quinta-feira, abril 30, 2009
Os 100 dias de Barack Obama
Esta madrugada ouvi Barack Obama. Gostei do tom e da postura com que falava. Não se recorreu das fanfarronices que abundam por cá, nem precisou de fugir, com rodriguinhos, às questões que lhe eram colocadas. Pareceu-me sincero, não enviou para as pitonisas a clarificação do que dizia e falou sem a ostentação dos que incham com o poder. Seguiu o princípio da responsabilidade política: estar disponível para ouvir, ser claro nas respostas e aprender com os erros.
Como na nossa “paróquia” os políticos imitam tudo, esperamos que aprendam com Obama esse novo estilo de estar nas conferências de imprensa.
Naturalmente, há uma dificuldade que pode ser inultrapassável: é que Obama demonstra ser um político inteligente e com sentido de Estado!
quarta-feira, abril 29, 2009
Sondagens
Legislativas. Marktest, 14-19 Abril, N=803,
PS: 36,2% (36,7%)
PSD: 26,4% (28,4%)
BE: 13,6% (12,6%)
CDU: 11,2% (8,9%)
CDS-PP: 8,3% (9,4%)
OBN: 4,3% (4,0%)
Só o BE e a CDU sobem...
Europeias. Intercampus, 17-22 Abril, N=1201
PS: 34%
PSD: 33,5%
BE: 18%
CDU: 7,9%
CDS-PP: 6,9%
PS desce de 44% em 2004 para 34%!
A subida do BE é em flecha.
PS: 36,2% (36,7%)
PSD: 26,4% (28,4%)
BE: 13,6% (12,6%)
CDU: 11,2% (8,9%)
CDS-PP: 8,3% (9,4%)
OBN: 4,3% (4,0%)
Só o BE e a CDU sobem...
Europeias. Intercampus, 17-22 Abril, N=1201
PS: 34%
PSD: 33,5%
BE: 18%
CDU: 7,9%
CDS-PP: 6,9%
PS desce de 44% em 2004 para 34%!
A subida do BE é em flecha.
segunda-feira, abril 27, 2009
Manuela Ferreira Leite na SIC Notícias
Estava a gostar da entrevista da líder do PSD à SIC Notícias. Ferreira Leite tinha deixado aquele ar duro e frio. Uma espécie de sorriso que lhe escorria do rosto inspirava segurança e credibilidade. Deitou tudo a perder ao não explicar bem a questão do bloco central e com a sua postura em relação a Dias Loureiro.
Admite-se que seja amiga do seu correligionário, Dias Loureiro, mas, sob o ponto de vista político, é inexplicável que não tenha uma posição frontal e clara sobre esse Conselheiro de Estado que deixa muitas suspeitas sobre os negócios em que andou envolvido.
Não se pode pedir rigor e ser pusilânime. Manuela Ferreira Leite poderia responder como respondeu António Capucho: “para evitar constrangimentos a Cavaco Silva, Dias Loureiro deveria demitir-se”
Não ser capaz de dizer isso, para um líder que se pretende politicamente frontal e rigoroso, é um balde de água fria para todos os que gostavam de uma alternativa ao pântano em que caímos!
As nossas tristezas escondemo-las nas jarras, temendoQue os soldados as vejam e celebrem o cerco…
Escondemos-las por futuras causas,
Tendo em vista uma celebração,
Uma surpresa ao longo do caminho.
Quando a vida for normal,
Sentiremos tristeza como toda a gente, por pessoais motivos
Hoje ocultados pelos grandes slogans.
Esquecemos as nossas pequenas chagas que sangravam.
Amanhã, quando o sítio sarar,
Sentiremos os seus efeitos secundários.
Mahmoud Darwich
domingo, abril 26, 2009
Livreiro da Esperança
Há homens que são capazes
de uma flor onde
as flores não nascem.
Outros abrem velhas portas
em velhas casas fechadas há muito.
Outros ainda despedaçam muros
acendem nas praças uma rosa de fogo.
Tu vendes livros quer dizer
entregas a cada homem
teu coração dentro de cada livro.
Manuel Alegre
de uma flor onde
as flores não nascem.
Outros abrem velhas portas
em velhas casas fechadas há muito.
Outros ainda despedaçam muros
acendem nas praças uma rosa de fogo.
Tu vendes livros quer dizer
entregas a cada homem
teu coração dentro de cada livro.
Manuel Alegre
sexta-feira, abril 24, 2009
25 de Abril, bem longe do 25 de Abril
Ao 25 de Abril aconteceu-lhe um pouco o que aconteceu a Camões: a falar de Camões muitos tornaram-se ricos e poderosos, enquanto o poeta morreu abandonado e na miséria.Vinte e cinco de Abril foi mais do que uma revolução: foi a abertura de uma janela de esperança para um País mais justo, mais livre e mais igual.
