quinta-feira, maio 22, 2014

 

Só sei que voto contra!

Amanhã vou para a aldeia, onde a Serra da Aboboreira se vê, levantando a cabeça Tenho lá muito que fazer, mas vou reflectir sobre a questão que La Boétie colocou, mais ou menos nestes termos:
 “Há três espécies de tiranos. Uns reinam por eleição do povo, outros por força das armas, outros sucedendo aos da sua raça (…) É estranho que dois, três homens ou até mil se deixem enganar por um governo, mas quando vemos milhões a submeterem-se a um governo que os humilha, explora e tiraniza, que nome pode ser dada a esta situação? (…) Que razão levará o povo, podendo escolher entre a liberdade e o opróbrio, se decida pela ignomínia? ”
E eu vou acrescentar: Como compreender que um partido para ganhar eleições prometa leite e mel e, depois de as ganhar passe de 60% do PIB para 130 %, imponha o exílio a milhares de jovens, leve para o desemprego cerca de dois milhões de trabalhadores, suba os impostos de forma insuportável, provoque a falência de milhares de empresas, trate os funcionários públicos como os cães não tratam os gatos, roube parte do vencimento dos velhos e desproteja os serviços de saúde, a escola e a justiça, se justifique com os erros que prometeu corrigir, e, com todas estas malfeitorias ainda consiga ser o segundo partido mais votado?
Talvez a forma enviesada que a partidocracia criou de representação dos eleitores explique por que é que em democracia pode governar a incompetência, a corrupção e a mediocridade, descartando-se dos pobres, dos velhos, dos novos, dos que mais sofrem?
Entretanto, vou consolidando uma ideia: continuo a não ter razões para votar neste ou naquele partido, mas se tivesse um milhão de votos não tinha dúvidas: votaria contra esta gente que está no governa para me desprezar. E vou fazer cerca de 50 + 50 quilómetros para votar

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