domingo, setembro 30, 2007
A LUZ

quando menos o esperas. Pode acontecer que vás
pela rua, depressa, porque se faz tarde
para pôr uma carta no correio, ou que
te encontres em casa de noite, a ler
um livro que não consegue convencer-te; pode
acontecer também que seja verão
e te tenhas sentado na esplanada
de um café, ou seja inverno e chova
e te doam os ossos; que estejas triste ou fatigado,
que tenhas trinta anos ou sessenta.
É imprevisível. Nunca sabes
quando nem como ocorrerá.
Decorre
tua vida igual a ontem, comum e quotidiana.
«Um dia mais», dizes para ti. E de súbito
desata-se uma luz poderosíssima
dentro de ti e deixas de ser o homem que eras
há só um momento. O mundo, agora,
é para ti diferente. Dilata-se
magicamente o tempo, como naqueles dias
tão longos da infância e respiras à margem
de seu escuro fluir e seu estrago.
Pradarias do presente, por onde erras livre
de cuidados e culpas. Uma agudeza insólita
mora em teu ser: tudo está claro, tudo
ocupa o seu lugar, tudo coincide e tu,
sem luta, compreende-lo.
Talvez dure
um instante o milagre; depois as coisas voltam
a ser como eram antes que essa luz te desse
tanta verdade, tanta misericórdia.
Mas sentes-te calmo, puro, feliz, salvo,
cheio de gratidão. E cantas, cantas.
Eloy Sánchez Rosillo
(Espanha, 1948) -trad. José Bento
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"Uma das certezas que se colhe na leitura dos versos de Sánchez Rosillo é a confiança que mostra na poesia que revela o homem e o mundo em que ele vive, supõe viver ou anseia viver, na linguagem que ele procurou, ainda que o leitor seja um outro, que terá um entendimento próprio e acaso diferente do que moveu o poeta. Esta questão põe-se num poeta que pela sua aparente simplicidade tem corrido o risco de ser julgado fácil, imediato, talvez por enfrentar a complexidade sem se esconder e tentar brilhar na complicação."
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"Uma das certezas que se colhe na leitura dos versos de Sánchez Rosillo é a confiança que mostra na poesia que revela o homem e o mundo em que ele vive, supõe viver ou anseia viver, na linguagem que ele procurou, ainda que o leitor seja um outro, que terá um entendimento próprio e acaso diferente do que moveu o poeta. Esta questão põe-se num poeta que pela sua aparente simplicidade tem corrido o risco de ser julgado fácil, imediato, talvez por enfrentar a complexidade sem se esconder e tentar brilhar na complicação."
- José Bento no prólogo do livro
Enviado por Amélia Pais
sábado, setembro 29, 2007
LSD

E foi isso que intuíram as bases do PSD e vai perceber o eleitorado português, na esperança de encontrar uma oposição truculenta ao Governo. É que está na cabeça de todos os portugueses insultar Sócrates sempre que a sua lábia nos trata por atrasados mentais. Estou certo que as próximas sondagens darão conta disso. Não sei se com isso ganhará alguma coisa o País!!!...
A melhor solução seria os apoiantes de Filipe Meneses juntarem-se aos de José Sócrates e com essa soma formarem um novo partido. Poderia chamar-se LSD (Luís/Sócrates/democracia).
A palavra democracia serve, hoje, para tudo e depois do L de Luís Filipe Meneses e do S de Sócrates sempre se poderia somar o D (que serve para tudo) e assim configurar um partido que se harmonizasse em perfeitas condições com uma liderança de efeitos alucinógenicos, tal como acontece com o populismo e a demagogia.
E esta circunstância sempre poderia provocar o choque cívico necessário a um realinhamento partidário que trouxesse ideologia, princípios e valores á política.
sexta-feira, setembro 28, 2007

