sexta-feira, julho 15, 2016

 

Uma pequena reflexão!

Uma pequena reflexão:
Muitas explicações podem ser dadas para o que aconteceu em França. Tenho pensado muito na frase de Jacques Maritain, no seu livro” Noite de Agonia em França”. Não é um filósofo de esquerda, como toda a gente sabe! Interrogava-se sobre as razões que terão levado as democracias saídas da Grande Guerra não evitarem a segunda e dava uma explicação: a democracia perdeu as suas virtudes. É isso que está a acontecer hoje! As virtudes fundamentais da democracia são essencialmente duas: é o regime onde imperam as regras e o que tem como finalidade promover a coesão social pela justiça social, diminuindo o sofrimento dos que mais sofres. Perderam-se estas virtudes. Os governos, como o de França, procuram retirar aos que mais precisam direitos conquistados com muita luta e eram considerados conquistas civilizacionias. Um autarca toma o orçamento da sua autarquia como se fosse o seu e quer que lhe agradeçam tudo o que é seu dever fazer pelo concelho ou freguesia que o elegeu; os governos fazem o mesmo. Um caso, bem pacóvio e ridículo está a acontecer com as festas dos concelhos: nesta ocasião, distribuem-se medalhas não em obediência a critérios de relevância, mas de “promoção” da vaidade de amigos que ao autarca ficam agradecidos. Não se prestigia os que souberam servir o País! Sempre que há um concurso público arranja-se um regulamento medido pelos interesses privados e uma comissão que vergará o concurso de forma a colocar um apaniguado. A democracia está desacreditada e a lógica do “homem lobo do outro homem” impera. A coesão social, que permitia ver no vizinho um amigo e avisá-lo de tudo o que fosse suspeito, perdeu-se e cada um é “um órfão numa ilha deserta entregue aos seus próprios recursos”. Vivemos de costas uns para os outros, não acreditamos nos partidos, esvaziou-se o interesse público, desapareceu o bem-comum.
Nestas circunstância, os mais marginalizados ( e são sempre os diferentes “os que não pertencem “à mesma raça”) estão em condições de lhe passar pela cabeça a vontade de se vingar contra o rolo compressor que os oprime. Aparecem, enão, os lobos solitários do terrorismo. E não lhes é difícil conseguir os apoios monetários e logísticos para poderem espalhar o terror em nome de uma religião que julgam lhes dará a recompensa.
Em vez de derramar lágrimas de crocodilo, seria melhor dignificar a democracia; em vez de criar uma sociedade com um polícia atrás de cada um de nós, seria melhor meter na cadeia os corruptos que se vão assenhoreando do bem público, que funcionam na política como as máfias (consideram há os nossos e os outros), não respeitam as regras que defime a democracia e pensam que ganhando uma eleição podem transformar aquilo que é de todos num bem pessoal, administrado segundo os humores ou interesses pessoais.

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