quarta-feira, outubro 27, 2010

 

Não há acordo.

O PSD e o PS não encontraram denominadores comuns e romperam as negociações sobre o Orçamento de Estado para 2010.



Agora, as justificações de cada partido vão ser instrumentais: cada um pretenderá acusar o outro do fracasso.


Mas o fracasso está em quem nos governa. Para os contribuintes com acordo ou sem acordo a sua vida vai infernizar-se. O governo justifica essa infernização com a necessidade de corrigir o deficit e justifica a correcção do mesmo com uma única fórmula, mas não há só uma forma de cozinhar peixe.


O Ministro das Finanças diz-se inflexível na correcção do deficit e isso é sintomático da postura do Governo em encontrar pontos de acordo.


O deficit é uma questão que a todos deve preocupar, mas o sentido de responsabilidade deveria levar a que fosse responsabilizado pela sua correcção quem o provocou: o esbanjamento, o BPN, as parcerias público-privadas, os elefantes brancos, a espiral de corrupção, etc..


Um bom governo não pode olhar para o deficit tal como olha para as trovoadas, as chuvas diluviais, etc. Tem de olhar para a correcção do deficit sem provocar o sofrimento dos que mais sofrem.


E o PS esqueceu-se disto, negando-se a si mesmo, pensando a economia sem pensar nas pessoas que são o seu fim último.


Seguiu um modelo de correcção, sem pensar nas consequências do mesmo para os que vivem só do seu trabalho, sentem a ameaça do desemprego e sem possibilidades de conseguir os bens necessários à sua subsistência.


A ausência de acordo ainda não é o descalabro total: é só o princípio do mesmo.

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