e ninguém me vigia
e ninguém me acolhe
que a minha imaginação é livre
e o meu espaço permanentemente novo
Se algum deus habita este vazio
é o deus do vazio
um deus que perdeu a sua densidade enigmática
e é apenas o espectro de uma radiografia branca
Ergo como um insecto
as frágeis antenas para o espaço
Sinto a ébria lucidez
da minha liberdade
Posso dizer tudo porque a leveza é transparente
porque reconheço
os anéis do silêncio o leque
de uma linguagem nova
Na minha garganta abriu-se o poço do oásis
e o vento da imaginação sublevou-se nas minhas veias
Sei que habito as palavras com os meus lábios solares
ou os seus lábios de noite
É por elas que sinto o sabor do pão e da terra
e vejo as cintilantes arcas das constelações
Tudo é puramente imaginado tudo é prodigiosamente real
Ninguém me segreda os nomes que irei dizer
com a limpidez do sal ou duros e negros como a obsidiana
Ninguém me impede que envolva num arco
a cruel doçura de um sexo vermelho e puro
Ninguém me proibe que me multiplique que me dilate
para ser cada vez mais a floração do espaço
na sua liberdade de ser cada vez mais espaço
António Ramos Rosa
in: Os Animais do Sol e da Sombra
seguido de O corpo Inicial
edições: quasi
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Enviado por Amélia Pais
quinta-feira, setembro 27, 2007
Espelho dos partidos

O que diz Filipe Meneses poderia dizer Marques Mendes ou outro dirigente dum outro partido. O PSD é o espelho dos partidos. Não me preocupa que um militante pague as quotas de outro militante. O tempo é de cri

Votar é um acto que implica distanciamento, ponderação, reflexão e determinação consciente. Mas nos partidos é uma” faina obscura e obscena com regabofes” Quem não se lembra dos passeios pelo Douro acima, com almoço e viagens pagos a militantes que apoiassem determinado candidato à Federação Distrital do PS?!...
Este “obsceno regabofe” funciona como a técnica da cenoura para arrebanhar votos,

Nunca se viu ser alguém penalizado por se servir deste expediente que acaba por colocar os partidos na mão de interesses privados. Até quando compensará a lógica, que vem dos partidos para a governação: “já ganhei, o resto que se lixe!"
Não admira, por isso, que muita gente já nada tenha a ver com os partidos: não se quer ver envolvida em eventuais espaços de “má fama".
quarta-feira, setembro 26, 2007
O Tormento de Deus
Deus disse: "Se tal vos repugna,
não acrediteis em mim,
mas ficaria feliz
se encontrásseis algum encanto
num ou noutro ser da minha lavra:
o búzio, onde dorme a música,
o plátano, que cresce para lá das estrelas,
o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar."
Sinto-me muito humilde:
o meu universo não é mais belo
do que um poema perdido."
Alain Bosquet
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Enviado por Amélia Pais
não acrediteis em mim,
mas ficaria feliz
se encontrásseis algum encanto
num ou noutro ser da minha lavra:
o búzio, onde dorme a música,
o plátano, que cresce para lá das estrelas,
o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar."
Sinto-me muito humilde:
o meu universo não é mais belo
do que um poema perdido."
Alain Bosquet
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Enviado por Amélia Pais
terça-feira, setembro 25, 2007
Assim vai a política da educação….

Muitas crianças ficam das 08:00 da manhã às 18:00 da tarde na escola e, muitas vezes, nem a hora de almoço é respeitada. E que os professores que restaram são obrigados a leccionar muitas disciplinas.
O que dirão disto os muitos psicólogos, pedagogos e outros “cientistas da educação” que proliferam pelas repartições do M.E.?!... Não poderão explicar à Ministra que esta situação é perversa para o desenvolvimento biopsicológico das crianças, desmotiva-as da escola e influencia negativamente a capacidade de aprendizagem?!...
Na chamada revolução tecnológica também as costuras da propaganda do governo estão a rebentar. Os alunos que acabaram os cursos de informática não têm emprego. O mercado já está saturado. Será que ninguém soube prever esta situação?!...
Na chamada revolução tecnológica também as costuras da propaganda do governo estão a rebentar. Os alunos que acabaram os cursos de informática não têm emprego. O mercado já está saturado. Será que ninguém soube prever esta situação?!...
ELEFANTE

é o animal mais infeliz
da floresta
Todos
até a pulga minúscula
e
asquerosa
lhe trepam no lombo
Homem que engole tudo
é como o pobre elefante:
de nada lhe vale
ser trombudo
João Melo-Fabulema
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Enviado por Amélia Pais
segunda-feira, setembro 24, 2007
A minha aposta!



