terça-feira, abril 24, 2012
Estou com o Manifesto da A25A
Vivi o 25 de Abril como toda a gente daquele tempo normalmente viveu. Não era só a liberdade. Com o 25 de Abril surgiram todas as expectativas que se criaram por oposição ao que o fascismo significava. E isso esteve, a partir de uma certa altura, no pensamento dos que fizeram a Revolução. No fascismo também havia uma certa liberdade e o conceito de liberdade era parecido com o de hoje: podes votar, mas não podes dizer mal do governo. Havia eleições naquele tempo. Naturalmente havia “chapeladas” e isso talvez tenha desaparecido. Hoje, perde-se o emprego por ser crítico em relação ao partido que está no poder e o rumo da política assemelha-se muito ao que o fascismo desenvolvia. O rumo neo-liberal coincide com o corporativismo num darwinismo social, criando as desigualdades abissais que havia durante o fascismo. Por alguma razão os donos de Portugal são os mesmos.
A corrupção, a partidocracia esvaziaram o sentido da democracia. Os portugueses, tal como no tempo de Salazar, já ganham três vezes menos do que na média da Europa, enquanto alguns (que se aproveitaram do 25 de Abril) ganham mais dos que os que muito ganham na Europa. O Governo empurra-nos para a emigração e, retirando todos os direitos adquiridos, colocam-nos ao nível da situação que vivíamos antes do 25 de Abril.
Este Governo rompeu com os anteriores: desenvolve um novo paradigma, destruindo o Estado Social, a protecção na educação na saúde e no emprego. Todos os dias ouço culpar o 25 de Abril de todos estes males.
Portugal deste Governo não é o Portugal do 25 de Abril
Foi bom que a A25A se demarcasse deste sentido de governação. E o Governo não tem amanhã o jarro de cravos que gostaria de ter na assembleia da república. Só nos dão espinhos, por que havia de lá estar cravos?!...