domingo, janeiro 28, 2007

 

A montaria de Ventosa

Fomos, ontem, à montaria da Zona de Caça Municipal de Ventosa.

Depois de passarmos a Torre de Vilharigues -- que alguns pensam ter sido erguida pelo Decepado que, recusando reconhecer a presença de Espanha, pretendeu anunciar que ali, bem perto, apareceria um dos melhores restaurantes da região, "A Eira do Bica”-- encontramos Ventosa, onde um cruzeiro assinala a independência nacional.

Como não poderia deixar de ser, onde põe a mão o prof. Paulo tudo surge bem organizado. Assim aconteceu com a montaria.


A mancha da batida, com portas estrategicamente bem localizadas e com segurança, situava-se numa zona serrana, a noroeste da extremidade do Caramulo, com uma lindíssima vista para o vale de Lafões.

Mal a matilha entrou no monte, um javali resolveu enfrentar um dos cães e, depois de levar a melhor, desapareceu. Foi o único que por ali andava.

Mas, numa Terra de paisagens soberbas que jeito faria andar por ali javalis?!...

Até D. Duarte que, por alguma razão, escreveu “ O Leal Conselheiro “ e instituiu em 1436 o Concelho de Vouzela, ficaria desapontado, se soubesse que num dia soalheiro de Inverno andavam por ali javalis a receber chumbos e balas de um grupo de monteiros.

É que o local, de longas e soberbas vistas, era mais próprio para a reflexão transcendental ou, então, para o descanso, como faz Afonso Bica, alapado com a sua carabina, do que para procurar um animal furtivo e feioso, quase sem pescoço, com curtas pernas e de cerdas compridas, donde exala um forte fedor!...

Aliás, penso mesmo que seria por ali, bem mesmo no alto de Ventosa, que, longe do pensamento javalisado, D. Duarte haveria sonhado com a conquista de Tânger.

Era, então, bem preferível descer à substância das razões cinegéticas e escutar Dona Leonor no seu apelo a que nos reuníssemos para o almoço. E foi isso que, por volta das 15 horas, fizemos.

Valeu a pena!!!...


Um suculento rancho servido à maneira de Ventosa perfumou-nos a alma e encheu-nos o estômago. Houve até discursos e sorteio de prendas oferecidas pelas Cutelarias Finas. E fomos privilegiados com a amiga presença do Agostinho, um dinossauro do poder local, socialista incorrigível, e do simpático pároco da Freguesia. Por ali também andou o Amigo André do “A Eira do Bica”, talvez a pensar como fazer levar a ementa daquele repasto para prato do dia do seu restaurante.

Foi uma jornada bem à maneira da gente boa das terras de Lafões.

Para o ano, lá estaremos!

Comments:
Bom dia caríssimo.
Não resisto a perguntar-lhe, com uma pontinha de ironia, que tipo de reflexão transcendental conseguiu fazer no seio duma mancha de batida (presumo que seja um grupo significativo de monteiros) e na presença dos uivos duma matilha? Mal chego e apetece-me deixar já uma provocaçãozinha.
:-)

E quanto a isto: "Foi uma jornada bem à maneira da gente boa das terras de Lafões." não podia estar mais de acordo consigo. De facto, há por estas terras gente muito boa.
Tenha um bom dia.
 
Seja bem vinda, boa amiga. Já tinha saudades suas.

A meditação que procurei fazer foi sobre "ser e não ser". Bom rapaz, entenda-se!...
 
Obrigada Primo, pela sua sempre generosa amabilidade.

Ora diga-me, ainda vou a tempo de me inscrever para a montaria do próximo ano? Será que um ano de treino diário e intenso é suficiente para me habilitar a acertar num javali? :-) :-)
 
Belo postal primo.Também prefiro a Vitela ao Javali. Estava boa? Olhe gosto muito de S.Pedro do Sul.
Também já tinha saudades da amável LN. Abraços para os dois.
 
Olhe, amiga L.N. não é preciso treinar. È a minha experiência que fala. Até hoje, e já tenho no papo seis montarias, não atirei a nenhum javali.

No proximo dia 6 volto à "Eira do Bica" para um jantar de caça. É esta a vantagem de ter quem desempenhe por mim o que tutelava a deusa Diana. Eu sou mais certeiro nas incumbências da deusa Ceres, do deus Baco e outros de que agora não me lembro.
 
Caro Ferreira: eu gosto de javali. Já o provou assado com castanhas?!... Tem de levar carne gorda. É uma delicia!
 
Mas afinal estamos perante um caso de censura? "Exame prévio" feito por algum ofical na reserva?...eu explico: então o Primo volta a não aparecer?!..."tá" mal...

Ai que belas "comezainas"!
 
Não é censura, mas a consequência das limitações que resultam de não poder fotografar-me e tirar fotografias ao mesmo tempo. Estou á espera das novas tecnologias anunciadas pelo nosso Primeiro.

Já coloquei algumas considerações (óbvias, necessariamente!...) no post “as pregas do véu de ombros” sobre outras pregas (ou praga) do chanel! Espero que não se zangue comigo. Tratei o assunto cientificamente! Ou melhor, tanto quanto a ciência me ajudou a compreender a questão!
 
Olá caro Ferreira. Cá estou, pronta a chatear!! Um abraço tb para si.

Primo: "não é preciso treinar. È a minha experiência que fala. Até hoje, e já tenho no papo seis montarias, não atirei a nenhum javali." Mas..., não me tinha dito que era caçador?? E não precisa de treinar? Humm, já entendi. Basta-me pedir ajuda à deusa Diana ou ler "sobre a caça e os touros" e fico habilitada. Sendo assim, fico mais descansada. :-)
 
Como vê, só lhe facilito a vida!...
 
Obrigada.
Anda especialmente bem disposto ou é impressão minha?
 
É das pregas do véu de ombros, ln.
 
As "pregas d véu de ombros" é o que sobressai na escultura de D. António que está junto à reitoria da U.P., do lado da Igreja dos Clérigos.
 
Na minha próxima visita ao Porto prestarei atenção às pregas. Junto à reitoria, do lado da Igreja dos clérigos. Muito bem.
 
Reconheço que também nunca prestei atenção, ob. pela dica , Primo.Terei que lá ir ver com olhos de ver.
 
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