A janela foi-se fechando e estamos cada vez mais longe do 25 de Abril. A justiça tornou-se numa farsa, a liberdade vai-se esvaziando pelo medo e a fraternidade rompeu-se pelo egoísmo ganancioso.
Vivemos uma crise profunda: o desemprego atingiu o valor mais alto nos últimos trinta anos e em cada hora há três portugueses que perdem o seu posto de trabalho, o número de pobres já ultrapassa, assustadoramente, os dois milhões e nenhuma sociedade pode promover a felicidade, se a maioria dos seus membros forem atirados para a pobreza, a miséria e a desilusão.
Significativamente, o Primeiro Ministro conjuga a governação, tal como Berluscony , na primeira pessoa: “o País que EU sempre quis… (…) EU não me poderia conformar…(…)“ etc. , etc.
Mas, num mundo em que os problemas são cada vez mais complexos, o que poderemos esperar de um Primeiro Ministro auto-suficiente, que não se abre ào diálogo, à colaboração, ao empenhamento de todos?!... E que credibilidade pode ter uma retórica mais reactiva que afirmativa e desenvolvida por um homem cujo rigor do seu currículo nos causa tanta surpresa quanta perplexidade!
O que se vai tornando evidente é que, hoje, só influencia politicamente quem tem poder económico e os que vivem do seu trabalho estão tão abandonados como está o espírito de Abril.
Não temos políticos: os deputados são funcionários obedientes e servidores dos dirigentes partidários para não perderem o seu lugar nas listas das próximas candidaturas; os partidos são agências de interesses que apenas visam as prebendas do poder e querem ganhá-lo, tal como os clubes de futebol querem ganhar um jogo.
Nenhuma reforma é possível, sem uma reforma de um sistema político que deixou de gerar sentido de Estado, premiar o mérito e desenvolver o espírito do bem-comum.
Bem longe vai o tempo em que a política era feita de sacrifícios, de horas esquecidas em colar cartazes, propor ideias, travar debates e em que um deputado de Braga vivia numa roulotte no parque de Monsanto. Nesse tempo, seria impossível pensar que a Assembleia da República iria gastar milhões em carros topo de gama, enquanto dois milhões de cidadãos portugueses passavam fome.
Talvez, por isso, em ano de todas as eleições, os próprios políticos achem que é demagógico tomar decisões políticas, como as de criminalizar o enriquecimento ilícito. Com isso, só podemos concluir que os partidos vão sublinhando aquilo que se vai tornando claro: nas épocas eleitorais, nesse período mais nobre para politicamente testemunhar procedimentos que ajudem os cidadãos a fazer escolhas conscientes e responsáveis, não os devemos levar a sério, porque eles próprios, os políticos, também não se levam a sério.
A política assemelha-se, hoje, a uma rua de má fama por onde não passa quem for pessoa de bem. A distância que nos separa de Abril é, hoje, já quase incomensurável. E a confirmá-lo estão os dados de uma sondagem: mais de 80% dos portugueses não se revêem nos políticos.
quinta-feira, abril 23, 2009
Dia do livro
Hoje é “Dia do Livro”. Por todos os lados faz-se exposições de livros, há “contadores de estórias” com livros na mão, declamam-se poemas, apela-se ao gosto pela leitura e fala-se da iliteracia.
Encontrei o meu amigo António. Víamo-nos, de tempos em tempos, nas Feiras dos Livros.Chamo-lhe António, mas poderia denominá-lo com outros nomes. Hoje, acabava de sair de um alfarrabista, onde tinha ido vender alguns livros que possuia na sua excelente biblioteca.
Foi um oficial miliciano do 25 de Abril e trabalhou numa grande empresa. Está desempregado, desiludido com o PS e precisava de algum dinheiro: tinha a sua filha doente.
Fiquei em silêncio e despedi-me com um abraço.
Fui ao blog de Saramago e, pensando no António, lembrei-me dos Cravos de Abril e ergui uma rosa.
http://www.youtube.com/watch?v=yseNj0FXolU&eurl=http%3A%2F%2Fblog%2Ejosesaramago%2Eorg%2F&feature=player_embedded
Encontrei o meu amigo António. Víamo-nos, de tempos em tempos, nas Feiras dos Livros.Chamo-lhe António, mas poderia denominá-lo com outros nomes. Hoje, acabava de sair de um alfarrabista, onde tinha ido vender alguns livros que possuia na sua excelente biblioteca.
Foi um oficial miliciano do 25 de Abril e trabalhou numa grande empresa. Está desempregado, desiludido com o PS e precisava de algum dinheiro: tinha a sua filha doente.
Fiquei em silêncio e despedi-me com um abraço.
