quinta-feira, outubro 28, 2010
Sondagem
O PS desceu 13 pontos percentuais em relação ao PSD. Ficou com 27,6%.
Era previsível!
Nunca foi tão claro para os eleitores, como é hoje, que Sócrates não quer um acordo para o Orçamento do Estado para salvar os empregos dos boys que enxameiam institutos, administração de parcerias público/privadas, ministérios, etc. E põe os contribuintes, as pequenas e médias empresas a pagar a crise.
CDS atingiu 7,5%. BE 7,7 e PCO- os Verdes não ultrapassam os 7,1%.
Sem uma reforma dos partidos, que obrigue a escolhas de liderança por mérito, muitos outros sócrates continuarão a lançar o País no descalabro.
quarta-feira, outubro 27, 2010
Não há acordo.
O PSD e o PS não encontraram denominadores comuns e romperam as negociações sobre o Orçamento de Estado para 2010.
Agora, as justificações de cada partido vão ser instrumentais: cada um pretenderá acusar o outro do fracasso.
Mas o fracasso está em quem nos governa. Para os contribuintes com acordo ou sem acordo a sua vida vai infernizar-se. O governo justifica essa infernização com a necessidade de corrigir o deficit e justifica a correcção do mesmo com uma única fórmula, mas não há só uma forma de cozinhar peixe.
O Ministro das Finanças diz-se inflexível na correcção do deficit e isso é sintomático da postura do Governo em encontrar pontos de acordo.
O deficit é uma questão que a todos deve preocupar, mas o sentido de responsabilidade deveria levar a que fosse responsabilizado pela sua correcção quem o provocou: o esbanjamento, o BPN, as parcerias público-privadas, os elefantes brancos, a espiral de corrupção, etc..
Um bom governo não pode olhar para o deficit tal como olha para as trovoadas, as chuvas diluviais, etc. Tem de olhar para a correcção do deficit sem provocar o sofrimento dos que mais sofrem.
E o PS esqueceu-se disto, negando-se a si mesmo, pensando a economia sem pensar nas pessoas que são o seu fim último.
Seguiu um modelo de correcção, sem pensar nas consequências do mesmo para os que vivem só do seu trabalho, sentem a ameaça do desemprego e sem possibilidades de conseguir os bens necessários à sua subsistência.
A ausência de acordo ainda não é o descalabro total: é só o princípio do mesmo.
Agora, as justificações de cada partido vão ser instrumentais: cada um pretenderá acusar o outro do fracasso.
Mas o fracasso está em quem nos governa. Para os contribuintes com acordo ou sem acordo a sua vida vai infernizar-se. O governo justifica essa infernização com a necessidade de corrigir o deficit e justifica a correcção do mesmo com uma única fórmula, mas não há só uma forma de cozinhar peixe.
O Ministro das Finanças diz-se inflexível na correcção do deficit e isso é sintomático da postura do Governo em encontrar pontos de acordo.
O deficit é uma questão que a todos deve preocupar, mas o sentido de responsabilidade deveria levar a que fosse responsabilizado pela sua correcção quem o provocou: o esbanjamento, o BPN, as parcerias público-privadas, os elefantes brancos, a espiral de corrupção, etc..
Um bom governo não pode olhar para o deficit tal como olha para as trovoadas, as chuvas diluviais, etc. Tem de olhar para a correcção do deficit sem provocar o sofrimento dos que mais sofrem.
E o PS esqueceu-se disto, negando-se a si mesmo, pensando a economia sem pensar nas pessoas que são o seu fim último.
Seguiu um modelo de correcção, sem pensar nas consequências do mesmo para os que vivem só do seu trabalho, sentem a ameaça do desemprego e sem possibilidades de conseguir os bens necessários à sua subsistência.
A ausência de acordo ainda não é o descalabro total: é só o princípio do mesmo.
terça-feira, outubro 26, 2010
Corrupção?!... Só de gravata.

Há quem chame roubo dos dinheiros públicos à corrupção. E diga que esse dinheiro tem consequência no atraso do desenvolvimento de um país, nomeadamente na construção de escolas, hospitais, vias de comunicação, etc. Mas não é bem assim: é na construção de hospitais, auto-estradas, portos, etc., que a corrupção, em Portugal, se promove.
Por isso, a corrupção só pode acontecer com gente distinta que fale bem, vista em conformidade, tenha passado por algum ministério e use óculos escuros. Só estes homens podem obter essa distinção, pois só eles podem, em tribunal, usar o direito “à não-recriminação”: basta que nada digam para que os factos, extraídos de cansativas buscas, nunca se provem, deixando os seus autores sempre de “consciência tranquila”
Os outros são gatunos perigosos: podem roubar pacotes de leite para matar a fome aos filhos. Desconhecem o direito “à não-recriminação”, mostram-se arrependidos e, por isso, ficam condenados.
quinta-feira, outubro 21, 2010
O pântano
Não é só o descalabro financeiro e económico que denuncia o pântano em que vivemos. É também a crise moral do sistema político. O divórcio entre eleitos e eleitores está quase a entrar em ruptura, pondo em causa o próprio sistema democrático.
