segunda-feira, janeiro 15, 2007

 

Uma batida de caça em TÓ

Depois do jantar de caça, em Vouzela, parti no Domingo, às 5h da manhã, para Mogadouro, mais propriamente para a freguesia de TÓ. A montaria começava com o mata-bicho às 9h.

Chegamos à hora marcada ao velho solar do bisavô de um dos nossos amigos, onde, hoje, funciona a junta de Freguesia. Explicou-me o bisneto que, o seu antepassado era liberal e, como andava muitas vezes fugido, teve em cada aldeia a sua companheira e deixou muitos filhos por aquelas bandas. Percebi, então, o papel do liberalismo na repovoação das aldeias transmontanas. Foi muito mais eficaz que todas as medidas tomadas por D. Sancho I … Sempre me pareceu que há boas razões para ser republicano

A montaria tinha uma particularidade: no final, por volta das 13 horas, depois da missa de domingo, era servido um almoço não só aos montanheiros mas também a toda a população da Freguesia. Constituía uma forma de estimular a população a olhar pela caça no tempo do defeso.

O almoço constou de uma suculenta feijoada transmontana. No final, fomos convidados a ir tomar o café a um dos dois cafés da Terra. É que a sede da Junta não dispunha de máquina de café para não fazer concorrência aos estabelecimentos do ramo.

Terminada a faina, regressei com os meus amigos ao Porto. Como um deles desempenha o negócio formoso de importação de flores, pedi-lhe um ramo de rosas vermelhas lindíssimas, importadas do Quénia, e entreguei-o á minha legitima (e única). Foi um gesto simpático que me devolveu muita alegria. Pena é que já não tenhamos idade para repovoamentos… Mas... faz-se o que se pode!…

Espero, agora, a próxima jornada.

Comments:
Compadre! Essa do liberalismo e do repovoamento é um achado! Vexa está hoje com uma "verve"!

mas verifico que não figura na foto! está mal!...e eu que gostaria de a arquivar consigo nela....ora bolas....
 
Sabe, caro amigo, a foto já não ficava direita!

Como vê, tenho boas razões par ser republicano.
Um abraço
 
Totalmente de acordo com o Amigo Cabral-Mendes.
Discordo disto «Pena é que já não tenhamos idade para repovoamentos…»
Pelo que o Cavalheiro Primo narra deduz-se , no minimo, que está em excelente forma:-)
Abraço
 
Caro amigo: a propósito vou transcrever para si e para o nosso monarca, Cabral Mendes, uma passagem de um livro sobre D. António Ferreira Gomes que ando a ler.

Referindo-se a uma estória contada a uma das personagens do livro, escreve o seguinte:

«Era a história de um rei que se confessava ao seu capelão de algum pecado extra conjugal, por irresistíveis lhes pareceram as damas de corte, em momentos de maior entusiasmo. O capelão repreendeu Sua majestade por esse comportamento relapso. O rei acatou a penitência, mas deu secretamente ordens para que, daí em diante, o capelão encontrasse a todas as refeições caldo de galinha na sua mesa. Passados tempos, enfastiado pela monotonia do trato, fez saber ao rei o seu descontentamento. Ao encontrá-lo, o rei disse-lhe: “Acha Vossa Reverência monótona a forma de tratamento? É para compreender que nem sempre galinha nem rainha”.»

In Jorge Cunha.”As pregas do véu de ombros”. Pg.13 (Letras e coisas).

Aqui está uma questão transversal a todos os regimes: liberais, monárquicos, teocráticos e laicos, maçónicos e da opus-dei.
 
Lá isso é verdade!Boa piada!
Fui ver ao Teatro do Campo Alegre a peça « Um bispo do Porto », no ano passado. Este Senhor D. era uma persõnagem muito Grande ,Imenso!
Dele, apenas li, o belo prefácio , nos «contos exempares », da Sophia.

« De pé perante os homens,
de joelhos perante Deus »
 
Olhe, hoje, estive com o Júlio Cardoso, o prof Arnald de Pinho (que foi secretário do D. António) e o prof. Jorge Cunha (que escreveu o livro que referi (é uma narrativa metáforica sobre a vida de D. António)a falar, durante o almoço na Adega Ribatejana, sobre essa peça. O Júlio está com ideias de fazer, agora, uma peça sobre uma das mulheres de santo Agostinho. É de não perder.

