quinta-feira, dezembro 26, 2013

 
Conheci-o e partilhei com ele muitas preocupações. Esteve contra o exílio de D. António Ferreira Gomes e foi o pai do planeamento familiar, com o Dr. Horácio, já falecido, e muitos outros. Já que se fala tanto em empreendedorismo social, convém lembrar os cursos de planeamento familiar promovidos por esse gruo de médicos católicos. Era um empreendedorismo que procurava libertar o homem ou a mulher da ignorância e não, como hoje, viver à custa dos que caíram no chão, são velhos ou perderam o emprego. O Dr. Albino Aroso fazia parte do número daqueles poucos que ainda resistem dentro do conceito social-democrata. Era também um católico de convicções, incapaz daquela postura dos novos fariseus que, perante as denuncias que o Papa Francisco faz do neocapitalismo, egoísta e desumano, respondem, desvalorizando-as: “Foi sempre essa a doutrina social da Igreja”. Não metia, como faz a avestruz, a cabeça na areia, lavando os erros da Igreja: a Inquisição, o negócio de escravos (tolerado até serem baptizados) e o pactuar, pelo silêncio, com governos fascistas e até com o nazismo. Para ele o cristianismo valia pela sua mensagem e não pelo espavento mundano da postura que recebeu no cesarpapismo. Guardo um interessante livro que me ofereceu: “De mães para filhas, de filhas para mães”. Vão-nos faltando homens, bons e verticais, como Albino Aroso. Onde estiver receba o meu abraço de profunda consideração.

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