sexta-feira, outubro 26, 2012

 

Para meditar!

Enquanto esperava há pouco por fazer uma ecografia que denunciasse as causas da dor lancinante que umas cólicas me provocaram, pus-me a interrogar-me sobre o valor da vida: que diferença haverá em morrer num forno crematório de Auschwitz ou debaixo de uma ponte em Braga, como acontece, hoje, a um casal que ficou desempregado, sem subsídios, sem dinheiro para pagar uma renda, nessa tragédia terrível para onde este Governo atira muitos dos nossos irmãos?


Se perguntasse a Vitinho Gaspar, suponho que a resposta seria: “é uma questão de custos”. E nada mais diria, embora a resposta fosse feita num tom que se estenderia por longos espaços de tempo.

Perguntando ao Governo, talvez respondesse: “o problema fica resolvido em 2015”. Talvez, porque nessa altura já não haverá pontes.

Como é terrível que o sofrimento, a morte, deixem de ter uma dimensão humana, isto é, deixem de ser sentidos como se as dores, o vazio da existência, a morte, fosse em nós próprios!...

Quem não sente como um problema humano, nosso, o holocausto de Auschwitz não pode compreender que é uma outra forma de holocausto: o atirar para a morte lenta com o desemprego, a miséria, a falta de condições para viver a vida que, pela própria condição de dignidade humana, se tem o direito a viver.

Dizer que não há alternativas a este Governo é nada perceber sobre o holocausto para onde nos atira um Governo incompetente, desumano, sem uma ideia sobre o nosso futuro colectivo.


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