Fui ao blog de Saramago e, pensando no António, lembrei-me dos Cravos de Abril e ergui uma rosa.
http://www.youtube.com/watch?v=yseNj0FXolU&eurl=http%3A%2F%2Fblog%2Ejosesaramago%2Eorg%2F&feature=player_embedded
Como combater a Corrupção?!...
O PS não deixou, hoje, passar na Assembleia da República propostas do PSD, do PC e do B.E. para criminalizar o enriquecimento ilícito. Dizem, contra a opinião de constitucionalistas, que tais propostas seriam uma suspensão da democracia, mas o que se verifica é que a corrupção vai corroendo a democracia.
Sendo a criminalização do enriquecimento ilícito um instrumento indispensável ao combate da corrupção, não se percebe a posição dos deputados do PS!
quarta-feira, abril 22, 2009
Dia da Terra
Os mestres da suspeita tinham razão: num mundo onde não há “verdades acabadas”, onde tudo está em aberto, é preciso evitar as consequências perversas da acção humana.Vivemos num “novo mundo”, numa “Aldeia Global”; vivemos numa nova sociedade, a “Sociedade da Informação” que nos conduz, cada vez mais, a menos conhecimento.
O conhecimento exige capacidade de organizar a informação, fazendo-a passar pelo crivo da análise critica e é isso que nos falta.
Organizar a informação é dar-lhe um valor, traçar-lhe um sentido e uma finalidade para afirmarmos a nossa dignidade, o nosso direito à vida e à felicidade.
Para isso, é necessário uma educação para os valores, mas a educação é o que foi desprezado pela contabilidade da incompetência do Governo.
O avanço da ciência e das tecnologias não está harmonizado com o preciso conhecimento das consequências para o futuro do impacto da sua aplicação no ambiente e na qualidade de vida.
O lema de F.Bacon -- “fazei tudo o que a ciência tornar possível”, bem como o seu ideal de uma “boa ciência”, propiciadora do progresso e da felicidade, não só foi posta em causa, mas também se tornou num pesadelo, com o hediondo horror das bombas atómicas sobre Hiroschina e Nagasaqui.
Com a ligação da ciência à tecnologia, o homem passou a ter um poder que, utilizado imprudentemente, tem consequências imprevisíveis, capaz de ameaçar não só a integridade e a dignidade da espécie humana, mas também a vida no planeta.
Paradoxalmente, o homem da civilização tecnológica já não é só sujeito, é também objecto da ciência e da técnica e as diferenças entre natural e artificial foram-se esbatendo pela acção das tecnologias.
Os dramas humanos e ambientais que o aquecimento global vai provocando e a incontrolada ganância que tem conduzido a uma bárbara exploração dos recursos naturais vão tornando a Casa-comum, o nosso Planeta Terra, inabitável.
São os mais pobres, como diz o vídeo que deixo em referência, os mais prejudicados, mas, todos nós, não escaparemos às consequências da sede predadora do egoísmo humano.
No dia da Terra convém reflectirmos sobre o nosso Planeta.
Terra significa Mãe e a mãe é quem nos dá o ser, quem olha por nós e nos afaga na vida. Por que será que não somos bons filhos?!...
Talvez nos falte o sentido da família para compreendermos que nesta Casa-comum temos de ser mais solidários numa ligação antropocósmico.
http://www.youtube.com/watch?v=1apGmcIX8xk&feature=related
terça-feira, abril 21, 2009
Já não consigo ouvi-lo!
Ainda tentei ouvir a entrevista de Sócrates na RTP 1, mas já não consigo. O seu estilo começa a ser cansativa, repete-se incansavelmente e não deixa falar ninguém.Presumo que o resto do tempo tenha sido a continuação dum discurso de justificação das suas políticas e de vitimização no caso Freeport. Gostava de saber se falou das pequenas empresas que não são propriedade das grandes empresas. É que essas continuam a não ter apoio de ninguém. E sabemos que, por exemplo a Mota& Engil, tal como outras grandes empresas, têm muitas e muitas pequenas empresas que não precisam de nenhum apoio e estão a tê-lo.
Para não me sentir totalmente frustrado, acabei por ouvir o último CD dos Xutos & Pontapés e diverti-me a acompanhar o meu amigo Kalú em “Sem eira nem beira”:
“Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou bem”
http://www.youtube.com/watch?v=zz9C0xaLTxE&feature=related
Continuará Avelino a acreditar na justiça?!...
Naturalmente, o Ministério Público vai recorrer da decisão de absolvição de crimes de corrupção passiva, extorsão, abuso de poder (três casos) e peculato de uso, que fez Avelino acreditar na Justiça.O Procurador não concorda com os pressupostos da absolvição e vai recorrer para o Tribunal da Relação do Porto. Aguardemos pelo resultado. Não seria a primeira vez que um autarca absolvido em primeira instância é condenado em instância superior.
