sábado, março 12, 2016
Comparações abusivas.
Há comparações descabidas e abusivas que, por certo arrepiarão o papa
Francisco. O Papa tem bem presente que,
por ironia da história, os partidos que se apresentaram como defensores do
mundo livre contra o materialismo comunista, hoje defendem um materialismo
capitalista muito mais cruel e tentam impingi-lo como único sistema de vida
para todo o mundo, despreocupados com a fome, a miséria e o distanciamento
entre os que são cada vez mais pobres e os que são cada vezes menos, mas muito mais
ricos.
Já que o povo lhe deu o poder e, agora tanto o abraça e
beija, e há quem por faça comparações com o Papa Francisco, convém que
Marcelo, nos intervalos dos afectos, reflicta sobre a crueldade do capitalismo financeiro. É que
o seu partido é bem responsável por esta situação e o Papa Francisco não vive
apenas de abraços e beijinhos!
# posted by Primo de Amarante @ 11:17 da manhã
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domingo, março 06, 2016
Tenho na minha casa da aldeia um pequeno jardim. Não sei
mesmo se é jardim! É um sitio onde semeio flores. Suponho que foi S. João da
Cruz que garantiu terem as flores alma. Hoje pude confirmá-lo. Debaixo da terra
a alma levou a flor a fugir para o seu sonho: abrir-se em pétalas. Vinha o
corpo e logo a seguir o seu poema, um olhito, em forma de botão. Respirava a
graça que emanava da sua timidez na sacada do chão. Não há nada no mundo que
tenha tanta beleza e bondade como o despontar de uma flor. Procurei logo
aliviá-la dos perigos: as ervas daninhas que se afoitam para lhe roubarem os nutrientes
com que amanhã os seus lábios se tornam pétalas radiantes de cor. Não sei se
consegui, mas para a semana vou ver se ficou feliz, se abriu em receptáculo de
alegria e perfume.Precisamos tanto de flores! E foi em Abril que flores se tornaram mais flores, mais flores a
florir!
# posted by Primo de Amarante @ 10:23 da tarde
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sexta-feira, março 04, 2016
Quadratura do Circulo
Ouvi ontem a “Quadratura o Circulo”. Não sei por quê, mas
quando começa a falar Lobo Xavier ou Jorge Coelho sinto sempre necessidade de ir
ao quarto de banho: são os meus diuréticos! Basta que comecem a desvalorizar a
intervenção de Pacheco Pereira para que isso aconteça.
Pacheco Pereira mais uma vez fez uma síntese perfeita do que
acontece, hoje, em Portugal. O Governo de Costa tem contra si comentadores,
organizações patronais, a informação em geral e a Comunidade Europeia. Todos estão
interessados que este governo caia para que regresse o governo deles, o que
virou o país às avessas para que tudo fosse segundo as conveniências deles. O governo deles era o PaF e só querem o Páf !
Pode Passos Coelho sentar-se e ficar quietinho; eles,
Comunidade Europeia, Organizações patronais, meios de informação e comentadores
de ocasião, farão o trabalhinho por ele.
O pior é que as forças políticas que apoiam este governo, os
sindicatos e toda a esquerda (que não têm outra alternativa) parece que não
percebem isto!
# posted by Primo de Amarante @ 11:24 da manhã
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terça-feira, março 01, 2016

Acabei de ler “As amantes de D. João V”. Sabia que naquele
tempo mandar a filha para freira era o recurso dos fidalgos que não encontravam
para ela um par ideal. Percebo que Soror Paula na angústia libidinosa que a
falta de pontualidade do Rei na alcova lhe criara, tenha estilhaçado no chão o
relógio que apostrofou com a colérica sentença: “Relógio que tanto mente,
parte-se assim!” Compreendo que pagasse ao senhor, seu deus, o esbagaxado
galanteio às suas freiras e às damas dos nobres da sua corte, passando das mães
para as filhas, os sacos de reis das bulas que o Papa Clemente XI lhe mandava
para aliviar a consciência. Compreendo que fizesse do casamento com a marquesa
Maria Ana de Áustria um aperitivo da voluptuosidade que o atirava para os conventos
de freiredo. Compreendo que o Rei tenha sido o touro de cobrição de Odivelas, só
não entendo que castigasse o seu confessor por censurar a sua volúpia endiabrada, mandando
que lhe servisse a todas as refeições apenas galinha, esperando o seu enjoo
para lhe dizer: ”nem sempre galinha, nem sempre rainha”.
Este Rei encheu Palhavã de meninos que
vieram a ser bispos, padres, toureiros e inquisidores na linha dos que tornaram
os autos de fé a festa da corte de D. João V, onde “enquanto as carnes dos cristãos-novos
rechinam, as damas refrescam-se bebendo água-de-neve.
Este Rei era tirano, um debochado, levou o reino à
bancarrota, punha perucas vindas de França por 10 reis e até na semana de
Pentecoste,de calções de seda e rendas de linho, mandou prender o seu médico
por não lhe ter na hora as cantaridas que lhe eram o melhor afrodisíaco.
D. João V não era um rei, era um magnânimo garanhão!
# posted by Primo de Amarante @ 11:42 da tarde
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