quinta-feira, maio 22, 2014

 

Francamente desiludido!

De Gasperi, Monet, Shuman e Adenauer, entre outros, queriam uma Europa que não fosse agregação de recursos económicos e de procedimentos burocráticos; que não dividisse os povos do Norte contra os do Sul, o Oriente contra o Ocidente, os protestantes contra os católicos, que não ressuscitasse as tendências imperialistas herdadas dos sanguinários imperadores romanos, de Hitler ou outros. Queriam uma Europa que soubesse aprofundar a síntese entre o logos dos gregos, a justiça do direito romano e a caridade do cristianismo.
 Nestas preocupações, os fundadores da Comunidade Europeia olhavam para a Europa como a Europa dos cidadãos, aberta aos valores da dignidade humana, defensora da solidariedade, da justiça social e da paz, dos direitos humanos, da liberdade e do pensamento crítico, isto é, de tudo o que cimenta a coesão entre povos e constrói a paz. Mas, a que assistimos nesta campanha eleitoral para o Parlamento Europeu? Nada que tenha a ver com as preocupações dos que construíram a Comunidade Europeia. Fez-se apenas exposição do que há de pior no ser humano: a intriga, o fanatismo, a boçalidade, a hipocrisia, o charlatanismo e, sobretudo, a demagogia e a palhaçada no seu esplendor.
Para completar toda esta traição aos princípios fundadores da Europa, surgiu o Sr. Juncker, que traindo a sua própria condição social, defende o primado do dinheiro e diz que as pessoas são tão importantes como o capital. Não admira que os eleitores europeus sintam vómitos ao ouvirem esta gente que ignora o que deu sentido à Comunidade Europeia, que não a quer mais coerente com os seus princípios e menos dominada pelos imperialismos que cavaram a sua destruição. E, por isso, as sondagens que já apareceram revelam que um governo de Portugal, tão incompetente e desastroso como o que temos, pode não ser tão penalizado como o que julgávamos normal.

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