Por todas estas razões, não é despiciendo que o Bispo de Bragança e Miranda colocasse aí a sua reitoria e aí também ficasse a sede de uma comenda da Ordem de Cristo. Sabemos bem que os bispos e as ordens de cavalaria sempre souberam tirar

Isso justifica que Mascarenhas tenha sido terra de progresso e futuro. Nos anos 60, ali havia 8 lagares de azeite, seis produtores de frutas, uma Cas

Hoje, só por lá param poucas centenas de pessoas, desapareceram os professores, o médico só o podem consultar em Mirandela, o próprio padre já só lá vai de vez em quando e Guribanes já não tem mais que três residentes.
Tal como a pneumónica devastou o País, a política de educação, de saúde e agrícola de Sócrates devastou o interior.

Fiquei fã desta Terra e a feijoada à transmontana que os caçadores de Mascarenhas nos ofereceram no restaurante de Guribanes terá de ser repetida, mesmo que não cacemos perdizes ou faisões ou o Meneses ajude a eternização de José Sócrates, o Despovoador.
É esta a minha aposta!
Vejam como sabe receber Mascarenhas em: http://www.acpnsviso.blogspot.com/
sábado, setembro 22, 2007
isto é uma carta de amor

Mas não sei dizer-te que espécie de amor.
As flores brotam do campo de golfe.
Estou no carro a ouvir não sei
O quê; o que é? Oiço . Aleluias, fortíssimo,
Pianoforte, um forte de conhecimento, reconhecimento,
Piano, leve, pianos em queda,
Inofensivos. Como pude sentar-me
à mesa contigo, se já saciada?
Talvez quisesse só sentir a comida nos dentes.
A soprano vira a página.
A trompa. Escuta: Amen, amen.
A Academia de Saint Martin in The Fields,
O que está no campo, bolas de golfe?
Sir Neville Mariner dirige,
Dirigindo, Rua Mariner abaixo.
Quando é que se abre a porta aberta?
Há quanto tempo te conheço nesta vida de cão?
Dirijo-me para sul; as luzes acompanham o ritmo.
Há um bálsamo
Há uma história que te quis contar.
Em Gilead o telhado está a arder
Não haverá um bálsamo nos meus lábios
A cor é de cena
As luzes mudam
Há um bálsamo
Agarro-me de olhos fechados a uma ideia de ti
Numa rede e o rádio sempre a tocar
Há um bálsamo
O retrato da Virgem Mãe de pé
Aos pés da cruz, Rossini,
Perto, escuta, existe, há um bálsamo há
de pé uma virgem.
elizabeth burns
poesia do mundo
tradução de graça capinha
afrontamento1995
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Enviado por Amélia Pais
sexta-feira, setembro 21, 2007
Dia mundial da Doença de Alzheimer

Já se diz que o envelhecimento da população e a ausência de medicamentos eficazes, estão a tornar o Alzheimer na crise da saúde do século XXI.
Aproveitemos este dia para tomar consciência dos riscos desta doença e manifestar a nossa solidariedade à Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFDA).
quarta-feira, setembro 19, 2007
Questões sem resposta!

Esta é a síntese de todos os “Prós & Contras” sobre a educação. E este último não faltou à regra. Duas perguntas continuam, entretanto, por fazer à Ministra da Educação e os sindicatos persistem em não lhas colocar. E são simples: o que aconteceria a uma empresa que despedisse 17 mil trabalhadores que nela trabalhavam há 10 anos?!... Sabemos que há mais de 40 mil professores no desemprego e cerca de 100 mil diplomados sem trabalho. Tudo isto já é um escândalo! Mas, não será preocupante que 17 mil docentes ligados ao ensino, durante cerca de 10 anos, tenham perdido este ano o seu emprego, sem que a entidade empregadora se preocupe?!... Se isto acontecesse numa empresa privada, não haveria um sobressalto social?!... Não será este caso o exemplo flagrante da situação deplorável em que se encontra quem trabalha no sector público?!...
A segunda pergunta também é simples: imensos cursos de formação promovidos por entidades privadas foram financiados pelos fundos europeus. Esses cursos foram, agora, integrados no sistema de ensino público que não tem despesas acrescidas com pessoal, nem com instalações nem com professores, como acontecia no privado. Que faz o Ministério com essas verbas astronómicas que recebe da CE?!... Será que os fundos europeus estão a ajudar a cobrir o deficit?!...Imagine-se o que aconteceria a uma empresa privada que recorresse a fundos europeus para pagar a credores!...
Não percebo, por que é que estas questões não foram colocadas à Ministra da Educação!!!
terça-feira, setembro 18, 2007
Um rumo para Portugal


