quarta-feira, janeiro 27, 2016

 

Estou mesmo velho!

Este quadro de Van Gogh nunca me impressionou tanto como hoje! Não me sai da cabeça a frase de um cabotino que chamava aos velhos “geração grisalha”. Não é o conceito que choca, mas o desprezo pela velhice. Por certo nunca ouviu falar da “ Arte de envelhecer e de fazer amigos” de Cícero. Não me cabe fazer o elogio da velhice nem é isso que vejo no quadro de Van Gogh. Vejo nesta pintura o fim de tudo representado num velho. Uma espécie de luto pelo esvaziamento do que faz merecer uma vida. Chegados a velhos, há a sensação de que as utopias, as esperanças, os valores e os horizontes que fizeram a razão de existirmos deixaram de ter crédito. E isso é como se morrêssemos antes de nos apagarmos na vida.
Estou mesmo velho!

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