terça-feira, dezembro 22, 2015

 

Fim de semana com amigos

Neste fim-de-semana fui à caça. Para os meus amigos que vêem na caça um propósito indigno de matar, devo dizer-lhes que estou à vontade. Não dei um tiro. É certo que levei a arma, andei atarefado no afã venatório à procura de perdizes que ouvia cantar, mas não consegui que uma levantasse voo para, na terminologia cinegética, a caçar (e não matar!).  Mas, aos mais fundamentalistas em questão dos direitos dos animais (coisa que eu nunca percebi, porque sempre pensei que um direito é a outra face de um dever), os que não suportam comer um bife porque se lembram das horrorosas formas de abate nos matadouros; e não comem peixe ao imaginarem o anzol que os traz para a asfixia, lembro o que escreveu Ortega no seu livro “Caça e Touros”: “a caça, no seu melhor estilo, é um dos bons métodos para educar o respeito pela natureza, ser sensível aos ecossistemas, desenvolver o carácter e o sentido da responsabilidade cívica.” Também um historiador e filósofo da Roma Antiga, Flávio Xenofonte, no seu tratado ”Cynegéticos”,  lembra que a caça é o desporto que sempre promoveu as mais desinteressadas e, por isso, ilustres amizades. E é isso mesmo que eu posso testemunhar!
A minha vetusta idade já não me permite acompanhar os meus amigos caçadores mais do que um fim-de-semana no couto que têm, em Espanha, logo a seguir a Monfortinho. É um fim-de-semana extraordinário, daqueles que só são possíveis com o Engº. Moita, um cozinheiro divinal, o Bica que generosamente me leva e possui um vinho de colheita exemplar, Dr. Florindo, o nosso veterinário, o Simões, o médico para os incautos na comezaina, o sr. Amadeu, com a sua mestria na preparação de cães, etc. Almoçamos sempre no Couto e à noite temos festa no Hotel onde somos recebidos principescamente pelo Sr. José e D. Céu.
Verdadeiramente, a caça é a ocasião para estar com amigo, digerir um almoço reconfortante na montanha e passar um fim-de-semana esquecido dos aborrecimentos. Por isso, quando se aproxima o Natal, sinto que o melhor que posso desejar aos meus amigos, a todos, sejam da caça ou do facebook, é que se sintam felizes como nós nos sentimos na faina venatóia em Monfortinho, uma terra lindíssima! Por alguma razão neste fim-de-semana por lá andavam os alunos da Universidade Europeia.
O mais significativo destes nossos encontros é o abraço: ele sinaliza a recepção e a despedida. Toda a vida, para ser humanamente vivida tem de fazer escorrer um sorriso num abraço.
Com um abraço peço-vos que neste Natal sejam tão felizes com a Vossa família como eu me senti com a segunda família, os meus amigos, neste caso, os que há muitos anos são os meus companheiros de caça.

Bom Ano e sintam no abraço que vos deixo a centelha que subitamente lhes faça uma gargalhada na alma. E sejam Felizes!


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