Tenho na minha casa da aldeia um pequeno jardim. Não sei
mesmo se é jardim! É um sitio onde semeio flores. Suponho que foi S. João da
Cruz que garantiu terem as flores alma. Hoje pude confirmá-lo. Debaixo da terra
a alma levou a flor a fugir para o seu sonho: abrir-se em pétalas. Vinha o
corpo e logo a seguir o seu poema, um olhito, em forma de botão. Respirava a
graça que emanava da sua timidez na sacada do chão. Não há nada no mundo que
tenha tanta beleza e bondade como o despontar de uma flor. Procurei logo
aliviá-la dos perigos: as ervas daninhas que se afoitam para lhe roubarem os nutrientes
com que amanhã os seus lábios se tornam pétalas radiantes de cor. Não sei se
consegui, mas para a semana vou ver se ficou feliz, se abriu em receptáculo de
alegria e perfume.Precisamos tanto de flores! E foi em Abril que flores se tornaram mais flores, mais flores a
florir!
# posted by Primo de Amarante @ 10:23 da tarde