Entretanto, Avelino Ferreira Torres, apesar de possuir um currículo que não deixa dúvidas sobre o seu perfil político e de gestor, e ter sido recusado no “amar Amarante”, tem já gente do PSD que se terá passado para a sua nova candidatura a Presidente da Câmara do Marco.
Reparem na publicidade que é feita aos talentos de Avelino:
http://www.youtube.com/watch?v=R3CTaM-KIbM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=-R0A_FR8BYc
http://www.youtube.com/watch?v=FbyK8qLVhas&feature=related
Com tudo isto e mais o que lhe falta, será razoável estranhar tantos apoios, tanta gente que o tem como grande líder e se revê na imagem que ele tem dado do Marco?! …
Às vezes ponho-me a pensar: se há gente que deita lixo nas praias, espirra para cima do seu próximo, bate na mulher, limpa-se à fralda da camisa, urina nas esquinas da rua, cospe para o chão, por que não pode haver quem se mude do PSD ou do PS ou do PC para a lista de Avelino?!...
segunda-feira, abril 20, 2009
Rui Rio no seu labirinto(JN) 20.4.2009
Não vale a pena explicar-lhe, a cultura autocrática de Rui Rio nunca lhe permitirá perceber o que é um Estado de Direito. "Faz algum sentido chamar o presidente da autarquia (…) para uma decisão política da Câmara do Porto poder ser corrigida por um tribunal?", questionou, conta o JN, Rio à saída do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, onde está a ser julgado o processo que opõe a Câmara ao Teatro Art'Imagem.Ninguém lhe terá explicado (como se disse, não valeria a pena) que sim, que faz sentido, pelo menos num Estado de Direito, e que a Câmara não é propriedade sua nem são seus, mas dos munícipes, os dinheiros públicos que a Câmara gere e que deve geri-los de acordo a lei, cabendo aos tribunais apurar se o faz. Rio não consegue entender que aquilo que ele chama de "política" não está acima da lei e que as decisões políticas devem, em democracia, obediência à lei porque a lei, em democracia, é expressão da vontade do povo."Assim o país não vai a lado nenhum", terá dito Rio. Os portugueses conhecem bem, no corpo e na alma, aonde o país iria se políticos como Rio estivessem acima da lei.
sábado, abril 18, 2009
A propósito do Congresso dos Empresários e Gestores Católicos
Iniciou-se, hoje, um congresso de Empresários e Gestores Católicos. Por se dizerem católicos, naturalmente quererão dizer que o seu conceito de empresa é distinto de outros e que harmonizam os seus negócios com as suas crenças.De facto, na doutrina social da Igreja Católica, encontramos referências sobre a actividade económica que são distintas, por exemplo, das que são, hoje, seguidas pelos neo-liberais.
No séc. XIII, São Tomás de Aquino enunciava dois princípios morais de justiça relativos à posse de bens na actividade económica: o princípio da justiça comutativa, segundo o qual o trabalhador tem direito ao salário justo e à participação nos lucros; e o princípio da justiça distributiva, para o qual os bens devem ser distribuídos em função das necessidades das pessoas e não na medida do mercado. Ou seja, em vez de resolvermos o problema da pobreza através do crédito, devemos corrigir as desigualdades sociais.
Estes dois princípios pressupunham a máxima defendida pela escolástica: “Os bens são de uns, mas são para todos”.
Mais tarde, perante a “questão social” que resultou da dramática crise provocada pela primeira Revolução Industrial, o Papa Leão XIII, na encíclica “Rerum Novarum” (15 de Maio de 1891), sublinhou a dimensão social da economia, fazendo uma distinção entre a “justa posse da riqueza” e o seu “legítimo uso”. Afirma que todos os bens da natureza pertencem a todos os homens indistintamente e, por isso, quem dispor de bens que suficientemente o satisfaçam deve disponibilizar o supérfluo para os que menos têm. E define como critério do legítimo uso dos bens a capacidade de promover a prosperidade e bem-estar de todos.
Reflectindo sobre o trabalho, diz que ele é um direito natural que “honra o homem, fornecendo-lhe um nobre meio de sustentar a sua vida e a da sua família”. Eleva o mérito do trabalho à condição de uma virtude que tem como referência da sua dignidade o modelo divino (Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?).
Associado ao valor do trabalho, a “Encíclica” refere o valor da solidariedade: “mais valem dois juntos que um só, pois tiram vantagem da sua associação. Se um cai, o outro sustenta-o. Desgraçado do homem só, pois; quando cair, não terá ninguém que o levante”. E conclui: “O irmão que é ajudado por seu irmão, é como uma cidade forte”.