«Apreciei o exemplo que (Sócrates) deu ao seu povo e ao mundo, fazendo jogging logo pela manhã. Apreciei isso, para mais numa altura em que já completou 50 anos».
Podemos acordar descansados!
segunda-feira, setembro 17, 2007
Make Love, not war!

Se por “bem-vindo” quer significar que os portugueses estão magnetizados pelo fulgor do Senhor da Guerra, devo confessar que a maioria de nós apreciaria antes que o P. M. fosse fascinado, na sua relação com Bush, pelo apelo ao velho slogan: make love, not war.
É que neste mundo, nem para o amor (entre os povos), se quer a guerra(a menos que seja a brincar!).
sábado, setembro 15, 2007
(...) A máquina do papai batia taque-taque... taque-taque-taque... O relógio acordou em tin-dlen sem poeira. O silêncio arrastou-se zzzzzzz. O guarda-roupa dizia o quê? Roupa-roupa-roupa. Não, não. Entre o relógio, a máquina e o silêncio havia uma orelha à escuta, grande, cor-de-rosa e morta. Os três sons estavam ligados pela luz do dia e pelo ranger das folhinhas da árvore que se esfregavam umas nas outras radiantes.
Encostando a testa na vidraça brilhante e fria olhava para o quintal do vizinho, para o grande mundo das galinhas-que-não-sabiam-que-iam-morrer. E podia sentir como se estivesse bem próxima de seu nariz a terra quente, tão cheirosa e seca, onde bem sabia, bem sabia uma ou outra minhoca se espreguiçava antes de ser comida pela galinha que as pessoas iam comer.
Houve um momento grande, parado, sem nada dentro. Dilatou os olhos, esperou. Nada veio. Branco. Mas de repente num estremecimento deram corda no dia e tudo recomeçou a funcionar, a máquina trotando, o cigarro do pai fumegando, o silêncio, as folhinhas, os frangos pelados, a claridade, as coisas revivendo cheias de pressa como uma chaleira a ferver. Só faltava o tin-dlen do relógio que enfeitava tanto. Fechou os olhos, fingiu escutá-lo e ao som da música inexistente e ritmada ergueu-se nas pontas dos pés. Deu três passos de dança bem leves, alados. (...)
- Papai, que é que eu faço ?
- Vá estudar.
- Já estudei.
- Vá brincar.
- Já brinquei.
- Então não amole !
(...)
Clarisse Lispector
IN: "Perto do Coração Selvagem"
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Enviado por Amélia Pais
Encostando a testa na vidraça brilhante e fria olhava para o quintal do vizinho, para o grande mundo das galinhas-que-não-sabiam-que-iam-morrer. E podia sentir como se estivesse bem próxima de seu nariz a terra quente, tão cheirosa e seca, onde bem sabia, bem sabia uma ou outra minhoca se espreguiçava antes de ser comida pela galinha que as pessoas iam comer.
Houve um momento grande, parado, sem nada dentro. Dilatou os olhos, esperou. Nada veio. Branco. Mas de repente num estremecimento deram corda no dia e tudo recomeçou a funcionar, a máquina trotando, o cigarro do pai fumegando, o silêncio, as folhinhas, os frangos pelados, a claridade, as coisas revivendo cheias de pressa como uma chaleira a ferver. Só faltava o tin-dlen do relógio que enfeitava tanto. Fechou os olhos, fingiu escutá-lo e ao som da música inexistente e ritmada ergueu-se nas pontas dos pés. Deu três passos de dança bem leves, alados. (...)
- Papai, que é que eu faço ?
- Vá estudar.
- Já estudei.
- Vá brincar.
- Já brinquei.
- Então não amole !
(...)
Clarisse Lispector
IN: "Perto do Coração Selvagem"
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Enviado por Amélia Pais
sexta-feira, setembro 14, 2007
Uma vergonha!...

