domingo, março 17, 2013

 

Oxalá que sim!

Temos de reflectir sobre este retrocesso civilizacional: desde a Revolução Francesa a ideia de progresso significava o caminho da felicidade humana e sucediam-se as gerações dos direitos humanos: cívicos, políticos, sociais, de qualidade de vida, ambientais e pensava-se que outros se sucederiam.

O individualismo humanista que desde Protágoras tomava o HOMEM como “medida de todas as coisas”, colocou o Homem no centro do Universo e fez do antropocentrismo a bandeira de luta contra a tirania, a crueldade e a injustiça, rompeu, no nosso tempo, com a ideia de solidariedade que recebeu do cristianismo.

Hoje, temos um individualismo separado do humanismo e ao serviço do mercado que vai construindo este darwinismo social gerador de novas crueldades, novos atentados à dignidade humana.

A Europa, berço desse humanismo, símbolo do progresso que se dirigia para a felicidade do homem, é hoje uma câmara de tortura da dignidade humana, ao serviço do neoliberalismo, das troikas e desses carrascos de novas brutalidades, tão cruéis como os ditadores sangrentos da Roma antiga, que colocam a austeridade ao serviço dos novos deuses: os “mercados” e o capitalismo financeiro.

Mas a existência humana, a sua dignidade, os seus direitos terão como única razão satisfazer a gula dos mercados?

Parece-me tão absurdo este caminho de retrocesso civilizacional, como um murro na inteligência humana!

Aparece, finalmente, alguém que vê na fome, na miséria e no desemprego um atentado aos direitos humanos. Segue o que já dizia o Teólogo Tomás de Aquino: “os bens são de uns, mas são para todos; devem ser distribuídos segundo as necessidades das pessoas e não segundo os interesses dos mercados” E toma o nome daquele que se despojou de todos os bens e de tudo o que vestia até ficar nu para assegurar que a sua vida seria, daí para a frente, de despojamento para ser mais solidariedade para com os mais pobres.

Será que a correção dessa direcção irá ser feita por um Francisco, aquele que diz que a sua missão é servir os pobres?

Oxalá que sim!


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