Para fomentar o valor da solidariedade, aponta o associativismo, do qual os sindicatos e as associações patronais são um exemplo, e adverte que as desigualdades enraízam na avidez do lucro que gera conflitos de interesses antagónicos.
Atento à análise marxista, propõe a substituição da ideia de conflito entre classes pela ideia de concórdia fundada no valor da dignidade humana e no respeito pelos deveres mútuos: o dever do trabalhador desempenhar as suas tarefas de harmonia com contratos livres; e o dever do patrão não tratar o trabalhador como se este fosse uma peça descartável de uma engrenagem para ganhar dinheiro.
Os vínculos do trabalhador à empresa têm reflexos na construção da sua personalidade, no seu modo de se relacionar com a vida, os outros e o mundo, na sua auto-estima e nas suas relações familiares e sociais.
Por isso, a perda de emprego põe em questão várias referências da identidade do trabalhador, podendo conduzir a um processo de dessocialização progressiva, arrastando consigo um sofrimento que leva, muitas vezes, ao desespero e até ao suicídio, como tem ultimamente acontecido.
A importância da ética empresarial é incontornável numa economia que se queira humanizada. De uma forma cínica, muitas empresas utilizam os códigos de ética como estratégias de marketing.
Oxalá que este Congresso de Empresários e Gestores Católicos não fique pela retórica farisaica das nobres intenções, mas seja a demonstração de que os católicos entendem a ética como uma postura de vida e disso dão testemunho na forma como dignificam o trabalho, respeitam os direitos dos trabalhadores, acautelam o bem-estar das famílias dos mesmos e avaliam as consequências que, para o meio-ambiente, tem a actividade empresarial.Se isso acontecer, este Congresso de Empresários e Gestores Católicos será o sobressalto cívico e humano que se espera neste momento de profunda crise.
quinta-feira, abril 16, 2009
Charles Spencer Chaplin (1889 - 1977) faria, hoje, 120 anos.
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".Charles Chaplin
http://www.youtube.com/watch?v=FPzgq8sNbMI&feature=PlayList&p=25C915939F0B3B8B&playnext=1&playnext_from=PL&index=17 http://www.youtube.com/watch?v=5r5nVPoppWc&feature=related
quarta-feira, abril 15, 2009
Ronaldo foi o culpado!
O F.C.P despediu-se com honra da Liga dos Campeões. Perdeu por 1-0 com o Manchester United. Ronaldo disparou e continua “o maior”!
O descrédito da U.E.!
A maioria dos cidadãos dos 27 países da União Europeia revela, em sondagens, um profundo desinteresse pelas eleições europeias. Os eleitores portugueses não fogem à regra: só cerca de 24% dos eleitores se mostram dispostos a votar.Não faltam razões para que isso aconteça. As instituições europeias, Parlamento, Comissão e Banco Central, foram incapazes de saber definir políticas que estivessem à altura dos desafios da globalização. Numa lógica de liberalismo financeiro radical, onde só conta o lucro, permitiram a deslocação de empresas e de um know-how estratégicos do desenvolvimento, da Europa para a Ásia, onde a mão-de-obra é explorada de forma desumana e sem regras. Não foram capazes de impor uma globalização que respeitasse regras, se fizesse em igualdade de circunstâncias, numa concorrência leal e seguisse as raízes humanistas ocidentais que valorizam o significado do trabalho para o homem e vêem na empresa um grupo de seres humanos que não são meras peças descartáveis de uma engrenagem para fazer dinheiro.
A Europa perdeu o sentido humanista que lhe dava uma identidade, importou um pos-modernismo sem alma, deixou de poder concorrer com os países onde não há sindicatos, nem respeito pelos direitos humanos e isso descridibilizou-a ao mesmo tempo que constituiu um dos factores da grave crise que atravessa e nos deixa sem horizontes para o Futuro.
Entretanto, o nosso Primeiro, mais preocupado em imitar o estilo berlusconiano, do que em defender um projecto europeu, acha que o melhor critério para escolher o Presidente da Comissão Europeia não é o de se harmonizar com os ideais que deram substância ao partido que representa, mas o de ser como o galo de Barcelos: um produto nacional!
“Sem eira nem beira” – um manifesto oportuno
“Anda tudo do avessoNesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem
(…)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer
Xutos & Pontapés
In: http://www.youtube.com/watch?v=yG4BUZ9zcBg
terça-feira, abril 14, 2009
Será Marinho Pinto um básico?!...
Marinho Pinto protesta contra o facto do Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público denunciar pressões sobre a investigação do caso Freeport e protesta, ainda, contra o envolvimento do Presidente da República no combate às referidas pressões.O que mais confrange na postura do Bastonário da Ordem dos Advogados não é parecer um básico, nem a sua obstinada tendência para ficar cego com as luzes da ribalta.