É que o silêncio do organismo máximo do Futebol Português envergonha-nos!
quinta-feira, setembro 13, 2007
Descanso
Quando durmo, nada sinto,
e em mal e bem indistinto
nada posso conhecer:
não sei aquilo que sou,
nem o que fui, nem se vou
saber o que devo ser.
Pierre de Ronsard (1524-1585)
in: Alguns amores de Ronsard
Trad. Vasco Graça Moura, ed. Bertrand, 2003.
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Enviado por Amélia Pais
e em mal e bem indistinto
nada posso conhecer:
não sei aquilo que sou,
nem o que fui, nem se vou
saber o que devo ser.
Pierre de Ronsard (1524-1585)
in: Alguns amores de Ronsard
Trad. Vasco Graça Moura, ed. Bertrand, 2003.
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Enviado por Amélia Pais
quarta-feira, setembro 12, 2007
“No melhor pano cai a nódoa”.

Luís Filipe Scolari deixou cair aquele ar de anjinho e revelou a sua verdadeira face: em horas de contrariedade parece o Avelino Ferreira Torres. E, depois, não é capaz de assumir os seus erros.
Pessoalmente, sempre me irritou a postura infantilizada deste homem a tratar-nos por atrasados mentais.
Com essa postura de anjinho “carunchoso” vai ganhando milhões, entrando-nos em casa, pela mão da TV, a fazer propaganda de instituições, como a Banca e outras. Mas agora, essa cara de Santa Teresa do Menino Jesus será contraditada com esta imagem de troglodita que nos deixou no final de um jogo com a Sérvia.
Homens deste quilate não servem a imagem da dignidade das instituições nem do País nem os interesses do desporto.
É altura de lhe ser passada uma guia de marcha!
Repúdio

Ana Gomes, eurodeputada socialista, lamenta que o Governo «ceda a pressões da China para não receber o Prémio Nobel da Paz». Lembra que outros países, «com mais relações comerciais do que o nosso, têm recebido Dalai Lama e realizado cerimónias oficiais para este líder espiritual». E adverte: “Quem cede a pressões normalmente não é respeitado”

Dalai Lama
Mais palavras para quê?!...

Entretanto, o sanguinário presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, que colocou o seu povo a um nível infra-humano de subsistência e oferece carros aos chefes tradicionais em função dos votos que angariarem nas próximas eleições, vai ser recebido com pompa e circunstância.
A defesa dos direitos humanos não passa da retórica e os valores que justificam a acção política são lançados no caixote do lixo, em nome da realpolitik. O bom governo não visa promover as condições que façam com que os que mais sofrem sofram menos, mas a ganhuça. E isso é óbvio para um Ministro dos Negócios Estrangeiros de um governo socialista!
Também já não ficamos perplexos!...
terça-feira, setembro 11, 2007
Vida é mesmo assim

pela Maria e filhos passa um carro.
Um filho diz – Mamã
vai ali um amigo do papá
ele viu-nos e virou a cara.
E a Maria apenas disse - É a vida meus filhos.
Vocês hão-de ver. Quando o vosso pai sair
todos esses vão ser amigos dele outra vez.
A vida, meus filhos, é mesmo assim ...
José Craveirinha
José Craveirinha
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Enviado por Amélia Pais
segunda-feira, setembro 10, 2007
Enfeites governativos

Agora, com pompa e circunstância, Sócrates anuncia um aumento de benefícios fiscais (de 10 para 15 pontos percentuais a abater no IRC) para as empresas que forem criadas nesse mesmo interior.
Como nessas regiões falta tudo o que configura uma vida nos tempos modernos, supõe-se que a medida socratina vise a criação de “parques jurássicos” ou "reservas de indígenas”. E a isto Sócrates chama “descriminação positiva”.
Convenhamos que é interessante este enfeite governativo da retórica socrática para preparar as eleições de 2009.
sábado, setembro 08, 2007
ÁRVORES DO ALENTEJO

A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis do horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
– Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca
in: Charneca em Flor
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Enviado por Amélia Pais
Julgam-nos parvos!!!!...