O que se passou com a Distrital do PS de Coimbra e a forma como entende esse episódio o Secretário do PS, é paradigmático.
Perguntado a Sócrates qual a sua opinião sobre a eventual “chapelada” que terá dado a vitória ao seu ex-assessor, o Primeiro-ministro e Secretário-geral do PS responde: “o que se passa no PS só ao PS diz respeito, mas não deixo de lhe dizer que é preciso saber perder”.
A achega de Sócrates é reveladora do seu conceito de democracia. Para o Primeiro-ministro, o seu partido é uma ilha fechada, sem as paredes de vidro que obriguem à transparência e ao respeito por regras. Se, no seu entender, “é preciso saber perder”, sem discutir causas, presume-se que o inverso também seja verdadeiro. Isto é, todos os meios são legítimos para ganhar.
E o percurso do líder do PS é testemunho dessa forma de conseguir sucesso. Começou por ser um desconhecido engenheiro técnico que projectava mamarrachos na Cova da Beira, em seguida tornou-se um político associado ao polémico Freeport, fez-se engenheiro à velocidade da luz na controversa U.I. e, com uma lábia invejada pelos melhores feirantes, acabou por ser escolhido para Primeiro-ministro. O seu ex-assessor de Coimbra apenas procurou tê-lo por referência.
Max Weber, (“O político e o cientista”), identificou dois tipos de partidos: partidos de patrocinato que se caracterizam pela ausência de compromissos morais e objectivos claros, dominados por sindicatos de voto; e partidos de princípios que se organizam em torno de ideais e projectos. Possuem um ethos que estimula a coerência, censura o oportunismo e promove lideranças de mérito, interessadas em avaliar as consequências da acção política para evitarem efeitos indesejáveis.
Só uma cultura de mérito pode gerar partidos de princípios e só eles têm capacidade para evitarem descalabros de governação que levam a situações de bancarrota.
Para promover uma cultura de mérito nos partidos, basta que seja reconhecida dignidade ao voto em branco. Quem vota em branco, acredita na democracia, mas não encontra quem o possa representar com credibilidade.
O sistema eleitoral deveria ser alterado para que o voto em branco fosse contado na distribuição proporcional, como se se tratasse de votos numa “não-representação” a que corresponderia cadeiras vazias no parlamento.
Curioso!...
Curioso!... Todos os que defendem as medidas de austeridade do novo Orçamento e que acham razoável para um acordo a diferença de 100 milhões de euros que separam as propostas do PSD do PS não vão ser atingidos, praticamente, pelo Orçamento do PS (deste PS que é pós-socialista)
Nem reparam no novo ordenamento do território que as novas portagens vão configurar e que terão como consequências subidas generalizadas de preços.
Nem reparam no novo ordenamento do território que as novas portagens vão configurar e que terão como consequências subidas generalizadas de preços.
segunda-feira, outubro 18, 2010
Sem orçamento há uma vantagem: a de nos livrarmos do socratismo.
O que se passa com a Distrital do PS de Coimbra é paradigmático. À pergunta feita a Sócrates sobre a sua opinião acerca da “chapelada” que terá dado a vitória ao seu ex-assessor, o primeiro-ministro e Secretário-geral responde: “o que se passa no PS só ao PS diz respeito, mas sempre vou dizendo que é preciso saber perder”. Quer dizer, o Partido é uma ilha isolada, sem paredes de vidro, tal como a democracia socrática.
Por outro lado, se é preciso saber perder, o inverso também é verdadeiro. Isto é, todos os meios são legítimos para ganhar, segundo Sócrates. E, de facto, foi esse o percurso e testemunho do líder do PS e Primeiro-Ministro, desde os mamarrachos da Cova da Beira, o Freeport, o seu percurso académico na Universidade Independente e, agora, com a farsante forma de governar.
Em todo este percurso, Sócrates tem sabido ganhar. Ganhar como um chico-esperto e foi este modelo de vida que seguiu o “vitorioso” presidente da Distrital de Coimbra.
O orçamento do Estado é a prova dos nove deste estilo: sobe os impostos e diminui os ordenados. É a fórmula mais básica que poderia ser concebida e reflecte o estilo socrático.
E a vida dos mais pobres, de uma classe média que se vai depauperando, é resolvida com a técnica da cenoura: com a sua lábia assertiva de feirante diz que “o orçamento protege o estado social que queremos viver” e vai criando expectativas que nunca cumprirá.
Pior do que a tísica do século XIX é, para este País, neste momento, o chico-espertismo e a hipocrisia do modelo Socrático.
Não deixem passar o orçamento. As consequências serão iguais às que o País terá se for aprovado. E pode ser que assim nos vejamos livres desta peste que nos trata como mentecaptos e vai prostituindo o País.
