sábado, fevereiro 16, 2013

 

Estive na manifestação

A Rua de Santa Catarina era um leito imenso de Portugal doente, de tristezas em bandeiras vermelhas.

Uma diferença abissal separa estas últimas manifestações das que se sucederam ao 25 de Abril.

Nessa altura a noite negra da fome, da opressão e da mentira estava para trás e os olhos dos manifestantes brilhavam no olhar para a frente, a fazer da rua um poema de esperança num mundo mais humano e mais livre.

Hoje, essa onda enorme de manifestantes tem à sua frente o medo da fome, da opressão e da mentira. Leva nos olhos aguados o medo, o terrível medo do dia de amanhã.

As promessas já não seduzem: o que se pede é que estes carrascos da vida não semeiem mais o medo de viver, que se vão embora, que deixem abrir portas à esperança dos nossos filhos, dos nossos netos, de todos os que precisam do amanhã para viver.

Este governo não percebe que não se justifica por uma Troika e está só, arrogantemente só, desprezando esquizofrenicamente a realidade.

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