É neste contexto que se situa a explicação de Paulo Portas para a onda de criminalidade que surgiu nos últimos dias. Segundo este polémico ex-dirigente duma empresa de sondagens da Universidade Moderna e actual líder do CDS/PP, “a causa dessa onda de criminalidade está no facto de a GNR ter tido uma atitude passiva em relação aos manifestantes que destruíram um hectare de milho transgénico”.

Paulo Portas julga que a ordem só se impõe á cacetada, como em outros tempos, e tem diferentes critérios para avaliar o cumprimento da lei ou a invasão da propriedade privada.
Frequentemente é noticiado a invasão e destruição da propriedade privada por empresas públicas ou privadas, como a EDP, as empresas que constroem auto-estradas, autarquias (como aconteceu no Porto na preparação do circuito automobilistico), etc. Eu próprio vi destruído pelo catrapillar de um pato bravo os muros de um terreno da minha família. E, perante os protestos, respondeu-me que recorrsse para os tribunais, desafio que, no seu entender, significa nunca mais ver o problema resolvido. No entanto, também nesses casos, "não é aceitável que se destrua património particular de uma pessoa" e os “Paulo Portas” que andam por aí só parecem preocupados com os Verdes-Eufémia.
Se quisermos ser rigorosos temos de aceitar que os militantes do Verde Eufémia seguiram, de certa forma, a mesma lógica que segue quem destrói as plantações de cannnabis ou de cânhamo ou de ópio. O que os orientou (é certo que á margem da lei) foi a utopia do bem-comum, combatendo o impacto negativo dessas plantações na saúde humana e no equilíbrio do ecossistema.

E não se diga que está cientificamente provado que os produtos geneticamente transformados não têm impacto sobre a saúde humana! Nem toda a comunidade científica está de acordo com essa “pseudo-certeza” e a própria ciência só nos pode falar do que investigou até ao presente e nada nos pode dizer sobre o que no futuro se descobrirá.
Além disso, há desde já outros problemas: sabendo-se que só as multinacionais podem produzir as sementes de milho geneticamente transformadas, colocar os lavradores dependentes dessas organizações é pôr em causa a própria independência nacional no campo agrícola.
É curioso que um Paulo Portas (e outros fariseus da política) muito orgulhoso dos sentimentos nacionalistas, ignore isso!...
sexta-feira, setembro 07, 2007
Eleições no PSD

Filipe Menezes diz de Marques Mendes o que Marques Mendes pode dizer de Filipe Menezes. E os dois dizem de Sócrates, o que Sócrates pode dizer de cada um deles. São uma espécie de rábula uns dos outros.
Nenhuma ideia produzem que possa interessar a este País.
Mundo cão!!!....

Entretanto, a sua mãe, Kate McCann, ao entrar, hoje, nas instalações da Polícia Judiciária de Portimão foi vaiada e assobiada. Não sei se aquele rosto pesado e triste de uma mãe terá percebido a recepção que teve.
A “populaça” já está a julgá-la.
Que mundo cão!!!....
quinta-feira, setembro 06, 2007
Um dia diferente


Almocei no Cepa Torta. Este Restaurante aparece nas revistas da especialidade e isso cria curiosidade para quem está sempre aberto ao marketing de uma culinária geralmente desenvolvida pelo Turismo. Eu sou fiel a uma cozinha tradicional, com gostos tradicionais e vinho que deixa marcas nos guardanapos e na mesa.

Mal acabei de almoçar, logo senti que tinha razão. Lembrei-me do Artur de Carviçais e do Leitão da Mealhada, mas já de nada valiam as minhas especulações pantagruélicas.
A nossa idade e os trinta e tais anos de casados, que festejávamos, já começam a aconselhar outras formas de celebrar a efeméride.
Para contrariar os percalços dos modernismos culinários, estou apostado, no próximo ano, em reduzir a festividade a uma leitura de um poema e, no final, um chã com três torradas, deixando a última para aquele ritual: «é para ti»…. - «Não, não, é para ti!».
Ou, então, ouvir, em homenagem a esse grande Tenor, Luciano Pavarotti, que hoje nos deixou, a Ave Maria de Schubert http://www.youtube.com/watch?v=2uYrmYXsujI&mode=related&search= e esperar pela horinha da sossega.
Mas, hoje, é dia de deixar por Pavarotti “ una furtiva lagrima".
Prestem-lhe comigo essa sentida homenagem e ouçam:
terça-feira, setembro 04, 2007
Ângelo Correia, mandatário nacional de Menezes