Um abraço
 
Uma das mulheres de Santo Agostinho, hem?....é caso para dizer: Fazei-me santo, mas não para já...pois...a carne é fraca...

Vou ver se encontro esse livro de que fala, Primo...o de Jorge Cunha...

Ah! Que inveja dessa tertúlia!

Um abaço, CM
 
Amigo Fereira: grande frase essa: "De pé perante os homens,
de joelhos perante Deus"!

É uma boa divisa!
 
É tudo verdade, que eu estive esta 3ª feira com o nosso Primo e vi o livro.

E também não sabia que o S. Agostinho era desses... Mas ele explicou-me.

As coisas que o Primo sabe! Mas quem se levanta às 5 horas para ir à caça, tem tempo para saber essas coisas, não é?
 
Amigo CR, então não sabia que Santo Agostinho, antes de se converter, amou muito as mulheres? É verdade, sim senhor....assim estilo CRibeiro, está a ver? antes da futura conversão...


Primo: acabo de ler na Ecclesia a seguinte notícia:


"A Fundação Spes, criada por D. António Ferreira Gomes, prepara-se para editar um volume em que recolhe as intervenções do Bispo do Porto no II Concílio do Vaticano (1962-1965). Os textos encontram-se, presentemente, a serem traduzidos do Latim para a nossa língua, sendo posteriormente revistos por um teólogo".

Bem...D. António está na moda...
 
Ainda que mal pergunte, quem é o Tó? É proprietário da freguesia?
Almoço para 210 pessoas?
Isso não seria digno duma inscrição no Guiness Book?

Brinco obviamente. Vi tudo aqui: http://www.cm-mogadouro.pt/freguesias/freg_to.html
 
Tem razão, amigo Cabral-Mendes: aquele que entre nós mais potencialidades tem para ser um outro santo Agostinho é, de facto, o camarada Coutinho Ribeiro. Está na linha das paixões fatais. Eu só daria um bom S. Gregório.

È verdade: a Fundação Spes vai publicar muitos documentos que estão na gaveta de D. António, inclusivamente a sua carta a Salazar. Se puder leia o livro de Jorge Cunha "As pregas do véu de ombros". Vai ser apresentado na Universidade Católica, na próxima Sexta-Feira, às 21h30. Tenho autorização para convidar todos os interlocutores deste blog e seus amigos e amigas. Conta a vida de D. António. Eu conheci-o e tive sempre por ele uma forte admiração. E no julgamento do P. Mário, onde ele foi testemunha, tive a sua mão de solidariedade sobre o meu ombro, numa altura em que manifestava o repúdio pelas provocações da PIDE e pela forma como o procurador do tempo, Gil Moreira, mais tarde advogado de Ferreira Torres,o interrogava.

Amiga LN. Tó é uma freguesia de Mogadouro. Tem um sentido de vida colectiva muito forte. Localiza-se a 12 km de Mogadouro e aí uns 30 de Miranda do Douro. A história do bisavô do meu amigo A.M. é verdadeira. As conclusões são minhas: não são científicas, mas aproximam-se. Dia 27 estarei numa montaria em Vouzela.


Um abraço.
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
A foto que vem no site (que refere) diz respeito às traseiras do solar do bisavô desse meu amigo. Aliás, não percebo a escolha. A frente do solar é muito bonita.
 
Compadre, vou mesmo ler o livro de Jorge Cunha "As pregas do véu de ombros", pois gosto destes temas...hei-de ir à procura...
 
O livro foi publicado em"Letras & Coisas". É uma pequena editora que tem sede na Rua Pedras de Novais, 253,H45,
4450-767. Leça da Palmeira
telef:351229940484 .Email@letrasecoisas.pt

Fique, caro monárquico, a saber:
Jorge Cunha é padre, professor catedrático na católica e irmão de Egino, ex-padre que exteve no Marco e foi o obreiro da Igreja construída por Siza Vieira. Actualmente está a fazer o doutoramento em estética, em Comilhas, (sobre Siza Vieira) e já, agora,também lhe digo que se vai casar com uma jovem muito linda, filha de um amigo que foi meu colega no colégio do Marco.

Como vê, nem só a monarquia provocou entusiasmos por donzelas.Os padres dinâmicos também acabam por resvalar para o bom gosto dos republicanos laicos.

È a vida, como diria o outro!
 
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