sexta-feira, janeiro 31, 2014

 
Não estará o Poeta da “Mensagem” a dar voltas ao túmulo? Reparem, agora, neste poema e talvez lhes venha á mente o mesmo pensamento que eu tive: será que o fundamentalismo praxista terá levado a procurar, no esoterismo de Pessoa, o ritual para-maçónico (Rosa-Cruz) dum crime (involuntário)? O CONTRA-SÍMBOLO Uma só luz sombreia o cais Há um som de barco que vai indo. Horror! Não nos vemos mais! A maresia vem subindo. E o cheiro prateado a mar morto Cerra a atmosfera de pensar Até tomar-se este como porto E este cais a bruxulear Um apeadeiro universal Onde cada um espera isolado Ao ruído — mar ou pinheiral? — O expresso inútil atrasado. E no desdobre da memória O viajante indefinido Ouve contar-se só a história Do cais morto do barco ido Fernando Pessoa

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