sexta-feira, maio 08, 2015
Comemora-se, hoje, o fim da Grande Guerra. No tratado de Versalhes,
que impôs o castigo á Alemanha, participou, como conselheiro, o célebre economista
Keynes. Não chegou a terminar as suas funções: demitiu-se por considerar
desastrosas as imposições que foram impostas á Alemanha e aventava que as
mesmas levariam a uma Segunda Guerra, como infelizmente aconteceu. Hoje, a
Troika bem poderia reflectir nessa circunstância: a história demonstra que tende
sempre a aparecer quem, tragicamente, faça a vingança das humilhações sofridas
por um povo.
Nenhum acontecimento teve, na vida de todos os povos, mais
implicações sociais, políticas e culturais do que a Grande Guerra.
Desenvolveu-se á escala global, não havendo praticamente nenhuma nação que,
directa ou indirectamente, não estivesse envolvida nos combates.
Desenhou o novo mapa da Europa e da África, alimentou
revoluções, como a Revolução Russa,
causou milhões de vitimas, entre mortos, gazeados e estropiados, obrigou
a cativeiro, em condições deploráveis, milhares e milhares de homens.
Entre nós, a guerra deixou muitas aldeias despovoadas,
muitas vidas destroçadas. Sangrou a alma do nosso povo com a amargura e
tristeza de ver os seus filhos partir para a Flandres e para África, deixando a
angústia de não saber o que lhes aconteceria.
Entre familiares que participaram na Grande Guerra esteve um
parente do meu avô: o Coronel médico-cirurgião Fernando de Miranda Monterroso.
Foi o responsável pela formação de saúde conhecida por ambulância nº1. E chegou
a ser o director do hospital Português. Escrevi, com um amigo, o coronel Virgílio
Barreto Magalhães um livro sobre este parente, talvez o mais medalhado do
exército português.
O Dr. Fernando Monterroso não foi só um herói de guerra, foi
também um benemérito: a sua expensas construiu o Asilo do Marco.
Foi para que a memória deste Herói de guerra e benemérito
não fosse esquecida que o escrevemos. Teve
o apoio da Câmara Municipal do Marco, onde pode ser adquirido.