Por outro lado, se é preciso saber perder, o inverso também é verdadeiro. Isto é, todos os meios são legítimos para ganhar, segundo Sócrates. E, de facto, foi esse o percurso e testemunho do líder do PS e Primeiro-Ministro, desde os mamarrachos da Cova da Beira, o Freeport, o seu percurso académico na Universidade Independente e, agora, com a farsante forma de governar.
Em todo este percurso, Sócrates tem sabido ganhar. Ganhar como um chico-esperto e foi este modelo de vida que seguiu o “vitorioso” presidente da Distrital de Coimbra.
O orçamento do Estado é a prova dos nove deste estilo: sobe os impostos e diminui os ordenados. É a fórmula mais básica que poderia ser concebida e reflecte o estilo socrático.
E a vida dos mais pobres, de uma classe média que se vai depauperando, é resolvida com a técnica da cenoura: com a sua lábia assertiva de feirante diz que “o orçamento protege o estado social que queremos viver” e vai criando expectativas que nunca cumprirá.
Pior do que a tísica do século XIX é, para este País, neste momento, o chico-espertismo e a hipocrisia do modelo Socrático.
Não deixem passar o orçamento. As consequências serão iguais às que o País terá se for aprovado. E pode ser que assim nos vejamos livres desta peste que nos trata como mentecaptos e vai prostituindo o País.
segunda-feira, outubro 11, 2010
Nova jurisprudência.

A Procuradora considerou que o “Direito a não se autocriminar se sobrepõe às perguntas sobre o negócio".
De facto, como diziam os latinos, “a justiça compreende-se pela míngua”, já nada tem a ver com a promoção da sujeição às regras do dever, com a protecção da sociedade contra comportamentos incorrectos, arbitrários ou criminosos e muito menos com aquilo que constitui a natureza do justo; isto é, procurar a excelência duma postura verdadeira na relação com os outros, as instituições e a sociedade.
sábado, outubro 09, 2010
Um silêncio obsceno!
A esposa de Liu Xiaobo, galardoado com o Premio Nobel da Paz, não conseguiu ver, neste sábado, seu marido, que está preso.

O silêncio de chumbo dos governos ditos defensores da liberdade e dos direitos humanos é obsceno. Manifesta uma incomensurável subserviência ao capital, e envergonha qualquer cidadão com um pingo de dignidade.
terça-feira, outubro 05, 2010
Um momento alto

Houve, no entanto, um momento que escapou a esse intento: foi com o discurso do presidente da comissão para as comemorações do Centenário da República, Artur Santos Silva (não o ministro com o mesmo nome). Afirmou:
De facto, é este o problema que se vai tornando na “mãe de todas as crises”. E não é este governo medíocre e clientelar que o irá resolver.
Mudemos de República!
Já se percebeu que a reabilitação da República foi feita pelo fascismo. Foi a ditadura que branqueou a intolerância, o jacobinismo e a crueldade da carbonária na 1ª República.
Temos a vantagem de já estarmos suficientemente distanciados do fascismo para compreendermos que a efeméride da implantação da República não serve de exemplo às políticas justas que devem ser desenvolvidas.
Tem algum significado que a retórica do centenário girasse em volta da expressão: pedir responsabilidades.
Isso significa que temos andado a ser governados irresponsavelmente. Muitos exemplos poderiam ser referidos. Como compreender que o País tenha cerca de um milhão de desempregados a viverem quase todos na pobreza e um administrador de um Banco ganhe 24 mil euros por cada reunião, que se dê 160 milhões de euros de indemnização a três administradores que são casos de polícia?
Paradoxalmente, esse pedido de responsabilidade não resulta da análise crítica da situação política que vivemos. Não se pede uma responsabilidade que corrija a irresponsabilidade do esbanjamento dos dinheiros públicos, a irresponsabilidade de um darwinismo social que tem feito com que os ricos fiquem mais ricos e em menor número e os pobres cada vez mais pobres e em maior número, a irresponsabilidade de deixar o mundo financeiro andar em roda livre até causar uma crise que atingiu todos os países, etc.
Não se pede que sejamos responsáveis, mudando de paradigma da forma de governar, que sigamos o caminho dos clássicos, quando definiam um bom governo como aquele que se preocupava em diminuir o sofrimento dos que mais sofrem.
O pedido de responsabilidade que hoje foi feito, vai na direcção de ser aprovado um orçamento que em tudo é o oposto à orientação de um bom governo: não toca nos bancos, porque os ministros no paradigma que seguimos só o são para poderem transitar para administradores da Banca; não toca na gordura do aparelho de Estado, porque é nela que vegetam os boys que fazem o governo ganhar eleições.
Por mais que repudiemos os erros da República, os políticos que temos não querem corrigir esses erros.
A celebração da República continua mais retórica que prática. E assim, sem se dar conta, irresponsavelmente, vai sendo promovida a recuperação da monarquia e até do próprio fascismo.
Hoje não digo: viva a república, mas MUDEMOS esta REPÚBLICA!