O que mais se estranha em Marinho Pinto é este ex-jornalista não dar conta que ninguém acredita que uma conversa entre o poder e magistrados seja idêntica a uma conversa de café!...
Também não se percebe que não aceite o óbvio: na circunstância de ter havido tal conversa só o Presidente da República, como garante último do funcionamento normal das instituições, pode pôr cobro a essas pressões.
Será Marinho Pinto um básico ou terá algo escondido na sua mente?!...
Páscoa em Alcochete
Passei a Páscoa na Terra do Freeport que, para alguns, é o maior Outlet da Europa e, para outros, um ícone da berlusconização do poder em Portugal.Páscoa tem uma conotação religiosa: vitória sobre a morte. A Festa do Círio, que há mais de cinco séculos se realiza na linda
e hospitaleira vila de Alcochete, é disso um paradigma.
Todos os anos, no dia de Páscoa, crianças, jovens e senhoras vão, sentadas em burros, num cortejo encabeçado pela bandeira que representa a confraria do Círio, cumprir a promessa dos barqueiros de Alcochete: agradecer à Senhora da Atalaia tê-lo
s salvo de uma horrível tempestade que poderia ter feito com que as crianças ficassem órfãs e as mulheres sem maridos.
A gratidão é um sentimento de dívida que conduz à generosidade e, por isso, o cortejo acaba com um almoço servido gratuitamente a todos os alcochetanos.
A Festa encheu de gente as ruas de Alcochete e foi agradável perceber que, numa Terra maioritariamente comunista, as raízes religiosas não se perdem e só ganham com o espírito camaradagem.
e hospitaleira vila de Alcochete, é disso um paradigma.Todos os anos, no dia de Páscoa, crianças, jovens e senhoras vão, sentadas em burros, num cortejo encabeçado pela bandeira que representa a confraria do Círio, cumprir a promessa dos barqueiros de Alcochete: agradecer à Senhora da Atalaia tê-lo
s salvo de uma horrível tempestade que poderia ter feito com que as crianças ficassem órfãs e as mulheres sem maridos.A gratidão é um sentimento de dívida que conduz à generosidade e, por isso, o cortejo acaba com um almoço servido gratuitamente a todos os alcochetanos.
A Festa encheu de gente as ruas de Alcochete e foi agradável perceber que, numa Terra maioritariamente comunista, as raízes religiosas não se perdem e só ganham com o espírito camaradagem.
segunda-feira, abril 13, 2009
Última sondagem
Segundo uma sondagem CM/Aximage feita entre o final do mês de Março e o início de Abril, o governo de Sócrates, apesar de todo o esforço de marketing político que desenvolve, vai perdendo a confiança dos portugueses, enquanto a Líder do PSD recupera progressivamente a sua imagem.Entretanto, mais de metade dos inquiridos (51,5%) responde o óbvio: Sócrates está a governar pior do que se esperava.
Na mesma sondagem a CDU sobe e o BE mantêm-se.
Os resultados são os seguintes:
Março (%)----------- Abril (%)
PS 38,3---------------- 38,1
PSD 24,0-------------- 25,1
CDU 9,0 ---------------10,3
CDS 6,8----------------- 5,7
BE 12,6---------------- 12,6
OBN 4,5 -----------------3,8
Ind. 4,8----------------- 4,3
Não admira que a proximidade do 25 de Abril faça surgir preocupações de esquerda entre (distraídos) socialistas, traduzidas em petições e abaixo assinados.
domingo, abril 12, 2009
Boa Páscoa e sejam felizes!
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto
http://www.youtube.com/watch?v=WyOJ-A5iv5I
sexta-feira, abril 10, 2009
Cobertinhas é que está bem!.
Não sei por que há quem se espante das meninas da Loja do Cidadão de Faro estarem proibidas de usar saias curtas e decotes.A coisa está certa!
Se ninguém descobre que o rei socrático vai nu, por que razão tais meninas devam andar meias descobertas?!...
Para Sócrates Barroso vale o que vale o Galo de Barcelos
Sócrates, no seu melhor estilo, explica o seu apoio a Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. Não é por defender uma política europeia que se harmonize com o pensamento do PS. Isso pouco interessa para Sócrates. O seu apoio a Barroso tem um critério que se ajusta à fasquia do Galo de Barcelos. Barroso é português, tal como o Galinho de Barcelos, e isso basta!
quarta-feira, abril 08, 2009
Urgente combater a corrupção
A corrupção é um cancro que corrói as instituições, lança o descrédito no regime e mina a coesão nacional.O PSD, o CDS, o BE e o PC estão de acordo com a necessidade de criminalizar o enriquecimento ilícito.
O PS não pode continuar a entrincheira-se no argumento de que perante a Constituição todos são inocentes, desde que não haja prova em contrário, e que os projectos do PSD, do CDS e do PC invertem o ónus da prova.
