segunda-feira, janeiro 30, 2017
Já se estranhava!

Em suma, com Avelino os amarantinos podem sonhar, esperar o milagre dos pontos no is. Até porque há quem diga que são Gonçalo é um mito criado na idade média pelos dominicanos para aliviar a crueldade da Inquisição. E se foi assim, por que não regressar à vida medieval com outro mito, o mito dos pontos nos is, com ”ciência certa” e bancarrota feita?!...
sexta-feira, janeiro 20, 2017
Os sinos dobram pela América!

Este vazio só é possível pela degradação do papel da política, porque
desprezaram a ideologia, a crença nos valores que podem configurar o sentido de
um horizonte de vida mais humano e mais justo.
Tal como aconteceu antes das duas Grandes Guerras também, hoje, ser de
esquerda ou ser de direita já nada diz aos eleitores: o que conta é o
chauvinismo, o orgulhosamente só, a vidinha de cada um, o poder-se vingar de um
governo que não satisfez o que se pretendia com um voto; o olhar para o
imediato, desprovido de valores e orientado apenas pelo egoismo. O resultado
está á vista! E esta onda de obscurantismo e barbárie também por cá anda.
Os partidos poderiam aprender com tudo isto, mas não aprendem, como não
aprenderam com as razões que levaram ao populismo e à demagogia que fez
desencadear duas grandes guerras mundiais. Então, não foi em nome do povo
alemão que falou Hitler? E não é em nome do povo americano que fala Trump?
Pobre povo, quando o
conceito que o define apenas é instrumental!
sábado, janeiro 14, 2017
Saúdo o Congresso dos Jornalistas!
Gostava de saudar o Congresso dos Jornalistas. A sociedade que queremos depende muito da qualidade da informação que temos. Vivemos na sociedade da informação.
A boa informação não é aquela que apenas responde ao que o público gosta de ouvir, nem aquela que é ideologicamente dirigida, que procura manipular o público, e muito menos aquela que é gerada pelo pensamento espontâneo nas redes sociais.
Só é boa informação a que gera conhecimento, abre a possibilidade de organizar e dar um sentido critica à informação recebida. Não precisamos de muita informação, mas de sabê-la interpretar. A ideia que vem do positivismo de que a notícia deve ser factual é uma ideia armadilha. Os factos não falam por si, mas pelos olhos, a ideologia, de quem os interprete. A boa notícia, a boa informação, deveria, no meu entender, ser mais problematizadora que assertiva.
A crise do jornalismo é, sobretudo, uma crise de credibilidade da notícia e do papel dos jornalistas. Faço votos para que este Congresso seja um bom ponto de partida para a promoção da dignidade dos jornalistas e do valor da informação. Precisamos de uma informação que fale á inteligância dos leitores, que seja capaz de promover o conhecimento, no sentido mais aberto: o de formar uma consciência crítica sobre a vida e o mundo; ajudar a promover a cultura, na sua tripla dimensão: saber ver, saber interpretar e saber julgar.
quinta-feira, janeiro 12, 2017
Não sei quem
disse, mas talvez tenha sido um filósofo ou um teólogo: “Somos seres
indigentes”. E é verdade!... A maior
carência é a da amizade. Precisamos dos amigos. E nisso tem razão Epicuro,
quando nos diz: “De todas as coisas que a sabedoria nos oferece para a
felicidade da vida, a maior é a amizade”.
quarta-feira, janeiro 11, 2017

Solidão é talvez a palavra que mais define o luto. Solidão enorme, solidão entre solidões de todos se sentirem em si sozinhos, sem o amigo que já não está ali, estando bem ali, com sua voz da noite, trazendo-nos por dentro velhas histórias, coisas boas da vida. E nessa confidência esquecemos a raiva e a dor de já não o termos ali.
domingo, janeiro 08, 2017
Mário Soares
Sei que Mario Soares ficará na História; sei que marcou os destinos da Europa e de África; sei que Mário Soares foi um combatente contra o fascismo; sei que Mário Soares foi perseguido e sofreu com a prisão e o exílio a defesa dos seus ideais; sei que Portugal poderia ser outro sem Mário Soares, mas já não sei se para melhor ou pior (não posso falar sobre o que não aconteceu!); sei muito sobre Mário Soares, aquilo que todos dizem e que alguns ignoram; sei que foi talvez o político de quem mais aldrabices se disse e mais se caluniou; sei que muitos falam de Mário Soares sem saberem o que dizem.
Mário Soares partiu e com a sua partida ficamos mais pobres. É bom recordar
a sua vida, a sua luta, o seu humanismo e a sua maneira de ser! E convém não
perder de vista o movimento que criou, os que aderiram às suas ideias, os que
construiram a obra que lhe atribuem. É que os grandes políticos fazem-se pelas
circunstâncias e, por isso, não será displicente
lembrar a propósito de Mário Soares os
capitães de Abril e fazer sobre tudo isto as perguntas que Bertol Brecht
colocou num operária:

“Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
sexta-feira, janeiro 06, 2017
Uma triste Notícia!
A notícia chegou-me depois de regressar do Marco: partiu, sem me dizer adeus, o meu amigo Coronel de Infantaria Virgílio de Paiva Barreto de Magalhães.
Eramos conterrâneos e amigos. Foi um dos melhores alunos que passou pelo Colégio que ambos frequentámos, embora ele fosse mais velho do que eu cerca de cinco anos. Admirava-o pelo seu carácter, pela sua forma de estar na vida. Fiz com ele um livro sobre um outro militar, talvez o mais medalhado da história do exército português, o Coronel Médico Fenando Miranda Monterroso.
Durante a elaboração do livro, recuperámos conversas de velhos tempos, partilhámos preocupações sobre a nossa Terra, os nossos amigos, o País e o mundo em que vivemos. Era um prazer falar com o Virgílio. Lia muito e era raro o livro de que falássemos do qual ele já não tivesse uma opinião fundamentada.
Partem os melhores dos nossos amigos e conterrâneos. Cada vez ficamos mais pobres!