terça-feira, setembro 04, 2007

 

O estilo faz a governação

A Ministra da Educação diz que «não se pode impedir ninguém de seguir a carreira de professor», como se fosse uma mera questão desportiva adquirir um diploma para dar aulas e ficar no desemprego.

Foi esta lógica que levou universidades privadas e públicas a “venderem” cerca de 40 mil diplomas de professor, inclusivamente com estágio pedagógico, para o desemprego, sem que nenhum governo impedisse tal logro. E como o “negócio” está em decadência, o ME já conseguiu para as Universidades uma nova fonte (contraditória) de rendimento: obrigar os novos professores (com diploma que os habilita) a fazerem mais um exame para poderem leccionar.

Segundo a Ministra da Educação acabou a instabilidade nas escolas e os professores necessários ao normal funcionamento da ensino foram colocados atempadamente.

No entanto, há professores, com mais de 10 anos de serviço, que ficaram no desemprego e são necessários ao desenvolvimento das actividades lectivas. É isso que ouvimos de elementos dos conselhos directivos que estão no terreno a elaborar horários, conjugando as disciplinas, os cargos e os professores disponíveis.

Este divórcio, entre o que diz a Ministra e o que é sentido nas escolas, só tem uma explicação: autismo e incapacidade de programar.

Os problemas na abertura do ano escolar vão surgir, mas o ME já nos habituou a dissolver os problemas com o espectáculo da retórica.


É este o estilo da governação socrática.

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