O PS está isolado num argumento que cada vez faz menos sentido. Só a extrema-direita concebe os valores de forma isolada e absoluta. Mas se essa fosse a interpretação correcta, não haveria guerra, porque todas as constituições proíbem matar. Não há valores isolados: cada valor ou princípio deve ser conjugado com outros valores ou princípios para se aplicar uma graduação nos mesmos.
No caso dilemático (combater a corrupção ou defender o ónus da prova), o valor da confiança e transparência nos procedimentos faz privilegiar o combate á corrupção.
O entrincheiramento do PS na Constituição assemelha-se, cada vez mais, a uma falácia que já não convence ninguém e presta-se a graves suspeitas. Como diz Cravinho: "a opinião pública não deixará de tirar as suas conclusões”.
segunda-feira, abril 06, 2009
Ficamos perplexos!
Diário da República, 1.ª série — N.º 60 — 26 de Março de 2009
"6 — Os Deputados têm o direito de apresentar justificação
para as faltas, nos termos estabelecidos no respectivo
Estatuto e no Regimento, observando as respectivas
exigências de fundamentação.
7 — A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por
isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado
o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado
médico caso a situação se prolongue por mais de uma
semana."
Pergunta-se:
Por que é que a “palavra” dos deputados é mais credível do que a dos outros cidadãos? E é ????????!!!!
Será que somos todos mentirosos, desonestos, falsos, mafiosos… EXCEPTO os deputados?
"6 — Os Deputados têm o direito de apresentar justificação
para as faltas, nos termos estabelecidos no respectivo
Estatuto e no Regimento, observando as respectivas
exigências de fundamentação.
7 — A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por
isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado
o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado
médico caso a situação se prolongue por mais de uma
semana."
Pergunta-se:
Por que é que a “palavra” dos deputados é mais credível do que a dos outros cidadãos? E é ????????!!!!
Será que somos todos mentirosos, desonestos, falsos, mafiosos… EXCEPTO os deputados?
Para-reserva da República
Mário Soares é quase uma reserva da República. Já Descobriu que não fica bem dizer uma coisa e fazer outra, mudar de amigos como quem muda de camisa e, quiçá, que o socialismo não deve ser metido na gaveta. Não vai tardar a descobrir que os líderes dos partidos não devem estar acima dos ideais dos mesmos, que recorrer ao Presidente da República (garante do normal funcionamento das instituições) para que as instituições funcionem sem pressões políticas faz todo o sentido e o que está errado no PSD ou no CDS não pode ser uma virtude no PS. E quando isso acontecer, será a reserva da República.Uma não-notícia
Hoje um Jornal diário noticia que foi dado como concluída uma investigação policial e faz o seguinte balanço: “GNR apreende 280 armas a traficantes e clientes. Agente da Polícia Municipal e médico entre os 30 arguidos em toda a Zona Norte".Será que esta notícia não é publicidade-enganosa?!...
Se a notícia fosse uma notícia e não constituísse um mero “recado”, saber-se-ia o seguinte: primeiro, os clientes dos armeiros são obrigados a apresentar a licença de uso e porte de armas que lhes foi conferida por não terem tendência para o crime; segundo, o médico não é traficante de armas, mas um prestigiado coleccionador; terceiro, a maioria das armas apreendidas terão de ser devolvidas aos proprietários caçadores, porque estão legais (embora alguns dos seus proprietários não as tivessem em cofres apropriados); quarto, as pessoas arguidas neste processo nada tem a ver com o mundo do crime.
Naturalmente, interessa ao Ministro da Administração Interna esta “notícia”, porque induz os mais desprevenidos a pensar que o combate ao crime está a ser feito com sucesso, mas não é por aqui, diabolizando caçadores e armeiros, que o crime é combatido. Pelo contrário: só a existência de um mercado legal é que nos protege do mercado clandestino.
Porém, quando a decisão do Tribunal for tomada, a notícia não deixará de ter três consequências perversas: o Tribunal será culpado da "montanha ter parido um rato”; a polícia de não saber fazer investigação e o Jornal que publicou a notícia de fazer “fretes” ao Governo que, entretanto, esfrega as mãos, pois já terão decorrido as eleições.
Não esqueçam do que aqui escrevo, quando o Tribunal decidir o caso.
domingo, abril 05, 2009
Sempre a surpreender-nos.
