quarta-feira, abril 02, 2014
Nem os baldios escapam!
Depois da reconquista, criaram-se os baldios para que desempregados, gente sem bens, os mais pobres dos pobres tivessem um espaço para cultivar o que precisavam para comer, pastorear e cortar lenha para se aquecerem. Com a criação administrativa do território, os povos das freguesias ou das paróquias ficaram com a tutela dos baldios. Mais tarde, as câmaras quiseram apropriar-se desses territórios. Na Primeira República, António lago Cerqueira fez tudo, mas não conseguiu espoliar os povos desses bens. Durante a ditadura, na Segunda República, criou-se um corpo de guarda especial para fiscalizar, controlar e reprimir o acesso das populações aos baldios. Com o 25 de Abril, na Terceira República, devolveu-se o poder sobre os baldios às povoações locais, as freguesias. No governo de Passos Coelho instaurou-se a Quarta República e a ministra Cristas passou a seguir a política dos baldios de Oliveira Salazar. Até na política dos baldios surge a referência salazarenta como marca deste governo da república das bananas.