trabalhadores, mas da troika.

Acresce a esse retorcido raciocínio o escamoteamento de que a melhoria das condições de vida dos trabalhadores custou-lhes dias de perda de salário e isso significou solidariedade na defesa de causas, enquanto aos gestores públicos e outros os ordenados escandalosos foram egoisticamente “ditados” pelos próprios aos próprios e ainda com cartões de crédito, carro, telemóvel, ajudas de todos os tipos, etc. E em certos casos, bastou alguns dias de trabalho para receberem milionárias reformas que acumulam com outros vencimentos.

Sente-se que o País está a ser devorado pela paranóia do “nonsense”. Precisámos de quem pense os problemas graves que vivemos a todos os níveis, mas para isso é necessário postular a dignidade do ser humano, os direitos que configuram um progresso civilizacional, ter sentido de equidade, consciência da “coisa pública” e ser patriota capaz de denunciar a ocupação do nosso País pelo imperialismo financeiro que nos esmifra como nem os filipinos nos esmifraram.

Mas, só temos comentadores “vendidos” e políticos de “carregar pela boca”, como as antigas armas de caça!

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