É notícia que o Primeiro-ministro José Sócrates apresentou uma queixa-crime contra o jornalista João Miguel Tavares por escrever: “Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina”.Sócrates farta-se de nos surpreender. Quem diria que é tão fã da senhora!!!...
sexta-feira, abril 03, 2009
Crime e castigo
Noticia o JN que está marcado para o dia 20 de Abril, no Tribunal da Maia, o julgamento de um homem que, em 2007, terá arrombado um galinheiro e furtado duas galinhas no valor de 50 euros. A Justiça tarda, mas chega. O criminoso andou mal e merece justa punição, quer pela mediocridade de fins quer pela ruralidade de meios. Gente como ele, que pilha galinhas em vez de fundar um banco e pilhar as contas dos depositantes, ou como aquela septuagenária que não pagou uma pasta de dentes num supermercado em vez de pedir uns milhões à Caixa, comprar o supermercado na bolsa e igualmente não o pagar, vendendo-o depois à Caixa através de um "offshore" pelo dobro do preço (ou vendendo-lho mesmo antes de o ter comprado), não tem lugar no Portugal moderno e empreendedor. Ainda por cima, deixou-se apanhar. Se calhar, até confessou, em vez de invocar lapsos de memória. E aposto que nem se lembrou de se divorciar antes de ser preso, pondo os 50 euros a salvo na partilha de bens. Não queria estar na pele do seu advogado, não há Código de Processo Penal que valha a um caso destes. É condenação mais que certa.Obs: Como alguém disse "quem rouba 50€ vai descansar 3/4 anos para Custóias; quem rouba milhões e milhões de euros vai à televisão e dá uma grande entrevista à Judite de Sousa". E, em Tribunal será absolvido por falta de provas, o que lhe permite continuar "acima de qualquer suspeita".
quinta-feira, abril 02, 2009
Reunião do G20
Os arautos dos benefícios do funcionamento livre da economia do mercado podem enfiar a sua “viola” no saco. Esta cimeira veio demonstrar que o mercado, sobretudo o financeiro, precisa de regras e supervisão. A ganância e o egoísmo não têm limites e é preciso pôr ordem na desordem financeira global. O G20 parece ter compreendido isso e acordaram em pôr regras, limitar os salários e bonificações dos banqueiros e publicar uma lista de offshores. Prometeram, ainda, injectar 3,7 biliões de euros nas economias mais frágeis e recomendaram ao FMI que venda o seu ouro para ajudar os países pobres atingidos pela crise.Entretanto, a contestação à exploração global dos pobres, à degradação do meio-ambiente e à guerra continua a ampliar-se, duvidando dos propósitos do G20 para construir uma nova ordem mundial.
quarta-feira, abril 01, 2009
ARTE POÉTICA
Que erosão
no choque genésico das marés
de encontro às pedras habitadas.
Cai areia na areia.
Assim o gasto da palavra
limando os duros conformismos
libertando as verdades mais remotas
tão necessárias ao fruir dos gestos.
JOÃO MAIMONA
no choque genésico das marés
de encontro às pedras habitadas.
Cai areia na areia.
Assim o gasto da palavra
limando os duros conformismos
libertando as verdades mais remotas
tão necessárias ao fruir dos gestos.
JOÃO MAIMONA
Sinais muito preocupantes.
Um grupo de alunos da Faculdade de Belas Artes barricou-se no interior das instalações. Acusam o Ministro de não dialogar, de impor um aumento de propinas, ser indiferente às questões sociais e de subscrever o “Acordo de Bolonha” que prejudica a credibilidade do ensino.Na zona de Bonfim, nos últimos tempos, ao anoitecer, são incendiados contentores do lixo, provocando nuvens tóxicas que saturam o ambiente. Aumenta a preocupação que o vandalismo se estenda a carros e outros bens.
Cresce a revolta contra políticos que continuam a receber reformas por doze anos de actividade e acumulam essas reformas com o vencimento que recebem por continuarem a trabalhar em outros empregos. Embora o regime tenha terminado há cerca de dois anos, são milhares os autarcas e deputados que continuam a gozar desse privilégio que custa balúrdios aos contribuintes e é um escândalo em tempos de crise.
Avelino Ferreira Torres é um homem feliz: já acredita na Justiça. E Isaltino Morais confessa que não lhe pareceu mal não pagar impostos e ficar com os “restos” dos dinheiros que sobraram duma campanha eleitoral. Presume-se que tenha a mesma sorte que Avelino.
O Ministro Santos Silva tem de “engolir” a sua sanha contra o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público: afinal as declarações do Magistrado não são um labéu conspirativo. Existe, de facto, um suspeito das pressões para arquivamento do caso Freeport e é um antigo secretário da Justiça, amigo de Sócrates.
Sócrates já repele o seu militante neo-liberlalismo e faz crer que se converteu ao socialismo, pelo menos até às eleições.
Há quem diga que Ferreira Torres vai ganhar as eleições no Marco, Isaltino em Oeiras, Fátima Felgueiras em Felgueiras, Valentim Loureiro em Gondomar e Sócrates no País.
Só nos resta emigrar!
