terça-feira, julho 14, 2015

 

Tomada da Bastilha

Celebram-se hoje 225 da Tomada da Bastilha, um símbolo da Revolução Francesa. De certa forma, comemora-se também a vocação do intelectual.
O intelectual que inaugurou a época moderna sofria pelo mundo que vivia e sonhava com  outro melhor, onde se realizasse a liberdade, a fraternidade e a igualdade.
A Revolução Francesa impôs que se tornasse realidade esse sonho. E a consciência revolucionária do intelectual julgava que, a partir dessa revolução, a guerra seria substituída pelo triunfo da razão sobre o ódio, a mesquinhez, o espírito de vingança, de humilhação e de apropriação de bens pela força.
Não seria mais possível colocar pelas armas fora de combate o inimigo ou pelo cerco levá-lo à ruína, ao seu esmagamento moral, intelectual e patrimonial.
Vieram duas grandes guerras que  deram razão ao intelectual: mostraram o horror da irracionalidade de um poder que sente prazer em impor a sua força pelo esmagamento dos que não se lhe subordinam.
O intelectual sofreu, exilou-se, foi estrangeiro no seu próprio país e perguntou por que  é que a democracia, o regime que propunha só a felicidade dos homens contar, permitir que fosse possível tornar meritório explorar,  roubar em quadrilha, destruir bens e semear o ódio e a morte?
O intelectual humanista que foi preso, torturado e tanto sofreu,  inspirou-se na filosofia grega  para moralizar a vida e denunciar os inimigos das sociedades abertas à critica. Sonhou com um mundo que elevasse o direito à felicidade dos povos a obrigação última do Estado.
Hoje, 225 anos após a Revolução Francesa, desapareceu o intelectual, apagou-se na memória da nova gente. Chama-se, hoje,  intelectual ao número dos que funcionam como os carros  de venda de ocasião. Entregam-se a quem pagar mais, levam nos seus argumentos todo o tipo de patifarias  e fazem-se acompanhar de todos os escroques, colocando-se sempre às ordens dos mercenários dos novos fidalgotes da nova Idade Média.
Talvez, por isso, 225 anos após a Revolução Francesa, vemos o Monstro do espírito de Hitler  levantar a cabeça e já vai desapossando o direito á felicidade dos povos para afirmar um poder que não foi delegado para instaurar a barbárie.
E a pergunta, 225 anos depois da revolução Francesa,  volta a ter sentido: por que é que deixamos que a democracia seja traída?!...

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