domingo, maio 06, 2012

 

Sobre o nosso tempo!

Talvez Nietzsche tenha razão! Vivemos um tempo que é um retorno à Idade Média: nesse tempo os ideais religiosos obrigavam o homem a sacrificar a sua própria vida. Quem não se lembra das cruzadas? Hoje também os homens são obrigados (pela perda de emprego, dos direitos que adquiriram) a sacrificar a sua vida ao dinheiro. Quem não sente as medidas da Troika?

A modernidade ficou submersa entre o nosso tempo e o tempo medieval. Ignora-se o papel dos ideais que configuraram a esquerda e que representaram os sonhos mais generosos que fizeram o mundo pular e avançar: virar a página medieval para a democracia forte, uma democracia que representasse o único sistema capaz de garantir os direitos humanos, o progresso e a paz, que recusasse dar valor ao sacrifício da felicidade humana.

O erro da pós-modernidade foi o retorno a uma certa medievalização: desconsiderar a modernidade por considerar que o moderno é o mais eficaz, o mais competitivo, o que corre para a frente sem atender às desigualdades que cria.

Mas o jogo ainda não terminou. Não vale a pena pensar que a história tem um fim, que os valores humanísticos morreram e que a democracia só pode ser light, sem vitaminas, sem expectativas e sem o desafio de um mundo melhor.

Olhamos para França, de onde vieram todos os ideais que nos fizeram sonhar, e, angustiados, esperamos a partida do retorno às esperanças que a modernidade criou.


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