E o ex-ministro da Administração Interna não esteve com meias-medidas: afirmou que Luís Filipe Menezes “é claramente o melhor” face a Marques Mendes. ...
E esta, hein?!!...
O estilo faz a governação

Foi esta lógica que levou universidades privadas e públicas a “venderem” cerca de 40 mil diplomas de professor, inclusivamente com estágio pedagógico, para o desemprego, sem que nenhum governo impedisse tal logro. E como o “negócio” está em decadência, o ME já conseguiu para as Universidades uma nova fonte (contraditória) de rendimento: obrigar os novos professores (com diploma que os habilita) a fazerem mais um exame para poderem leccionar.
Segundo a Ministra da Educação acabou a instabilidade nas escolas e os professores necessários ao normal funcionamento da ensino foram colocados atempadamente.
No entanto, há professores, com mais de 10 anos de serviço, que ficaram no desemprego e são necessários ao desenvolvimento das actividades lectivas. É isso que ouvimos de elementos dos conselhos directivos que estão no terreno a elaborar horários, conjugando as disciplinas, os cargos e os professores disponíveis.
Este divórcio, entre o que diz a Ministra e o que é sentido nas escolas, só tem uma explicação: autismo e incapacidade de programar.
Os problemas na abertura do ano escolar vão surgir, mas o ME já nos habituou a dissolver os problemas com o espectáculo da retórica.
É este o estilo da governação socrática.
domingo, setembro 02, 2007
Despondency
Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade. . .
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram. . .
Deixá-la ir a vela, que arrojaram
Os tufões pelo mar, na escuridade,
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do Sul se levantaram. . .
Deixá-la ir, a alma lastimosa,
Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa. . .
Deixá-la ir, a nota desprendida
Dum canto extremo. . . e a última esperança. . .
E a vida. . . e o amor. . . deixá-la ir, a vida!
1886, Antero de Quental
Enviado por Amélia Pais
Ninho e filhos e tudo, sem piedade. . .
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram. . .
Deixá-la ir a vela, que arrojaram
Os tufões pelo mar, na escuridade,
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do Sul se levantaram. . .
Deixá-la ir, a alma lastimosa,
Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa. . .
Deixá-la ir, a nota desprendida
Dum canto extremo. . . e a última esperança. . .
E a vida. . . e o amor. . . deixá-la ir, a vida!
1886, Antero de Quental
Enviado por Amélia Pais
sábado, setembro 01, 2007
Justa homenagem

Ficará patente, na Biblioteca Almeida Garrett

José Manuel Sarmento de Beires nasceu em Lisboa, a 04 de Setembro de 1893, foi aluno do Colégio Militar e terminou o curso de Engenharia Militar da Escola de Guerra em 1916 no mesmo ano em que se apresentou na Escola de Aeronáutica Militar em Vila

Colocado no grupo de Esquadrilhas de Aviação da República foi o primeiro português a realizar um voo nocturno. Planeou os raids aéreo

Conviveu com o professor Ruy Luís Gomes, esteve ligado ao MUD e conspirou contra Salazar, organizando a rev

Fixou-se, durante parte do seu exílio, no Brasil onde manteve uma intensa actividade de jornalista, escritor, tradutor e cronista de guerra em várias estações de rádio durante a Segunda Guerra Mundial.
Dirigiu a revista Portugalia, que havia sido

Em 1972, dois anos antes da sua morte, foi reintegrado na Força Aérea, com o posto de coronel.
Hoje, com um mar de gente a saudar o piloto britânico, Steve Jones, por ter conquistado o primeiro lugar do pódio da Red Bull Air Race, é reconfortante saber que José Manuel Sarmento de Beires também foi lembrado, tendo a Cidade homenageado o seu exemplo de profissional competente e cidadão responsável.